1. (EFOA MG/2000) Na transição do feudalismo ao capitalismo, algumas pré-condições históricas e um conjunto de fatores se fizeram necessários. Das alternativas abaixo, assinale a que expressa o fator que NÃO esteve presente na desagregação do sistema feudal e na consequente constituição do sistema capitalista:
a) O símbolo de riqueza passou a ser o dinheiro e não mais a posse da terra.
b) A centralização do poder feudal foi substituída pela descentralização com a formação das monarquias absolutas.
c) A passagem somente foi decisiva quando as revoluções políticas sancionaram juridicamente as mudanças.
d) A evolução não se deu sem graves conflitos, muita violência no campo e nas cidades, na luta pela tomada do poder.
e) Ao mesmo tempo em que surgiam características do novo regime, persistiam aspectos do regime anterior.


2. (FATEC SP/2001) Popular e patriótica, a sublevação de 1383 despertaria as tensões mais profundas da sociedade portuguesa na luta que se seguiu. De um lado, enfileiravam-se as tropas de Castela e dos senhorios mais poderosos. De outro, a burguesia mercantil, a pequena nobreza militar, o populacho das cidades e a arraia miúda dos campos. Os camponeses atacavam e saqueavam os castelos vingando-se da prepotência fidalga e da miséria. Mas a decisão da luta estaria nas mãos dos ricos burgueses de Lisboa e do Porto. Estimulados por Álvaro Pais estes abriram seus cofres. (...). Durante o ano de 1384, as forças do “Mestre”, aclamado “Defensor e regedor do Reino”, alcançaram inúmeras vitórias, apesar de atacados por terra e por mar.
Mendes Jr., Antonio – Brasil – Texto e Consulta. São Paulo, Brasiliense, s.d. v.1, pg. 47
O acontecimento descrito no texto é a:
a) Guerra dos Cem Anos.
b) Guerra da Reconquista.
c) Revolução Gloriosa.
d) Revolução de Avis.
e) Revolução da Santa Sé.


3. (FGV/2000) "Quando Joana D'Arc chegou, a 29 de abril de 1429, os habitantes da cidade estavam prestes a capitular, pois os ingleses tinham-se apoderado das fortalezas e dos castelos que rodeavam Orléans. A 4 de maio, Joana, com os seus soldados, tomou primeiro o castelo (...) Na manhã de 8 de maio, a Donzela verificou que os ingleses haviam abandonado os outros castelos. Orléans estava libertada e os seus habitantes aclamaram em delírio Joana D'Arc, que se sentia feliz por ter cumprido a promessa feita ao seu rei."
(Gabalda e Beaulieu)
Tendo o trecho acima como base, assinale a alterativa correta.
a) A tomada de Orléans define o fim da Guerra dos Cem Anos, consolidando a unidade e a monarquia francesas.
b) Joana D'Arc, camponesa de Domremy, recebeu como recompensa pelo feito o titulo de nobreza e, portanto, o direito às terras nas quais anteriormente vivia.
c) Nacionalismo emergente, reforçado pelo significado desse feito, foi capitalizado pelos reis da dinastia Valois para consolidar a monarquia francesa.
d) Joana D'Arc, aristocrata de nascimento e posses, foi condenada à fogueira posteriormente, tornando-se símbolo do nacionalismo francês.
e) A derrota dos ingleses em Orléans marca o fim da Guerra dos Cem anos, mas não define, de imediato, a unidade e a monarquia francesas.


4. (FGV/2000) "O problema que mais inquietou o Homem medieval foi o da reafirmação da fé."
(Aquino et al)
Do ponto de vista histórico-filosófico, a corrente de pensamento que representa a Idade Média é o/a:
a) Estoicismo.
b) Escolástica.
c) Idealismo.
d) Materialismo.
e) Existencialismo.


5. (FUVEST SP/1998) Durante muito tempo desconhecidos na Europa medieval, os textos de Aristóteles se difundiram a partir do século XII.
Suas obras chegaram ao ocidente europeu por intermédio:
a) de manuscritos gregos, preservados na Biblioteca do Vaticano e, durante longo tempo, mantidos em segredo pela Igreja.
b) dos monges beneditinos da Europa continental, que preservaram a cultura clássica em seus mosteiros.
c) de sacerdotes bizantinos, que frequentavam as cortes reais da Europa e as grandes cidades do Ocidente.
d) dos centros de cultura muçulmanos, sobretudo da península ibérica, cujos manuscritos, em árabe, foram traduzidos para o latim.
e) dos venezianos e cavaleiros de França, que atacaram Constantinopla em 1204 e de lá trouxeram os manuscritos originais.


6. (FUVEST SP/2002) A prosperidade das cidades medievais (século XII a XIX), com seus mercadores e artesãos, suas universidades e catedrais, foi possível graças:
a) à diminuição do poder político dos senhores feudais sobre as comunidades camponesas que passaram a ser protegidas pela igreja.
b) à união que se estabeleceu entre o feudalismo, que dominava a vida rural, e o capitalismo, que dominava a vida urbana.
c) à subordinação econômica, com relação aos camponeses, e política, com relação aos senhores feudais.
d) ao aumento da produção agrícola feudal, decorrente tanto da incorporação de novas terras quanto de novas técnicas.
e) á existência de um poder centralizado que obrigava o campo a abastecer prioritariamente os setores urbanos.


7. (FUVEST SP/2002) “… cabanas ou pequenas moradias espalhadas em grande número, nas quais residem os trabalhadores empregados, cujas mulheres e filhos estão sempre ocupados, cardando, fiando etc., de forma que, não havendo desempregados, todos podem ganhar seu pão, desde o mais novo ao mais velho” Daniel Defoe, Viagem por toda a ilha da Grã-Bretanha, 1724.
Essa passagem descreve o sistema de trabalho:
a) manufatureiro, no qual um empregador reúne num único local dezenas de trabalhadores.
b) da corporação de oficio, no qual os trabalhadores têm o controle dos meios de produção.
c) fabril, no qual o empresário explora o trabalha do exército industrial de reserva.
d) em domicilio, no qual todos os membros de uma família trabalham em casa e por tarefa.
e) de co-gestão, na qual todos os trabalhadores dirigem a produção.


8. (GAMA FILHO RJ/1995) As mudanças estruturais ocorridas durante a passagem do feudalismo para o capitalismo relacionam-se com o(a):
a) enfraquecimento urbano.
b) diminuição do comércio.
c) fortalecimento dos senhorios.
d) ascensão da burguesia.
e) crítica ao liberalismo.


9. (PUC SP/1996)
Não há um membro nem uma forma,
Que não cheire a putrefação.
Antes que a alma se liberte,
O coração que quer rebentar no peito
Ergue-se e dilata o peito
Que quase fica junto da espinha dorsal.
- A face é descorada e pálida.
E os olhos cerrados, na cabeça.
A fala perdeu-se.
Porque a língua está colada ao céu da boca.
O pulso bate e ele anseia.
(...)
Os ossos separam-se por todas as ligações
Não há um só tendão que não se estique e estale.
Chastellain, Les Pas de la Mort. França, século XIV.
O poema acima sinaliza a preocupação com a morte que se fez presente na mentalidade europeia do século XIV. Para compreendermos o alcance dessa funesta inspiração, é preciso associar esse fenômeno ao fato de que
a) as primeiras navegações oceânicas, promovidas pelos europeus, vitimavam quantidades cada vez maiores de aventureiros.
b) a morte era apenas uma metáfora para representar a transição pela qual passava a sociedade e cuja ênfase estava na produção agrícola, daí a comparação com a fruta que apodrece para deitar sua semente na terra e novamente brotar com vida nova.
c) os germes do movimento romântico faziam-se notar, através da contestação da moral que reconhecia na existência o bem supremo do ser humano.
d) o movimento de investigação científica, que teria maior consequência durante o Renascimento, dava seus primeiros passos na direção dos estudos da anatomia humana.
e) a mentalidade religiosa, que concebia a vida apenas como provação em busca da salvação eterna, encontrava terreno fértil numa sociedade que era assolada por epidemias e guerras.


10. (PUC SP/2001) A Idade Média Ocidental:
a) conheceu, até o século X, intensa atividade comercial e urbana, que foi substituída posteriormente pelo predomínio do campo e da produção agrícola de subsistência, realizada nos arredores das cidades.
b) apresentou, nas várias regiões, forte unidade política, herdada do Império Romano, até o século VIII, ocorrendo, posteriormente, crescente fragmentação até o século XVI.
c) teve, no início, um período de pouca hierarquia social, com privilégio apenas para os setores eclesiásticos, e gradativa ampliação do poder camponês a partir do século XI.
d) foi um período de absorções, negações e adequações entre a cultura clerical e a laica, havendo claro predomínio da primeira até o século XII e gradativo crescimento da postura laico-humanista a partir de então.
e) representou, nos primeiros séculos, a persistência do politeísmo herdado da tradição greco-romana e, após o século XI, a vitória rápida do protestantismo contra o catolicismo.


11. (PUC SP/2002) Entre os anos de 1315 e 1317, chuvas extremamente fortes e constantes atingiram, de forma inesperada. parte significativa da Europa, ao norte dos Alpes.
Pode-se relacionar esse episódio à:
a) série de transformações climáticas enfrentadas pela Europa desde o século VIII, que derivaram do uso intenso de materiais poluentes nas fábricas e nas guerras.
b) devastação florestal ocorrida na busca de mais terras cultiváveis para abastecer a população que. em virtude de inovações tecnológicas e do controle temporário das pestes, crescia rapidamente.
c) escassez de recursos de controle de pluviosidade pelos feudos, desestruturados após as revoltas de servos, que se transferiram para as cidades e fizeram ressurgir o comércio entre as várias partes da Europa.
d) religiosidade dos povos locais que conseguiram, com sua fé, obter as chuvas necessárias para o sucesso da produção agrícola e o decorrente aumento na produção de alimentos.
e) inexistência de alternativas de irrigação de áreas agriculturáveis, o que forçava os senhores de terras a recorrer exclusivamente ás chuvas para manter suas plantações vivas.


12. (UEL PR/1999) "Deixai (seguir viagem rumo ao Oriente. para lutar contra os infiéis, os que outrora combatiam impiedosamente os fiéis em guerras particulares... Deixai (partir) os que são ladrões, para tornarem-se soldados. Deixai (viajar) aqueles que outrora se bateram contra os seus irmãos e parentes, para lutarem contra os bárbaros... Deixai (participar do movimento) os que outrora foram mercenários, muito mal remunerados, para que recebam a recompensa eterna."
(Pregação do Papa Urbano I I, no Concilio de Clermont-Ferrand, 1095).
O texto comprova que o Papado via nas Cruzadas um movimento:
a) teocrático, desvinculado das demais intenções.
b) político, mas dissociado da intenção de submeter reis e nobres à obediência da igreja.
c) militar, indiferente ao desejo cristão de libertar Jerusalém do fiel muçulmano.
d) comercial, alheio ao propósito de resgatar a rota da seda gravemente ameaçada.
e) religioso, mas relacionado com a busca de soluções para a superação de problemas sociais.


13. (UEPA/2001) “No século XII, os cristãos europeus já haviam retomado uma grande parte da Península, e a reconquista prosseguiu (...) Todavia, os árabes só foram expulsos definitivamente da Península Ibérica no final do século XV, com a tomada de Granada”.
MARTINS, José Roberto Ferreira.História.V. 2 . São Paulo: FTD: 1995.
Nesse contexto, destaca-se:
a) A formação do Estado Português em uma parte das terras retomadas das mãos dos árabes.
b) O enfraquecimento econômico do Reino Português, que teve perdas territoriais durante a Guerra.
c) A tomada de Granada que foi decisiva para a união política de Portugal e Castela.
d) A unificação dos reinos cristãos ibéricos de Castela, Aragão, Navarra e Leão.
e) A expansão marítima de Castela, primeiro Estado Moderno a se formar na Europa.


14. (UFTM MG/2002) Um conjunto de transformações econômicas, sociais e culturais modificaram o panorama histórico europeu a partir do século XII. Assistiu-se a um renascimento das cidades e à emergência de um novo estilo na construção de igrejas que ficou conhecido como:
a) Romântico.
b) Bizantino.
c) Renascentista.
d) Barroco.
e) Gótico.


15. (FURG RS/2000) A Baixa Idade Média é um período caracterizado:
a) pelas cruzadas, desenvolvimento das cidades, formação da liga hanseática e a expansão árabe.
b) pela formação dos reinos germânicos, expulsão dos mouros da península Ibérica, expansão bizantina e a tomada de Constantinopla.
c) pelo movimento das cruzadas, crescimento demográfico, formação das monarquias nacionais e desenvolvimento das corporações.
d) pelo desenvolvimento dos burgos, do direito consuetudinário, invasões bárbaras, desenvolvimento comercial.
e) pela formação das monarquias nacionais, expulsão dos árabes e desenvolvimento do reino dos francos.


16. (FURG RS/2000) A Guerra dos Cem Anos entre a França e a Inglaterra:
a) contribuiu para a descentralização política da França.
b) ocorreu no século XVII e deveu-se a disputas territoriais.
c) foi provocada pelos conflitos entre os Lancaster e os York.
d) foi estimulada pelo interesse econômico inglês sobre a região da Flandres.
e) determinou o fim da Idade Moderna.


17. (PUC RS/2000) Considere as seguintes afirmações sobre o Renascimento Urbano, no ocidente europeu, durante a Baixa Idade Média.
I) Os núcleos urbanos nascidos durante a Baixa Idade Média se desenvolveram sobretudo a partir de sua função econômica, sendo principalmente cidades habitadas por mercadores e artesãos.
II) O surgimento de novos núcleos urbanos durante a Baixa Idade Média se encontra associado ao continuado declínio da produção agrícola e à diminuição dos níveis de ocupação das terras férteis, na zona rural.
III) Durante a Baixa Idade Média, muitas cidades romperam os laços de submissão aos senhores feudais por meio da compra de sua liberdade, o que se concretizava com as chamadas Cartas de
Franquia.
IV) O desenvolvimento da vida urbana, durante a Baixa Idade Média, associa-se ao crescimento do
comércio determinado pela ocupação da França e do norte da Itália pelos árabes, a partir do século
VIII.
A análise das afirmativas permite concluir que é correta a alternativa:
a) I e II.
b) II e III.
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) I, III e IV.


18. (PUC RS/2000) Do ponto de vista socioeconômico, verifica-se, na Europa Ocidental, entre os séculos X e XIII,
a) um acentuado declínio na taxa de crescimento populacional.
b) uma tendência geral de estagnação tecnológica e produtiva.
c) o êxodo generalizado das zonas urbanas em direção às áreas rurais.
d) a redução geral do comércio entre as cidades e o campo.
e) a consolidação do sistema corporativo na economia urbana.


19. (PUC RS/2000) Na Europa, entre os séculos XI e XV, ocorreram transformações sociais, políticas, econômicas e culturais, dentre as quais não se pode citar:
a) o desenvolvimento do capital comercial.
b) a dissolução gradual do trabalho servil.
c) a consolidação da influência bizantina na Igreja.
d) o surgimento de uma cultura antropocêntrica.
e) o início da centralização do poder político.


20. (PUC RS/2001) Considere as afirmativas abaixo, acerca do Renascimento Comercial e Urbano na Idade Média, nos séculos XII e XIII.
I. A intensificação do comércio entre a Europa Setentrional e Meridional resultou na criação de feiras na Região de Champagne.
II. As cidades medievais se situavam fora dos feudos e gozavam de independência e autonomia administrativa frente aos senhores feudais.
III. A segurança das estradas, a inexistência de pedágios e dos tributos que pesavam sobre os campos incentivavam o desenvolvimento do comércio.
IV. O desenvolvimento de uma economia comercial urbana e de atividades financeiras entrava em contradição com o sistema de produção feudal.
As afirmativas corretas estão na alternativa:
a) I e II
b) I e IV
c) II e III
d) II e IV
e) III e IV


21. (UFC CE/2002) Leia o texto seguinte.
“Entre o início do século XII e meados do século XV, por todo o Ocidente se produziu, em graus de fato diversos, uma mutação profunda, ligada à generalização da escrita nas administrações públicas, que levou a racionalizar e sistematizar o uso da memória.”
(ZUMTHOR, Paul. A Letra e a Voz: a Literatura Medieval. São Paulo. Companhia das Letras. 1993. p. 28)
Considerando o comentário apresentado acima sobre a Idade Média, é correto afirmar que:
a) a centralização monárquica, na maioria dos países europeus, popularizou o uso da escrita.
b) as transformações culturais registradas resultaram da Revolução Comercial iniciada no século VII.
c) a valorização da escrita na administração pública decorreu da expansão das universidades medievais.
d) a descentralização política incentivou a concorrência feudal, favorecendo o desenvolvimento cultural.
e) o renascimento urbano e o desenvolvimento comercial estimularam o emprego da escrita para além dos mosteiros.


22. (UFC CE/2004) “(…) Por volta do ano de 1010, começaram a circular rumores no Ocidente de que, sob a instigação dos judeus, os sarracenos tinham causado a destruição do Santo Sepulcro e decapitado o patriarca de Jerusalém (…) Então, na esteira da cruzada proclamada pelo Papa Urbano II no Concílio de Clermont em 1095, foi engendrada uma atmosfera de histeria religiosa…”
RICHARDS, Jeffrey. Sexo, Desvio e Danação: as minorias da Idade Média. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1993. p. 97
A partir do texto e considerando os objetivos das Cruzadas, assinale a alternativa que corresponde à relação entre a Igreja Católica e os Judeus na Idade Média.
a) Uma colaboração recíproca, pois os Judeus eram considerados fiéis observadores da fé e dos ritos cristãos.
b) Uma ação conjunta em defesa da Terra Santa, uma vez que os Judeus participaram como bravos combatentes nas Primeiras Cruzadas.
c) Uma aproximação entre Judeus e Cristãos em virtude da prática da usura, defendida arduamente pela Igreja medieval.
d) Uma grande hostilidade, pois a Igreja, no século XI, buscou cristianizar o mundo e muitas comunidades judaicas, sob a acusação de adoradores do Diabo, foram perseguidas e exterminadas.
e) Uma relação econômica pois a Guerra Santa foi sistematicamente financiada por grupos judeus dispostos a contribuir com a expansão do Cristianismo.


23. (UFF RJ/1996) "Após longas pesquisas, convenci-me, por fim, de que o Sol é uma estrela fixa, cercada de planetas que giram sobre si mesmos e dos quais é o centro e a luminária. E de que todos os fenômenos do movimento diurno e anual, a volta periódica das estações, todas as transformações da luz e da temperatura da atmosfera resultam da rotação da Terra em torno de seu eixo e de seu movimento periódico em torno do Sol."
(Copérnico. De revolucionista orblum coelestium, 1534. Apud ARONDEL, Michel et al. Du Moyen-Âge aux Temps Modernes 1328-1716. Paris: Borads, 1966, p. 147.)
Afirmações como estas de Copérnico, ampliadas e retificadas no século XVII por sábios como Kleper e Galileu, configuravam uma nova visão do mundo que provocou forte reação negativa da Igreja Católica. Assinale a principal razão dessa reação:
a) A nova visão do mundo chocava-se com as concepções de Platão, adotadas desde a Baixa Idade Média pela filosofia escolástica, pensamento oficial da Igreja Católica na época em discussão.
b) A nova visão do mundo contrapunha-se àquela adotada desde a Baixa Idade Média pela filosofia escolástica, baseada na autoridade de pensadores antigos como Aristóteles e Ptolomeu.
c) A nova visão do mundo ia contra as ideias astrológicas do papa Urbano VIII, encampadas pelo Santo Ofício da Inquisição.
d) A nova visão do mundo era falsa, já que o Sol não é uma estrela fixa.
e) A nova visão do mundo provinha de um homem da Igreja: este, ao externá-la sem licença eclesiástica, incorria em grave falta disciplinar.


24. (UFMA/1999) “Foi no próprio campo [...] que se originou a crise final da Antiguidade; enquanto as cidades estagnavam ou minguavam, era na economia rural que aconteceram mudanças de mais longo alcance, pressagiando a transição de um a outro modo de produção.”
(ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo: Brasiliense, p.89)
O texto acima indica que várias mudanças ocorreram na passagem da Idade Antiga para a Idade Média. Entre estas mudanças destacam-se:
a) a fragmentação da propriedade da terra e o desaparecimento das vilas.
b) o colapso do trabalho servil e a gradual implantação do trabalho escravo.
c) o declínio do escravismo e sua substituição pelo sistema de trabalho servil.
d) o fortalecimento do poder real e o enfraquecimento dos grandes proprietários.
e) o incremento do comércio e a grande expansão territorial.


25. (UFMA/1999) Marque a alternativa INCORRETA sobre as universidades no contexto da Idade Média.
a) Eram estimuladas pela nascente burguesia, que via o conhecimento como um fator favorável à plena realização de seus negócios.
b) Surgiram em decorrência do renascimento das atividades comerciais e da prosperidade dos centros urbanos.
c) Gozavam de privilégios, como a isenção de impostos e contribuições e o direito de julgamento de seus membros em foro especial.
d) Agregavam mestres e discípulos dedicados ao ensino superior de alguns ramos do saber: teologia, filosofia, ciências, letras, direito e medicina.
e) Cumpriam o papel de formadoras de consciências críticas e de contestadoras do regime feudal.

 GABARITO


1. (UFMA/2000) É correto afirmar que um dos fatores responsáveis pela desestruturação do sistema feudal foi:
a) as grandes colheitas de cereais e os baixos preços alcançados nas feiras tradicionais.
b) a erradicação das epidemias que grassavam na Europa, dizimando parte da população.
c) o estabelecimento de relações cordiais entre senhores e servos, fortalecendo o contrato vassálico.
d) a cessação de guerras e revoltas que assolavam o mundo europeu, principalmente na Gália.
e) o agravamento das contradições entre o campo feudal e as atividades mercantis urbanas.


2. (UFMA/2001) Leia o texto abaixo:
“O corpo humano era, pois, o lugar privilegiado de um verdadeiro combate entre o mal e o bem, entre a doença e o milagre, força divina muitas vezes obtida através da oração aos santos. As desgraças físicas não provinham unicamente dos homens. (...) os autores dos processos de comprovação de milagres consideravam os possuídos como doentes infectados mental e fisicamente por Satanás.”
(VEYNE, Paul (org.). História da vida privada/Do Império Romano ao Ano Mil. Apud. PEDRO, Antonio. História Geral. Sao Paulo: FTD, 1995, p.116 e 117).
Sobre a influência do cristianismo no período medieval, é CORRETO afirmar que:
a) a explicação religiosa para as doenças e a esperança no milagre para curá-las foram algumas das manifestações da fé católica.
b) com a ruralização da Europa, o pensamento clerical lançou as bases da ciência moderna.
c) o texto se refere ao surgimento das Ordens Religiosas na Europa, importantes propagadoras da fé cristã.
d) o cristianismo não exerceu influência sobre o saber médico, dedicando-se aos monastérios.
e) a mentalidade religiosa tendia para a observação racional e comprovação dos fatos.


3. (FATEC SP/2005) A dissolução do Feudalismo foi apressada, no final da Idade Média, por uma sucessão de acontecimentos que geraram a chamada “crise do séc. XIV”.
Entre esses acontecimentos é correto citar:
a) Epidemias, como a Peste Negra, originadas principalmente da falta de estrutura das cidades para suportar o aumento populacional e enfrentar o problema da fome.
b) Grande Fome, manifestada neste século, devido ao grande número de pragas que destruíram as plantações.
c) Guerra dos Cem Anos, envolvendo, de um lado, França e Espanha e, do outro, Inglaterra e Portugal, e que gerou inúmeras mortes.
d) Revolta dos Camponeses; estes, sem ter o que comer, abandonaram os campos e causaram muitas mortes nas cidades.
e) Epidemias, como a Peste Bubônica, que matou cerca de 2/3 de toda a população da Europa.


4. (PUC PR/2001) Os séculos XV e XVI constituíram uma fase de transição na História do Mundo Ocidental. Terminara a Idade Média e transcorria a Idade Moderna.
Nas transformações ocorridas NÃO se inclui ou NÃO se incluem:
a) os descobrimentos marítimos ibéricos.
b) a Reforma, que quebrou a unidade de fé da Europa Ocidental.
c) a Revolução Industrial, que proporcionou a estandartização da produção.
d) o Renascimento, uma revolução nas artes, inspirada na Antiguidade Clássica.
e) a unificação de vários Estados Nacionais, com apoio da burguesia.


5. (PUC PR/2001) Nos séculos XI, XII e XIII, a Europa Medieval organizou expedições militares contra o Mundo Islâmico, as Cruzadas.
Assinale a alternativa INCORRETA:
a) Dentre as causas sociais, destaca-se o direito de primogenitura. Nobres não primogênitos desejavam obter feudos, mesmo que não localizados em terras europeias.
b) Instigada por Veneza, a Quarta Cruzada atacou, saqueou e apoderou-se de Constantinopla, onde implantou um Reino Latino.
c) Ao pregar a Primeira Cruzada, o Papa Urbano II pretendia não apenas socorrer o Império Bizantino contra os turcos, mas também reunificar as Igrejas Católica e Grega Ortodoxa, separadas nesse mesmo século XI pelo Cisma do Oriente.
d) Politicamente, as Cruzadas enfraqueceram o Feudalismo, pois os senhores feudais equipavam e mantinham suas tropas. Empobrecendo, sofreram numerosas baixas, ocorrendo aumento do poder real.
e) Militarmente, as Cruzadas foram um sucesso. Ocupada em 1099 pelos cristãos, Jerusalém somente seria tomada pelos muçulmanos no século XVII, quando estes chegaram a sitiar Viena.


6. (PUC PR/2002) Os tempos finais da Idade Média e tempos iniciais da Idade Moderna foram assinalados por vários e importantes movimentos no Mundo Ocidental. NÃO se inclui ou NÃO se incluem entre esses movimentos:
a) a Reforma e a Contra-Reforma.
b) os Descobrimentos Marítimos.
c) a Revolução Industrial.
d) o Renascimento.
e) Unificação de vários Estados Nacionais e Absolutismo Real.


7. (UEPB/1999) Criador de uma ordem religiosa mendicante, destacou-se pelo seu compromisso com os pobres e pela ação precursora na defesa da natureza na Idade Média. Assinale a alternativa correta.
a) São Tomás de Aquino
b) São Francisco de Assis
c) Santo Agostinho
d) Santo Inácio de Loiola
e) São Bernardo


8. (UEPB/1999) Do ponto de vista político, a transição da sociedade feudal para a sociedade moderna foi caracterizada
a) pela luta do clero e da aristocracia para manter seus privilégios.
b) pela associação de interesses dos grupos burgueses em ascensão e das monarquias interessadas em retomar efetivamente o poder.
c) pela manutenção dos privilégios do clero e da aristocracia por parte dos reis, ao mesmo tempo em que permitia à burguesia acumular capitais e parcelas do poder.
d) pela diminuição do poder de intervenção da Igreja nos assuntos internos das monarquias em formação.
e) por todas as alternativas citadas.


9. (UEPB/2000) Pensador vinculado à Igreja Medieval defendeu em sua obra a conciliação entre a Razão e a Fé, ressaltando que o homem tinha direito de optar entre o Bem e o Mal.
Marque a alternativa correta:
a) Santo Agostinho
b) São Bento
c) Santo Ambrósio
d) Santo Tomás de Aquino
e) São Jerônimo


10. (UEPB/2000) A ordem estabelecida pela Igreja Católica na Idade Média não admitia questionamentos. Entretanto, foram vários os movimentos que colocaram em dúvida os dogmas da Santa Sé, destacando-se dentre eles as heresias.
Aponte a alternativa que NÃO é compatível com os movimentos heréticos.
a) Nas comunidades heréticas a hierarquia do mundo cedia espaço às distinções fundamentadas apenas nas verdades evangélicas.
b) Em um mundo ao revés, até as mulheres eram consideradas iguais aos homens e dirigiam cultos.
c) A ideia de marginalidade faz com que a heresia seja aproximada da bruxaria na concepção da Igreja.
d) A heresia consistia basicamente na perspectiva do direito a uma escolha, o que era inconcebível no imaginário religioso e social medievais.
e) O herético era essencialmente um infiel, um apóstata, um indivíduo que abandonara a Fé.


11. (UEPB/2000) Desde o século XII, as cidades medievais organizaram a sua própria produção artesanal, agrupando os artesãos em associações hierárquicas. Eram elas:
a) Ligas
b) Guildas
c) Corporações de Ofício
d) Hansas
e) Sindicatos Proletários


12. (UEPB/2001) No Romance intitulado O Nome da Rosa, Humberto Eco introduziu um debate histórico entre duas das mais importantes ordens religiosas da Idade Média: Franciscanos e Beneditinos. Neste sentido, aponte a alternativa compatível com o conteúdo da referida controvérsia.
a) Para os Beneditinos Jesus Cristo era um conservador e para os Franciscanos um revolucionário.
b) Segundo os franciscanos a Fé em Cristo significava viver com humildade e contentamento enquanto que os Beneditinos concebiam a Fé como submissão ao poder e à riqueza de Deus.
c) Os adeptos de São Francisco defendiam a necessidade de criticar tudo que fosse risível na sofrida sociedade medieval, o que provocava violenta reação dos Beneditinos.
d) A polêmica entre as ordens religiosas não preocupava a cúpula da Igreja que estava envolvida mais especificamente com o fenômeno das heresias.
e) A preocupação ecológica na ordem Franciscana era considerada pueril pelos seguidores de São Benedito.


13. (UEPB/2001) Caracterizado pela uniformidade, serenidade e igualdade na duração dos sons, trata-se de um canto litúrgico integrado pela Igreja às cerimônias de culto e praticado até os dias atuais:
a) Canto Gregoriano
b) Música Polifônica
c) Música Profana
d) Trova Medieval
e) Canto Ambrosiano


14. (UEPB/2002) Praticada na Europa no período final da Idade Média era, ao mesmo tempo, uma ciência, com suas precisas leis específicas, e uma arte mística e secreta, voltada para a transmutação dos metais vulgares em ouro e prata.
Neste sentido, estamos nos referindo a:
a) Panacéia
b) Alquimia
c) Astrologia
d) Bruxaria
e) Pedra Filosofal


15. (UEPB/2002) Identifique a alternativa que NÃO é inerente ao processo de dissolução da sociedade feudal.
a) Generalização das atividades manufatureiras e mercantis.
b) Intensificação do movimento urbano na ampliação dos espaços e no fortalecimento da defesa.
c) Crescimento dos setores médios da sociedade, identificados como burgueses.
d) Consolidação do poder nas mãos dos setores aristocráticos e clericais.
e) Redimensionamento das organizações dos trabalhadores urbanos no final da Idade Média.


16. (UFPB/1997) A Igreja exerceu forte influência no pensamento medieval, caracterizando sua atuação pela(o):
a) tolerância com que tratava o movimento herético, principalmente o dos albigenses, no século XIII.
b) fortalecimento das Universidades, estimulando as corporações de professores que se voltassem para o ensino leigo.
c) estímulo do estudo crítico, insistindo, sobretudo, no uso de métodos de observação e experimentação.
d) contestação de uma filosofia aplicada à teologia, além da perseguição sobre os copistas, que insistiam em manter a tradição da escrita latina.
e) valorização do conhecimento teológico, em que privilegiava uma concepção teocêntrica do Universo.


17. (UFPB/1999) Sobre o renascimento urbano, no século XIII, é correto afirmar que os(as)
a) monarcas do Sacro Império Romano-Germânico promoveram o desenvolvimento das cidades, embora estas contribuíssem para a diminuição de seu poder político e econômico.
b) cidades surgiram basicamente em torno de centros religiosos importantes, como Santiago de Compostela (na Espanha), no sentido de atender às necessidades dos peregrinos.
c) papas participaram ativamente da fundação e consolidação dos centros urbanos, uma vez que estes contribuíram para diminuir o poder dos monarcas do Sacro Império Romano-Germânico.
d) principais núcleos da vida urbana medieval situavam-se nas camadas de artesãos e comerciantes, organizados em corporações de ofícios e guildas, articuladas em ligas de comércio compostas por várias cidades.11
e) primeiros protestantes fundavam novas cidades que serviam como bases para a luta contra a Igreja de Roma.


18. (UFPB/2000) O estabelecimento dos Tempos Modernos, nos séculos XV e XVII, é resultante do(a):
a) fragmentação política, em feudos na Europa, que levou esse modelo de organização política ao mundo através das navegações.
b) consolidação do poder da Igreja Católica, que significou o seu fortalecimento, ou tão somente o prosseguimento do caráter medieval da sociedade.
c) quebra da tradição medieval ocasionada pela criação dos Estados Absolutistas, pela Reforma religiosa e pelo desenvolvimento do pensamento racionalista.
d) afirmação das tradições clássicas e orientais que, assim, unidas produziram um renascer europeu, culminando na expansão marítima através das Grandes Navegações.
e) ruptura com tradições clássicas as quais obscureciam as sociedades ocidentais, desde o desenvolvimento da civilização greco-romana.


19. (UFPEL RS/1999) “Diante da crise agrária fazia-se necessária a conquista de novas áreas produtoras. Diante da crise demográfica fazia-se necessário o domínio sobre as populações não-europeias. Diante da crise monetária fazia-se necessária a descoberta de novas fontes de minérios. Diante da crise social fazia-se necessário um monarca forte, controlador das tensões e das lutas sociais. Diante da crise político-militar fazia-se necessária uma força centralizadora e defensora de toda a nação. Diante da crise clerical fazia-se necessária uma nova Igreja. Diante da crise espiritual fazia-se necessária uma nova visão de Deus e do homem. Começavam os novos tempos.”
Fonte: FRANCO JR., Hilário. O Feudalismo, São Paulo: Brasiliense. p. 93
As crises que são referidas no texto caracterizaram:
a) a transição do feudalismo para o capitalismo comercial, na Europa, no início da Idade Moderna.
b) a formação do feudalismo, na Europa Ocidental, no início da Idade Média.
c) a substituição do escravismo clássico pela servidão, na área geográfica correspondente ao antigo Império Romano.
d) o pleno domínio econômico, político e social da burguesia europeia durante a Revolução Industrial.
e) a manutenção da hegemonia da Igreja Católica e a revitalização do poder político dos senhores feudais na Europa renascentista.


20. (UFRN/1999) Os estudos recentes sobre a Idade Média avaliam esse período da história como um(a):
a) período de dez séculos durante o qual houve intensa atividade industrial e comercial, sendo a cultura intelectual exclusividade dos mosteiros e da Igreja.
b) período de obscurantismo e atraso cultural – a longa noite de mil anos – em virtude do desprezo dado à herança intelectual grega e romana da época precedente.
c) época que pode ser chamada de "Idade das Trevas", em razão do predomínio da Igreja, que, com sua ideologia, contribuiu para a estagnação cultural, a opressão política e o fanatismo religioso.
d) época que não se constitui uma unidade: em sua primeira fase, houve retrocesso cultural e econômico, porém, posteriormente, ressurgiu a vida econômica e houve grande florescimento cultural.


21. (UFRN/1997) Assinale a alternativa que caracteriza os companheiros ou oficiais no sistema corporativo medieval:
a) Detinham o controle dos produtos que fabricavam e, portanto, ficavam com todos os lucros da venda.
b) Forneciam matéria-prima e instrumentos de trabalho aos jornaleiros, controlando o preço das mercadorias no comércio internacional.
c) Ficavam sob a tutoria do mestre, com quem aprendiam a profissão, durante um período que variava de três a doze anos.
d) Eram proprietários das oficinas artesanais e donos da matéria-prima e das ferramentas ali utilizadas.
e) Recebiam um salário pelo seu trabalho, e sua situação não era muito inferior à do mestre.


22. (UFRN/1998) Analise as proposições abaixo, referentes às cidades medievais, e, em seguida, assinale a opção em que todos os números correspondem a proposições corretas.
I) Apesar do grande crescimento das cidades por volta do séc. XIV, poucas pessoas tinham interesse em deixar o campo para arriscar-se a viver do comércio nos burgos.
II) As cidades medievais situadas em áreas pertencentes a feudos estavam sujeitas à autoridade dos senhores feudais, aos quais tinham de pagar impostos.
III) Muitas cidades, por serem fortificadas tendo em vista garantir a proteção aos seus moradores, deram origem à denominação de burgos, nome pelo qual ficaram conhecidas.
IV) Algumas cidades surgiram ou renasceram ao longo das rotas comerciais, junto à foz de um rio, de castelos fortificados ou em locais de realização de feiras.
a) I e III
b) I e IV
c) I, II e III
d) II, III e IV


23. (UFRN/1998) Leia o texto abaixo, que exemplifica a principal característica da filosofia escolástica da Baixa Idade Média, e, em seguida, assinale a opção que apresenta essa característica.
“Muitas coisas até às quais o intelecto do homem deverá penetrar permanecem escondidas. Por trás do acidente está escondida a natureza substancial da coisa; (...) porque as coisas inteligíveis estão, como se estivessem, dentro das coisas sensíveis; e nas causas estão ocultos os efeitos, e inversamente. Portanto, visto que o conhecimento humano começa com os sentidos e a partir de fora, é claro que quanto mais forte for a luz do intelecto tanto mais longe penetrará no interior das coisas. Mas a luz do nosso intelecto natural é de virtude finita e pode alcançar apenas o que é limitado. Por esta razão o homem precisa da luz sobrenatural a fim de atingir o conhecimento que não pode conhecer por meio da luz natural; e essa luz sobrenatural dada ao homem é chamada donum intelectus.
[S. Tomás de Aquino, Summa Theologiae, q. VIII, art. I.]
a) Harmonia entre razão e fé, crendo que a verdade dependia não apenas da revelação divina, mas do esforço do próprio homem.
b) Confiança no poder ilimitado da razão que, em sua capacidade de inquirir, investigar e compreender, conhece a totalidade do real.
c) Crença de que basta a observação da natureza para o homem conhecer a essência das coisas.
d) Ênfase na iluminação divina como único caminho para o homem chegar ao conhecimento e à verdade.


24. (UFSCAR SP/2000) Um dos obstáculos ao desenvolvimento da economia monetária na Europa medieval, a partir do século XII, foi representado
a) pela formação de monarquias nacionais e o estabelecimento de tributos estatais onerosos ao comércio.
b) pelo caráter religioso e antieconômico do movimento de expansão territorial, conhecido como cruzadas.
c) pela regulamentação da Igreja em matéria econômica, condenando, por exemplo, o empréstimo a juros.
d) pela assimilação, pela burguesia mercantil, de costumes econômicos dispendiosos, particulares à nobreza feudal.

e) pela concentração de parte da população ativa nos mosteiros, dedicando-se a uma economia autossuficiente.


25. (UFSCAR SP/2001) O crescimento populacional na Europa ocidental, a partir do século XI, implicou dificuldades sociais, devido à
a) mentalidade teocêntrica típica da Idade Média, que condenava o trabalho produtivo.
b) descentralização política feudal, que impedia a livre circulação da mão-de-obra.
c) população exígua das cidades medievais, comprimidas no interior de muralhas.
d) regulamentação das Corporações de Ofício, que proibia a formação de artesãos.
e) baixa produtividade da economia medieval e a sua limitada possibilidade de expansão.

GABARITO


1. (UFSCAR SP/2002) A respeito da história da Europa entre os séculos X e XI, foram apresentadas as quatro caracterizações seguintes.
I. Desenvolvimento do sistema senhorial e permanência do comércio entre Veneza e Bizâncio.
II. Crescimento da soberania do grande proprietário de terra e exploração dos trabalhadores através do monopólio de equipamentos rurais (forno, moinho...).
III. Crescimento das atividades dos mosteiros cristãos e existência da servidão.
IV. Crescimento do número de castelos feitos de pedra e expulsão dos muçulmanos da Península Ibérica.
Pode-se afirmar que estão corretas:
a) I, II e III, apenas.
b) I, II e IV, apenas.
c) I, II, III e IV.
d) I e IV, apenas.
e) II, III e IV, apenas.


2. (UFOP MG/1995) Com relação ao estado da economia europeia entre os séculos XI e XIV, assinale a alternativa incorreta.
a) Foi um período de expansão econômica na Europa, encerrado no transcorrer do século XIV em razão da crise na produção agrícola de cereais.
b) Durante o período assinalado, as rotas comerciais praticadas no Oceano Atlântico dominaram o mercado mundial que envolvia as chamadas índias e os países europeus.
c) As Cruzadas, mobilizações guerreiras de cunho religioso, foram importantes para a vitalização comercial entre a Europa e o Oriente.
d) Durante o período assinalado, uma grande área de pântanos e florestas foi transformada em terrenos voltados para a produção agrícola.
e) A expansão econômica desse período foi marcada pela elevação dos preços dos cereais, decorrente do aumento de seus consumos motivados pelo aumento da população europeia. Idade M


3. (UFOP MG/1996) No tocante ao processo de transformação da economia europeia, no final da Idade Média, assinale a alternativa correta:
a) Teve como característica principal o fortalecimento das relações de servidão, que sujeitavam o camponês ao poder do senhor feudal, na Europa Ocidental.
b) Como desenvolvimento das atividades mercantis, a Itália teve condições de se impor como um Estado independente junto às demais potências da época.
c) O Mediterrâneo se constituiu na principal rota de comércio entre a Europa e as civilizações localizadas no Oriente Médio e na Ásia.
d) Em decorrência do grande desenvolvimento comercial, a maior da população passou a residir em centros urbanos, despovoando os campos.
e) Com o crescimento do comércio de lã, a Inglaterra desenvolveu a manufatura de tecidos, cuja matéria-prima era majoritamente fornecida pelos Países Baixos.


4. (UFOP MG/1996) No tocante ao processo de transformação da economia europeia, no final da Idade Média, assinale a alternativa correta.
a) Teve como característica principal o fortalecimento das relações de servidão, que sujeitavam o camponês ao poder do senhor feudal, na Europa Ocidental.
b) Com o desenvolvimento das atividades mercantis, a Itália teve condições de se impor como um Estado independente junto às demais potências da época.
c) O Mediterrâneo se constituiu na principal rota de comércio entre a Europa e as civilizações localizadas no Oriente Médio e na Ásia.
d) Em decorrência do grande desenvolvimento comercial, a maior parte da população passou a residir em centros urbanos, despovoando os campos.
e) Com o crescimento do comércio de lã, a Inglaterra desenvolveu a manufatura de tecidos, cuja matéria-prima majoritariamente fornecida pelos Países Baixos.


5. (UFOP MG/1998) Com relação à economia feudal entre os séculos X e XIII, é correto afirmar que:
a) era uma economia predominantemente urbana, com uma grande circulação monetária mediando as trocas comerciais.
b) havia a predominância do trabalho assalariado, inclusive no meio rural, que experimentava, nessa época, uma grave crise de produção de cereais.
c) houve, nesse período, uma expansão econômica interna e externa na Europa, estimulada pelas Cruzadas.
d) através dos Atos de Navegação, a Inglaterra alcançou uma predominância no comércio internacional de tecidos sobre a rival Holanda.
e) houve grande expansão da economia, devido à entrada de produtos das Américas, como o açúcar e o cacau.


6. (UNIFESP SP/2002) Para forjar, na Baixa Idade Média (séculos XI a XIV), sua própria identidade cultural e encontrar os meios técnicos e intelectuais para sair da "idade das trevas", em que se encontrava desde o fim do Império romano, o Ocidente valeu-se principalmente da civilização:
a) bizantina.
b) islâmica.
c) greco-romana.
d) judaica.
e) germânica.


7. (UNIFESP SP/2002) O desaparecimento da servidão feudal, na Europa Ocidental, na Baixa Idade Média, foi:
a) iniciado com o aparecimento de um mercado urbano para a agricultura, que levou à troca da renda trabalho pela renda dinheiro e intensificado com as revoltas camponesas.
b) realizado violenta e inesperadamente durante a peste negra, quando os camponeses aproveitaram-se da situação para se revoltar em massa contra os senhores.
c) proporcionado pela ação conjugada de dois fatores externos ao âmbito dos camponeses, as guerras entre os próprios nobres e destes com as cidades.
d) liderado pacificamente pela Igreja Católica, protetorados camponeses, e concluído com a ajuda dos reis interessados em arruinar o poder dos senhores feudais.
e) determinado pelo fluxo de dinheiro que os senhores feudais recebiam das cidades em troca da liberação dos camponeses, empregados no sistema de produção em domicílio.


8. (UNIUBE MG/2002) Na baixa Idade Média, houve na Europa movimentos heréticos, como o dos cátaros e dos hussitas, que rejeitavam parte das doutrinas da Igreja Católica.
Para combater as heresias, a Igreja Católica:
a) instituiu a venda de indulgências, a confissão e o arrependimento público para que o condenado por heresia pudesse ser readmitido no catolicismo.
b) criou a ordem religiosa dos Jesuítas para coordenar a luta contra os movimentos heréticos, por meio da evangelização.
c) usou a violência, convocando as cruzadas contra os hereges e criando os “inquisidores da fé”.
d) estimulou a criação das universidades, ligadas às catedrais, para promover a revisão dos dogmas que eram questionados pelos hereges.


9. (UPE/2002) “Por toda Europa, podemos ver restos de grandes castelos, elevando-se orgulhosos e desafiadoramente depois de centenas de anos. Esses castelos foram construídos durante a Idade Média, principalmente entre anos de 1050 e 1350. Durante aquela época, centenas de castelos foram construídos e milhares de trabalhadores foram contratados para construí-los.”
(Fiona Macdonald e Mark Bergin. Um Castelo Feudal, p.5)
Sobre esses castelos e a relação com a sua época, podemos afirmar que:
a) representavam um lugar privilegiado de poder, sendo os mais antigos construídos de terra e madeira.
b) não há relação dos castelos com o poder político, pois eram lugar de produção econômica.
c) representavam segurança militar, não servindo de residência para os nobres da época.
d) a manutenção dos castelos exigia gastos enormes, garantidos pelos serviços prestados pelos escravos.
e) na sociedade dos castelos, predominavam o poder dos nobres e da Igreja Católica, as atividades comerciais e as guerras religiosas.


10. (UPE/2002) A Guerra dos Cem Anos teve efeitos dos mais diversos na Europa medieval. Além da figura polêmica de Joana D’ Arc, a guerra trouxe influências nas relações de poder, consolidou a monarquia francesa, contribuindo para o enfraquecimento do feudalismo.
As origens da guerra estão relacionadas com:
a) o poder da religião católica e interferência do papa na ordem internacional da época.
b) conflitos entre monarcas da França e da Inglaterra em torno de certos territórios da França.
c) o misticismo religioso propagado por Joana D’ Arc.
d) o crescimento do feudalismo na França e a busca da Inglaterra de terras para sua expansão.
e) a falta de habilidade diplomática dos monarcas franceses com invasões sucessivas ao território inglês.


11. (UNESP SP/2000) “As tropas inumeráveis de carneiros que se espalham atualmente por toda a Inglaterra, constituídas por animais tão doces, tão sóbrios mas (que) são, no entanto, tão vorazes e ferozes que comem até pessoas e despovoam os campos, as casas e as aldeias. Com efeito, em todas as partes do Reino, onde se produzem as mais finas e preciosas lãs, acorrem, para disputar a terra, os nobres, os ricos, e mesmo os santos abades.”
O texto, extraído do livro A Utopia. De Thomas Morus, publicado em 1516, refere-se:
a) às transformações das áreas rurais inglesas com a criação de carneiros e pastagens, com consequente redução de poder econômico dos abades e setores da burguesia.
b) à crise do sistema feudal inglês com a ampliação de pastagens, concentração de propriedades rurais e abandono do campo pelos camponeses.
c) ao êxodo rural que ocorreu com a decadência dos feudos, provocada pela Revolução Industrial e
 pelo crescimento urbano.
d) à crise do sistema rural, provocada pelos conflitos entre os senhores feudais e realeza, pela posse das terras mais férteis para plantações e pastagens para criação de carneiros.
e) à intervenção dos burgueses, produtores de lã, na organização das propriedades agrícolas, que passaram a ser disputadas por abades, camponeses e artesãos.


12. (Univ.Potiguar RN/1999) Na decadência da Feudalidade européia, na Baixa Idade Média, nota-se o(a):
a) invasão bárbara na Europa.
b) declínio da Igreja Católica.
c) desenvolvimento da Revolução Comercial.
d) decadência do Império Romano do Ocidente.


13. (Univ.Potiguar RN/1999) São dadas as afirmações históricas:
I) As bases das civilizações ocidentais repousam sobre os legados das Civilizações Clássicas. Como exemplo, podemos citar os princípios do Direito, as bases filosóficas e os princípios racionais da ciência.
II) A transição da Idade Antiga para a Idade Média foi marcada pela desintegração do Império Romano, ocasionada, dentre outros fatores, pelas invasões bárbaras na Europa.
III) Apesar das críticas feitas à Idade Média, principalmente ao tempo da Renascença, como sendo um período de trevas, não se pode dizer isso da época em que surgiram as universidades na Europa.
IV) O rei absolutista aliou-se à nobreza, afastando-se da burguesia, para formar os Estados Nacionais no início da Idade Moderna.
Responda
a) Somente estão corretas as afirmações I, II e IV.
b) Somente estão corretas as afirmações II, III e IV.
c) Somente estão corretas as afirmações II e III.
d) Somente estão corretas as afirmações I, II e III.


14. (UECE/2002) Analise o seguinte comentário: “Na Idade Moderna a paixão esteve consagrada às utopias que dão forma e sustentação à modernidade. Cultivou-se a paixão pela nação, pela razão, pela ciência, pela técnica, pelo progresso, pela revolução e, finalmente, pela própria paixão.”
Fonte: KUJAWSKI, Gilberto de Mello.
A Crise do Século XX. São Paulo: Ática, 1988, p. 188.
Partindo das considerações apresentadas, pode-se afirmar como verdadeiro:
a) a valorização das paixões impediu o surgimento de qualquer manifestação filosófica
b) a paixão foi cultivada nos tempos modernos, fazendo-se presente em diferentes setores do pensar e do agir do homem
c) o conceito de revolução representava uma exceção, na cultura moderna, pois rejeitava a utopia como suporte ideológico
d) o desenvolvimento da ciência e do progresso restringiu-se aos países de religião protestante


15. (Mackenzie SP/2001) A cidade contemporânea, apesar de grandes transformações, está mais próxima da cidade medieval do que esta última da cidade antiga. A cidade da Idade Média é uma sociedade abundante, concentrada em um pequeno espaço, um lugar de produção e de trocas em que se mesclam o artesanato e o comércio alimentados por uma economia monetária. … também o cadinho de um novo sistema de valores nascidos da prática laboriosa e criadora do trabalho, do gosto pelo negócio e pelo dinheiro.
J. Le Goff
O renascimento urbano, caracterizado pelo acelerado crescimento das vilas e cidades, relaciona-se com:
a) as melhorias de saneamento e habitação realizadas pela dinastia Carolíngia.
b) as transformações políticas advindas do resultado da Guerra dos Cem anos.
c) a Peste Negra, que incentivou a migração dos servos para os centros urbanos.
d) a formação da burguesia, a invenção das máquinas e a consolidação do trabalho assalariado.
e) as mudanças socioeconômicas ocorridas na Baixa Idade Média.


16. (Mackenzie SP/2002) O conflito entre o tempo da igreja e o tempo dos mercadores afirma-se pois, em plena Idade Média, como um dos acontecimentos maiores da história mental destes séculos, durante os quais se elabora a ideologia do mundo moderno, sob a pressão da alteração das estruturas e das práticas econômicas.
Jacques Le Goff – Para um novo conceito deIdade Média
Dentre as diferenças de concepções mentais entre burgueses e clérigos durante a Idade Média, podemos destacar que:
a) o tempo foi considerado pelos homens como uma mercadoria que pertencia a Deus e, portanto, não cabia aos burgueses atribuir a ele um valor econômico. Tal concepção era antagônica ao pensamento da igreja medieval, que privilegiava a prática da usura.
b) diante de uma intensa ruralização da vida social e econômica, coube aos mercadores os papéis de preservar e difundir os conhecimentos da civilização ocidental cristã, enquanto aos clérigos coube a função de manter a coesão social.
c) o tempo da burguesia era o dos negócios e do trabalho, repleto de significados práticos. O tempo dos clérigos era marcado por significados místicos, relacionados com a memória do Salvador, reafirmando o sentido salvítico da história da humanidade.
d) o comércio, que durante muito tempo teve o papel de principal atividade econômica do período, foi duramente reprimido pela Igreja, apesar dos esforços dos burgueses para obter o apoio dos reis a fim de institucionalizar as práticas mercantilistas.
e) a Igreja considerava que o homem foi condenado à danação eterna por causa do pecado original de Adão, não cabendo à humanidade a possibilidade de remissão de seus pecados. Já a burguesia considerava que as boas ações serviam de base para a busca da Salvação.


17. (FUVEST SP/1996) “Se volveres a lembrança ao Gênese, entenderás que o homem retira da natureza o seu sustento e a sua felicidade. O usuário, ao contrário, nega a ambas, desprezando a natureza e o modo de vida que ela ensina, pois outros são no mundo seus ideais.”
(Dante Alighieri, A Divina Comédia, Inferno, canto XI, tradução de Hernani Donato)
Esta passagem do poeta florentino exprime:
a) visão já moderna da natureza, que aqui aparece sobreposta aos interesses do homem.
b) ponto de vista já ultrapassado no seu tempo, posto que a usura era uma prática comum e não mais proibida.
c) a nostalgia pela Antiguidade greco-romana, onde a prática da usura era severamente coibida.
d) a concepção dominante na Baixa Idade Média, de condenação à prática de usura por ser contrária ao espírito cristão.
e) a perspectiva original, uma vez que combina a prática da usura com a felicidade humana.


18. (FUVEST SP/2000) “Foi de vital importância o fato de que, a partir do século XII, nobres e burgueses passaram a morar na parte cercada pelas muralhas das cidades. Os interesses e prazeres das duas classes tornaram-se assim semelhantes…”
(Jacob Burckhardt, 1860.) Sobre esse fenômeno, pode-se afirmar que:
a) ocorreu em todos os lugares da Europa onde se desenvolveram cidades, pondo fim à dominação social da nobreza.
b) ocorreu em todas as cidades marítimas, de Lisboa a Hamburgo, passando pela Itália do Norte e Flandres.
c) foi interrompido pela nobreza, a partir da crise do século XIV, depois de ter se desenvolvido na Baixa Idade Média.3
d) marcou as mais importantes cidades italianas, constituindo-se num dos fatores sociais do Renascimento.
e) marcou as mais importantes cidades européias, constituindo-se num dos fatores da criação das universidades medievais.


19. (FUVEST SP/2000)
“Os próprios céus, os planetas e este centro [a Terra]
Respeitam os graus, a precedência e as posições.
Como poderiam as sociedades,
Os graus nas escolas, as irmandades nas cidades,
O comércio pacífico entre praias separadas,
A primogenitura e o direito de nascença,
Os privilégios da idade, as coroas, cetros, lauréis,
Manter-se em seu lugar certo – não fossem os graus?”
Estes versos de Shakespeare (da peça Troilo e Cressida) revelam uma visão de mundo:
a) moderna e liberal, ao tratarem das cidades, do comércio e, virtualmente, até do novo continente.
b) medieval e aristocracia, ao defenderem privilégios, graus e hierarquias como decorrentes de uma ordem natural.
c) universal e democrática, ao se referirem a valores e concepções que ultrapassam seu próprio tempo histórico.
d) clássica e monarquista, ao mencionarem instituições, como a Monarquia e o direito de primogenitura, que eram características do mundo greco-romano.
e) particularista e elitista, ao expressarem hierarquias, valores e graus exclusivos da Inglaterra do século XVI.


20. (ACAFE SC/1999) Analise as afirmações abaixo, considerando a decadência feudal, que conduziu a Europa para uma era de expansão comercial, centralização política e renovação cultural.
I) A decadência dos feudos está diretamente relacionada à ampliação do poder dos monarcas europeus.
II) A ascensão da burguesia, como classe social, relaciona-se ao vigoroso crescimento das atividades comerciais da Europa.
III) A revitalização do comércio ocorreu, em grande parte, em função das Cruzadas que abriram o Oriente ao contato com os europeus, especialmente genoveses e venezianos.
IV) A perda de poder dos senhores feudais está ligada a um ciclo de revoluções conhecidas como “Revoluções Iluministas” (burguesas).
V) O catolicismo possuía uma visão positiva do lucro, o que em muito agradou a burguesia.
A alternativa, contendo todas as afirmações que são VERDADEIRAS, é:
a) III - IV - V
b) I - III - V
c) II - III - IV
d) I - II - III
e) I - IV – V


21. (ACAFE SC/1999) A Idade Moderna representou um processo de transformações sócio-econômico-políticas que, em muitos aspectos, rompeu com a Idade Média. Sobre este processo, a alternativa FALSA é:
a) A monarquia absoluta foi a forma de governo que mais caracterizou os Estados modernos.
b) O sistema econômico denominado Mercantilismo propunha a liberdade comercial e a não-intervenção dos Estados nos processos produtivos.
c) Nos Estados nacionais houve o aparecimento de governos fortes e centralizadores, em oposição à descentralização da Idade Média.
d) Os comerciantes europeus viram no Estado a instituição capaz de lhes assegurar condições para exercer melhor suas atividades (aliança burguesia-reis).
e) O enriquecimento de diversos países europeus, durante a Idade Moderna, ocorreu, principalmente, em função da exploração do recém descoberto continente americano.


22. (ACAFE SC/2001) “Assiste-se a partir do século Xl a um admirável renascimento do comércio, principalmente na Itália e na França. Ao mesmo tempo, as cidades retomam vida e obtém dos seus senhores certos privilégios”
Henri Pirenne - História Econômica e Social da Idade Média.
A ideia expressa no texto acima pode ser enriquecida com:
a) As cidades gozavam de total autonomia, mas deviam obediência aos senhores feudais que as sobrecarregavam com impostos.
b) No século Xlll, as cidades eram pequenas e sujas, cercadas de muralhas; as epidemias e os incêndios eram frequentes.
c) A burguesia mercantil originou-se na nobreza, pois somente ela possuía dinheiro para investir no comércio.
d) O comércio e, com ele, as antigas cidades haviam declinado por força das lutas entre os senhores feudais.
e) Embora nas cidades existissem manufaturas e artesanato, não havia circulação monetária, predominando a troca com produtos do campo.


23. (ACAFE SC/2001) Durante a Idade Média, nos séculos Xl e Xll, os Estados europeus estavam organizados pelo sistema feudal.
Não corresponde à organização feudal a alternativa:
a) O trabalho nas cidades era organizado em corporações de ofício, que controlavam desde a qualidade até o preço dos produtos.
b) A nobreza e o clero desfrutavam de grandes privilégios e monopolizavam a propriedade da terra.
c) As cidades medievais, ainda no século Xl, não gozavam da importância que tiveram durante a antiguidade.
d) Durante a Idade Média, não houve qualquer conflito entre os senhores de terras e a autoridade central.
e) A Igreja Católica foi o mais poderoso pilar da sociedade da época feudal por ter influência ilimitada sobre toda a sociedade.


24. (UNESP SP/1993) O início da Época Moderna está ligado a um processo geral de transformações humanística, artística, cultural e política. A concentração do poder promoveu um tipo de Estado. Para alguns pensadores da época, que procuraram fundamentar o Absolutismo,
a) a função do Estado é agir de acordo com a vontade da maioria.
b) a História se explica pelo valor da raça de um povo.
c) a fidelidade ao poder absoluto reside na separação dos três poderes.
d) o rei reina por vontade de Deus, sendo assim considerado o seu representante na Terra.
e) a soberania máxima reside no próprio povo.


25. (UNESP SP/1999) A partir do século XII, em algumas regiões europeias, nas cidades em crescimento, comerciantes, artesãos e bispos aliaram-se para a construção de catedrais com grandes pórticos, vitrais e rosáceas, produzindo uma "poética da luz", abóbadas e torres elevadas que dominavam os demais edifícios urbanos.
O estilo da arte da época é denominado:
a) renascentista.
b) bizantino.
c) românico.
d) gótico.
e) barroco.
GABARITO

1. (UNESP SP/2002) No período denominado Baixa Idade Média, houve desenvolvimento do comércio e florescimento de cidades. O crescimento econômico da Europa ocidental intensificou-se com a expansão ultramarina do século XV.
Considera-se essencial para tal expansão:
a) a crise e o enfraquecimento comercial das cidades-estados italianas, fornecedoras na Europa dos produtos orientais.
b) a centralização do poder político e a possibilidade de investimento de recursos monetários estatais em expedições marítimas.
c) a ocupação de Constantinopla pelos turcos otomanos e o fim dos contatos pacíficos entre o ocidente e o oriente.
d) a abundância de metais na Europa e o crescimento de circulação monetária em condições de financiar empreendimentos dispendiosos.
e) a ruptura da unidade cristã do ocidente e a formação de religiões cristãs adaptadas à ética da acumulação capitalista.


2. (UNESP SP/2002) "... tenho sido, durante muitos anos, um aderente à teoria de Copérnico. Isto me explica a causa de muitos fenômenos que são ininteligíveis por meio de teorias geralmente aceitas. Eu tenho coligido muitos argumentos para refutar estas últimas, mas eu não me arriscaria a levá-los à publicação. Há muito tempo que estou convencido de que a Lua é um corpo como a Terra. Descobri também uma multidão de estrelas fixas, a princípio invisíveis, ultrapassando mais de dez vezes as que se podem ver a olho nu, formando a Via Láctea."
(Carta de Galileu a Kepler, 1597.) Galileu não se arriscava a publicar essas ideias por temer:
a) a oposição que sofreria por parte de seus alunos e colegas da Universidade de Pisa, onde lecionava.
b) ser considerado um plagiador das ideias heliocêntricas defendidas por Copérnico e por alguns sábios florentinos.
c) que seus pressupostos geocêntricos contribuíssem para aumentar as hostilidades contra a Igreja Católica.
d) que seus superiores o expulsassem da Ordem dos Franciscanos, à qual pertencia desde a adolescência.
e) ser acusado de heresia e ter de enfrentar o poderoso Tribunal do Santo Ofício, mantido pela Igreja.


3. (UNIFOR CE/1998) O século XI marcou o início de profundas transformações que atingiram a ordem feudal, até então, predominante. Entre estas destacam-se:
a) a manutenção da produção para a subsistência.
b) o desenvolvimento do comércio, acompanhado pelo renascimento urbano.
c) a realidade belicosa, causada pelas invasões normandas no norte da Europa.
d) a superação das atividades agrícolas, em detrimento do comércio.
e) a preservação da descentralização política, elemento fundamental para a formação das Monarquias Nacionais.


4. (UNIFOR CE/1998) O término da Guerra dos Cem Anos, acabando com as pretensões inglesas na França, provocou um conflito interno, na Inglaterra, a Guerra das Duas Rosas, que trouxe como resultado principal:
a) o enfraquecimento do poder da nobreza.
b) o enfraquecimento do grande Parlamento inglês.
c) a ruralização da economia e da sociedade inglesa.
d) a descentralização do poder político da Inglaterra.
e) a instituição dos Estatutos de Oxford.


5. (UNIFOR CE/1999) "Deixai os que outrora estavam acostumados a se bater contra os fiéis em guerras particulares, lutar contra os infiéis (...). Deixai os que até aqui foram ladrões tornarem-se soldados. Deixai aqueles que outrora se bateram contra seus irmãos e parentes lutarem agora contra os bárbaros, como devem. Deixai os que outrora foram mercenários, a baixos salários, receber agora a recompensa eterna. (...) uma vez que a terra que habitais, fechada de todos os lados pelo mar e circundada por picos de montanhas, é demasiado pequena para a vossa grande população: a sua riqueza também não abunda, mal fornece o alimento necessário aos seus cultivadores (...). Tomai o caminho do Santo Sepulcro; arrebatai-o àquela raça perversa e submetei-o a vós mesmos."
O texto é um trecho do Sermão do Papa Urbano II, convocando os cristãos a organizarem a Cruzada. De acordo com as palavras do papa pode-se deduzir que as Cruzadas, além da libertação do Santo Sepulcro, visavam:
a) conter o crescimento populacional na Europa e a invasão muçulmana, na Península Ibérica.
b) anular o interesse da Igreja na união da cristandade e o crescimento da produção agrícola.
c) aliviar as tensões internas da cristandade e expandir o seu território.
d) incentivar os cristãos a lutarem contra os infiéis e a estimular o interesse do clero pelo comércio oriental.
e) glorificar o esforço da Igreja em combater as guerras entre os nobres e a consequente diminuição da população.


6. (UNIFOR CE/1999) "Normalmente (...) é concebida como um grupo de pessoas unidas por laços naturais e portanto eternos – ou pelo menos existentes – e por causa desses laços se torna a base necessária para a organização do poder sob forma de Estado (...). Em nome dela se fazem guerras, revoluções, modificou-se o mapa político do mundo (...). Na história recente do continente europeu (...) adquiriu uma posição de total preponderância sobre qualquer outro sentimento."
O texto refere-se à:
a) pátria.
b) família.
c) nação.
d) religião.
e) ideologia.


7. (UNIFOR CE/2000) Analise os textos abaixo.
I) "Agravaram-se as contradições entre o campo e a cidade. A produção agrícola não respondia mais às exigências das cidades em crescimento."
II) "(...) a atividade comercial se estagnou devido, principalmente, à falta de moedas e à insuficiência de mercados. As minas de ouro e prata haviam se esgotado na Europa."
III) "(...) a insuficiente produção agrícola e a estagnação do comércio provocou a fome que se alastrou pela Europa. A desnutrição e as más condições de higiene propiciaram a ocorrência de sucessivos surtos epidêmicos, dos quais o mais desastroso foi a chamada Peste Negra (...)."
IV) "(...) Os levantes dos servos, promovidos pela superexploração, foram tornando inviável a manutenção das relações de servidão."
Eles identificam fatores responsáveis:
a) pela crise do século XIV que anunciou o final da época medieval.
b) pela extinção do escravismo que anunciou o final da época moderna.
c) pelo declínio do Império Romano que anunciou o final da época antiga.
d) pelo surgimento do feudalismo e a descentralização política da Europa.7
e) pela ruralização da Europa Ocidental e as invasões dos bárbaros no século IV.


8. (UNIFOR CE/2000) Nos últimos anos do século XI tiveram início as Cruzadas, expedições de cunho religioso-militar organizadas como uma contra ofensiva cristã em relação ao cerco muçulmano.
É correto afirmar que, ao mesmo tempo, essas expedições:
a) responderam pela ruralização da Europa Ocidental e deixaram como principal consequência o esfacelamento do sistema feudal.
b) promoveram a reunificação da Igreja romana do Ocidente e do Oriente e contribuíram para o fortalecimento do poder papal.
c) foram um meio utilizado pela Igreja para reconstruir o Antigo Império Romano e transformar o Mediterrâneo num mare nostrum cristão.
d) conquistaram as rotas comerciais terrestres das cidades italianas e impediram a difusão das crenças religiosas islâmicas no Mediterrâneo.
e) foram uma forma de aliviar as pressões demográficas sobre o sistema feudal e trouxeram como principal consequência a reabertura do Mediterrâneo ao comércio europeu.


9. (UNIFOR CE/2001) Alguns intelectuais dos séculos XIV e XV podem ser considerados precursores do movimento reformista. Entre eles está o inglês John Wycliffe, professor de Oxford, que:
a) organizou a Igreja ortodoxa com um corpo doutrinário católico sem a hegemonia do papa.
b) pretendeu repensar os dogmas do catolicismo, abalados pelas críticas e dos reformadores protestantes.
c) contribuiu para modificar as instituições políticas, sociais e econômicas europeias através de movimentos contra a Igreja Católica.
d) denunciou a corrupção do clero e desafiou a autoridade da Igreja ao afirmar que qualquer um que tivesse fé poderia conseguir a salvação eterna.
e) ofereceu aos burgueses uma justificativa religiosa sólida às suas atividades econômicas ao pregar o rigor da disciplina, a valorização moral do trabalho e da poupança.


10. (UNIFOR CE/2002) O renascimento urbano, caracterizado pelo acelerado crescimento das vilas e cidades na Idade Média, relaciona-se com:
a) as transformações políticas resultantes da Guerra dos Cem Anos.
b) o desenvolvimento da burguesia, a invenção das máquinas e a consolidação do trabalho assalariado.
c) as crises do século XIV, que incentivaram a migração dos servos para os centros urbanos.
d) as melhorias de saneamento e habitação realizadas pela dinastia Carolíngia.
e) o desenvolvimento do comércio que provocou as aglomerações populacionais em que se mesclaram o artesanato e as atividades de troca.


11. (UNIFOR CE/2002) Cerimônia de consagração de um cavaleiro no século XIV
(Luiz Koshita. História: origens, estruturas e processos. São Paulo: Atual, 2000, p. 160)
Essa cerimônia era o momento:
a) do pagamento de uma porcentagem da produção da terra arroteada, ou seja, uma terra que se tornara arável devido ao esforço do servo.
b) em que os nobres cumpriam seu papel de mecenas na sociedade feudal.
c) da realização de um ritual que tinha grande importância para a manutenção da ordem feudal.
d) em que os nobres eram investidos de isenções fiscais.
e) em que o patriciado urbano liderava o processo de emancipação das cidades.


12. (UNIFOR CE/2002) Analise os itens abaixo.
I) Pregam doutrina puramente humana os que dizem que “logo que o dinheiro cai na caixa a alma de liberta” do purgatório.
II) Serão condenados para toda a eternidade, com seus mestres, aqueles que crêem estar seguros da sua salvação por cartas de indulgências.
No tocante às reformas religiosas, ocorridas na Europa Ocidental, no século XVI, pode-se afirmar que os itens:
a) abordam, ainda que contraditoriamente entre si, o pensamento dos anglicanos contra as práticas utilizadas pela Igreja Protestante.
b) contêm os fundamentos da contestação que os católicos fizeram à doutrina da salvação pela fé, defendida por Martinho Lutero.
c) tratam, igualmente, de uma crítica contundente desencadeada pelos luteranos contra a doutrina clerical dominante.
d) são contraditórios entre si, uma vez que, ao longo da história, os papas sempre condenaram a prática da indulgência.
e) foram rechaçados pela população da Alemanha, haja vista o grau de fanatismo da população em relação às pregações católicas.


13. (Mackenzie SP/2005) No processo conhecido como Revolução Comercial, que ocorreu no século XII e culminou no século XV, verificou-se:
a) a decadência do Feudalismo e a queda de Constantinopla, tomada pelos turcos otomanos em 1453, favorecendo o comércio no Mediterrâneo.
b) a descoberta do Novo Mundo, que teve seu ponto máximo nas viagens de Cristóvão Colombo, Vasco da Gama e Francis Drake.
c) um conjunto de transformações políticas e sociais na Europa e Ásia, que tiveram seu ponto culminante nas viagens marítimas.
d) a substituição dos instrumentos de produção feudais pela tecnologia industrial, responsável pelo reaparecimento das atividades comerciais.
e) a gradual superação da relação de produção feudal pela atividade comercial e manufatureira, que deu início à atividade industrial.


14. (UNESP SP/2005) Entre as formas de organização econômica pré-fabris no continente europeu, estão as oficinas artesanais, em que:
a) um mestre trabalhava juntamente com aprendizes e vendia seus produtos para compradores locais.
b) o produtor submetia-se a um comerciante que lhe fornecia a matéria-prima e adquiria o produto acabado.
c) um proprietário possuía máquinas sofisticadas e explorava um grande número de trabalhadores.
d) os mestres e os assalariados dividiam as tarefas produtivas e usufruíam com igualdade dos lucros obtidos.
e) a unidade produtora supria as necessidades da família e não comercializava os produtos excedentes.


15. (UFTM MG/2006) A peste negra devasta a Europa e ceifa um terço de sua população durante o verão de 1348. Como a Aids para alguns, essa epidemia é vivida como uma punição do pecado. Então, procuram-se bodes expiatórios e encontram-se judeus e os leprosos, acusados de envenenarem os poços. As cidades isolam-se, proibindo a entrada ao estrangeiro suspeito de trazer o mal. A morte está em toda parte, na vida, na arte, na literatura. Contudo, os homens desse tempo temem muito uma outra doença, a lepra, considerada o sinal distintivo do desvio sexual. Nos corpos desses infelizes refletir-se-ia a podridão de sua alma. Então leprosos são isolados, enclausurados. Uma rejeição radical que evoca algumas atitudes em relação à Aids.
(Georges Duby, Ano 1000, ano 2000: na pista de nossos medos)
De acordo com o texto,
a) tanto a sociedade medieval quanto a contemporânea desenvolveram atitudes solidárias em relação aos doentes.
b) explicações científicas acerca das epidemias medievais e da Aids predominaram, desde o início, sobre as sobrenaturais.
c) a peste negra serviu para abrandar o preconceito em relação a judeus e leprosos, levando ao questionamento dos valores feudais.
d) a sociedade medieval encontrou, nos estrangeiros, os verdadeiros culpados pelas epidemias, assim como se fez com a Aids.
e) em diferentes épocas, algumas pessoas consideraram a peste negra e a Aids como castigos divinos aos pecados.


16. (EFOA MG/2002) Sobre as comunas medievais entre os séculos XI e XIII, é INCORRETO afirmar que:
a) favoreciam o poder arbitrário que os senhores, laicos ou eclesiásticos, exerciam sobre as cidades e feudos.
b) baseavam-se, inicialmente, em princípios igualitários contra a ideologia dominante das três ordens providenciais.
c) apoiavam a emancipação das cidades e a autonomia administrativa, limitando a arbitrariedade dos domínios senhoriais.
d) originaram-se da expansão econômica e comercial, que provocou um aumento do número de comerciantes e artesãos.
e) surgiram da necessidade de combater as ações de cobranças abusivas de obrigações e exações por parte da nobreza.


17. (PUC MG/2003) A contextualização histórica das informações apresentadas no mapa abaixo reproduzido permite afirmar que, EXCETO:
Rotas Comerciais no final da Idade Média
a) as diversas cidades localizadas nas rotas comerciais, da Europa e fora dela, tornaram-se centros urbanos importantes e prósperos.
b) a expansão das atividades mercantis foi muito mais intensa no leste europeu, o que estimulou o avanço das forças capitalistas naquela região.
c) as mercadorias vindas do Extremo Oriente e do norte da África entravam na Europa a partir da Itália e dela se distribuíam por todo o continente.
d) o comércio se estendeu até o Mar do Norte e o Mar Báltico, fortalecendo as chamadas Hansas, poderosas associações de comerciantes.


18. (Mackenzie SP/2006) (...) Porém, as intenções dessas várias pessoas eram diferentes. Algumas, na realidade, ávidas de novidade, iam para saber coisas sobre novas terras. Outras eram levadas pela pobreza, por estarem em situação difícil na sua casa; esses homens foram para combater não apenas os inimigos da Cruz de Cristo, mas mesmo os amigos do nome cristão, onde quer que vissem a oportunidade de aliviar a sua pobreza.
Annales herbipolenses, ano de 1147
A partir do texto acima, assinale a alternativa correta a respeito das Cruzadas:
a) Foram expedições originariamente organizadas pelo Papa e senhores feudais, que acabaram por se voltar contra os próprios cristãos e o papado, provocando assim a crise do feudalismo.
b) Tiveram como resultado a dominação cristã, ao longo da Baixa Idade Média, de toda a região do Oriente, bem como de todo o seu comércio.
c) Inspiravam-se no propósito religioso-militar de recuperação da Terra Santa do domínio turco; mas, delas, participaram também grupos de indivíduos leigos, geralmente impelidos por situações de miséria urbana e rural.
d) Permitiram às cidades europeias, utilizando um pretexto religioso, escoar para o Oriente seus excessos demográficos, e, assim, diminuir os problemas de superpopulação urbana.
e) Levaram à decadência os valores religiosos europeus, em razão do contato com a religião islâmica e com a filosofia árabe.

19. (PUC PR/2003) “Como instituição, a Universidade possuía simultaneamente uma influência limitadora e libertadora. Como aspecto limitador, ela era o baluarte da fé e da Igreja, o instrumento dos papas, reis, prelados e das ordens religiosas, que dela obtinham um novo estamento clerical formado por especialistas e nas leis civis, tais homens tornaram-se auxiliares valiosos para o ascendente poder da Igreja e das monarquias.
Mas as universidades eram também oásis de liberdade, onde todas as questões cuja discussão estava proibida em outras partes eram debatidas com o que críticos hostis consideram descarado atrevimento.
Seria difícil pensar qualquer problema espinhoso relativo a Deus, o mundo, a Igreja, o cristianismo e o dogma que não tenha sido discutido em tais bases nas universidades dos séculos XIII e XIV.”
(Inácio, Inês C. e Luca, Tania Regina de. O Pensamento Medieval. Sâo Paulo. Ática. 1988).
Analise as afirmações sobre as universidades medievais.
I) A palavra universidade significava inicialmente uma associação ou corporação de ofícios, reunindo professores e estudantes.
II) O ensino nas universidades era ministrado somente em grego por ser uma língua clássica e de acesso a apenas poucos privilegiados.
III) Medicina, Direito, Teologia e Artes eram cursos encontrados nas universidades medievais.
IV) Salerno ficou famosa pelos estudos de Medicina enquanto que Bolonha distinguiu-se nos estudos de Direito.
V) A Igreja Católica não reconheceu o valor das universidades e inclusive proibiu suas ordens de nelas lecionarem.
Estão corretas:
a) apenas I, III e IV
b) apenas I, II e III
c) apenas I, III e V
d) I, II, III e V
e) I, II, III e IV


20. (UEPB/2003) (…) para satisfazer as faltas e necessidades dos da fortaleza, começaram a afluir diante da porta, junto da saída do castelo, negociantes, (…) em seguida, taberneiros, depois hospedeiros para alimentação e albergue dos que mantinham negócio com o senhor, (…) e dos que construíam casas para as pessoas que não eram admitidas no interior da praça. (…) Os habitantes de tal maneira se agarravam ao local que em breve aí nasceu uma cidade (…)
Jean Lelong, cronista de Saint-Bertin (Séc. XIII)
Com base na narrativa acima, assinale a alternativa correta:
a) Trata-se da formação de uma cidade-estado na Grécia Antiga.
b) São evidentes os indícios de que o texto faz referência a uma vila romana na fase final do Império.
c) No período medieval o povo concentrava-se na periferia das muralhas dos mosteiros para o pagamento do dízimo.
d) Na Baixa Idade Média, generalizou-se a formação de cidades mercantis (burgos), a partir de um castelo que servia de núcleo.
e) Durante a fase final do predomínio do feudalismo, evidenciou-se um processo de ruralização da economia e um crescente esvaziamento das cidades medievais.


21. (Mackenzie SP/2006) As cidades medievais tiveram origem nas aglomerações de mercadores – os burgos, de onde surgiu o termo burguês para designar seu morador.
Luiz Koshiba, História: Origens, Estruturas e Processos
Assinale a alternativa que apresenta o papel das cidades na transição da Idade Média para a Idade Moderna.
a) Foram as principais válvulas de escape para o excedente populacional que surgiu após a abolição das relações servis de produção no campo.
b) Favoreceram a fusão de elementos da antiga ordem feudal com o novo sistema econômico, impedindo as contradições socioeconômicas durante esse processo.
c) Foram as responsáveis pela promoção da centralização do poder político e pelo fortalecimento econômico da nobreza feudal.
d) Desenvolveram-se independentemente da economia de mercado, produzindo produtos artesanais apenas para o uso de seus habitantes mais abastados, os burgueses.
e) Representaram um indício da incompatibilidade entre o tipo restrito da produção do feudo e a nova realidade econômica que emergia graças ao renascimento comercial.


22. (UESPI/2003) Tradicionalmente divide-se a era medieval da era moderna elegendo-se como referência factual a ‘tomada de Constantinopla’, em meados do século XV. No entanto, raciocinando em termos de processo histórico, sabemos que a Europa do tempo passava por uma transição de caráter estrutural.
a) Fundada na mudança da mentalidade européia sobre os sentidos da vivência religiosa;
b) De uma sociedade baseada no trabalho sob compulsão para um modelo de relação de trabalho baseada em formas de assalariamento;32
c) Anunciadora de um sentido de universalidade da existência humana que logo se refletiria na busca pela expansão marítima;
d) Como desfecho político de inumeráveis guerras entre as velhas nações mediterrânicas e as nações germanizadas do norte;
e) Caracterizada pela mudança das políticas pontifícias que passaram a contemplar de maneira definitiva a espiritualidade dos fiéis cristãos em detrimento do poder imperial que o papa exercia sobre reis e imperadores.


23. (UFRN/2003) Em 1215, os grandes senhores feudais da Inglaterra impuseram ao rei João a assinatura da Magna Carta, na qual o obrigavam a reconhecer os antigos direitos da nobreza. Em um dos seus trechos, o rei João admitia que para melhor pacificação da Nossa disputa com os barões, [...] lhes concedemos a garantia seguinte: os Barões que elejam, entre seus pares no Reino, vinte e cinco, segundo a sua vontade, e estes vinte e cinco devem cumprir a paz e as liberdades que Nós lhes concedemos e confirmamos pelo documento presente...
FRISCHAUER, Paul. Está escrito: documentos que assinalaram épocas. São Paulo: Melhoramentos, 1972. p. 199.
A Magna Carta, apesar de ser um estatuto jurídico tipicamente feudal, posteriormente veio a se tornar importante documento para garantir liberdades a todas as categorias sociais, na medida em que:
a) a alta nobreza teve seus poderes políticos e econômicos limitados, devido às medidas tomadas pelo rei João em favor dos camponeses.
b) o rei João concedia aos nobres rebeldes o direito de confiscarem seus castelos, terras e outras possessões, caso ele violasse a Magna Carta.
c) a Assembleia dos Barões, prevista na Magna Carta, levou à formação do Parlamento, com duas câmaras, que exerciam funções legislativas e limitavam os poderes reais.
d) a Câmara dos Lordes, que reunia os nobres leigos e eclesiásticos escolhidos pelo rei, tornou-se o órgão legislativo do Parlamento, cabendo-lhe o controle da cobrança dos tributos do Estado.


24. (UFG GO/2004)
I. Só a Igreja romana foi fundada por Deus.
II. Só o pontífice romano, portanto, tem o direito de ser chamado universal.
III. Só ele pode nomear e depor bispos. [...]
VIII. Só ele pode usar a insígnia imperial.
IX. O papa é o único homem a quem todos os príncipes beijam os pés.
XII. É-lhe lícito destituir os imperadores.
GREGÓRIO VII, Dictatus papae. Apud SOUZA, José Antonio C. R. de; BARBOSA, João Morais. O reino de Deus e o reino dos homens. Porto Alegre: Edipucrs, 1997. p. 47-48.
O documento expressa a concepção do poder papal de Gregório VII (1073-1085) que se relaciona com:
a) o Cisma do Oriente, que selou a separação entre as duas Igrejas, a católica romana e a ortodoxa grega.
b) o Cativeiro de Avinhão, período de 70 anos em que os papas submeteram-se à autoridade do rei da França.
c) Querela das Investiduras, conflito político que demarcou as esferas do poder papal e as do poder imperial.
d) a Doação de Constantino, que serviu como justificativa para o estabelecimento do Patrimônio de São Pedro.
e) o Cisma do Ocidente, que dividiu a autoridade suprema da Igreja entre dois papas, o de Roma e o de Avinhão.


25. (UNESP SP/2005) A obra de Jan van Eyck – O casal Arnolfin i (1434) – revela traços marcantes da pintura renascentista. Entre esses traços presentes na obra de van Eyck, pode-se identificar a temática:
a) burguesa e o liberalismo.
b) religiosa e os valores greco-romanos.
c) profana e a busca do transcendente.
d) pagã e o cientificismo.
e) profana e a perspectiva.

GABARITO

1. (UNESP SP/2004) A fim de satisfazer as necessidades do castelo, os comerciantes começaram a afluir à frente da sua porta, perto da ponte: mercadores, comerciantes de artigos caros e, depois, donos de cabaré e hoteleiros que alimentavam e hospedavam todos aqueles que negociavam com o príncipe (...) Foram construídas assim casas e instalaram-se albergues onde eram alojados os que não eram hóspedes do castelo (...) As habitações multiplicaram-se de tal sorte que foi logo criada uma grande cidade.
(Jean Long, cronista do século XIV.)
De acordo com o texto, o nascimento de algumas cidades da Europa resultou da:
a) transformação do negociante sedentário em comerciante ambulante.
b) oposição dos senhores feudais à instituição do mercado no seu castelo.
c) atração exercida pelos pregadores religiosos sobre a população camponesa.
d) insegurança provocada pelas lutas entre nobres feudais sobre a atividade mercantil.
e) fixação crescente de uma população ligada às atividades mercantis.


2. (UNESP SP/2004) A respeito da formação das Monarquias Nacionais europeias na passagem da Idade Média para a Época Moderna, é correto afirmar que:
a) o poder político dos monarcas firmou-se graças ao apoio da nobreza, ameaçada pela força crescente da burguesia.
b) a expansão muçulmana e o domínio do mar Mediterrâneo pelos árabes favoreceram a centralização.
c) uma das limitações mais sérias dos soberanos era a proibição de organizarem exércitos profissionais.
d) o poder real firmou-se contra a influência do Papa e o ideal de unidade cristã, dominante no período medieval.
e) a ação efetiva dos monarcas dependia da concordância dos principais suseranos do reino.


3. (UNIFOR CE/2003) A figura evidencia o desenvolvimento das cidades medievais durante a Idade Média. A partir do século XII, muitas dessas cidades ultrapassaram os limites de suas muralhas, às margens das quais proliferam subúrbios como se vê na ilustração.
(Georges Duby. Ano 1000 ano 2000: na pista de nossos medos. Trad. São Paulo: Unesp, 1998)
Considera-se um dos principais fatores para o crescimento das cidades medievais:
a) a limitação do acesso dos pobres às propriedades situadas no lado de dentro das muralhas, que os obrigou a instalarem-se em áreas menos valorizadas.
b) a invasão constante dos povos bárbaros que obrigava os camponeses a buscar refúgio nas cidades e em suas proximidades.
c) o desenvolvimento do comércio e a expansão da produção agrícola que estimularam um grande aumento populacional.
d) a mecanização da agricultura que dispersou parte da mão-de-obra braçal e estimulou a migração de camponeses para a cidade.
e) o aumento do fluxo imigratório para a Europa, impulsionado pelo enriquecimento causado pelas descobertas de novas terras e a expansão marítimo-comercial.


4. (UNIFOR CE/2003) Considere o texto a seguir.
“Ainda que irmãos, vós vos despedaçais mutuamente, cometeis sacrilégios (…) cessai, pois, de assassinar vossos irmãos e, em vez disso, marchai contra as nações estrangeiras e combatei por Jerusalém.”
Discurso do papa Urbano II feito no Concílio de Clermont, em 27 de novembro de 1095.
(Ricardo Maranhão & Maria Fernanda Antunes. Trabalho e Civilização: do ocidente ao oriente. São Paulo: Moderna, 1999, p. 72)
O “combate por Jerusalém” a que se refere o papa Urbano II, nesse discurso, diz respeito:
a) à Guerra de Reconquista dos cavaleiros cristãos contra os muçulmanos que haviam ocupado o norte da Península Ibérica desde o século VIII.
b) à defesa da Europa contra as tropas do Império Bizantino que haviam dizimado toda a população cristã de Jerusalém em nome do islamismo.
c) à luta pacífica através da propagação da fé cristã, expressa por meio de penitências e longas marchas em peregrinação a lugares sagrados como Jerusalém.
d) às expedições militares, denominadas cruzadas, organizadas pela Igreja para tornar Jerusalém, considerada Terra Santa, do domínio muçulmano.
e) à Guerra Santa contra os hereges, os infiéis e os governantes ateus que ameaçavam a hegemonia da Igreja Católica na Europa.


5. (FGV/2003) A respeito das cidades medievais, é correto afirmar:
a) As cidades da Idade Média Central (sécs. XI-XIII), constituídas no interior do sistema feudal, desvencilharam- se das atividades agrícolas e significaram uma completa ruptura com relação ao cenário rural dominante.
b) Encravadas no mundo rural, as cidades da Idade Média Central (sécs. XI-XIII) representaram uma profunda alteração com relação às cidades da Antiguidade clássica na medida em que passaram a constituir principalmente centros econômicos, onde, além do comércio, desenvolveram a especialização de funções e a divisão social do trabalho.
c) As cidades da Idade Média Central (sécs. XI-XIII) estabeleceram-se a partir dos modelos da Antiguidade Oriental, recriando, em novas condições históricas, as instituições políticas características do mundo helenístico.
d) O desenvolvimento e a proliferação das cidades da Idade Média Central (sécs. XI-XIII) ocorreu num contexto de retração econômica decorrente, entre outros fatores, da diminuição das áreas cultivadas, da queda acentuada do volume de mão-de-obra e da estagnação das técnicas agrícolas.
e) A expansão urbana da Idade Média Central (sécs. XIXIII) foi decisiva para o desenvolvimento de uma nova sensibilidade religiosa, na qual o modelo da Jerusalém Celestial esteve presente e estimulou o aparecimento de grupos religiosos essencialmente urbanos, como os cluniacenses e os cistercienses.


6. (FGV/2003) A respeito de Portugal durante a época Moderna, é correto afirmar:
a) A montagem do vasto império ultramarino esteve ligada ao fortalecimento dos setores aristocráticos que dominavam os principais postos e funções do Estado lusitano.
b) A vinculação à monarquia espanhola durante a União Ibérica (1580-1640) estimulou o movimento republicano vitorioso na revolta de 1640.
c) Vantajosos tratados econômicos foram estabelecidos com a Inglaterra, desde o século XVII, o que garantiu a prosperidade da economia portuguesa durante a crise do Antigo Sistema Colonial.
d) Durante a União Ibérica (1580-1640), estreitou-se ainda mais a parceria entre os portugueses e os holandeses, que financiavam e distribuíam na Europa os produtos coloniais brasileiros.
e) Ao contrário das demais sociedades européias, o Antigo Regime português caracterizou-se pela ausência de conflitos religiosos e pelo interesse na produção cultural estrangeira.


7. (UFTM MG/2003) As Cruzadas, organizadas durante a Idade Média, tiveram importante repercussão na Europa porque:
a) favoreceram o comércio entre Oriente e Ocidente, com a liberação do Mediterrâneo.
b) reforçaram as instituições feudais, por terem sido organizadas pela nobreza.
c) libertaram o Egito e áreas da Síria do domínio muçulmano.
d) permitiram a reconquista definitiva da Terra Santa, com a expulsão dos turcos otomanos.
e) diminuíram as atividades mercantis e a intolerância religiosa dos cristãos europeus.


8. (FURG RS/2005) A partir do século XII, desenvolveu-se o Burgo Medieval, cujo crescimento está relacionado aos seguintes fatores:
I) surgimento de uma economia urbana artesanal;
II) movimento das Cruzadas rumo ao Oriente e norte da África;
III) despertar das cidades da Europa Ocidental;
IV) divisão de trabalho entre artesãos-industriais e comerciantes;
V) política de crédito e comércio monetário incentivada pelas concepções éticas da Igreja.
São verdadeiros os itens:
a) I, II, III e V.
b) I, II, III e IV.
c) I, III, IV e V.
d) I, II, IV e V.
e) I, II, III, IV e V.


9. (FUVEST SP/2004) “Quanto às galeras fugitivas, carregadas de doentes e feridos, tiveram que enfrentar, no rio Nilo, os navios dos muçulmanos que barravam sua passagem e foi um massacre quase total: os infiéis só pouparam aqueles que pudessem ser trocados por um bom resgate. A cruzada estava terminada.
E foi cativo que o rei entrou em Mansourah, extenuado, consumido pela febre, com uma desinteria que parecia a ponto de consumi-lo. E foram os médicos do sultão que o curaram e o salvaram.”
Joinville. Livro dos Fatos (A 1ª Cruzada de São Luiz)
Os acontecimentos descritos pelo escritor Joinville, em 1250, revelam que as Cruzadas foram:
a) organizadas pelos reis católicos, em comum acordo com chefes egípcios, para tomar Jerusalém das mãos dos muçulmanos.
b) consequência das atrocidades dos ataques dos islâmicos nas regiões da Península Ibérica.
c) uma resposta ao domínio do militarismo árabe que ameaçava a segurança dos países cristãos e do papado.
d) um movimento de expansão de reis cristãos e da Igreja romana nas regiões do mundo islâmico.
e) expedições militares organizadas pelos reis europeus em represália aos ataques dos bizantinos a Jerusalém.


10. (UECE/2004) O aumento das contestações aos dogmas da Igreja, na Europa Ocidental, levou o Concílio de Verona, em 1184, a nomear bispos para visitarem duas vezes por ano as paróquias suspeitas de heresia.”
Fonte: NOVINSKY, Anita. A Inquisição. São Paulo: Brasiliense,1986, p. 15
Tomando por base o comentário apresentado, é correto afirmar:
a) a inquisição foi estabelecida para combater a propagação do ideário protestante;
b) a permanência de ideias separatistas, no seio da Igreja católica, restringia-se à Itália;
c) a reação da nobreza, ao poder temporal da Igreja, fez aumentar as manifestações à doutrina eclesiástica em diferentes países da Europa;
d) a caça aos hereges, organizada pela Igreja, também contou com o apoio da nobreza, demonstrando uma implicação política das perseguições.


11. (PUC PR/2006) Facilitando o comércio e evitando os perigos do transporte do dinheiro amoedado, surgiram os títulos de crédito, como cheques, letras de câmbio, conhecimentos de depósito, e outros, marcando inclusive o nascimento do direito comercial.
Esses progressos comerciais tiveram origem:
a) no livro de autoria de Marco Polo que revelava idênticas práticas dos chineses.
b) durante a Primeira Cruzada, que conquistou Jerusalém.
c) na iniciativa dos monarcas ingleses do final da Guerra dos Cem Anos.
d) nas feiras medievais.
e) na corte portuguesa dos monarcas da dinastia de Avis.


12. (UEG GO/2004) Durante a Idade Média, o século XII foi marcado por uma crise ou reforma religiosa que teve como intuito um retorno à vita apostolica, isto é, ao florescimento de um estilo de vida novo, baseado no retorno ao exemplo de Cristo e dos apóstolos.
Sobre esse momento, marque a alternativa CORRETA:
a) O redespertar espiritual do século XII considerava que o monopólio cultural da Igreja deveria ser destruído em função da distância entre a chamada cultura erudita e a cultura popular.
b) A fundação de novas ordens monásticas, como os Templários e a Ordem de Cristo, refletiu a necessidade de renovação dos quadros eclesiásticos da Igreja.
c) A nova consciência espiritual do século XII foi marcada pelo desejo dos leigos de participar da vida religiosa, destacando-se os valdenses e os humiliati, acusados, posteriormente, de heresia.
d) Nas artes, o maior reflexo desse redespertar espiritual foi a arquitetura. A verticalidade do estilo gótico foi uma herança da cultura romana, refletindo o domínio do cristianismo desde a fundação de Roma.
e) O ambiente intelectual vivenciou o retorno às obras de Santo Agostinho, que propunham o fortalecimento do poder dos leigos na vida religiosa.


13. (UESPI/2004) O amplo domínio da Igreja Católica, na Idade Média, se dava também no campo da produção cultural. O pensamento cristão teve figuras importantes como Santo Tomás de Aquino, que:
a) seguidor de Platão, defendia a divisão da riqueza social.
b) defendia o livre arbítrio, contrapondo-se à teoria da predestinação de Santo Agostinho.
c) foi contemporâneo de Santo Anselmo, com quem estabeleceu as bases da Escolástica.
d) apoiou a instalação do tribunal da Inquisição para julgar os hereges e pecadores.
e) formulou as ideias básicas do luteranismo e do calvinismo.


14. (UFAC/2002) “…Mas, considerando que, depois de ter sido admoestado (...) a abandonar inteiramente a falsa opinião de que o Sol é o centro do mundo e é imóvel, e de que a Terra não é o centro do mesmo e que se move, e que não devo adotar, defender nem ensinar de nenhuma forma, seja oralmente, seja por escrito, a dita falsa doutrina, e depois de ter sido notificado a mim que referida doutrina era contrária às Sagradas Escrituras, escrevi e mandei imprimir um livro em trato da já condenada doutrina e aduzo argumentos de muita eficácia em seu favor, sem chegar a nenhuma conclusão...”
(Galileu Galilei, 22 de junho de 1633)
Esse trecho é parte de uma carta que o autor publicou após seu julgamento em Roma, pelo Tribunal:
a) das Cortes Reais.
b) dos Nobres de Veneza e Florença.
c) da Igreja Luterana.
d) do Convento de Minerva.
e) do Santo Ofício.


15. (UFAC/2002) Sobre as atividades econômicas nos burgos medievais, é correto afirmar que eram controladas:
a) pelos senhores feudais.
b) pela Igreja Católica.
c) pelos Grêmios ou Corporações de Artes e Ofícios.
d) pelos servos das glebas.
e) pelo Vaticano.


16. (UFC CE/2005) Em relação à poesia e à literatura na Idade Média é correto afirmar que:
a) a obra-prima “A Divina Comédia” de Dante Alighieri representa a renovação dos valores artísticos, na baixa Idade Média.
b) os ciclos de poemas e romances da “Távola Redonda” colocavam em cena as lutas fratricidas de Carlo Magno contra o Rei Artur.
c) a “canção de gesta”, muito popular nas feiras e festas, envolvia as técnicas da mímica e das marionetes.
d) a escolástica, disciplina teológico-filosófica dominante no conhecimento medieval, caracterizava-se pela denúncia da filosofia grega da Antiguidade.
e) a “Canção de Rolando”, epopeia épica, muito em voga na Idade Média, retratava as invasões germânicas ocorridas a partir do século V.


17. (UFSCAR SP/2004) Dois pobres homens refugiaram-se na igreja dos bem-aventurados Marcelino e Pedro, mártires de Cristo, confessando que eram culpados e que tinham sido convictos de roubo em vossa presença, como tendo furtado caça grossa numa floresta senhorial.
Já pagaram uma parte da composição e deveriam pagar o resto, mas declararam que não têm com que fazer, por causa da sua pobreza. Venho, pois, implorar a vossa benevolência, na esperança de que (...) vos digneis tratálos com toda a indulgência possível (...).
(Eginhard. França, século IX.)
A partir da análise do documento, é correto afirmar que, durante boa parte da Idade Média,
a) a floresta senhorial era área comum de caça para servos e senhores.
b) os padres católicos opunham-se às leis senhoriais.
c) os servos burlavam leis feudais por conta de sua condição social.
d) as penas para crimes só eram estabelecidas por magistrados eclesiásticos.
e) os senhores feudais não podiam contrariar as leis.


18. (UNIFESP SP/2005) Terminada a Antiguidade, havia à disposição do Ocidente medieval duas concepções filosóficas fundamentais e distintas: a visão grega (resumida por Aristóteles) de que o homem foi formado para viver numa cidade, e a visão cristã (resumida por Santo Agostinho) de que o homem foi formado para viver em comunhão com Deus.
Nos últimos séculos da Idade Média, com relação a essas duas filosofias, é correto afirmar que:
a) foram reconciliadas por São Tomás de Aquino ao unir razão (livre-arbítrio) com revelação (fé).
b) entraram em conflito e deram lugar a uma nova visão, elaborada por frades beneditinos e dominicanos.
c) continuou a prevalecer a visão grega, como se pode ver nos escritos de Abelardo a Heloísa.
d) sofreram um processo de adaptação para justificar a primazia do poder temporal ou secular.
e) passou a predominar a visão cristã, depois de uma longa hegemonia da visão grega.


19. (UNIFESP SP/2005) Durante a Baixa Idade Média (séculos XI a XIV), o Ocidente importou, com regularidade e intensidade crescentes, especiarias de áreas e civilizações não cristãs.
Essas mercadorias eram:
a) adquiridas por meio de escambo (trocadas por quinquilharias) ou por roubo dos povos produtores, como na costa ocidental da África.
b) compradas com moedas nos portos do Mediterrâneo oriental, ou trocadas por tecidos de lã, provenientes de Flandres e das cidades do norte da Itália.
c) obtidas com exclusividade pelos bizantinos, os quais as revendiam, igualmente com exclusividade, aos mercados venezianos.
d) vendidas nos portos europeus pelos comerciantes árabes, depois de trazidas do Oriente por caravanas de camelos.
e) transportadas por navios de cabotagem, principalmente ibéricos, que as vendiam nos mercados da Europa do Norte.


20. (FGV/2005) A partir de 1348, irrompeu na Europa, proveniente do continente asiático, a chamada Peste Negra. Seu efeito foi devastador, chegando a provocar a morte de mais de 25% da população européia durante o século XIV.
Sobre a Peste Negra, podemos afirmar que:
a) A epidemia foi responsável pela recuperação econômica da Europa medieval após séculos de retração e crises de abastecimento.
b) Comunidades judaicas foram responsabilizadas pela epidemia e perseguidas pelos cristãos, que acionavam o sentimento antijudaico existente na Idade Média.
c) A epidemia provocou a busca de novas terras protegidas do contágio com a peste, resultando na conquista do norte da África e da Palestina pelos europeus.
d) A epidemia freou o processo de dissolução do feudalismo e provocou a implementação de práticas escravistas em toda a Europa Ocidental.
e) A epidemia foi controlada ao final da Idade Média e desapareceu completamente do território europeu nos séculos XVI e XVII.


21. (PAES MG/2004) Leia o texto que se segue.
“As cruzadas ajudaram a despertar a Europa do seu sono feudal, espalhando sacerdotes, guerreiros, trabalhadores e uma crescente classe de comerciantes por todo o continente; intensificaram a procura de mercadorias estrangeiras; arrebataram a rota do Mediterrâneo das mãos dos muçulmanos e a converteram, outra vez, na maior rota comercial entre o Oriente e o Ocidente, tal como antes.”
(HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1979, p. 30. Citado por VICENTINO, Cláudio. História Geral. São Paulo: Scipione, 1997, p.136)
O texto acima
a) demonstra que as Cruzadas obedeciam a imperativos econômicos, sendo desprovidas de caráter religioso, como ficou provado na reconquista do Mediterrâneo pelos ocidentais.
b) denuncia o caráter belicoso da Igreja Católica medieval que, fundada em princípios eurocêntricos, se julgava no direito de intervir nas culturas diferentes, tais como as de origem oriental.
c) aponta o caráter comercial presente no movimento cruzadista, bem como as consequências que o mesmo veio acarretar à Europa Ocidental na Baixa Idade Média.
d) considera as Cruzadas o movimento fundamental que dá início ao sistema capitalista em substituição ao feudal, pois torna possível a acumulação primitiva de capital pelo saque das riquezas dos muçulmanos.


22. (PUC RS/2005) INSTRUÇÃO: Considere as seguintes afirmativas sobre as Cruzadas, movimento militar-religioso que ocorreu a partir do século XI na Europa Ocidental.
As Cruzadas
I. foram também utilizadas pelos reinos cristãos da Europa para expulsar os árabes da Península Ibérica.
II. serviram como um enfrentamento ao decréscimo populacional sofrido pela Europa no período, constituindo-se em uma forma de conquista de mão-de-obra servil e escrava.
III. deveriam, como iniciativas do papado, servir para consolidar a unidade espiritual na Europa Ocidental, o que representaria um obstáculo para as contestações ao poder da Igreja, feitas por reis medievais e movimentos heréticos.
IV. determinaram a decadência das cidades independentes do norte da Itália, como Gênova e Veneza, pois contribuíram para deslocar as rotas comerciais mediterrânicas para o Atlântico.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e II
b) I e III
c) III e IV
d) I, II e IV
e) II, III e IV


23. (PUC RS/2005) INSTRUÇÃO: Leia o texto abaixo.
“A comuna [cidade] medieval legou ao Estado Moderno uma sólida tradição de intervenção na vida econômica e social. Ela não era indiferente a nenhuma das atividades profissionais e comerciais de seus burgueses (...). Os Estados monárquicos dos séculos XV e XVI encontraram (...) neste tesouro de experiências e de regulamentos os primeiros elementos de sua política econômica.”
(DEYON, Pierre. Apud MARQUES, Adhemar. História moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2001, p. 84).
O texto estabelece uma relação histórica entre:
a) a servidão da gleba e o sistema manufatureiro.
b) a corveia e o colonialismo.
c) as corporações de ofício e o mercantilismo.
d) o sistema de produção doméstica e o liberalismo.
e) o escravismo moderno e as guildas.


24. (UDESC SC/2005) Na Idade Média européia, a Igreja era a instituição mais poderosa e grande proprietária de terras.
Sobre essa afirmativa, é INCORRETO afirmar:
a) A organização centralizada e hierarquizada permitiu que a Igreja ocupasse papel político preponderante na Idade Média da Europa.
b) O combate a crenças divergentes, através de instrumentos com a Inquisição, manteve a Igreja como portadora exclusiva da autoridade sobre a fé e a cultura.
c) As cruzadas foram movimentos de expansão do cristianismo e da cultura européia e eram movidas pela tolerância religiosa em relação aos muçulmanos.
d) No final da Idade Média, as monarquias europeias começaram um processo de centralização, ocasionando várias crises em suas relações com a Igreja.
e) A estrutura eclesiástica apresentava dois setores básicos; eram formados pelo clero secular e pelo clero regular.


25. (UEPB/2006) Sobre as Cruzadas, o mais longo conflito entre católicos e muçulmanos, assinale a única alternativa incorreta:
a) As Cruzadas foram antes de qualquer coisa um grande incentivo para o desenvolvimento comercial e científico da Europa, já que muito se investiu na construção naval, na indústria de bens de consumo e no desenvolvimento desde as táticas de combate até a culinária.
b) As Cruzadas consistiram em expedições guerreiras, estimuladas pelo papado, para a conquista dos territórios palestinos considerados santificados e que estavam sob domínio muçulmano haviam séculos.
c) Para arregimentar seus exércitos para lutarem contra os povos bárbaros do Oriente, o Papa Urbano II prometia aos guerreiros (ou Cruzados) total indulgência de seus pecados, além de pagamentos de vultosas quantias em espécie ou na forma de terras.
d) Apesar de terem durado tanto tempo (cerca de 200 anos), todas as Cruzadas foram vitoriosas e conseguiram destruir quase que totalmente a estrutura social, cultural, política e econômica de muitas das sociedades muçulmanas da época.
e) Em que pese todo o investimento feito pelos europeus para lançarem as Cruzadas, e mesmo com campanhas bem-sucedidas nas quais a presença muçulmana nos territórios bizantinos foi momentaneamente contida, eles foram derrotados e expulsos de Jerusalém pelas tropas do Sultão Saladino, em 1187.

GABARITO

1. (UFG GO/2006) O movimento cruzadístico, iniciado no século XI, revelou as tensões sociais próprias ao mundo feudal, que se expressaram:
a) no esforço da Igreja Católica em incentivar a veneração das relíquias e dos lugares santos em Jerusalém.
b) na expectativa dos cavaleiros cristãos e dos comerciantes genoveses e venezianos de obter fama e fortuna no Oriente Próximo.
c) no controle e na proteção, pelas ordens monásticomilitares, dos peregrinos europeus cristãos em viagem à Terra Santa.
d) na crítica ao imobilismo da Igreja Católica, incapaz de conter o avanço dos muçulmanos na Península Ibérica.
e) na ascensão de guerreiros europeus, excluídos da herança de terras, à posição de senhores feudais, na Terra Santa.


2. (UFC CE/2006) No ano de 1348, a peste negra devastou a Europa e ceifou um terço de sua população. Analise as afirmações abaixo sobre essa catástrofe.
I. Veio da Ásia pela rota da seda, em virtude do comércio estabelecido por negociantes genoveses e venezianos.
II. Ocorreu num século de retração da economia européia, marcado por várias revoltas camponesas, e contribuiu para o enfraquecimento do feudalismo.
III. Atingiu indiscriminadamente as várias categorias sociais, tanto das cidades como das áreas rurais, como ocorria com uma outra doença comum na época, a lepra.
Com base nas três assertivas, é correto afirmar que somente:
a) I é correta
b) II é correta
c) III é correta
d) I e II são corretas
e) II e III são corretas

3. (UFG GO/2007) Leia o texto abaixo, que se refere à história do significado do trabalho.

Do ponto de vista da história, uma das revoluções do cristianismo no Ocidente, reforçada pela tradição monástica hostil ao ócio, é ter feito do trabalho um valor.
IOGNA-PRAT, Dominique. Ordem (ns). In: Dicionário temático do ocidente medieval. Bauru/SP: EDUSC: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. p. 313. [Adaptado].
A respeito da história da concepção de trabalho, pode-se afirmar que, na
a) Grécia Antiga, as atividades manuais eram consideradas socialmente superiores.
b) Roma Antiga, o estatuto da escravidão limitava o trabalho do escravo às atividades no campo.
c) Roma republicana, o trabalho foi pensado como preço a ser pago pelo castigo decorrente do pecado original.
d) Idade Média, concebeu-se o trabalho como meio pelo qual o fiel poderia elevar-se de sua condição mundana.
e) Baixa Idade Média, o estatuto do trabalho nas cidades era semelhante ao da servidão nos campos.



4. (UFPB/2006) Nos séculos XIV e XV, após um longo período de crescimento e expansão, a Ordem Feudal do Ocidente europeu vivenciou uma longa e profunda crise que culminou no advento dos ‘Tempos Modernos’.
Nesse sentido, NÃO constitui um acontecimento histórico relacionado à crise:
a) A Peste Negra
b) A Guerra dos Trinta Anos
c) As revoltas comunais
d) A Guerra dos Cem Anos
e) As Jacqueries


5. (UFPE/2006) Analise as afirmativas abaixo relacionadas com a existência das Cruzadas.
I) As Cruzadas eram expedições organizadas pelos senhores feudais, com a finalidade de reativar a vida nos feudos.
II) As Cruzadas, expedições marcadas por interesses religiosos e econômicos, contavam com a participação da Igreja Católica.
III) As Cruzadas não trouxeram contribuições para a economia no Ocidente, pois criaram conflitos inexpressivos e exacerbaram o fanatismo religioso.
IV) A participação da população pobre nas Cruzadas foi significativa e aponta para um dos momentos de crise do sistema feudal.
V) Os lucros dos nobres nas Cruzadas contribuíram para revitalizar a economia feudal, com a adoção do trabalho assalariado.
Está(ão) correta(s):
a) IV apenas
b) II e III apenas
c) I apenas
d) I, II, III, IV e V
e) II e IV apenas


6. (EFOA MG/2006) A partir da baixa Idade Média, alguns fatores, como o desenvolvimento comercial e urbano, contribuíram para o fortalecimento do poder real. Sobre as consequências da centralização do poder nas mãos dos reis, é INCORRETO afirmar que:
a) o comércio ficou enfraquecido, pois se reduziu a liberdade dos grupos mercantis que percorriam a Europa vendendo seus produtos.
b) o rei passou a monopolizar a força, a justiça e a tributação, o que contribuiu para o fortalecimento da burguesia e o enfraquecimento do clero e da nobreza.
c) o poder do rei se estendeu por todo o território, o que contribuiu para a uniformização das leis e das instituições políticas, jurídicas e administrativas.
d) o particularismo, ou seja, o poder exercido pelos senhores feudais, e o universalismo, designando o poder papal e do Sacro Império, foram enfraquecidos.
e) o Renascimento acelerou a centralização monárquica, uma vez que a defesa do individualismo era um estímulo para a identificação do rei com o ideal nacional.


7. (UFU MG/2005) A Baixa Idade Média, período que vai do século X ao XV, foi marcada por processos históricos que desencadearam a crise do feudalismo, transformações de hábitos e costumes em relação ao tempo e ao trabalho. A esse respeito, assinale a alternativa INCORRETA.
a) as cruzadas mesclaram interesses de cristianização de povos considerados infiéis e de expulsão de povos bárbaros de importantes regiões e rotas comerciais. A expulsão dos mouros da Península Ibérica fortaleceu as monarquias de Portugal e Espanha, criando condições para que estes se tornassem pioneiros nas grandes navegações.
b) nas cidades, a nascente burguesia aliou-se à Igreja contra o poderio da nobreza feudal, lutando pela centralização do poder e impondo novos valores, como o saber erudito das Universidades, a usura e o trabalho das corporações de ofício responsáveis pela produção em larga escala de artigos manufaturados.
c) na Baixa Idade Média foram construídas grandes catedrais em estilo gótico, mostrando a imponência da Igreja Católica. Por outro lado, proliferam obras que rompiam com dogmas católicos e apresentam visões profanas e laicas sobre o homem.
d) na crise do feudalismo o tempo passou do domínio sagrado para o laico. O tempo cíclico da Igreja, em que predominavam as mudanças naturais e climáticas, deu lugar ao tempo regido pelas necessidades de acumulação de capital pela nascente burguesia, promovendo a disciplina e a rotina semanal de trabalho nas manufaturas.


8. (UNAERP SP/2006) As corporações eram organizações existentes nas cidades, das quais participavam indivíduos que praticavam o mesmo oficio, os artesãos. Inicialmente, esse sistema apresentava duas características básicas:
a) Igualdade entre os mestres das diferentes corporações e possibilidades de acesso ao posto de mestre pelos seus colaboradores constituídos pelos oficiais ou companheiros e aprendizes.
b) Alargamento do mercado e a diferenciação dentro da corporação.
c) As maiores controlavam as atividades mais rendosas e monopolizavam, juntamente com os grandes comerciantes, o governo das cidades.
d) Os ricos artesãos, através de uma série de regulamentos, dificultavam o acesso ao posto de mestre dentro das corporações e monopolizavam o comercio dos produtos orientais.
e) Impossibilidade de os aprendizes ascenderem ao posto de mestre e inexistência de diferenciação dentro das corporações.


9. (UNESP SP/2006) Leia os dois textos seguintes.
No Ocidente Medieval, a unidade de trabalho é o dia [...] definido pela referência mutável ao tempo natural, do levantar ao pôr-do-sol. [...] O tempo do trabalho é o tempo de uma economia ainda dominada pelos ritmos agrários, sem pressas, sem preocupações de exatidão, sem inquietações de produtividade.
(Jacques Le Goff. O tempo de trabalho na ‘crise’ do século XIV.)
Na verdade não havia horas regulares: patrões e administradores faziam conosco o que queriam. Normalmente os relógios das fábricas eram adiantados pela manhã e atrasados à tarde e em lugar de serem instrumentos de medida do tempo eram utilizados para o engano e a opressão.
(Anônimo. Capítulos na vida de um menino operário de Dundee, 1887.)
Entre as razões para as diferentes organizações do tempo do trabalho, pode-se citar:
a) a predominância no campo de uma relação próxima entre empregadores e assalariados, uma vez que as atividades agrárias eram regidas pelos ritmos da natureza.
b) o impacto do aparecimento dos relógios mecânicos, que permitiram racionalizar o dia de trabalho, que passa a ser calculado em horas no campo e na cidade.
c) as mudanças trazidas pela organização industrial da produção, que originou uma nova disciplina e percepção do tempo, regida pela lógica da produtividade.
d) o conflito entre a Igreja Católica, que condenava os lucros obtidos a partir da exploração do trabalhador, e os industriais, que aumentavam as jornadas.
e) a luta entre a nobreza, que defendia os direitos dos camponeses sobre as terras, e a burguesia, que defendia o êxodo rural e a industrialização.


10. (UNIFESP SP/2006) Na Baixa Idade Média, mais precisamente entre os séculos XII e XIII, o centro-norte da Itália formava um viveiro de prósperas cidades que expressavam o vigor da retomada econômica do Ocidente naqueles séculos. Muitas dessas cidades, em termos político-administrativos, eram:
a) autônomas, organizadas como repúblicas, e internamente divididas em simpatizantes do papa (guelfos) e simpatizantes do imperador (gibelinos).
b) repúblicas, internamente coesas, e aliadas umas às outras na luta contra os poderes universais do papa e do imperador.
c) organizadas internamente como democracias, e externamente como uma federação, para tratar com o papa e o imperador.
d) governadas por condottieri, que garantiam sua independência frente aos inimigos externos, constituídos pelo papa e pelo imperador.
e) soberanas que, para escapar à dominação bizantina e sarracena, financiavam o Império e o Papado.


11. (UNIFOR CE/2006) Leia atentamente o texto a seguir.
Deixai os que outrora estavam acostumados a se baterem, impiedosamente, contra os fiéis, em guerras particulares, lutarem contra os infiéis (...) Deixai os que até aqui foram ladrões, tornarem-se soldados. Deixai aqueles que outrora se bateram contra seus irmãos e parentes, lutarem agora contra os bárbaros, como devem. Deixai os que outrora foram mercenários, a baixos salários, receberem agora a recompensa eterna. (...)
(Papa Urbano II, em Clermont, França, em 1095. In Leo Huberman. História da riqueza do homem. Trad. São Paulo: Zahar, 1984. p. 28)
O Papa Urbano II, no Concílio de Clermont, convocou os cristãos a retornarem a Terra Santa, ocupada pelos muçulmanos, dando origem:
a) às expedições militares motivadas exclusivamente pelo sentimento religioso de retomar as terras da cristandade aos infiéis.
b) ao movimento da cristandade em direção ao Oriente unicamente para estabelecer relações comerciais com os muçulmanos.
c) às expedições religiosas da Igreja Bizantina para manter contato mais próximo com os muçulmanos, importantes para o controle da região.
d) às expedições cristãs empreendidas contra os muçulmanos, motivadas pelo fervor religioso, conquistas territoriais e interesses comerciais.
e) às expedições cristãs organizadas pela Igreja com o intuito de conquistar terras e fortuna para a nobreza do Império Bizantino.


12. (UPE/2006) A Igreja dominou muitas das manifestações medievais. Seu poder ia além da religião, salientando-se também sua riqueza econômica. No entanto, existiram resistências e críticas aos exageros do poder católico. A ordem dominicana, fundada no século XIII,
a) incorporou muito dos ensinamentos das heresias existentes, revolucionando o catolicismo.
b) destacou-se pelos seus combates aos pagãos e pela sua atuação nas universidades da época.
c) seguiu o caminho aberto pelos franciscanos, criticando a vida dos papas medievais, cercada de luxo e poder.
d) aceitou as heresias da época, estimulando o desenvolvimento intelectual da Idade Média.
e) foi fundada para fazer oposição à ordem franciscana, que liderava a Igreja da época com seus ensinamentos.


13. (UFAM/2006) As Jacqueries que marcaram profundamente os momentos finais da Idade Média constituíam-se em:
a) Organizações de trabalhadores em guildas e corporações de ofício para fazer frente ao avanço da produção manufatureira;
b) Guerras religiosas iniciadas pelos calvinistas na Alemanha e Países baixos;
c) Cercamento dos campos pelos grandes proprietários rurais, com a consequente expulsão de camponeses e posseiros.
d) Revoltas populares urbanas contra o domínio senhorial e por maior liberdade de comércio;
e) Revoltas populares empreendidas pelas populações pobres do campo como consequência da escassez de alimentos, carestia e aumento de impostos.


14. (UFJF MG/2006) As primeiras universidades criadas na Baixa Idade Média foram a Universidade de Bolonha e a de Paris. Em sua grande maioria, eram ligadas à Igreja, fundadas pelo Papa ou por ele confirmadas. Monarcas e príncipes também julgavam-se no direito de poder criá-las.
Sobre as universidades medievais, é INCORRETO afirmar que:
a) o crescimento do número de universidades, principalmente após o século XII, estava atrelado à expansão dos setores urbano e comercial.
b) desde seu início, as universidades conseguiram manter-se afastadas da influência do pensamento predominante da Igreja Católica.
c) a criação das universidades ampliou a atividade de ensino, anteriormente centralizada junto aos mosteiros situados no campo.
d) o ensino abordava áreas de conhecimento como a gramática, a retórica, a lógica, a aritmética, a geometria, a astronomia e a música.
e) a filosofia escolástica, estudada nas universidades, buscava harmonizar a razão com a fé.


15. (UFPA/2006) Do século XII ao XIII, entre os cristãos europeus, a ideia da existência do Purgatório começou a tomar corpo no Ocidente Cristão como uma espécie de espaço da tolerância. Se antes as almas dos homens inevitavelmente se dirigiam para o Inferno ou para o Paraíso, agora houve uma transformação da mentalidade cristã, que
a) recuperava elementos religiosos do Paganismo antigo que estavam afinados com os preceitos dos dogmas cristãos.
b) criava as bases para a beatificação e canonização de santos que viveram na Antiguidade, na Grécia ou em Roma, antes do aparecimento de Cristo.
c) retomava o preceito platônico do mito da caverna - a formulação clássica do Purgatório na Filosofia grega, que separava a terra dos homens e o Olimpo dos deuses.
d) rompia com o preceito de que todos aqueles que haviam nascido antes do aparecimento de Jesus Cristo, mesmo os sábios e homens exemplares, estavam automaticamente condenados às profundezas das trevas.
e) possibilitou surgir, na doutrina oficial da Igreja, a tolerância defendida por Santo Agostinho em relação aos povos pagãos e as suas formas de religiosidade.


16. (FURG RS/2006) Sobre as Cruzadas, podemos afirmar que
a) surgiram pela influência da igreja católica na mentalidade popular.
b) expressavam certas especificidades como a não belicosidade.
c) ocorreram entre os séculos V e X d.C.
d) agiam em nome dos reis, sem ligações com a igreja católica.
e) representaram expedições militares realizadas pelos cristãos orientais.


17. (UEPB/2006) “Burgo é a denominação de inúmeras fortalezas edificadas nos inseguros séculos IX e X. Mantinham guarnições permanentes, sediavam os tribunais e residências dos grandes senhores e serviam de refúgio às populações vizinhas, tornando-se locais extremamente procurados por mercadores.
Com o crescimento demográfico, esses burgos ficaram pequenos para abrigar o crescente número de viajantes e comerciantes. Estes instalavam-se, então, em subúrbios fora das muralhas, chamados de forisburgos. Com o tempo os forisburgos cercavam-se também de muralhas que, envolvendo as antigas fortificações senhoriais, davam origem a novas cidades”.
(Ciro de Barros Rezende filho. As cidades medievais. São Paulo: Ática, 2003)
A respeito das cidades medievais, é correto afirmar:
a) O principal núcleo da população urbana era formado por nobres, artesãos e comerciantes.
b) A organização das cidades variava conforme os direitos e liberdades adquiridos pelos burgueses, mediante pagamento ao senhor feudal.
c) A estagnação comercial da Baixa Idade Média deu origem a novas cidades e à construção de castelos.
d) As hansas caracterizavam-se como um importante órgão administrativo das cidades medievais, indicando magistrados e prefeitos para a gestão urbana.
e) Por determinação da Igreja, as abadias não puderam se constituir como núcleos urbanos, como forma de impedir-se a ajuda aos pobres e necessitados que viviam sob seus muros.


18. (UFAC/2006) Falando do Período Medieval europeu, é errado fazer a seguinte afirmação:
a) Os laços de vassalagem no período medieval envolviam direitos e obrigações, dentre as quais se destaca a prestação de serviço militar para a proteção do suserano.
b) A educação era controlada principalmente pelo clero católico, que dominava as escolas dos mosteiros, as escolas paroquiais e as universidades.
c) A cultura, em geral, estava impregnada do ideal religioso e a fé superava a razão.
d) A Igreja foi, durante toda a Idade Média, uma instituição poderosa, não apenas do ponto de vista religioso, mas também em termos políticos, sociais, econômicos e culturais.
e) O Período Medieval europeu foi marcado pela total paralisação das atividades culturais, sendo corretamente chamado de Idade das Trevas.


19. (FMJ SP/2007) Após um período de estagnação, percebe-se, por volta do século XII, um renascimento das atividades comerciais no continente europeu. Dentre os fatores que possibilitaram tal fato, pode-se destacar
a) a concentração de poder nas mãos dos reis, submetendo os senhores feudais à sua autoridade e unificando a moeda em seus reinos.w.historiaemfoco.com.br
b) o surgimento de novas religiões cristãs, a partir da Reforma Protestante, que valorizavam o trabalho e o lucro.
c) a produção de um excedente agrícola, em função da utilização de novas técnicas, gerando bens para o mercado.
d) o crescimento da classe guerreira, a partir do aumento geral de população, garantindo a segurança das estradas.
e) o despovoamento dos campos, causado pela Peste Negra, tornando necessária a compra de gêneros alimentícios básicos.


20. (UFTM MG/2006) A peste negra devasta a Europa e ceifa um terço de sua população durante o verão de 1348. Como a Aids para alguns, essa epidemia é vivida como uma punição do pecado. Então, procuram-se bodes expiatórios e encontram-se judeus e os leprosos, acusados de envenenarem os poços. As cidades isolam-se, proibindo a entrada ao estrangeiro suspeito de trazer o mal. A morte está em toda parte, na vida, na arte, na literatura. Contudo, os homens desse tempo temem muito uma outra doença, a lepra, considerada o sinal distintivo do desvio sexual. Nos corpos desses infelizes refletir-se-ia a podridão de sua alma. Então leprosos são isolados, enclausurados. Uma rejeição radical que evoca algumas atitudes em relação à Aids.
(Georges Duby, Ano 1000, ano 2000: na pista de nossos medos)
De acordo com o texto,
a) tanto a sociedade medieval quanto a contemporânea desenvolveram atitudes solidárias em relação aos doentes.
b) explicações científicas acerca das epidemias medievais e da Aids predominaram, desde o início, sobre as sobrenaturais.
c) a peste negra serviu para abrandar o preconceito em relação a judeus e leprosos, levando ao questionamento dos valores feudais.
d) a sociedade medieval encontrou, nos estrangeiros, os verdadeiros culpados pelas epidemias, assim como se fez com a Aids.
e) em diferentes épocas, algumas pessoas consideraram a peste negra e a Aids como castigos divinos aos pecados.


21. (UFPEL RS/2006) “Sobre a Medicina: a existência do contágio (1313-1374).
Para aqueles que dizem: ‘Como poderemos nós admitir a possibilidade da infecção, quando a lei religiosa a nega?’ Replicamos que a existência do contágio é estabelecida pela experiência, investigação, evidência dos sentidos e relatos dignos de fé. Esses fatos constituem um argumento válido. O fenômeno do contágio torna-se claro para o investigador que verifica como aquele que entra em contato com os enfermos apanha a doença, enquanto o que não está em contato permanece são, e como a transmissão se efetua através do vestuário, vasilhame e atavios.”
Ibn al-Khatib de Granada. In: PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo: UNESP, 2000. [adapt.]
O texto do médico, na Idade Média, indica:
a) que há identificação entre Ciência e Fé, no período da Reforma, sendo isso um dos fatores para a criação do Protestantismo.
b) divergências entre Medicina e Fé, exemplificadas pela atual prevenção da AIDS, que tem por base o persistente princípio religioso da inexistência de contágio.
c) que o empirismo científico foi estimulado pela religiosidade européia medieval, durante o Renascimento.
d) entraves no desenvolvimento científico provocados pelos ideais religiosos, quando a Igreja Católica era hegemônica na Europa Ocidental.
e) que a Medicina ocidental apresentou grande progresso, devido à fé religiosa, durante a Peste Negra na Europa.


22. (UFPR/2005) “No coração da obra, esta ideia: Deus é luz. Desta luz inicial, incriada e criadora, participa cada criatura. Cada criatura recebe e transmite a iluminação divina segundo a sua capacidade, isto é, segundo o lugar que ocupa na escala dos seres, segundo o nível em que o pensamento de Deus hierarquicamente o situou.”
(DUBY, Georges. O tempo das catedrais. Lisboa: Estampa, 1979. p. 105.)
A citação resume o princípio norteador do estilo gótico, que predominou na arquitetura e na escultura religiosas da Europa Ocidental no século XIII. Sobre esse estilo e seus ideais, assinale a alternativa correta.
a) A luminosidade das catedrais góticas representa uma tentativa dos arquitetos da época de identificar os espaços sagrados com o entusiasmo predominante no século XIII, decorrente das boas condições de vida que se instauravam com a conjuntura de crescimento urbano, mercantil e agrícola que predominava naquele contexto. Com isso, a Igreja mantinha atualizados seu discurso e presença como convinha ao otimismo da época.
b) A necessidade de luminosidade levou ao desenvolvimento de técnicas cada vez mais apuradas de sustentação de grandes candelabros nas altas abóbadas, a fim de garantir, com velas de cera, a luz no interior da construção, visto que a luz natural é escassa na maior parte do ano nas regiões setentrionais da Europa.
c) Na Idade Média, todos os pensadores que discordavam do pensamento oficial da Igreja tinham que buscar espaços alternativos para a manifestação de suas ideias. As catedrais góticas, construídas nas cidades, são um exemplo desse tipo de espaço.
d) Como as catedrais eram construídas por mestres pedreiros, ferreiros, vitraleiros e carpinteiros, entre outros, a arquitetura das altas igrejas e a aparência de poder e verticalidade das construções decorriam das aspirações desses membros das corporações de ofícios de conquistarem o poder dentro das cidades.
e) Os vitrais representavam cenas ocorridas durante a construção das catedrais, que demoravam décadas até estarem concluídas, e apresentavam sobretudo cenas do trabalho dos mestres e trabalhadores manuais.


23. (UNESP SP/2006) Sabei que concedi aos tecelões de Londres para terem a sua guilda em Londres, com todas as liberdades e costumes que tinham no tempo do rei Henrique, meu avô. E assim, que ninguém dentro da cidade se intrometa neste ofício salvo por permissão dos [tecelões], a não ser que pertença à guilda, (...) Por isso ordeno firmemente que possam praticar legalmente o seu ofício em toda a parte e que possam ter todas as coisas acima mencionadas, tão bem, pacífica, livre, honrada e inteiramente como sempre as tiveram no tempo do rei Henrique, meu avô. Assim, paguem-me sempre em cada ano 2 marcos de ouro pela festa de S. Miguel.
(Monumenta Gildhallas Londoniensis, Líber Custamarum. Apud Marco Antônio Oliveira Pais, O despertar da Europa.)
O documento, de meados do século XII, faz referência
a) às corporações de ofício.
b) às relações de vassalagem.
c) ao Tribunal da Santa Inquisição.
d) ao direito senhorial da mão morta.
e) ao dízimo eclesiástico.


24. (UNIFAP AP/2006) A peste negra devasta a Europa e ceifa um terço de sua população durante o verão de 1348. Como a Aids para alguns, essa epidemia é vivida como uma punição do pecado [...].
(DUBY, Georges. Ano 1000 ano 2000: na pista de nossos medos, 1995.)
Marque a alternativa que NÃO expressa o contexto em que se insere o trecho acima.
a) Os efeitos da peste negra são uma das causas da agonia da ordem feudal.
b) Neste momento alguns procuravam a causa da peste em explicações sobrenaturais e preconceituosas. Assim, pode-se dizer que a peste negra representou castigo divino ao pecado cometido por seus portadores.
c) Na época, a epidemia conseguiu ser mais um determinante da divisão social, pois os ricos fugiam para suas casas de campo, enquanto que os pobres ficavam imobilizados nas cidades contaminadas.
d) A peste negra ocorreu no período chamado Alta Idade Média, um momento de grande prosperidade da economia na Europa Ocidental.
e) Enquanto alguns responsabilizaram os doentes e estrangeiros pela epidemia; outros começaram a ver o mundo, nessa época, de um modo diferente, questionando a ordem feudal.


25. (FGV/2007) “Em primeiro lugar, fizeram homenagem desta maneira: o conde perguntou ao futuro vassalo se queria tornar-se seu homem sem reservas, e este respondeu: ‘Eu o quero’; estando então suas mãos apertadas nas mãos do conde, eles se uniram por um beijo. Em segundo lugar, aquele que havia feito homenagem hipotecou sua fé (...); em terceiro lugar, ele jurou isto sobre as relíquias dos santos. Em seguida, com o bastão que tinha à mão, o conde lhes deu a investidura (...).”
(Galbert de Bruges, in Gustavo de Freitas, 900 textos e documentos de História)
Da situação descrita no documento, resultou
a) a formação de um exército de mercenários, pois os vassalos lutavam por terras, o que se tornou fundamental às monarquias nacionais.
b) o fortalecimento da autoridade dos monarcas, que ganharam o direito de comandar seus vassalos e, assim, reprimir as rebeliões senhoriais e camponesas.
c) a organização das Cruzadas, devido ao interesse do Papado em reafirmar seu poder sobre a cristandade após o Cisma do Oriente.
d) o surgimento de Estados nacionais, já que os reis conseguiram o apoio militar e financeiro dos nobres em sua luta contra os poderes locais.
e) a fragmentação do poder real, uma vez que os vassalos deviam obediência direta a seu suserano, que exercia autoridade em sua região.

GABARITO


1. (Mackenzie SP/2007) (...) Resta enfim a inatividade sagrada: a vida terrestre do homem é uma prova que, em caso de sucesso, conduz à felicidade eterna; o culto de Deus e dos santos é, portanto, uma atividade espiritual mais importante que o trabalho material. Este é imposto ao homem como resgate do pecado e como meio de santificação, mas não tem por fim senão a subsistência do homem. Nem o trabalho nem o produto do trabalho são um fim em si.
O calendário litúrgico impunha, pois, aos fiéis a cessação de toda atividade laboriosa por ocasião de um grande número de festas, a fim de que eles se consagrassem inteiramente ao culto. Assim, em razão do número de festas e de vigílias, a duração média do trabalho semanal não parece ter sido superior a quatro dias! No século XV suprimiu-se um bom número de festas com folga, mas no século XVI contavam-se ainda, anualmente, além dos domingos, umas sessenta delas. É evidente que a mentalidade medieval ignorava a obsessão pelo trabalho e pela produtividade, que seria rigorosa na época mercantilista (...).
Guy Antonetti - A economia medieval
Segundo o trecho acima, sobre a Idade Média, é correto afirmar que:
a) a economia, naquela época, conheceu períodos de profunda estagnação em razão do absoluto desinteresse dos homens pelo trabalho material e pelo lucro, preocupados que estavam apenas com o culto de Deus e dos santos.
b) um traço próprio da mentalidade medieval, quando comparada à de uma época posterior, é a ausência da obsessão pelo trabalho material e sua produtividade.
c) o excessivo número de festas religiosas imposto pela Igreja reduzia drasticamente os dias úteis de trabalho, provocando períodos de escassez de alimentos e, em consequência, uma maior preocupação dos homens com a vida eterna.
d) o anseio por resgatar-se do pecado original e por santificar-se levou o homem medieval a considerar o trabalho e seu produto um bem em si, ou seja, o caminho único que conduziria à felicidade eterna.
e) na época mercantilista, a supressão de um bom número de feriados religiosos foi a causa de ter nascido nos homens a obsessão pelo trabalho e pela produtividade, bem própria da mentalidade capitalista então nascente.


2. (UFV MG/2008) NÃO é característica do Período Medieval:
a) teocentrismo.
b) valorização do corpo.
c) valorização da razão.
d) vida simples e afastada dos desejos.


3. (UNIFESP SP/2007) Sobre as cidades europeias na época moderna (séculos XVI a XVIII), é correto afirmar que, em termos gerais,
a) mantiveram o mesmo grau de autonomia política que haviam gozado durante a Idade Média.
b) ganharam autonomia política na mesma proporção em que perderam importância econômica.
c) reforçaram sua segurança construindo muralhas cada vez maiores e mais difíceis de serem transpostas.
d) perderam, com os reis absolutistas, as imunidades políticas que haviam usufruído na Idade Média.
e) conquistaram um tal grau de autossuficiência econômica que puderam viver isoladas do entorno rural.


4. (UEL PR/2007) "Durante os séculos XI a XIII verificou-se nas atividades agrícolas e artesanais da Europa Centro-Ocidental um conjunto de transformações (...) que repercutiram no crescimento das trocas mercantis. Situa-se aí historicamente o chamado renascimento urbano medieval."
Fonte: RODRIGUES, A. E.; FALCON, F. A formação do mundo moderno. 2a. ed. Rio de Janeiro: Elesevier, 2006, p.9.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que tais mudanças econômicas:
a) Caracterizaram-se pelo desenvolvimento das técnicas de produção e amplo emprego de recursos energéticos, tais como carvão e petróleo.
b) Implicaram no capitalismo mercantil incrementado pelo amplo comércio atlântico, fomentado por negociantes italianos e príncipes alemães.
c) Aumentaram a produção no campo e na cidade e fomentaram a circulação de bens e moedas, viabilizados por novos instrumentos de crédito a governantes e comerciantes.
d) Privatizaram as terras e introduziram um modelo de produção fabril, promovido pelo governo britânico.
e) Reforçaram o predomínio político e comercial dos senhores feudais sobre os governos citadinos.


5. (UEPB/2007) O revigoramento do comércio na Europa ocidental, durante a Idade Média (séc. XI e XIII) aconteceu devido
a) à ação direta do clero católico, interessado em ampliar os ganhos da igreja, através da cobrança de dízimos.
b) ao desenvolvimento de técnicas náuticas que permitiram a navegação a longa distância superando os limites da navegação de cabotagem.
c) à existência de excedentes agrícolas provenientes da generalização de técnicas que ampliaram a produção além das necessidades de subsistência.
d) ao declínio do comércio das cidades italianas, envolvidas em conflitos com os árabes pelo controle do Mediterrâneo.
e) ao fim das obrigações feudais, que liberou o servo do trabalho pouco lucrativo dos campos.


6. (UFAM/2007) Um dos eventos mais marcantes do cenário político europeu na baixa Idade Média foi a eclosão da Guerra dos Cem Anos. Entre suas causas podem ser indicadas:
a) A reivindicação do direito ao trono francês feita por Eduardo III, da Inglaterra e a disputa do controle sobre a região de Flandes.
b) A invasão do noroeste francês pelos bretões e a interrupção do comércio marítimo francês no Mar do Norte.
c) O casamento de Henrique VIII com Ana Bolena e seu desejo de suceder Felipe IV no trono francês.
d) A transferência do papado de Roma para Avinhon, desagradando o clero e a nobreza da Inglaterra.
e) O desenvolvimento das manufaturas na Inglaterra e o consequente controle da rota comercial do mar do Norte.


7. (UFMA/2007) Identifique as proposições verdadeiras (V) e falsas (F) sobre a Inquisição na Europa.
Marque a sequência correta.
(__) Foi criada no período medieval e reativada pelo Concílio de Trento em reação à Reforma protestante no século XVI.
(__) Foi uma necessidade do Catolicismo para purificar os seus fiéis diante das heresias, sem o uso de violência corporal.
(__) Utilizava técnicas de tortura corporal por meio de suplícios que trariam a redenção dos denunciados.
(__) Foi um instrumento de controle social da Igreja e do Estado, exercido sobretudo pelos países ibéricos que a estenderam até a América.
(__) Restringiu-se ao período medieval quando a Igreja Católica dominou a sociedade, impondo os seus padrões morais e religiosos.
a) VFFVF
b) VFVVF
c) VFVFV
d) FVFVF
e) VVFFV


8. (UFPA/2007) No prólogo da Summa Teológica, S. Tomás de Aquino afirma que a Teologia consiste “no estudo de Deus considerado em si mesmo, do homem na medida em que se ordena a Deus, e do caminho pelo qual o homem pode alcançar a Deus, que é Cristo”.
Este pensamento representa a essência da nova cristandade medieval porque
a) percebe Deus e a teologia como o centro do conhecimento humano e fator de formação intelectual para o novo clero cristão medieval.
b) demarca o terreno de estudo cristão no homem como medida de todas as coisas, pois ele seria a imagem e semelhança de Deus.
c) delimita que a nova cristandade medieval deveria seguir a Suma Teológica, tornando-se especialista na leitura da Bíblia e aprendendo diretamente com ela.
d) cria a ideia democrática de Deus, na qual Ele deixou de ser considerado o ícone máximo do cristianismo, abrindo terreno para os santos e santas católicos.
e) inventa uma nova ideia de cristandade, na qual a fé era menos importante do que a razão e a lei na vida social medieval.


9. (UFRR/2007) Nos últimos séculos da Idade Média as transformações históricas foram drásticas. As novas circunstâncias impuseram igualmente aos homens que alterassem suas atitudes com relação a seu destino, à sociedade, à natureza e ao próprio campo do sagrado. Sobre os humanistas, conjunto de indivíduos desse período, é ERRADO afirmar que:
a) eram pessoas que desejavam dinamizar e revitalizar os estudos tradicionais procurando incluir estudos humanos que levava em conta a poesia, a filosofia, a história, a matemática e a eloquência.
b) eram um grupo de pessoas que se posicionavam contra a mensagem do evangelho e qualquer influência da Igreja, além de desejarem o retorno à Antiguidade, para viver tal qual os indivíduos daquela época.
c) exaltavam o indivíduo, os feitos históricos, a vontade e a capacidade de ação do homem, sua liberdade de atuação e participação na vida das cidades.
d) ao contrário dos teólogos, que tinham preocupação voltada para as almas e para Deus, ou seja, para os fenômenos espirituais e imateriais, os humanistas valorizavam o que de divino havia em cada homem, induzindo-o a expandir suas forças, a criar e a produzir, agindo sobre o mundo para transformá-lo, de acordo com sua vontade e seu interesse.
e) viveram um clima de insegurança e perseguição, alguns conheceram o exílio, outros foram submetidos à prisão e à tortura ou, ainda, condenados à fogueira pela inquisição ou decapitados por ordem real.


10. (UNIMONTES MG/2007) A passagem da Idade Média para a Idade Moderna, na Europa, não foi repentina, de uma hora para outra. Na verdade, as gerações que viveram naquele período nem sempre tiveram consciência de que experimentavam mudanças importantes na história.
(SCHMIDT, Mário F. Nova História Crítica: São Paulo: Nova Geração, 2005, p. 102)
A partir da análise do texto, considere as afirmativas abaixo e assinale para as corretas e para as incorretas.
(__) O autor entende que os períodos históricos, apesar de apresentarem marcos e características que os diferenciam entre si, não são homogêneos, e elementos de um período podem permanecer existindo em outros.
(__) O autor afirma que as características da Idade Média se prolongaram até o final da Idade Moderna, o que significa que a Europa feudal não aderiu às transformações socioeconômicas que ocorriam em outras partes do mundo.
(__) Pode-se inferir que a divisão histórica em períodos históricos tem um caráter didático, servindo principalmente para localização temporal do leitor, não sendo estática, porque as mudanças históricas geralmente não são bruscas ou definitivas.
(__) O autor afirma que a população da Europa Medieval, considerada pelos intelectuais da época como ignorante, selvagem e analfabeta, permaneceu, ao longo dos séculos XV ao XVIII, presa aos valores e costumes feudais, não aderindo aos projetos e práticas modernizantes advindos da Ásia e da Europa Oriental.
Você obteve:
a) C, C, I, I.
b) C, I, C, I.
c) I, C, I, C.
d) C, C, I, C.


11. (UNIOESTE PR/2007) Mas o que confia dinheiro seu a um mercador ou a um artífice, constituindo com ele certo tipo de sociedade, não lhe transmite o domínio desse dinheiro, que permanece seu, de tal sorte que o mercador negocia ou o artífice trabalha com tal dinheiro sob a responsabilidade do proprietário; por conseguinte, desta maneira, pode este licitamente receber uma parte dos ganhos, como fruto do seu dinheiro”.
O texto acima foi escrito por um filósofo e teólogo do século XIII, São Tomás de Aquino, na obra “Suma Teológica”e expressa a posição da Igreja sobre a questão do lucro. A justificativa do recebimento da remuneração pelo empréstimo está baseada:
a) na legitimação da usura, procedida pela Igreja no período medieval.
b) na ideia de que somente o trabalho que criava algo podia ser recompensado.
c) na legitimação do comércio de forma geral pela Igreja, pelos riscos que o mercador assumia.
d) na legitimação do trabalho dos banqueiros, condenando-se apenas o do mercador ávido de lucros.
e) na necessidade de regulamentar as trocas comerciais, instituindo mecanismos como as letras de câmbio.


12. (FFFCMPA RS/2007) Sobre a Igreja Medieval, considere as seguintes afirmativas:
I. Seus membros eram os principais detentores do saber escrito e, por isso, controlavam o ensino formal;
II. Com o intuito de manter-se soberana nos assuntos espirituais, a Igreja passou a perseguir os hereges usando de expedientes como a excomunhão e o Tribunal do Santo Ofício ou Inquisição;
III. O corpo da Igreja estava dividido em duas partes: o clero secular, que vivia em reclusão e era formado por monges e abades; e o clero regular, composto pelo Papa, arcebispos, abades e sacerdotes, os quais desenvolviam atividades voltadas para o público;
IV. Além do poder espiritual, a Igreja detinha grande poder material, acumulado graças às doações feitas pros fervorosos fiéis interessados em escapar da condenação divina.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I e III são verdadeiras.
b) Apenas III e IV são verdadeiras.
c) Apenas I e IV são verdadeiras.
d) Apenas II e III são verdadeiras.
e) Apenas I, II e IV são verdadeiras.


13. (PUC SP/2007) A Idade Média é muitas vezes chamada de “era das trevas”. A expressão
a) revela análise cuidadosa da inexpressiva produção intelectual e artística do período, voltada apenas à temática religiosa.
b) permite refletir sobre a forma como a história é escrita, com os julgamentos e avaliações que um período faz do outro.
c) nasceu do esforço medieval de negar a antiguidade oriental e valorizar a estética e a filosofia greco-romanas.
d) demonstra o desprezo do racionalismo contemporâneo pelas concepções mágicas tão em voga no período medieval.
e) descreve o único período da história ocidental em que os Estados nacionais, criados na antiguidade e recriados no século XV, não existiram.


14. (UECE/2007) O fenômeno das cruzadas se estende ao longo de dois séculos de história européia. Desde a conquista de Jerusalém pelos turcos (séc. XI) até a queda de São João D’Acre, última fortaleza cristã (séc.XIII) dominada pelos turcos muçulmanos. Das inúmeras causas da difusão do “espírito da cruzada”, destaca-se:
a) A necessidade dos abastados nobres europeus de encontrar aventura, glória e de obter o principal prêmio: o casamento com uma jovem nobre, bela e rica.
b) O cumprimento de uma obrigação religiosa: combater o infiel muçulmano era uma ação santa e representava a possibilidade de salvação eterna.
c) A presença de um profundo zelo religioso, característico da medievalidade, acompanhada de motivos econômicos e sociais da Europa.
d) A predominância de interesses econômicos das cidades comerciais que desejavam expandir suas atividades mercantis.


15. (UEM PR/2007) O período da história situado entre a queda do Império Romano (século V) e a tomada de Constantinopla pelos turcos (século XV) é conhecido como Idade Média. Sobre o Ocidente europeu, ao longo desse período, assinale a alternativa incorreta.
a) O feudalismo, que predominou durante uma parte desse período, era um sistema fundamentalmente agrário, baseado em formas específicas de exploração da propriedade rural, chamada domínio ou senhorio.
b) Para a Igreja medieval, o indivíduo tinha um destino espiritual, isto é, uma outra vida após a morte e, na sua curta passagem pela Terra, ele devia preocupar-se com a busca da salvação.
c) O renascimento comercial, ocorrido após as Cruzadas, promoveu o crescimento urbano e o desenvolvimento da economia monetária.
d) A expansão da cristandade, no século XI, não se limitou às cruzadas no Oriente. Concomitantemente às cruzadas no Oriente, os reinos cristãos da Península Ibérica começaram um movimento chamado “Reconquista”, para expulsar os muçulmanos daquela Península.
e) No feudalismo, as relações entre senhores e servos eram chamadas de suserania e vassalagem e caracterizavam-se pela inexistência de direitos por parte dos camponeses.


16. (UFC CE/2007) O surgimento das grandes cidades (burgos) na Europa ocidental, no período da Baixa Idade Média, esteve relacionado:
a) à mudança no perfil da economia, em que a economia de subsistência e de trocas naturais tendia a ser suplantada pela economia monetária centrada na necessidade de centros de produção e entrepostos comerciais.
b) à transformação da nobreza em burguesia, que passou a explorar suas terras, de forma a atender ao mercado em expansão, e mudou-se para as áreas urbanas a fim de comercializar seus produtos.
c) à eclosão de revoltas populares, que resultaram no deslocamento de grandes contingentes populacionais das áreas rurais, a fim de fugir da exploração servil nos campos.
d) ao desaparecimento das corporações de ofício, que permitiu uma ampliação do contingente de mão–de–obra dedicada à produção manufatureira e às plantações, antes restrita aos mestres e aprendizes.
e) à Peste Negra que se alastrou pelo campo e empurrou as populações rurais para as áreas mais urbanizadas, onde existiam melhores condições de higiene e salubridade e ocupação ordenada do espaço.


17. (UFCG PB/2007) “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus”.
(Marcos, cap. 10, v. 25. BÍBLIA SAGRADA. Revista e Corrigida. São Paulo: SBB, 1995)
O texto acima, que institui as identidades de pobreza e de riqueza no discurso cristão, é uma metáfora que tem o poder de representar os lugares de (in)felicidade. Sobre esta temática, é INCORRETO afirmar que:
a) a Ordem Franciscana associava a pobreza a um estado pecaminoso do sujeito e a riqueza a um estado de santidade.
b) na Idade Moderna, o mendigo era identificado como marginal e um estorvo que ameaçava a sociedade.
c) na Idade Média, o mendigo era representado, pelo ideário cristão, como instrumento necessário para a salvação do rico.
d) na Europa entre os séculos XVII e XIX, as Leis dos Pobres eram ordenações do Estado que tornavam compulsória a caridade.
e) no “Ensaio sobre o princípio da população”, Thomas Malthus advoga a tese de que os pobres eram os principais responsáveis pela miséria.


18. (UFCG PB/2007) O filósofo Jostein Gaarden, em O Mundo de Sofia. Romance da História da Filosofia, escreveu o seguinte diálogo entre duas personagens de seu livro:
- A Idade Média começou às quatro horas? – perguntou Sofia, confusa.
- Mais ou menos às quatro horas, sim. E depois o relógio bateu cinco e seis e sete horas. Mas o tempo parecia ter parado. Depois oito e nove e dez. E ainda era a Idade Média, compreende?(...) Então o relógio bateu onze e doze e treze: um período que chamamos de Baixa Idade Média, quando se construíram as grandes catedrais da Europa. Só ali pelas catorze horas é que um galo começa a cantar. Um aqui, outro ali. E então... a longa Idade Média começa a caminhar rumo ao seu fim.
- Quer dizer que a Idade Média durou dez horas? Perguntou Sofia.
- Se cada hora valer cem anos, então sua conta está certa.
(GAARDEN, J. O Mundo de Sofia. Romance da História da Filosofia. São Paulo: Cia. das Letras, 1997, p.187)
A partir da metodologia do marco temporal apresentado no fragmento textual acima, que associa uma hora a um século, assinale V para as questões verdadeiras e F para as falsas:
(__) a principal inovação educacional medieval realizada pelos europeus foi a instituição universitária, fundada “entre dez e onze horas”.
(__) a filosofia escolástica desenvolvida por Santo Agostinho ganhou visibilidade a partir das seis horas.
(__) a educação calvinista e anglicana teve muita influência na construção da identidade religiosa européia a partir das treze horas.
(__) a disseminação do ensino superior teve relação com o ressurgimento urbano e comercial, que ocorreu, aproximadamente, a partir das treze horas.
(__) nas universidades européias, os cursos de Artes, Direito, Medicina e Teologia assumiram um caráter mais secular a partir das quinze horas.
A sequência CORRETA é:
a) FFFVV.
b) VFVVF.
c) VVVFF.
d) VFFVV.
e) VFVFV.


19. (UFJF MG/2007) Sobre o contexto social e econômico do século XIV na Europa medieval, marque a alternativa INCORRETA.
a) A mão de obra disponível para atuar no campo foi reduzida devido às epidemias e guerras existentes no período.
b) As revoltas camponesas, como a jacquerie, acabaram por ocasionar alterações nas obrigações típicas do sistema feudal.
c) A reduzida oferta de metais preciosos, como a prata, contribuiu para a expansão do processo inflacionário.
d) A burguesia teve seu prestígio econômico reduzido pela crise das atividades urbanas o que fortaleceu o poderio dos senhores feudais.
e) A instabilidade climática, com chuvas constantes, levou a uma grande retração nas colheitas, diminuindo fortemente a produção agrícola.


20. (UFJF MG/2007) Leia, atentamente, o trecho abaixo, através do qual o autor demonstra aspectos da realidade vivida por parte da população da Europa Ocidental, no início da Idade Moderna:
“Chamava-se Domenico Scandella, conhecido por Menocchio. Nascera em 1532 (...), em Montereale, uma pequena aldeia nas colinas de Fruili (...). Era casado e tinha sete filhos; outros quatro haviam morrido (...). Em 28 de setembro de 1583 Menocchio foi denunciado ao Santo Ofício, sob a acusação de ter pronunciado palavras “heréticas e totalmente ímpias” sobre Cristo.”
(GUINZBURG, C. O queijo e os Vermes).
Agora, leia as afirmativas abaixo e, em seguida, marque a alternativa CORRETA.
I. O trecho acima aponta para a atuação da Inquisição como meio de julgar e punir aqueles que fossem suspeitos de difundir ideias e práticas religiosas contrárias à fé católica.
II. Para além das grandes transformações pelas quais a Europa estava passando, com o desenvolvimento da vida urbana e instituições comerciais, grandes contingentes populacionais viviam sob péssimas condições de vida, perceptíveis nas variações demográficas da instituição familiar.
III. Nesse período, grandes contingentes de camponeses migravam para as áreas urbanas e ingressavam no trabalho fabril, submetendo-se a longas jornadas de trabalho e a baixos salários.
a) Todas estão corretas.
b) Todas estão incorretas.
c) Apenas a I e a II estão corretas.
d) Apenas a I e a III estão corretas.
e) Apenas a II e III estão corretas.


21. (UFPE/2007) O predomínio da Igreja Católica marcou o mundo feudal. A sua presença se fez também nas realizações culturais. Dentro dessa perspectiva e analisando a arquitetura medieval, a sua literatura e a sua arte, podemos afirmar que:
a) a Igreja Católica definiu os princípios estéticos, levando a que não houvesse manifestações artísticas profanas.
b) apesar do domínio da Igreja, houve manifestações críticas que mostravam as injustiças existentes.
c) a influência da Igreja prevaleceu mais nas obras arquitetônicas que definiram os estilos das construções existentes.
d) os princípios da arte clássica não foram usados na Idade Medial Ocidental, pois a Igreja Católica os proibia.
e) a arte medieval não teve originalidade, sendo sufocada pelo excesso de religiosidade e de misticismo da época.


22. (UFRGS/2007) Durante a Baixa Idade Média, ocorreu em Portugal a denominada Revolução de Avis (1383–1385), que resultou em uma mudança dinástica, cuja principal consequência foi
a) o enfraquecimento do poder monárquico diante das pressões localistas que ainda sobreviviam nas pequenas circunscrições territoriais do Reino.
b) o surgimento de uma burguesia industrial cosmopolita e afinada com a mentalidade capitalista que se instaurava na Europa.
c) o início das grandes navegações marítimas, que resultaram no descobrimento da América e no reconhecimento da Oceania pelos lusitanos.
d) o início do processo de expansão ultramarina, que levaria às conquistas no Oriente, além da ocupação e do desenvolvimento econômico da América portuguesa.
e) o surgimento de uma aristocracia completamente independente do Estado, que tinha como projeto político mais relevante a expansão do ideal cruzadista.


23. (UNIFOR CE/2007) Considere o texto.
Como se aproximasse já aquele termo que o Senhor Jesus anuncia quotidianamente aos seus fiéis, especialmente no Evangelho onde diz: “Se alguém me quiser seguir, renuncie a si próprio, tome a sua cruz e siga-me”, deu-se um grande movimento por todas as regiões das Gálias (França), a fim de que, de coração e espírito puros, [o povo] desejasse seguir o Senhor com zelo e quisesse transportar fielmente a cruz e não tardasse em tomar apressadamente o caminho do Santo Sepulcro.
(In: Fernanda Spinosa. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1976. p 294)
O texto de um cronista anônimo do período medieval traduzia o sentimento
a) dos turcos otomanos durante a conquista das cidades cristãs.
b) da cristandade nas cruzadas contra os povos muçulmanos.
c) dos protestantes contra as autoridades eclesiásticas católicas.
d) da nobreza feudal na sua investida contra os bispos e abades.
e) dos islamitas nos movimentos em defesa da ordem feudal.


24. (UNESP SP/2007) O ventre contraído pelo temor da privação, pelo medo da fome e do amanhã, assim segue o homem do ano 1000, mal alimentado, penando para, com suas ferramentas precárias, tirar seu pão da terra. Mas esse mundo difícil, de privação, é um mundo em que a fraternidade e a solidariedade garantem a sobrevivência e uma redistribuição das magras riquezas.
Partilhada, a pobreza é o quinhão comum. Ela não condena, como hoje, à solidão o indivíduo desabrigado, encolhido numa plataforma de metrô ou esquecido numa calçada. A verdadeira miséria aparece mais tarde, no século XII, bruscamente, nos arredores das cidades onde se amontoam os marginalizados.
(Georges Duby, Ano 1000 ano 2000: na pista de nossos medos.)
A partir do fragmento, pode-se concluir que o surgimento da miséria no século XII associou-se
a) aos valores medievais, que favoreciam a concentração de riquezas.
b) às ações do clero, que desestimulavam a livre iniciativa e a busca do lucro.
c) à estrutura produtiva medieval, que assegurava apenas a subsistência.
d) ao crescimento do comércio, que trouxe consigo a busca do lucro individual.
e) à economia solidária, que não estimulava o aumento da produção.


25. (FGV/2008) (...) as cruzadas não foram as responsáveis pelas grandes transformações econômicas, mas produtos delas. Contudo, elas não deixaram de contribuir para os avanços daquelas transformações. (...) O intenso comércio praticado pelas cidades italianas, Gênova e Veneza, cresceu bastante com a abertura dos mercados
orientais, para o que as cruzadas desempenharam papel decisivo (...)
(Hilário Franco Júnior, As cruzadas)
Além da decorrência apresentada, pode-se atribuir a essas expedições
a) o desaparecimento das ordens mendicantes – especialmente franciscanos e dominicanos –, assim como a superação das heresias católicas.
b) o fortalecimento nas relações de vassalagem em toda a Europa Ocidental e um forte retraimento do poder econômico da burguesia comercial.
c) a estagnação das atividades comerciais entre algumas cidades comerciais do mar do Norte – como Bruges e Gand – e as cidades do litoral oeste da África.
d) a radicalização no processo de fragmentação político-territorial da Europa, com a importante ampliação do poder econômico da nobreza togada.
e) a relação entre os cruzados com bizantinos e muçulmanos, permitindo que a Europa voltasse a ter contato com algumas obras de filosofia greco-romana.

GABARITO

1. (UEL PR/2008) Aqui em baixo uns rezam, outros combatem e outros ainda trabalham.
(DE LAON, Adalberão. Carmen ad Rodbertum Regem. In: DUBY, G. As três ordens: o imaginário do feudalismo. Lisboa: Editora Estampa, 1982. p. 25.)
Esse preceito, apresentado inicialmente pelo bispo Adalberão, no século XI, em parte reflete as funções/atividades mais características do período medieval, em parte tem função ideológica, pois esse ordenamento pretendia fortalecer a divisão e a hierarquia.
Ainda sobre a sociedade medieval, é correto afirmar:
a) A divisão acima mencionada reflete uma sociedade na qual a religiosidade se impõe nas várias esferas da vida, em que o braço armado tende a impor seu poder sobre os desarmados, em que a economia se fundamenta no trabalho agrícola.
b) Definida a sociedade entre religiosos, guerreiros e camponeses a partir do Tratado de Verdum, as atividades não permitidas pela Igreja foram perseguidas pelos tribunais inquisitoriais.
c) Diante da limitação das funções às três ordens e perseguição aos comerciantes promovida pelas monarquias nascentes, a atividade comercial declinou, situação essa que se reverteu no século XVI no contexto do Renascimento Comercial.
d) O poder eclesiástico se impunha a partir do momento do batismo, quando era definido o destino de cada criança, de acordo com as necessidades fundadas na sociedade de ordens.
e) A divisão apresentada, característica do período entre os séculos XI e XIII, revela a estagnação econômica da sociedade, o que explica a crise agrícola e o recuo demográfico.


2. (UEL PR/2008) Sobre a religiosidade medieval, é correto afirmar:
a) Com o fim do Império Romano, o Cristianismo, até então perseguido, difundiu-se pela Europa, sendo seus adeptos liberados dos impostos pagos pelos idólatras.
b) A prática da bruxaria, então disseminada nos meios clericais, provocou a reação dos crentes e a Revolução Protestante, levando à renovação da experiência cristã.
c) O ateísmo foi combatido duramente pela inquisição, tendo como consequência o desaparecimento dos descrentes até o século XVIII.
d) A experiência da reclusão foi bastante característica na vida religiosa do período medieval, sobressaindo-se a ordem beneditina, fundada sobre o princípio da vida dedicada à oração e ao trabalho.
e) A ativa participação dos leigos na instituição eclesiástica, assim como uma tendência ao enfraquecimento da hierarquia dessa, podem ser apontadas como características do período.


3. (UFCG PB/2008) Leia o fragmento textual a seguir:
O soldado de Cristo mata com segurança e morre com mais segurança ainda. Não é sem razão que ele empunha a espada! É um instrumento de Deus para o castigo dos malfeitores. Na verdade, quando mata um malfeitor, isso não é homicídio... e ele é considerado um carrasco legal de Cristo contra os malfeitores.
(Adaptado de SILVA, Pedro. História e Mistério dos Templários. São Paulo: Ediouro, 2001).
Entre tensão e promessas cristãs, os soldados de Cristo, ou templários, construíram identidades para si e para os outros, espalhando-se por diversas regiões da Europa.
Com base no texto acima e nos conhecimentos sobre o assunto, é CORRETO afirmar que os Templários eram
a) soldados da Ordem Luterana que prometeram recuperar Jerusalém das mãos dos muçulmanos.
b) cavaleiros que travavam batalhas sangrentas durante a Idade Média, com o objetivo de defender os servos das mãos dos senhores feudais.
c) soldados da Ordem Militar, fundada no século XII, em Jerusalém, para proteger os peregrinos e os lugares sagrados da Terra Santa.
d) monges inquisidores que perseguiam judeus e cristãos novos, particularmente na Península Ibérica e na América Espanhola.
e) seguidores de Calvino, ao pregarem a doutrina da predestinação e da justificação pela fé.


4. (UFG GO/2008) Leia o texto.
“Somos anões carregados nos ombros de gigantes. Assim vemos mais, e vemos mais longe do que eles, não porque nossa visão seja mais aguda ou nossa estatura mais elevada, mas porque eles nos carregam no alto e nos levantam acima de sua altura gigantesca”.
LE GOFF, Jacques. Os intelectuais na Idade Média. Rio de Janeiro: José Olímpio, 2003. p. 36.
As Universidades nasceram no Ocidente, nos séculos XII e XIII, no cenário do renascimento urbano, ligadas ao desenvolvimento da escolástica e sob o peso da contribuição greco-árabe. O texto apresentado acima é uma citação do mestre Bernard, professor do principal centro científico do século XII, a Escola de Chartres, e expressa uma nova concepção do que é a ciência e o conhecimento. Nesse período, conhecer significava
a) produzir um saber singular, que se diferenciasse da tradição clássica.
b) desenvolver a tradição por meio do comentário dos textos herdados da cultura antiga.
c) utilizar instrumentos científicos, que permitissem alcançar a verdade.
d) observar os fenômenos naturais para encontrar as leis que regiam seu funcionamento.
e) cultivar o espírito racional por meio da refutação da autoridade dos textos teológicos.


5. (UFRN/2008) As muralhas construídas em torno das cidades medievais deram-lhes feição física semelhante à dos castelos fortificados dos senhores feudais. No entanto, a organização dessas cidades era distinta das estruturas feudais, pelo fato de, no espaço urbano,
a) estruturar-se uma vida econômica com base nas atividades comerciais e industriais.
b) desenvolver-se uma agricultura voltada à produção de excedentes comerciais.
c) manter-se o trabalho das oficinas urbanas com a utilização da mão-de-obra servil.
d) cobrarem-se altos tributos dos servos da gleba, em benefício da burguesia urbana.


6. (UFSCAR SP/2008) O Quarto Concílio de Latrão, em 1215, decretou medidas contra os senhores seculares caso protegessem heresias em seus territórios, ameaçando-os até com a perda dos domínios. Já antes do Concílio e como consequência dele, as autoridades laicas decretaram a pena de morte para evitar a disseminação de heresias em seus territórios, a começar por Aragão em 1197, Lombardia em 1224, França em 1229, Roma em 1230, Sicília em 1231 e Alemanha em 1232.
(Nachman Falbel. Heresias medievais, 1976.)
A respeito das heresias medievais, é correto afirmar que
a) o termo heresia designava uma doutrina contrária aos princípios da fé oficialmente declarada pela Igreja Católica.
b) os heréticos eram filósofos e teólogos que debatiam racionalmente a natureza divina e humana da Trindade no século XIII.
c) a Igreja tinha atitudes tolerantes com os hereges de origem popular, que propunham uma nova visão ética da instituição eclesiástica.
d) os primeiros heréticos apareceram nos séculos XII e XIII e defendiam antigas doutrinas difundidas pelo império otomano.
e) a heresia era conciliável com o poder temporal do Papa, mas provocou a ruptura das relações entre a Igreja e o Estado.


7. (UFTM MG/2008) Dentre os resultados das Cruzadas para a Europa medieval, é correto mencionar
a) a conquista de Jerusalém pelos cristãos e a aliança duradoura entre latinos e bizantinos.
b) a ampliação dos contatos mercantis com o Oriente e a introdução de novos costumes.
c) o monopólio italiano sobre o comércio asiático e a união da cristandade ocidental e oriental.
d) a vitória sobre os muçulmanos e o fortalecimento das relações feudais de produção.
e) a consolidação da autoridade do papa e o controle das rotas mediterrâneas pelos árabes.


8. (UNIMONTES MG/2008) “Do alto das muralhas que os romanos escalaram no ano 70 e os cruzados cristãos, em 1099, jovens palestinos armados de fundas cobriam de pedras os carros blindados da polícia. (...) Nas proximidades, nas ruelas estreitas, elevavam-se vozes [de representantes] das três fés que fazem a cidade sagrada. (...)”
(ELON, A. In: BARBOSA, E. S. A encruzilhada das civilizações. São Paulo: Moderna, 1977. Encarte)
A cidade e as religiosidades implícitas no texto são, respectivamente:
a) Xangai; xiitas, sunitas e ortodoxos.
b) Goa; catolicismo, hinduísmo e budismo.
c) Jerusalém; islamismo, judaísmo e cristianismo.
d) Calcutá; judaísmo, hinduísmo e islamismo.


9. (UNIMONTES MG/2008) A civilização muçulmana define-se pela religião. Segundo Bernard Lewis, em sua obra O Oriente Médio, o mundo civilizado era a Dar al-Islam (a Casa do Islã) e esse mundo viveu historicamente cercado pela Dar al-Harb (a Casa da Guerra). Entretanto, nem todos os vizinhos eram inimigos ou representavam perigo. Na Baixa Idade Média, contudo, passaram a ser vistos como ameaça os habitantes além-fronteiras, no(s) território(s)
a) chinês e indiano, cuja religiosidade oriental, tendencialmente pacifista, foi tomada como modelo após a queda do califado fatímida, em oposição ao tom belicoso dos seus sucessores.
b) bizantino, que passou a concorrer com o mercado muçulmano de especiarias, desenvolvendo uma rede mercantil que se utilizava dos espaços sagrados da religiosidade muçulmana, sem respeitar seus dogmas e princípios.
c) europeu, nas terras da cristandade, a qual representava uma fé mundial, com senso de missão evangelizadora fortemente arraigado e cujos fiéis se consideravam também únicos portadores da mensagem de salvação da alma.
d) africano, cuja religiosidade notadamente politeísta se chocava frontalmente contra os princípios monoteístas muçulmanos, levando esses povos a conflitos constantes que só se encerraram com o fim da expansão muçulmana, no século XIV.


10. (URCA CE/2007) Para o historiador Perry Anderson, “No decurso do processo de instauração da harmonia entre a nobreza e o Estado Moderno, a antiga aristocracia feudal foi obrigada a abandonar as suas velhas tradições e a adquirir outras numerosas aptidões.”
(ANDERSON, Perry. Classes e Estados: problemas de periodização. 1984.)
O fragmento de texto acima se relaciona com:
a) O processo de fortalecimento do uso privado da força por parte dos nobres feudais.
b) O processo controle do Estado Absolutista sobre a aristocracia feudal, na passagem da Idade Média para a Idade Moderna.
c) A decadência do modelo aristocrático em face às revoluções burguesas, nos séculos XII e XIII.
d) O processo revolucionário da nobreza que lutava para a eliminação dos privilégios da burguesia, como a propriedade por herança e o não pagamento de impostos.
e) O processo do início da Idade Média, com a ruralização da sociedade e economia em bases romano-germânicas.


11. (FGV/2008) “A noção de nobre e de nobreza conserva um lugar eminente entre os valores ocidentais (...) aparece, ao lado da nobreza de sangue, a ideia de uma nobreza de caráter, de comportamento, de virtude.”
Jacques Le Goff, As Raízes Medievais da Europa, 2007
Com base no texto, e tendo em vista o que se passava nas sociedades européias do Antigo Regime, pode-se afirmar que:
a) a nobreza considerava irrelevante a questão de qual critério utilizar para definir o seu lugar privilegiado na sociedade.
b) o clero, por causa da regra do celibato, era a única ordem a favor da abolição dos privilégios fundados no nascimento.
c) a burguesia lutava para incluir o mérito pessoal entre os critérios que deveriam constituir a elite social.
d) os camponeses e trabalhadores urbanos, por não se sentirem afetados com essa questão, eram indiferentes aos privilégios sociais.
e) a ordem social privilegiada era constituída por indivíduos cujas credenciais decorriam tanto do sangue quanto do mérito.


12. (UEG GO/2008) Na Idade Média (até o final do século XII, quando o papel produzido a partir de trapos começou a se difundir) em vez do papiro usava-se o pergaminho: couro de bezerro, muitas vezes de ovelha ou cabra, curtido e submetido a várias operações até ficar branco, macio, liso e fino.
FRUGONI, Chiara. Invenções da Idade Média. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007. p. 34.
A citação é útil para se entender os obstáculos materiais ao desenvolvimento da vida intelectual na Idade Média.
Acerca deste tema, é INCORRETO afirmar:
a) O livro era um produto caro; uma Bíblia, por exemplo, podia exigir o sacrifício de um rebanho de ovelhas.
b) A pouca circulação de livros neste período explica-se pela ausência de universidades e pela extinção do Index.
c) A produção do livro era lenta e difícil, uma vez que todo o processo de transcrição era feito manualmente.
d) Os livros, em sua maioria, eram escritos em latim, uma língua compreendida por poucos, pois não era utilizada no cotidiano da população.


13. (UFC CE/2008) Na sociedade medieval, vigorava uma ideologia que considerava as mulheres inferiores aos homens, resultando em um cotidiano marcado pela hegemonia da autoridade masculina. Ainda que a Igreja pregasse que homens e mulheres eram objetos do amor de Deus, não eram poucos os religiosos que percebiam as mulheres como agentes do demônio.
Com base nas informações acima e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta sobre a cultura e a sociedade européias, no período classicamente conhecido como Idade Média.
a) As mulheres eram consideradas inferiores aos homens por serem incapazes de trabalhar com as técnicas tradicionais de cura por meio do uso de plantas medicinais.
b) A mentalidade era profundamente marcada pelo ideário católico, que preconizava, inclusive, o papel que homens e mulheres deveriam desempenhar na sociedade.
c) A submissão feminina à autoridade masculina caracterizou a sociedade daquele tempo como uma organização tipicamente matriarcal.
d) A mulher, ainda que posta em uma condição submissa em relação ao homem, tinha grande poder e influência sobre a Igreja Católica.
e) A condição feminina era fruto da grande influência que o racionalismo científico exercia sobre a cultura daquele período.


14. (UFJF MG/2008) Leia, atentamente, o trecho a seguir.
“Para os filósofos da idade média, o fato do cristianismo significar a verdade era um dado praticamente irrefutável. A questão era saber se tínhamos que simplesmente acreditar na revelação cristã.”
(GAARNER, J. O mundo de Sofia.)
Sobre o pensamento filosófico da Baixa Idade Média, é CORRETO afirmar que:
a) o estudo da filosofia se restringia aos mosteiros, não estando presente nas discussões universitárias dos centros urbanos.
b) as mais importantes ideias filosóficas negavam a validade das obras dos pensadores da Antiguidade, por exemplo, Aristóteles.
c) o estudo dos problemas relativos aos fenômenos da natureza passou a ser compreendido através de mitos que narravam a atuação direta dos deuses.
d) um dos principais autores do período foi São Tomás de Aquino, que defendia a necessidade de conciliação entre a fé e a razão.
e) a perda de poder da Igreja Católica e a diminuição da autoridade papal se manifestavam na falta de controle sobre as obras produzidas.


15. (UFMA/2008) Assinale a alternativa que corretamente descreve a condição da ciência na chamada civilização medieval no ocidente.
a) Esteve diretamente ligada ao surgimento das universidades que desobedeciam às ordens clericais.
b) Reproduziu a livre interpretação acerca do mundo, da moralidade e da natureza por parte da burguesia emergente.
c) Caracterizou-se pelo experimentalismo dos monges no interior dos mosteiros com os seus herbários.
d) Destinou os resultados de sua pesquisa ao aumento da produção agrícola num período de escassez e fome.
e) Foi limitada pela visão simbólica do mundo e bloqueada pelas condições sociais e culturais da época.


16. (IBMEC SP/2008) “Na Idade Média, as relações espaciais tendiam a ser organizadas como símbolos e valores. O objeto mais alto da cidade era a flecha da Igreja que apontava para o céu e dominava as construções – como a Igreja dominava as esperanças e as crenças dos fiéis.”
(MUNFORD, L.)
A arte espiritual do início da Idade Média, que rejeitava toda a imitação da realidade, passa a dar lugar a um estilo mais naturalista e às construções verticalizadas. A arte gótica, desenvolvida na segunda metade do século XII, pode ser considerada um reflexo das transformações ocorridas na Baixa Idade Média, entre as quais
a) a transição, nas unidades feudais, da servidão feudal para o trabalho livre, devido ao crescimento populacional verificado desde o final do século X e, sobretudo, no século XI, na Europa Ocidental.
b) a nova mentalidade presente nas corporações de ofício, onde se passou a defender toda a possibilidade de lucro, e não mais o “justo preço” defendido pela Igreja Católica.
c) o abandono do espírito coletivista que regrava a vida social do homem medieval e a imposição de valores teocêntricos que passaram a direcionar um novo comportamento social.
d) a diminuição da influência cultural e do poder econômico da Igreja Católica Apostólica Romana que, com o Renascimento Comercial, já não era mais a maior proprietária de terras.
e) a mudança de mentalidade do homem medieval, fruto do desenvolvimento comercial e do crescimento da influência da classe burguesa, que passou a valorizar, cada vez mais, o espírito individualista e empreendedor.


17. (UESPI/2008) O surgimento da burguesia aconteceu com a intensificação das atividades comerciais na Idade Média, ajudando no seu crescimento material. O surgimento da burguesia trouxe:
a) o fim imediato do sistema feudal.
b) o esvaziamento do poder da Igreja Católica.
c) o fortalecimento dos senhores feudais.
d) o término do absolutismo político.
e) a busca de maiores lucros nos negócios.


18. (UESPI/2008) A existência de heresias mostra descontentamentos com o poder da Igreja Católica na Idade Média, a qual:
a) tinha um poder econômico que não correspondia ao poder político.
b) limitava-se a administrar a fé e os rituais religiosos existentes.
c) influenciava no mundo político, aliada aos membros da nobreza.
d) restringia sua atuação cultural à produção intensa de textos sagrados.
e) seguia os ensinamentos religiosos expressos pela ordem franciscana.


19. (UESPI/2008) A guerra dos Cem Anos (1337-1453) tumultuou a vida política da Europa. De fato, essa guerra:
a) envolveu a França e a Inglaterra, com a participação também decisiva da Espanha.
b) quebrou a economia européia, interrompendo todo comércio de especiarias com o Oriente.
c) acabou com os privilégios da nobreza francesa e com a organização da monarquia constitucional.
d) teve a participação da camponesa Joana D’Arc, integrada e atuante no exército francês.
e) firmou a liderança política da Inglaterra, com a chegada do absolutismo de Henrique IV.


20. (UFTM MG/2008) A população das cidades queria liberdade. Queria ir e vir quando lhe aprouvesse. Um velho provérbio alemão, aplicável a toda a Europa ocidental, Stadtluft macht frei (O ar das cidades torna um homem livre), prova que obtiveram o que almejavam.
(Leo Huberman, História da riqueza do homem)
O contexto a que o autor se refere está relacionado
a) ao fortalecimento das relações servis nas cidades europeias.
b) à formação do sistema feudal, a partir do êxodo urbano.
c) à desagregação das guildas e das corporações de ofício.
d) às fugas servis para as cidades, que se desenvolviam.
e) ao declínio das atividades mercantis após as Cruzadas.


21. (UFU MG/2008) “Para a camada superior da humanidade, o tempo é um inimigo, e [...] a sua principal atividade é matá-lo; ao passo que, para os outros, tempo e dinheiro são quase sinônimos”.
Henry Fielding. An enquiry into the causes of late increase of robbers, 1751, citado por:
THOMPSON, Edward P. Costumes em Comum: estudos sobre a cultura popular tradicional.
Trad. de Rosaura Eichemberg. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p.267.
Sobre as noções de tempo e de disciplina de trabalho, marque a alternativa correta.
a) As mudanças na vida cotidiana, no século XVIII, relacionadas às novas manufaturas inglesas, não alteraram a percepção do tempo, tanto a noção de tempo mensurável e mecanizado, sintetizada no relógio, quanto cíclico e natural, expressa na separação entre dia e noite.
b) Segundo a tradição medieval, o tempo pertencia a Deus e, portanto, apenas o clero e o rei absoluto poderiam usá-lo em benefício do dinheiro e da usura.
c) Na chamada transição do feudalismo para o capitalismo, as mudanças lentas e profundas nas formas e relações de trabalho alteraram amplamente não só o mundo do trabalho, mas também as expressões culturais, como a própria ideia de tempo.
d) As formas de observação e medida do tempo são exclusivas das sociedades conhecidas como modernas, pois somente nelas o controle do trabalho passou a ser necessário, devido ao uso de máquinas e ferramentas manuais.


22. (UPE/2008) As lutas decorrentes das Cruzadas mostraram não somente o fanatismo religioso, mas também afirmaram a importância de interesses econômicos. As Cruzadas economicamente
a) fortaleceram o poder de Constantinopla, enfraquecendo o comércio europeu durante a Idade Média.
b) mantiveram as mesmas rotas comerciais do Império Romano, gerando prejuízos para os comerciantes.
c) acabaram com o comércio nas grandes cidades europeias, fortalecendo o feudalismo.
d) diminuíram bastante o prestígio comercial de Constantinopla, fortalecendo o comércio no Mediterrâneo.
e) consolidaram o poder da burguesia francesa, interessada em derrotar os comerciantes italianos.


23. (FEI SP/2008) “São Tomás de Aquino (1225-1274), professor da Universidade de Paris, foi o mais influente filósofo escolástico, inspirado na teologia cristã e no pensamento de Aristóteles, elaborou a Suma Teológica, obra em que discorreu sobre os mais diversos assuntos, como religião, economia e política. O pensamento de São Tomás constituiu poderoso instrumento de ação do clero durante a Baixa Idade Média.”
(Vicentino, Cláudio. História Geral. São Paulo: Scipione, 1999. p.158)
O tomismo, doutrina escolástica de São Tomás:
a) apoiava-se na ideia de predestinação de Santo Agostinho.
b) aceitava a usura, diferentemente das demais doutrinas cristãs.
c) substituiu a ideia agostiniana de predestinação pela de livre-arbítrio.
d) defendia a supressão do clero como mediador entre Deus e seus fiéis.
e) questionava a infalibilidade da autoridade papal.


24. (FFFCMPA RS/2008) Em relação à crise que abalou a Europa Ocidental durante os séculos XIV e XV, são feitas as seguintes afirmações:
I. A incapacidade de aumento da produção agrícola, devido à inexistência de novas terras a serem ocupadas, às características produtivas do período e à tecnologia agrícola disponível, foi agravada por alterações climáticas, que provocou um longo período de fome.
II. O declínio demográfico do período está associado à fome, às guerras, às pestes e às epidemias, sendo que a Peste Negra foi responsável pela morte de milhões de pessoas, em especial nos centros urbanos, que, desprovidos de infraestrutura e saneamento básico, facilitaram a propagação da doença.
III. O trinômio guerra, peste e fome provocou um aumento da mortalidade e escassez de mão-de–obra, obrigando os senhores feudais a diminuírem as obrigações servis e os impostos, que eram compensados pelas taxações impostas aos moradores dos nascentes núcleos urbanos através do comércio das Cartas de Franquia.
IV. Conflitos como a Guerra dos Cem Anos e a Guerra das Duas Rosas contribuíram para a desorganização da produção, do declínio populacional e para o aumento da tributação, que, na maioria das vezes, supria os gastos com armas e a formação de exércitos.
Quais estão corretas?
a) apenas I e II.
b) apenas III e IV.
c) apenas II e III.
d) apenas I, II e III.
e) apenas I, II e IV.


25. (UNIFOR CE/2008) Considere o texto.
O dinheiro não se gasta com o uso e não pode dar frutos; a um irmão que o pede, é necessário emprestar gratuitamente, por amor a Deus; os usuários agem, pois, contra a natureza e pecam contra a caridade.
(Roberto S. Lopez. Nascimento da Europa. Trad. Lisboa: Cosmos, 1965. p. 306)
No contexto da Europa medieval, as ideias do texto representavam
a) a visão desfavorável de teólogos contra a cobrança de juros.
b) o apoio da cúpula da Igreja católica à acumulação de riquezas.
c) os ideais da burguesia contra a usura nas relações econômicas.
d) o posicionamento dos nobres contra a venda das indulgências.
e) a defesa que a Igreja católica fazia da igualdade econômica.


GABARITO

1. (UNIMONTES MG/2008) Em seu livro “Sobre as Revoluções dos Corpos Celestes”, Copérnico afirmava:
“O centro da Terra não é o centro do Universo, mas apenas o centro da gravidade e da Lua.”
“Todos os planetas giram em torno do Sol, como ponto médio de suas órbitas.”
“O que parece ser o movimento do firmamento não é senão o movimento da Terra. A Terra realiza uma rotação completa nos seus polos fixos, num movimento diário, enquanto o firmamento permanece inalterado.”
“O que parece ser o movimento do Sol é o movimento da Terra em sua órbita. A Terra tem, portanto, mais de um movimento.”
As ideias expressas na obra de Copérnico
a) contribuíram para a Teoria da Gravitação Universal dos Corpos, apresentada mais tarde por Isaac Newton.
b) deram origem ao heliocentrismo, contrariando as afirmações de Ptolomeu quanto ao posicionamento da Terra no sistema solar.
c) confirmaram a opinião da Igreja Católica quanto ao posicionamento da Terra em relação ao Sol e aos planetas.
d) reafirmaram a autoridade do pensamento defendido pela Igreja Católica em relação a questões científicas no campo da Astronomia e da Física.


2. (UNIMONTES MG/2008) O papel da igreja se tornava relevante. Como tinha em suas mãos a educação das pessoas, o ‘controle das almas’ na vida diária era um instrumento muito eficaz para veicular a ideia geral de obediência e, em especial, a de obediência ao poder do Estado. Mas o papel da Igreja não se limitava a isso. Ela estava presente na vida e na morte das pessoas, nos episódios decisivos do nascimento, casamento e morte. O ingresso na comunidade, o enquadramento nos padrões de uma vida decente, a partida sem pecado deste ‘vale de lágrimas’ dependiam de atos monopolizados pela Igreja.
(FAUSTO, Boris. A história do Brasil. São Paulo: Edusp, 2000, p. 60)
Conforme o texto e seus conhecimentos históricos, pode-se afirmar que
a) a Igreja Católica, em virtude da sua presença no dia-a-dia colonial, detinha mais poder do que o próprio Estado, constituindo-se em séria ameaça à Coroa Portuguesa.
b) a Igreja Católica, embora detivesse papéis abrangentes, mantinha-se adstrita ao trabalho eclesiástico, uma vez que seu envolvimento em temas políticos contrariava recomendações expressas do Vaticano.
c) o ensino ministrado no período colonial, em virtude do controle da Igreja Católica sobre a educação e da omissão da Coroa Portuguesa, restringia-se ao estudo da história e teologia católicas.
d) a Igreja Católica ocupava amplos espaços na sociedade colonial, estando ao seu encargo a administração e controle sobre os registros de nascimento, casamento e óbito, bem como a administração dos cemitérios.


3. (FUVEST SP/2009) “A Idade Média européia é inseparável da civilização islâmica já que consiste precisamente na convivência, ao mesmo tempo positiva e negativa, do cristianismo e do islamismo, sobre uma área comum impregnada pela cultura greco-romana.”
José Ortega y Gasset (1883-1955).
O texto acima permite afirmar que, na Europa ocidental medieval,
a) formou-se uma civilização complementar à islâmica, pois ambas tiveram um mesmo ponto de partida.
b) originou-se uma civilização menos complexa que a islâmica devido à predominância da cultura germânica.
c) desenvolveu-se uma civilização que se beneficiou tanto da herança greco-romana quanto da islâmica.
d) cristalizou-se uma civilização marcada pela flexibilidade religiosa e tolerância cultural.
e) criou-se uma civilização sem dinamismo, em virtude de sua dependência de Bizâncio e do Islão.


4. (UESPI/2009) As corporações de ofício movimentaram a vida econômica das cidades medievais na Europa, onde a ideia do lucro era:
a) aceita, devido às influências de uma burguesia que se expandia no comércio da época, sobretudo no mundo urbano.
b) condenada pela prevalência de uma mentalidade religiosa que defendia a existência do justo preço no comércio.
c) malvista, apenas, por aqueles que estavam ligados ao clero católico, dono das maiores corporações da época.
d) praticada por todas as corporações, pois não havia influências da Igreja nas atividades econômicas das cidades.
e) restrita às corporações existentes nas cidades italianas, não sendo aceita pelas cidades da Europa Central.


5. (PUC RS/2009) As transformações históricas que marcaram a Europa Ocidental ao longo dos séculos XI a XV se caracterizaram por um processo progressivo de
a) ruralização das atividades econômicas e culturais.
b) crescimento do poder político não eclesiástico.
c) decadência do grande comércio internacional.
d) expansão do poder senhorial sobre as cidades.
e) diminuição da importância econômica das guildas.


6. (UFRN/2009) O linguista russo Mikhail Bakhtin (1895-1975) analisou concepções e práticas culturais vigentes na Idade Média. Em uma de suas análises, ele afirmou:
O riso era condenado pelo cristianismo oficial da Idade Média. O tom sério caracterizava a cultura medieval oficial, sendo a única forma de expressar a verdade, o bem e tudo o que era importante.
Apud: COTRIM, Gilberto. História global: Brasil e geral. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 153.
As reflexões de M. Bakhtin foram incorporadas pela pesquisa histórica contemporânea que trata do quadro cultural da Idade Média. O panorama da Idade Média delineado por essas pesquisas revela que
a) uma cultura popular, impregnada de humor, também se manifestava por meio dos festejos carnavalescos, das encenações cômicas e satíricas e dos gracejos dos bufões e dos bobos.
b) a influência da Igreja Católica conseguiu homogeneizar a cultura do Ocidente medieval, moldando-a segundo seus valores e extinguindo as criações humorísticas, consideradas profanas.
c) uma série de elementos culturais trazidos pelos novos invasores (normandos e magiares) alteraram significativamente o modelo cultural predominante na Europa ocidental.
d) a cultura universitária, também pregando a austeridade e consagrando a divisão social dominante, foi o mais eficiente sustentáculo dos modelos defendidos pela Igreja e pelos senhores feudais.


7. (UFRN/2009) Em 1095, atendendo ao apelo do papa Urbano II para que iniciassem uma guerra contra os muçulmanos, os nobres cristãos, motivados por ideais religiosos e econômicos, organizaram as Cruzadas.
Considerando-se o conjunto dessas expedições, que se prolongaram até 1270, pode-se destacar como uma de suas consequências:
a) o enfraquecimento do comércio italiano no Mar Mediterrâneo, em razão da insegurança e dos perigos gerados pelos conflitos militares.
b) o fortalecimento da autoridade dos senhores feudais, cujas finanças foram consolidadas com a exploração dos territórios do Oriente.
c) a difusão e a assimilação da cultura germânica pelo império bizantino, alterando significativamente o modo de viver dos povos orientais.
d) a ampliação do universo cultural dos povos europeus, possibilitada pelo contato com a rica cultura dos povos orientais.


8. (UNINOVE SP/2009) Nas cidades medievais, as chamadas corporações de ofício dos artesãos controlavam a produção e impediam a concorrência desleal, fixando os preços, os salários e os padrões de qualidade. Dentre todas as funções dessas corporações, destacava-se a de
a) regulamentar as relações comerciais entre seus membros, além de incentivar o desenvolvimento de um mercado nacional.
b) reservar o mercado da cidade aos seus membros, além de torná-los mais fortes para negociar com os senhores feudais.
c) incentivar a produção agrícola e manufatureira, além de promover a ampliação do mercado para a produção artesanal.
d) financiar as máquinas de seus membros para aumentar a produção e ampliar o mercado dos artigos manufaturados.
e) garantir a autonomia administrativa da cidade para libertar os artesãos e comerciantes das obrigações feudais.


9. (FGV/2009) (...) constituíram-se na Idade Média dois poderes que se colocavam acima da autoridade dos reis e dos senhores e, por isso, eram denominados poderes universais: o papado (poder espiritual ou religioso) e o império (poder temporal ou político). A relação entre esses dois poderes foi sempre problemática (...).
(Luiz Koshiba, História – origens, estruturas e processos)
Pode ser apontado(a) como um exemplo dessa relação problemática
a) a promulgação do Edito de Milão, em 313, que reconheceu o poder espiritual do papa e estabeleceu o cristianismo como a religião oficial do Império Romano, condição revogada pelo imperador Décio, no fim do século IV.
b) o conflito conhecido como a Querela das Investiduras, de 1076, que opôs o papa Gregório VII ao imperador Henrique IV, do Sacro Império, e só foi superado em 1122, com a Concordata de Worms.
c) a determinação do imperador Teodósio I, a partir de 391, em proibir todas as práticas não pagãs, que gerou uma forte perseguição aos cristãos e o poder religioso voltou para a mão do imperador romano.
d) o incentivo dos reinos cristãos, principalmente do Império Carolíngio, em construir mosteiros longes das cidades, o que efetivou a separação entre o poder temporal dos reis e o poder espiritual dos monges e do clero em geral.
e) o apoio decisivo do imperador Constantino à heresia ariana, construída pelos bispos do Oriente, no Concílio de Nicéia (325), que defendia a concepção de que o poder temporal caberia apenas ao soberano romano, mas com o beneplácito do papa.


10. (FGV/2009) Caro, o pão faltava nas mesas dos pobres. Na Inglaterra, após mais de cem anos de estabilidade, seu valor quintuplicou em 1315. Na França, aumentou 25 vezes em 1313 e multiplicou-se por 21 em 1316. A carestia disseminou-se por toda a Europa e perdurou por décadas.
(...) Faltava comida não por ausência de braços ou de terras. (...) Afinal, se os camponeses – esteio do crescimento demográfico verificado desde o ano 1000 – não conseguiam produzir mais, era porque já haviam cultivado toda a terra a que tinham acesso legal. Já os senhores não faziam pura e simplesmente porque não queriam. Moeda sonante não era exatamente a base de seu poder e glória.
(Manolo Florentino, Os sem-marmitaFolha de S.Paulo, 07.09.2008)
O texto traz alguns elementos da chamada crise do século XIV, sobre a qual é correto afirmar que
a) resultou da discrepância entre o aumento da produtividade nos domínios senhoriais desde o século XI e o recuo da produção urbana de manufaturas.
b) foi decorrência direta da peste negra, que assolou o norte da Europa durante todo o século XIV, e fez com que os salários fossem fixados em níveis muito baixos.
c) resultou do recrudescimento das obrigações feudais, que gerou a concentração da produção de trigo e cevada nas mãos de poucos senhores feudais da França.
d) foi deflagrada, após as inúmeras revoltas operárias, no campo e na cidade, que quebraram com a longa estabilidade do mundo feudal europeu.
e) teve ligação com as estruturas feudais que impediam que a produção crescesse no mesmo ritmo do crescimento da população em certas regiões da Europa.


11. (UNCISAL AL/2009) A crise do feudalismo na Idade Média foi, em grande medida, consequência:
a) do aumento do prestígio da Igreja.
b) do sucesso militar do movimento das Cruzadas.
c) das transformações das relações de trabalho.
d) do crescimento da população européia no século XIV.
e) da consolidação da política dos feudos.


12. (UNIFESP SP/2009) Por trás do ressurgimento da indústria e do comércio, que se verificou entre o século XI e XIII, achava-se um fato de importância econômica mais fundamental: a imensa ampliação das terras aráveis por toda a Europa e a aplicação à terra de métodos mais adequados de cultivo, inclusive a aplicação sistemática de esterco urbano às plantações vizinhas.
(Lewis Mumford. A cidade na história. São Paulo: Martins Fontes, 1982.)
O texto trata da expansão agrícola na Europa ocidental e central entre os séculos XI e XIII. Dentre as razões desse aumento de produtividade, podemos citar
a) o crescimento populacional, com decorrente aumento do mercado consumidor de alimentos.
b) a oportunidade de fornecer alimentos para os participantes das cruzadas e para as áreas por eles conquistadas.
c) o fim das guerras e o estabelecimento de novos padrões de relacionamento entre servos e senhores de terras.
d) a formação de associações de profissionais, com decorrente aperfeiçoamento da mão-de-obra rural.
e) o aprimoramento das técnicas de cultivo e uma relação mais intensa entre cidade e campo.


13. (PUC SP/2009)
“Que Deus te dê coragem e ousadia,
Força, vigor e grande bravura
E grande vitória sobre os Infiéis.”
Citado por Georges Duby. A Europa na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1988, p. 13
Os três versos são do século XII e reproduzem a fala de um rei na sagração de um cavaleiro. Eles sugerem
a) o caráter religioso predominante nas relações de servidão, que uniam os nobres medievais e asseguravam a mão-de-obra nos feudos.
b) a ausência de centralização política na Alta Idade Média, quando todos podiam, por decisão real, ser sagrados nobres e cavaleiros.
c) o reconhecimento do poder de Deus como supremo e a crença de que a coragem dependia apenas da ação e da capacidade humanas.
d) a hierarquia nas relações de vassalagem e o significado político e religioso, para os nobres, das ações militares contra os muçulmanos.
e) o juramento que todos os nobres deviam fazer diante do rei e do Papa e a exigência de valentia e força para participação nos torneios.


14. (UECE/2009) “Numa sociedade em que toda consciência é uma consciência religiosa, os obstáculos são antes de tudo – ou finalmente – religiosos. A esperança de escapar ao Inferno, graças ao Purgatório, permite ao usurário fazer avançar a economia e a sociedade do século XIII em direção ao capitalismo”.
(LE GOFF, J. A bolsa e a vida – a usura na Idade Média. Trad. Rogério Silveira Muoio. São Paulo: Brasiliense, 2004. p.90).
Sobre a usura, assinale o correto.
a) Foi uma prática utilizada e incentivada pela Igreja Católica no decorrer da Idade Média.
b) Foi considerada um pecado grave para a doutrina e a mentalidade eclesiástica da Idade Média.
c) Foi utilizada como inspiração para o modelo econômico predominante na Idade Média.
d) Foi o impulso econômico para o incentivo das grandes navegações pós-medievais.


15. (UFAC/2009) O chamado “Cisma do Oriente” se deu em 1054, quando:
a) Os senhores feudais romperam com os dogmas da igreja católica na Europa ocidental.
b) O Papa da igreja católica da Europa Ocidental fez aliança com o cristianismo de Constantinopla.
c) Os religiosos do ocidente ficaram desconfiados dos hereges.
d) O Patriarca de Constantinopla, Miguel Cerulário, proclamou a autonomia total da Igreja Oriental em relação à Igreja Católica Ocidental.
e) O Papa do ocidente se rende aos dogmas do mundo americano.


16. (UFPA/2009) Para o historiador Jacques Le Goff: “Os homens da Idade Média entram em contato com a realidade física por intermédio de abstrações místicas e pseudocientíficas”.
(LE GOFF, Jacques. A civilização do Ocidente medieval. Bauru, SP: Edusc, 2005. p.131.)
Isto quer dizer que o misticismo e o cristianismo dos homens medievais interferiam na sua forma de entender o mundo que os cercava e a natureza. Sobre a forma medieval de conceber o mundo natural, é correto afirmar que aqueles homens
a) eram incapazes de entender a natureza e as leis que a governavam, decretando assim o atraso da época medieval em relação aos tempos de hoje.
b) tinham uma interpretação simbólica do mundo natural, pela qual a fauna e a flora valiam pelo que significavam, não pelo que podemos apurar pela experiência científica.
c) eram herdeiros do mundo grego fundado na primazia de um Deus onipotente e onipresente, o que marcava a percepção medieval sobre o ambiente, tido como uma manifestação do poder de Deus.
d) tinham uma concepção mecanicista da natureza, entendida como uma máquina perfeita, governada por leis e iluminada por Deus.
e) desenvolveram o processo de matematização da realidade natural, fundamento da ciência moderna e exata.


17. (UNIFOR CE/2009) Analise o texto.
Os promotores das cruzadas e os cruzados haviam se colocado, pelo menos, três objetivos. A conquista da Terra Santa de Jerusalém, a ajuda aos bizantinos e a união da cristandade contra os infiéis. Mas nenhum desses objetivos havia sido alcançado plenamente. Nas palavras de um importante historiador da Idade Média: "se os cruzados são os grandes perdedores da expansão cristã no século XII, os grandes ganhadores foram em definitivo, os comerciantes".
(Jacques Le Goff. La Baja Edad Média. In: Myriam Becho Mota e Patrícia Ramos Braick. História: das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, 2002. p. 116)
Quando refere-se ao contexto histórico da Baixa Idade Média, o autor deixa implícito a ideia de que as cruzadas
a) tiveram uma papel fundamental na expansão territorial européia, o que contribuiu para resolver os problemas decorrentes da escassez de terras.
b) permitiram a difusão dos valores religiosos cristãos entre os povos pagãos, o que explica o aumento de poder da Igreja católica sobre as regiões conquistadas.
c) foram responsáveis pela expulsão dos judeus da região da Palestina, o que comprova o fato de eles terem sido submetidos durante muito tempo pelos cristãos.
d) provocaram transformações na economia, estimulando a ação de mercadores que se aproveitaram das viagens para criarem novas atividades econômicas.
e) unificaram toda a cristandade contra os povos do Império Bizantino, gerando intensos conflitos que possibilitaram os movimentos de unificação das nações da Europa Ocidental.


18. (UPE/2009) A religião teve importância para a Idade Média em amplos aspectos da sua vida social. Além do seu destaque político, merece ressaltar figuras, como Tomás de Aquino, pensador influente, que, no período Medieval,
a) foi um crítico dos costumes da época, sendo partidário de heresias que incomodavam o clero secular.
b) se firmou como um dos pensadores importantes da Igreja Católica, embora tivesse ligações filosóficas com Aristóteles.
c) negou a necessidade de acreditar em Deus de forma institucional, defendendo o pensamento de santo Agostinho.
d) influenciou as ideias da Igreja no período da Alta Idade Média, com sua exaltação da fé individual.
e) se tornou o centro do pensamento cristão no Ocidente, construindo uma reflexão a partir de Platão e dos pré-socráticos.


19. (UNCISAL AL/2008) O texto a seguir revela a visão de um historiador sobre conflitos ocorridos na Europa, no final do período medieval.
A principal fonte de tensões sociais estava no campo. A luta entre senhores e camponeses era endêmica. Exasperava-se por vezes em crises de extrema violência. (...) Mas a forma habitual da luta dos camponeses contra os senhores é a surda guerrilha dos roubos nas terras do senhor, da caça furtiva em suas florestas, do incêndio de suas colheitas. É resistência passiva, com o mau trabalho nas corveias, a recusa de entrega de prestações em espécie, a fuga aos pagamentos. (...) A hostilidade dos camponeses ao progresso técnico é ainda mais impressionante. Essa hostilidade não se explica por nenhum desemprego tecnológico, mas sim porque o maquinismo medieval vinha acompanhado de um monopólio da máquina em benefício do senhor, que fazia obrigatória e onerosa, em seu proveito, a respectiva utilização.
(J. Le Goff. A Civilização do Ocidente Medieval)
A partir da leitura do texto, pode-se afirmar que os camponeses revoltaram-se contra
a) as obrigações servis que tinham de pagar pelo uso de instalações, como moinhos e fornos, dos senhores feudais.
b) grupos de servos que praticavam todas as formas de violência e destruíam as plantações e praticavam assaltos.
c) os senhores feudais porque estes proibiam a utilização de máquinas mais modernas no processo de produção.
d) o desemprego que era provocado pela introdução de máquinas agrícolas em todas as atividades agropecuárias.
e) os baixos salários pagos pelos senhores feudais aos que trabalhavam na criação de animais e nas colheitas.


20. (UFT TO/2008) “Afirmou-se com freqüência que o mercador medieval foi importunado em sua atividade profissional e rebaixado em seu meio social devido à atitude da Igreja a seu respeito.
Condenado por ela no próprio exercício de sua profissão, teria sido uma espécie de pária da sociedade medieval dominada pela influência cristã”.
(LE GOFF, Jacques. Mercadores e Banqueiros da Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1991, p. 71)
Considerando-se as informações desse texto, é CORRETO afirmar que uma das ações condenadas pela Igreja era:
a) o celibato
b) a usura
c) a ordem mendicante
d) a investidura


21. (CEFET PR/2009) "Os séculos XII e XIII poderiam ser chamados de séculos heréticos, caso pudéssemos olhar a história de uma época ou período sob um único prisma, ou seja, o da história da Igreja Ocidental. (...) As primeiras heresias distinguem-se das que ocorreram nos séculos XII e XIII, pelo seu caráter puramente filosófico e teológico, que fazia especulação racional em torno dos princípios ou dogmas cristãos, em geral planos do pensamento que tratavam da Trindade, da natureza divina e humana de Cristo e da própria relação existente entre ambas, bem como de questões ligadas à essência da divindade. Porém, o que caracteriza as heresias (...) da Baixa Idade Média, é o seu cunho popular assentado sobre uma nova visão ética da instituição eclesiástica e do cristianismo como religião vigente na sociedade ocidental".
(FALBEL, Nachman. Heresias Medievais. São Paulo: Perspectiva, 1976. p. 13)
Tendo como base o texto acima transcrito, assinale, das heresias abaixo relacionadas, aquela que NÃO corresponde ao período compreendido entre os séculos XII e XIII.
a) Monofisismo: afirmavam que Cristo tinha apenas natureza divina.
b) Albigenses ou Cátaros: acreditavam em um deus do Bem e outro do Mal.
c) Valdenses: afirmavam que os sacramentos não tinham valor se o padre que os ministrasse fosse pecador.
d) Bogomilismo: acreditavam que a Igreja de Roma fora corrompida pela riqueza e que o cristianismo verdadeiro existia apenas na pobreza e na vida simples.
e) Joaquim de Fiori: desenvolveu um fantástico simbolismo numérico e uma profunda interpretação alegórica e tipológica das Sagradas Escrituras.


22. (CEFET PR/2009) As Cruzadas são tradicionalmente definidas como expedições de caráter “militar” organizadas pela Igreja, para combaterem os inimigos do cristianismo e libertarem a Terra Santa (Jerusalém) das mãos desses infiéis. O movimento estendeu-se desde os fins do século XI até meados do século XIII. Sobre esse assunto, assinale a alternativa INCORRETA.
a) O termo Cruzadas passou a designar esse movimento em virtude de seus adeptos serem identificados pelo símbolo da cruz bordado em suas vestes.
b) As peregrinações em direção a Jerusalém, assim como as lutas travadas contra os muçulmanos na Península Ibérica e contra os hereges em toda a Europa Ocidental, foram justificadas e legitimadas pela Igreja.
c) O movimento cruzadista foi motivado pelo predomínio da Igreja sobre o comportamento do homem medieval.
d) Muitos nobres passaram a encarar as expedições à Terra Santa como uma real possibilidade de ampliar seus domínios territoriais.
e) As Cruzadas Medievais foram um conjunto de fatos isolados e em nada influenciaram a superação da crise que se instalava na sociedade feudal durante a Baixa Idade Média.


23. (CEFET PR/2009) Durante a Idade Média, a ciência e a filosofia estavam entrelaçadas e as influências árabe e grega foram muito fortes para o progresso da matemática, astronomia, biologia e medicina. Um dos grandes nomes da ciência medieval foi o monge franciscano Roger Bacon (1214- 1294), que introduziu a observação da natureza e o uso de experimentação com métodos científicos. Na filosofia, a principal preocupação era tentar harmonizar a fé cristã com a razão, cuja maior expressão foi o conjunto de elaborações intelectuais dos doutores da Igreja, entre eles Santo Anselmo (1033- 1109), São Bernardo (1090-1153), Santo Alberto Magno (1200-1280), São Boaventura (1217-1274) e São Tomás de Aquino (1225-1274), que tentaram reconstruir, dentro da visão cristã, boa parte das teorias de Aristóteles, mas sempre sob a autoridade do seu magistério supremo, o Papa. Estamos tratando de:
a) Teologia Dogmática.
b) Escolástica.
c) Epicurismo.
d) Teodicéia.
e) Estoicismo.


24. (ESPM/2009) Leia o texto e responda:
A escolástica propunha-se a demonstrar que existia íntima relação entre a fé e a razão, entre a teologia e a filosofia. Procurou-se conciliar os postulados da fé cristã com as normas da razão humana. Adotaram-se os conceitos racionalistas de Aristóteles, harmonizados com os ensinamentos da fé.
(Marvin Perry. Civilização Ocidental)
É possível assinalar que o maior filósofo escolástico foi
a) Bossuet.
b) Torquemada.
c) Cícero.
d) Tommaso Campanella.
e) Tomás de Aquino.


25. (ESPM/2009) Nos últimos anos do século XI tiveram início as Cruzadas. Expedições de cunho religioso-militar em que tomaram parte os cristãos constituíram um movimento de expansão dos cristãos europeus em direção ao Oriente.
Ao mesmo tempo serviram como uma forma de aliviar as pressões demográficas sobre o sistema feudal.
(Leonel Itaussu. História Antiga e Medieval: da Comunidade Primitiva ao Estado Moderno)
Assinale a alternativa que apresente uma consequência das Cruzadas: a libertação definitiva de Jerusalém do domínio dos muçulmanos;
a) a libertação definitiva de Jerusalém do domínio dos muçulmanos;
b) a implantação do sistema feudal na Terra Santa;
c) a interrupção das relações comerciais entre o Ocidente e o Oriente;
d) a reabertura do Mediterrâneo ao comércio europeu;
e) a transformação do Mediterrâneo em um “lago muçulmano”, tendo em vista a vitória dos islamitas.

GABARITO



1. (UEG GO/2009) A Idade Média e a Idade Moderna são duas fases da história européia marcadas, em muitos aspectos, por visões distintas de mundo: a primeira, teocêntrica, procurava conciliar fé e razão; a segunda, antropocêntrica, se destaca pelo racionalismo. Em termos filosóficos, seus principais representantes foram, respectivamente:
a) Tomás de Aquino e René Descartes
b) Santo Agostinho e Thomas Hobbes
c) Maquiavel e Bossuet
d) Cícero e Copérnico


2. (UEPB/2009) “A multiplicação das heresias na Baixa Idade Média foi um sintoma da crise da ordem feudal, incapaz de atender às necessidades espirituais e materiais de largos setores da população.” (Myriam Mota e Patrícia Braick, História das Cavernas ao Terceiro Milênio, 2002, p. 155)
Assinale a alternativa correta:
a) Os heréticos não criticavam os privilégios e o estilo da vida da nobreza. Suas preocupações eram exclusivamente doutrinais.
b) Os cátaros não acreditavam na existência do bem, porque para eles as almas eram dominadas pelo Diabo.
c) O clima sexual perverso, implícito na ideia de feitiçaria, colaborou para dar aos heréticos uma imagem de depravação, ainda que estes, como faziam os cátaros, pregassem a castidade absoluta.
d) A heresia mais significativa do século XII foi o arianismo. Os arianos não admitiam sacramentos e juramentos.
e) O Tribunal de Inquisição criado no século XVI foi instituído com a exclusiva finalidade de combater o protestantismo.


3. (UFSM RS/2009) Assinale verdadeira (V) ou falsa (F) nas afirmações a respeito da tecnologia medieval.
(__) O extenso e populoso Império Romano Legou para a Idade Média uma engenharia desenvolvida para construir e manter uma complexa rede de estradas e aquedutos, além de uma tecnologia que permita a construção de edifícios e outras obras, utilizando arcos, abóbadas e cúpulas.
(__) Os povos bárbaros desprezaram o legado cultural romano e, como não desenvolveram nenhuma tecnologia expressiva, foram os responsáveis pelo fato de a Europa ter atravessado o longo período de miséria, fome, doença e violência que caracterizou a “idade das trevas”.
(__) A tecnologia da Europa medieval desenvolveu o aproveitamento de fontes de energia, como a eólica, com os moinhos de vento, e a hidráulica, com as rodas d’água, elementos que, somados á rotação de culturas no rodízio trienal dos campos agricultáveis, permitiram o aumento da produção de alimentos.
(__) Os mosteiros medievais, embora preservasse o conhecimento através do trabalho dos monges copistas, não desenvolveram nenhuma inovação tecnológica expressiva, por entender que a natureza era perfeita como a criação de Deus e que só o demônio poderia querer transformá-la para destruí-la.
A sequência correta é
a) F - V - F - V.
b) F - F - V - F.
c) V - V - F - V.
d) V - F - V - F.
e) V - V - V - F.


4. (ESPM/2010) Desde o século XII as cidades organizaram a sua produção artesanal por meio das corporações de ofício. As corporações agrupavam os artesãos de cada ofício: havia em cada cidade a corporação dos sapateiros, dos tecelões, dos curtidores etc.
(Rubim Santos Leão de Aquino. História das Sociedades: das comunidades primitivas às sociedades medievais)
As corporações de ofício medievais tinham por objetivo:
a) defender o livre mercado;
b) estimular novas invenções e descobertas;
c) lutar pelos salários dos aprendizes;
d) impedir a concorrência;
e) eliminar a organização hierárquica existente nas corporações.


5. (UDESC SC/2010) Leia o excerto.
“Há fome. Cada grão de trigo semeado não dá mais de três, ou de quatro, quando o ano é realmente bom. Uma miséria. O obsidiante fantasma: atravessar o Inverno, aguentar até a Primavera para ir então à natureza, por brejos e matas, arrancar o sustento, armar ciladas, lançar as redes, procurar as bagas, as ervas, as raízes. Enganar a fome. De fato, este mundo parece vazio; na verdade, está sobrepovoado. Há três séculos que a população desatou a crescer, desde que abrandaram as grandes vagas de peste que durante os primórdios da Alta Idade Média, haviam assolado o mundo Ocidental.”
(DUBY, Georges, 1989, p. 10.)
Assinale a alternativa que contém o grupo social que mais se adapta à descrição referente ao cenário medieval acima.
a) A dura realidade da fome que se abatia sobre todos os grupos sociais da ordem feudal indistintamente.
b) A realidade vivida pelos membros do clero, que, por serem da Igreja Católica, praticavam o voto de pobreza.
c) A realidade da massa camponesa, base da sociedade feudal, que enfrentava períodos de escassez devido à baixa produtividade do cultivo de alimentos, entre outros fatores.
d) A realidade dos cavaleiros, que não sabiam cultivar a terra.
e) A realidade dos senhores feudais, que ficavam à mercê da produção dos servos do feudo.


6. (UEG GO/2010) A Idade Média teve como característica principal o teocentrismo. Neste período, a Igreja Romana dominava a Europa, ungia e coroava reis, organizava cruzadas à terra santa e criava, em torno das catedrais, as primeiras universidades ou escolas. A filosofia desse período passa a ser chamada de:
a) filosofia iluminista
b) filosofia patrística
c) filosofia escolástica
d) filosofia renascentista


7. (UEL PR/2010) Leia o texto a seguir:
A partir do século XIII, foram-se definindo por uma série de batalhas algumas fronteiras da Europa que, no caso da França, da Inglaterra e da Espanha, permanecem aproximadamente as mesmas até hoje. Dentro das fronteiras foi nascendo o Estado como uma organização política centralizada, cuja figura dominante – o príncipe – e a burocracia em que se apoiava tomaram contornos próprios que não se confundiam com os grupos sociais mesmo os mais privilegiados, como a nobreza. Esse processo durou séculos e alcançou seu ponto decisivo entre 1450 e 1550.
Também ocorreu uma expansão geográfica da Europa cristã, antecessora em outras condições da expansão marítima iniciada no século XV, pela reconquista de territórios ou a ocupação de novos espaços. A Península Ibérica foi sendo retomada dos mouros; o Mediterrâneo deixou de ser um ’lago árabe’, onde os europeus não conseguiam sequer colocar um barquinho; os cruzados ocuparam Chipre, a Palestina, a Síria, Creta e as ilhas do Mar Egeu; no noroeste da Europa, houve expansão inglesa na direção do País de Gales, da Escócia e da Irlanda; no leste europeu, alemães e escandinavos conquistaram as terras do Báltico e as habitadas pelos eslavos.
(FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: USP: Fundação para o Desenvolvimento da Educação, 1996. p. 20.)
Com base no texto, considere as afirmativas a seguir:
I. A península ibérica, que vivenciou a ocupação de parte de seus territórios pelos muçulmanos – denominados mouros – deu início ao processo de formação de seu Estado com a luta dos cristãos para a retomada dos espaços ocupados por estes habitantes de origem árabe, e que ficou conhecida como Reconquista.
II. Um dos aspectos da colonização do continente recém-descoberto – denominado América – deveu-se à preocupação das nações espanhola e portuguesa em relação à prática religiosa dos habitantes nativos. Estas nações, católicas, empreenderam um processo de evangelização cristã para as diferentes culturas indígenas que habitavam o Novo Mundo.
III. Espanhóis e portugueses, que iniciaram conjuntamente o processo de expansão marítima, acordaram que as terras do Novo Mundo deveriam ser repartidas de maneira igualitária. A Espanha, com sua superioridade científica e militar, tentou romper o acordo, levando tais nações à arbitragem do Vaticano que com a bula papal João XXIII deu origem à formulação do Tratado de Tordesilhas.
IV. A Espanha finalizou seu processo de centralização do poder monárquico por volta do ano de 1492, quando foram expulsos os últimos habitantes árabes de seu território – ainda presentes na região de Granada. A partir de então, entrou para o ciclo das grandes navegações marítimas pelo Atlântico, que já vinha sendo desenvolvido por Portugal.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
b) Somente as afirmativas II e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.


8. (UEPB/2010) A reforma gregoriana, implementada pelo papa Gregório VII (1073- 1085), teve como principais pontos a serem combatidos
a) o nicolaísmo e a simonia.
b) as indulgências e as mendicâncias.
c) os valdenses e o nicolaísmo.
d) as indulgências e a simonia.
e) os albigenses e os valdenses.


9. (UEPB/2010) Analise as proposições a seguir:
I - Além do canto gregoriano havia na Europa Medieval cantos profanos feitos pelos trovadores que, acompanhados de instrumentos como o alaúde e os tambores, cantavam os amores dentro do ideal da cavalaria.
II - No século XIII destacou-se na literatura Dante Alighieri, autor da Divina Comédia – uma viagem simbólica através do inferno, do purgatório e do paraíso.
III - Na Europa Medieval a pintura estava diretamente associada à divulgação de temas religiosos, dedicando-se, durante muito tempo, à representação humanizada de santos.
Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões)
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, apenas.


10. (UEPB/2010) Nos dias de hoje o Estado é o principal agente orientador das políticas educacionais, enquanto na Idade Média, a escola e toda forma de conhecimento deviam se orientados pelo(a) (s):
a) Reinos Germânicos.
b) Estado Absolutista.
c) Senhores Feudais.
d) Igreja Católica.
e) Império Franco.


11. (UFT TO/2010) Finalmente, esse medo social que ardia permanentemente em fogo lento constituiu uma das mais poderosas forças motrizes do controle social que todos os membros da classe superior exerciam sobre si mesmos e sobre outros membros do círculo em que viviam. Expressava-se na intensa vigilância com que observavam e poliam tudo o que os distinguia das pessoas de categoria mais baixa; não apenas nos sinais externos de status, mas também na fala, nos gestos, nas distrações e maneiras. A pressão constantemente exercida a partir de baixo e o medo que induzia em cima foram, em uma palavra, algumas das mais fortes forças propulsoras – embora não as únicas – do refinamento especificamente civilizado que distinguiu os membros dessa classe superior das outras e, finalmente, para eles se tornou como que uma segunda natureza.
ELIAS, Norbet. O processo civilizador: formação do Estado e Civilização, vol. 2. Trad. Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993, p.251
O texto acima faz referência às mudanças sociais em curso na passagem do período medieval para o moderno, envolvendo a nobreza, a burguesia e o campesinato. Com base nas considerações do autor é CORRETO afirmar que:
a) as guerras e o monopólio foram os únicos elementos que marcaram o domínio das classes superiores em relação às demais.
b) durante o período moderno, a ascensão econômica seria quesito único para garantir a aceitabilidade da burguesia pela nobreza.
c) a civilidade demonstrada nos gestos, na fala, nas maneiras e nas distrações era um indicador das diferenças entre as camadas superiores e as demais.
d) a vigilância de uma classe sobre as outras se restringia às ações comerciais e de segurança.
e) para a classe superior, no século XVI, não havia necessidade de controlar as falas e os gestos de seus membros. O que deveria ser controlado eram as falas e os gestos da burguesia e do campesinato.


12. (UFRR/2010) O DIABO E A PEDAGOGIA DO TERROR.
“Para melhor ensinar o caminho da virtude, os padres e pregadores instituíram junto aos fiéis sobre os perigos que rondavam o mundo, associando-o com o diabo. A figura do diabo, aliás, tornou-se bastante importante como instrumento pedagógico. Era o ensinamento pelo medo. Os pregadores incentivavam as pessoas a pensar que estivessem continuamente entre uma guerra inacabável entre as forças do bem e do mal e, para melhor ensinar a lição, reforçavam as cores na figura do criador das tentações, no príncipe de mil disfarces, naquele que a todo instante poderia fazer a alma cair em tentação”.
(Carlos Roberto F. Nogueira. O diabo no imaginário cristão. (Série princípios.). São Paulo: Ática, 1986, PP. 53-54. In: MACEDO, José Rivair; OLIVEIRA, Mariley W. Uma história em construção. São Paulo: Ática, 2001. (volume 3, p.155).
Características básicas da sociedade medieval:
a) Apenas os servos eram guiados pelo mundo maravilhoso dos símbolos, das crenças e ritos religiosos.
b) Maniqueístas, estava sempre entre dois mundos: o do bem, das virtudes - o de Deus e o do mal, das tentações e disfarces do Diabo.
c) A Igreja detinha o poder: suas orientações estavam presentes em todos os atos da vida medieval, instituindo rituais, liturgias, bênçãos e exorcismo, mas sempre respeitou os excluídos da Idade Média.
d) Permitia ascensão social, todos(as) tinham direito de conquistar uma posição social melhor.
e) Maniqueísta, hierárquica e materialista.


13. (UFTM MG/2010) “Livrai-nos, Senhor, da fome, da peste e da guerra!” Esse pedido, repetido todos os anos, em todas as igrejas, tinha motivação concreta: no século XIV, foram essas as grandes calamidades enfrentadas pelos europeus.
(Luiz Koshiba e Denise M. F. Pereira, História Geral e do Brasil: trabalho, cultura e poder)
Nesse contexto, acerca das revoltas populares ocorridas, é correto afirmar que
a) os artesãos dos maiores burgos europeus, inspirados nas críticas dos humanistas contra a prática de simonia da Igreja, se insurgiram contra o pagamento do dízimo eclesial.
b) uma rebelião de servos varreu a Europa, após a peste negra, pois um grande número de senhores feudais ampliou a reserva senhorial em prejuízo para as terras comunais.
c) o crescimento demográfico europeu, a partir do século X, não veio acompanhado de melhorias técnicas, o que potencializou as revoltas camponesas pela falta de alimentos.
d) em Flandres, a partir de 1323, os camponeses se rebelaram em virtude do aumento dos impostos e ainda ocorreram revoltas de camponeses franceses e ingleses.
e) o renascimento comercial e urbano, a partir do século IX, desestruturou as relações servis e levou os servos para os burgos, onde se revoltaram contra a exploração das corporações de ofícios.


14. (UFV MG/2010) Considerada por muitos como a “Idade das Trevas”, a Idade Média foi marcada por uma intensa transformação cultural, pois aos poucos a deterioração da herança cultural do Império Romano foi abrindo espaço para o surgimento de um outro tipo de cultura, baseada no poder crescente da Igreja Católica. Com relação à cultura Medieval, é INCORRETO afirmar:
a) A proliferação das universidades retardou o fortalecimento do Renascimento Cultural Europeu, visto que estas seguiam fielmente os desígnios do Papa e do Catolicismo.
b) Durante a Alta Idade Média, a Igreja adquiriu o controle sobre a educação, dominando o ensino através das escolas religiosas e sendo o clero a elite intelectual.
c) Os mosteiros funcionaram como depositários da cultura e os monges atuavam, em grande parte, como copiadores de manuscritos antigos.
d) Na Baixa Idade Média, a filosofia escolástica buscava a harmonia entre a razão e a fé, afirmando que o progresso dependia também do esforço do homem.


15. (UESPI/2010) Muitas análises historiográficas focalizam diferentes aspectos históricos e culturais da Idade Média. Não podemos esquecer as desigualdades e o forte poder da Igreja nesse período. No contexto da vida urbana medieval, as cidades:
a) dependiam exclusivamente das atividades agrícolas, todas administradas por senhores feudais.
b) tinham relações com a intensificação do comércio, fazendo, em muitas delas, trocas de produtos com cidades do Oriente.
c) possuíam autonomia política, pouco se preocupando com os feitos dos senhores feudais e suas guerras constantes.
d) firmavam uma hierarquia social rígida, onde a liberdade ficava restrita ao direito de assistir aos atos religiosos católicos.
e) conseguiram manter na Europa e durante o feudalismo, uma vida comercial agitada, devido ao crescimento de burguesia.


16. (UFCG PB/2010) Eixo temático: os significados atribuídos à felicidade no medievo: poder, tensão e promessas cristãs
“Desde a época romântica, continuada pela literatura e pelo cinema fantásticos até a história em quadrinhos contemporânea, os fantasmas fazem parte do cenário obrigatório da Idade Média tal como gostamos de imaginá-la. Uma Idade Média de castelos mal-assombrados, de dragões, de fantasmas ou mesmo de vampiros. Nem tudo é falso nessa imagem não obstante fácil demais: em uma cultura eminentemente religiosa (no sentido em que cada um admitia a existência e o poder de seres sobrenaturais, geralmente invisíveis, mas muito próximos) e familiar à morte e aos mortos, a ‘crença nos fantasmas’ era admitida por todos.”
(SCHMITT, Jean-Claude. Os vivos e os mortos na sociedade medieval. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 16.)
Sobre as atribuições dos vivos em relação aos mortos na Europa Medieval, é correto afirmar que:
I. A força da mística cristã conseguiu apagar as marcas de tradições pagãs greco-romanas e “bárbaras” referentes a modos singulares de culto aos mortos, apaziguando a crença nos castelos mal-assombrados e nos vampiros.
II. A crença no mundo sobrenatural era experimentada pelos medievais, favorecendo o crescimento de relatos sobre fantasmas que, após o ano 1000, passaram a ser difundidos pelo clero católico, interessado em preservar a memória dos mortos.
III. A lembrança acerca dos mortos era uma forma de administrar a dor da perda, na medida em que aplacava as consciências e reforçava a separação entre o mundo dos vivos e o dos mortos.
IV. A criação do purgatório pela Igreja Católica, no século XII, implicou no enfraquecimento das práticas de culto aos mortos, o que só seria retomado a partir das Reformas religiosas.
Estão corretas:
a) II e III.
b) II, III e IV.
c) III e IV.
d) I e II.
e) I, II e IV.


17. (UNIOESTE PR/2010) “O século XIII é o século das universidades porque é o das corporações. Em cada cidade onde existe um ofício agrupando um número significativo de membros, estes se organizam para a defesa de seus interesses e a instauração de um monopólio em seu proveito”.
(LE GOFF, Jacques. Os intelectuais na Idade média. São Paulo: Brasiliense, 1993, p. 59)
A partir deste contexto podemos afirmar que:
I. Assiste-se à conversão de certas ordens monásticas ao ensino universitário, a partir do século XIII.
II. Nas universidades nascentes, o cristianismo e o pensamento antigo são utilizados pelo método da escolástica.
III. Há grande apoio do papado às instituições universitárias surgidas neste período.
Para tanto, assinale a alternativa correta.
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
d) Apenas a afirmativa II está correta.
e) Todas as afirmativas estão corretas.


18. (Mackenzie SP/2010) “Enfim, em novembro de 1095, (...) o papa Urbano II (...) dirigiu à aristocracia guerreira francesa uma advertência, divulgada, a seguir, por toda a Europa: aqueles que até então tinham vivido como saqueadores, martirizando seus irmãos cristãos, poderiam ir para o Oriente, onde os cristãos encontravam-se ameaçados pelos muçulmanos, e empregar suas energias contra os infiéis. Assim, com o recurso deste expediente destinado a ‘exportar a violência’, foi assentada a primeira pedra no edifício das futuras Cruzadas”.
Jacques Le Goff & Jean-Claude Schmitt. Dicionário Temático do Ocidente Medieval
De acordo com o texto, é correto afirmar que as Cruzadas
a) foram expedições de caráter essencialmente religioso, conclamando os europeus para um acordo de paz com os “infiéis” no Oriente Médio.
b) tiveram nas ações militares contra os “infiéis” no Oriente sua característica mais marcante, como maneira de solucionar problemas sociais vividos na Europa.
c) tiveram a característica de exportar para a América a ideia fixa de converter os indígenas em seguidores fiéis do cristianismo.
d) analisaram sistematicamente as civilizações do Oriente, com o intuito de preservar sua cultura após a luta contra os “infiéis”.
e) mesclaram princípios religiosos e militares, buscando, por meio da conversão dos “infiéis” no Oriente, aumentar seguidores do Cristianismo, então ameaçado pela Reforma Religiosa.


19. (FMABC SP/2010) “[A peste negra] era transmitida essencialmente pelos parasitas, principalmente as pulgas e os ratos. Era uma doença exótica, contra a qual os organismos dos europeus não tinham defesas. Veio da Ásia pela rota da seda.
Veja: a epidemia, essa catástrofe, é, portanto, também um dos efeitos do progresso, do crescimento.”
Georges Duby. Ano 1000 Ano 2000. Na pista de nossos medos. São Paulo: Editora da Unesp, 1998, p. 80
A partir do texto acima, que trata do aparecimento da peste negra na Europa do século XIV, podemos dizer que
a) problemas de saúde, como a peste negra, derivam sempre da miséria social e as epidemias avançam apenas em períodos de crise econômica e conflitos sociais.
b) as doenças ficam em geral confinadas ao local de manifestação original e quando se alastram para outras áreas não provocam grandes problemas nem geram epidemias.
c) epidemias, como a peste negra, são provocadas pela ira divina e não podem ser tratadas pelos homens, a não ser que a medicina recorra a procedimentos religiosos.
d) a integração entre regiões diferentes do planeta, provocada pelo comércio e por intercâmbios culturais, também pode contribuir para a disseminação de doenças.
e) más condições de higiene e a falta de um sistema unificado de atendimento médico foram os principais responsáveis pela proliferação dos parasitas que provocaram a peste negra.


20. (UNIRG TO/2010) Leia o fragmento a seguir.
A Idade Média não existe. Este período de quase mil anos [...] é uma fabricação, uma construção, um mito, quer dizer um conjunto de representações e de imagens em perpetuo movimento, amplamente difundidas na sociedade, de geração em geração [...].
AMALVI, Christian. Idade Média. In: LE GOFF, Jacques e SCHIMITT, Jean-Claude (orgs). Dicionário Temático do Ocidente Medieval. Bauru, SP: Edusc, 2006. p. 537.
O texto aponta para a interpretação histórica sobre a Idade Média, sugerindo como as imagens a respeito desse período são múltiplas. Contudo, uma interpretação histórica consensual sobre a Idade Média afirma-se na
a) inexistência de um sistema de produção, desconsiderando o feudalismo como uma possibilidade interpretativa para a organização política e social, instituída a partir do século IX.
b) divisão desse período em duas fases, sendo que a Baixa Idade Média (XI-XIII) notabilizou-se pelo refluxo do comércio europeu e pelo fechamento dos centros urbanos.
c) crítica à representação da Idade Média como uma “Idade das Trevas”, explicitando que essa denominação renascentista pretendia valorizar as mudanças europeias no século XV.
d) predominância do poder dos senhores feudais em relação ao poder religioso, indicando a ineficácia de um imaginário sagrado em virtude do medo das manifestações sobrenaturais.


21. (UFT TO/2010) A captura de feiticeiras era muito fácil e raramente se aplicavam torturas para obter confissões. A maioria era composta de mulheres alienadas mentais. Diziam que se metamorfoseavam em animais. As italianas frequentemente se transformavam em gatos a deslizar pelas portas no âmbito de sugar o sangue das crianças (...) Todas foram queimadas. Algumas afirmaram ter se entregado ao Diabo, mas descobria-se que eram virgens. Também foram queimadas. Tudo era loucura, furor. Uma inglesa, lançada à fogueira, gritou ao povo: “Não acusem meu juiz. Eu mesma desejei minha perdição. Meus pais partiram para longe horrorizados. Meu marido me repudiou, jamais serei readmitida na vida porque sou uma desonrada. Eu queria morrer! Eu menti.”
MICHELET, Jules. A Feiticeira. São Paulo: Círculo do Livro, 1989, p.124-125.
Com base no texto, considere as afirmações abaixo:
I. A multiplicação das heresias na Baixa Idade Média foi um sintoma do apogeu da ordem feudal, demonstrando que a igreja atendia às necessidades espirituais e materiais de amplos setores da população.
II. Muitas mulheres suspeitas de heresias foram perseguidas pela igreja como bruxas ou feiticeiras. Entretanto, o imaginário sexual perverso, implícito na ideia de feitiçaria não teve influências no julgamento e nem tão pouco colaborou para dar aos heréticos uma imagem de depravação.
III. Pessoas acusadas de heresia ou bruxaria eram julgadas pelo Tribunal de Inquisição, instituído no século XIII com a finalidade de investigar e punir os crimes contra a Coroa.
IV. A insatisfação com relação ao comportamento do clero favoreceu o aparecimento de doutrinas contrárias aos ensinamentos da igreja, as chamadas heresias. Nos séculos XII e XIII proliferaram movimentos heréticos especialmente na França, que atraíram as populações humildes.
V. As pessoas acusadas de heresias eram presas, submetidas a interrogatórios e submetidas à torturas cruéis. Quem fosse considerado herético ou adepto à bruxaria poderia ter seus bens confiscados e ser condenado à fogueira.
Assinale as alternativas contendo apenas as afirmações INCORRETAS em relação ao texto de Jules Michelet:
a) I, II, IV e V
b) I, III e IV
c) I, II e III
d) II, III e IV
e) I, III, IV e V


22. (UFTM MG/2010) O monge São Bernardo de Claraval foi o pregador da segunda Cruzada, em 1147. Ele se referiu aos cavaleiros, que participavam das Cruzadas, com as seguintes palavras: O cavaleiro é verdadeiramente sem medo [...] e protege sua alma com a armadura da fé como cobre seu corpo com uma couraça de malha. Duplamente armado, ele não tem medo nem dos demônios nem dos homens. Aquele que deseja morrer não teme a morte.
(Citado por Albert Ollivier. Os Templários.)
São Bernardo de Claraval refere-se
a) à crença que incutia confiança ao combatente na luta contra o Islã, a qual trouxe modificações econômicas, sociais e culturais na Europa Ocidental.
b) ao movimento militar que tinha como objetivo fortalecer o poder dos reis nos países europeus, enfraquecendo os senhores feudais.
c) ao nascimento do sentimento cristão na Europa medieval devido à formação das cidades, o ressurgimento da moeda e o desenvolvimento do comércio.
d) à oposição da Igreja católica medieval aos servos rebelados, que se apropriaram das terras dos senhores que foram combater os muçulmanos.
e) ao pessimismo dos homens medievais, que não acreditavam que a crise econômica e social europeia pudesse ter solução fora da Igreja.


23. (UNESP SP/2010) [Na Idade Média], chamava-se ‘lepra’ a muitas doenças. Toda erupção pustulenta, a escarlatina, por exemplo, qualquer afecção cutânea passava por lepra. Ora, havia, com relação à lepra, um terror sagrado: os homens daquele tempo estavam persuadidos de que no corpo reflete-se a podridão da alma. O leproso era, só por sua aparência corporal, um pecador. Desagradara a Deus e seu pecado purgava através dos poros.
(Georges Duby. Ano 1000 Ano 2000. Na pista de nossos medos. São Paulo: Unesp, 1998.)
O texto mostra a associação entre doença e religião na Idade Média. Isso ocorre porque os homens do período
a) abandonaram o conhecimento científico, acumulado na Antiguidade, sobre saúde e doença; daí a época medieval ser apropriadamente chamada de “era das trevas”.
b) recusavam-se a admitir que as condições de higiene então existentes fossem inadequadas e preferiam criar explicações astrológicas para os males que os afligiam.
c) estigmatizavam os portadores de doenças e os isolavam, ao contrário do que ocorre hoje, quando todos os doentes são aceitos no convívio social e recebem tratamento adequado.
d) eram marcados pelo imaginário cristão, que apresentava o mundo como um espaço de conflito ininterrupto entre forças divinas e forças demoníacas.
e) rejeitavam a medicina, pois a associavam a práticas mágicas e a curandeirismo, preferindo recorrer a exorcistas a aceitar os tratamentos prescritos nos hospitais.


24. (UNIMONTES MG/2010) Entre os elementos que, de modo geral, concorreram para o processo de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, no Ocidente, é INCORRETO elencar:
a) o fortalecimento político do Estado, que tomou para si a responsabilidade de administrar as ditas questões nacionais.
b) a dinamização das práticas mercantis, com o impulso dos processos de uniformização de moedas, pesos e medidas.
c) a crescente valorização da vida terrena, que favoreceu a disseminação da ideia de liberdade, o racionalismo e o humanismo.
d) o fortalecimento dos senhores rurais, que ocasionou o crescimento das populações ligadas à exploração agrícola.


25. (FGV/2010) A chamada “crise do século XIV”, na Europa Ocidental, caracterizou-se por um conjunto de fatores como más colheitas, fome, epidemias, rebeliões camponesas e guerras. Pode-se dizer que tais elementos
a) fortaleceram as instituições medievais, principalmente o caráter internacional das universidades.
b) abalaram o sistema feudal, provocando uma acentuada queda demográfica, num processo inverso ao da expansão verificada entre os séculos XI e XIII.
c) contribuíram para o aumento relativo da população das cidades, onde os índices de mortalidade eram menores que no campo.
d) provocaram um enfraquecimento geral da cristandade, sobretudo na península Ibérica, o que permitiu uma nova ofensiva islâmica na região.
e) fizeram diminuir as taxas e obrigações senhoriais que recaíam sobre os servos e levaram à adoção da escravidão de africanos nos senhorios feudais.

GABARITO

1. (PUC SP/2010) Alguns historiadores consideram que as Cruzadas medievais tinham finalidade exclusivamente mercantil. A historiografia mais recente reconhece, no entanto, outras motivações das expedições cristãs em direção à Terra Santa, por exemplo,
a) a intenção de frear as imigrações judaicas e muçulmanas para a Europa e impedir, assim, o surgimento de novas heresias.
b) o esforço de engajar a população pobre dos países islâmicos na luta contra os inimigos europeus para expulsá-los de Meca.
c) a busca do controle estratégico do Mar Mediterrâneo, facilitando o acesso ao Oceano Atlântico e a colonização do litoral da África.
d) o anseio europeu de aproximação com o mundo árabe, visando à realização de trocas e diálogos culturais.
e) a tentativa de unificar a fé cristã, reafirmando a liderança papal e ampliando a difusão da doutrina católica.


2. (ESPM/2011) A antiga Flandres situava-se no nordeste da França, ocupando também uma parte da Bélgica e constituía-se num ponto central e de fácil acesso no Ocidente da Europa.
(Raymundo Campos. História Geral)
Sobre a importância da Flandres na Baixa Idade Média é correto assinalar que:
a) era uma região sob domínio dos muçulmanos, desde quando estes invadiram a Europa no século VIII;
b) era uma região banhada pelo Mar Báltico e importante centro de produtos como mel, peixe salgado, cereais, madeiras;
c) foi o berço de uma gigantesca associação de comerciantes denominada Liga Hanseática, conhecida ainda como Hansa Teotônica;
d) era uma região em que se realizavam feiras, que após o século XIII tornaram-se as mais procuradas do continente, famosas por seus tecidos de lã de carneiro.
e) era uma região cortada pelos varegues, comerciantes nórdicos, conhecidos pelo controle sobre o comércio de produtos orientais.


3. (FUVEST SP/2011) Se o Ocidente procurava, através de suas invasões sucessivas, conter o impulso do Islã, o resultado foi exatamente o inverso.
Amin Maalouf, As Cruzadas vistas pelos árabes. São Paulo: Brasiliense, p.241, 2007.
Um exemplo do “resultado inverso” das Cruzadas foi a
a) difusão do islamismo no interior dos Reinos Francos e a rápida derrocada do Império fundado por Carlos Magno.
b) maior organização militar dos muçulmanos e seu avanço, nos séculos XV e XVI, sobre o Império Romano do Oriente.
c) imediata reação terrorista islâmica, que colocou em risco o Império britânico na Ásia.
d) resistência ininterrupta que os cruzados enfrentaram nos territórios que passaram a controlar no Irã e Iraque.
e) forte influência árabe que o Ocidente sofreu desde então, expressa na gastronomia, na joalheria e no vestuário.


4. (UDESC SC/2011) De modo geral, a historiografia considera o século XIV como aquele que assinala o início da crise do sistema feudal europeu. Sobre os fatores que contribuíram para configurar este cenário de crise do sistema feudal, assinale a alternativa incorreta.
a) As reformas religiosas de Lutero e Calvino.
b) A superexploração da terra e dos camponeses.
c) A crise de abastecimento de alimentos que levou fome à Europa.
d) A Peste Negra, que atingiu a Europa e se espalhou por todo o continente.
e) Emergência de revoltas rurais e urbanas em toda a Europa.


5. (UEPB/2011) Considerando o fenômeno das cruzadas, podemos afirmar:
a) condenavam a prática da indulgência pela Igreja Católica.
b) fortaleceram a descentralização política dos reis, consolidando o sistema feudal.
c) inibiram o desenvolvimento comercial devido à prática constante de escambos e saques.
d) tiveram motivação exclusivamente religiosa, com a noção de “guerra santa”.
e) possibilitaram aos ocidentais o contato com importantes conhecimentos produzidos pelos muçulmanos, no campo da matemática, da medicina e da astronomia.


6. (UEPB/2011) Compreender o homem medieval é algo complexo, pois conhecimento empírico, crenças e fervor religiosos, código dos nobres cavaleiros e exploração do trabalho camponês conviviam gerando contradições e conflitos. O historiador Robert Bartlett diz que “... os homens medievais eram parecidos conosco, em termos de sentimentos e ambições, mesmo acreditando que os mortos perambulavam entre os vivos”.
Analise as proposições abaixo:
I. Os medievais preferiam ver o eclipse como um sinal de Deus, mesmo conscientes de que este se dá quando um corpo celeste passa em frente a outro. Na “Crônica da cruzada” (1220) escreve-se que “... houve um eclipse da lua, dado por causas naturais. Mas, como o Senhor diz que há sinais no sol e na lua, o interpretamos como algo ruim para o inimigo”.
II. A consciência em torno da desigualdade social era apurada no medievo. A diferenciação entre as classes não era aceita por parte “dos que trabalhavam” “dos que lutavam” como algo da ordem natural das coisas. Apenas “os que rezavam” viam a desigualdade como um desígnio de Deus, portanto, imutável.
III. O mapa-múndi da catedral de Hereford, na Inglaterra de 1290, mistura especulação e conhecimento empírico. Exibe um planeta Terra redondo e três continentes (Europa, Ásia e África) com precisão. E nas regiões periféricas, criaturas fantásticas como unicórnios e pessoas com cabeça de cachorro.
IV. Os adultos não se interessavam pela infância nem a tinham como uma fase com características próprias. Por isso mesmo o historiador Philippe Áries afirmou que a ideia de infância não existia na sociedade medieval.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I, II e III estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I, III e IV estão corretas.
d) Apenas I, II e IV estão corretas.
e) Todas estão corretas.


7. (UEPB/2011) Analise as proposições a seguir:
I. O chamado renascimento urbano, entre os séculos XI e XIII, deve ser analisado como um processo que atingiu a minoria da população europeia. Mais de 80% das pessoas continuavam a viver no campo.
II. As cidades também eram fonte de renda para os senhores, pois elas se localizavam dentro dos domínios feudais e eram obrigadas a pagar taxas aos senhores.
III. A cidade medieval era bastante penetrada pelo campo. Os citadinos levavam uma vida semirrural no interior das muralhas que abrigavam vinhas, jardins e mesmos prados e campos, gado, estrume e excrementos.
Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões):
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II, apenas.
e) III, apenas.


8. (UEPB/2011) Más colheitas, fome, pestes, desemprego, inflação, abandono de aldeias e rebeliões violentas nas cidades e nos campos foram elementos que marcaram a sociedade medieval do século XIV. Considerando esta realidade, analise as proposições a seguir:
I. O uso ilimitado de adubos e o escasso conhecimento sobre conservação esgotaram o solo, agravando a crise de produção.
II. Para a religiosidade medieval tais catástrofes provocaram histeria, alimentavam superstições populares e aceleraram transformações.
III. Na França, o campesinato sublevou-se num movimento que ficou conhecido como “jacqueries” e que juntamente com outras revoltas rurais ameaçou a própria sobrevivência da nobreza e do clero.
Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões):
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) III, apenas.
e) I e III, apenas.


9. (UFAL/2011) O florescimento das cidades na Europa Medieval se deu em um processo estreitamente relacionado ao desenvolvimento comercial. Sobre esse assunto, analise as proposições abaixo.
1) As feiras, organizadas no interior dos feudos, comercializavam os produtos locais, obtendo um papel preponderante na fundação dos burgos.
2) As Cruzadas, embora tenham contribuído para a circulação das mercadorias, por força das proibições da Igreja Católica, não estimularam o desenvolvimento de atividades relacionadas ao crédito financeiro.
3) Para proteger-se e garantir maiores lucros, os mercadores reuniram-se em associações, como a Liga Hanseática, que chegou a reunir cerca de 150 cidades.
4) A intensificação das atividades mercantis possibilitou o surgimento de feiras regulares nos cruzamentos das rotas dos mercadores, como as de Champanhe e Flandres.
5) Os empréstimos a juros, ainda que proibidos pela Igreja Católica, tornaram-se frequentes, favorecendo o surgimento de instituições financeiras de vários portes.
Estão corretas apenas:
a) 1, 2 e 3
b) 1, 3 e 4
c) 2, 3 e 5
d) 3, 4 e 5
e) 1, 3 e 5


10. (UFG GO/2011) A partir do século XII, as corporações de ofício passaram a expressar uma cultura do trabalho própria ao mundo medieval, na medida em que
a) propiciavam a troca de conhecimento entre os mestres das corporações.
b) ampliavam o processo de divisão do trabalho na produção dos artefatos.
c) promoviam uma rede de proteção entre os membros das corporações.
d) redefiniam a noção de preço justo ao incorporar os juros no valor da mercadoria.
e) estabeleciam uma nova temporalidade, associada ao processo de circulação monetária.


11. (UPE/2011) Na Baixa Idade Média (séculos X-XV), a sociedade feudal europeia assistiu a mudanças em sua estruturação e dinâmica de funcionamento que foram essenciais para a construção do mundo moderno. Sendo assim, é CORRETO afirmar que, neste período,
a) a burguesia surge e começa a atuar predominantemente, no contexto social dos incipientes centros urbanos feudais.
b) a igreja católica assiste a uma redução drástica do seu poder no contexto sócio-político mais amplo com a eclosão da Reforma Protestante.
c) o poder régio nas monarquias feudais, em especial na França e Inglaterra, passa a restringir a atuação da burguesia por meio de medidas de repressão fiscal.
d) há uma expansão do modelo agrário feudal na economia europeia de então, com a diminuição dos centros urbanos.
e) as cidades feudais passam a sofrer com guerras locais ligadas aos conflitos religiosos entre os cristãos e os judeus, em especial na Península Ibérica.



12. (UCS RS/2010) O período medieval é, geralmente, apresentado como época de superstição, atraso e estagnação. Entretanto, a Idade Média teve vários avanços tecnológicos e intelectuais que favoreceram a melhoria da qualidade de vida cotidiana.
Analise a veracidade (V) ou falsidade (F) das proposições abaixo, com relação aos avanços tecnológicos e intelectuais na Idade Média.
(__) Passou-se a utilizar o relógio mecânico e a imprensa, e surgiram as universidades.
(__) Deu-se início à exploração do vento e da água como recursos enérgicos; ocorreu o desenvolvimento da cartografia e o aperfeiçoamento dos instrumentos de navegação.
(__) Os pesados panos de lã foram substituídos pelo linho, que passou a ser empregado na confecção de roupas, proporcionando melhoria na higiene do corpo.
Assinale a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo.
a) V – F – F
b) V – F – V
c) F – F – V
d) V – V – V
e) F – V – F


13. (UEFS BA/2011) A proximidade temporal entre a instauração da Inquisição no reino e o processo efetivo de colonização da América portuguesa, a partir da década de 1530, contribuiu para que muitos cristãos-novos que se sentiam ameaçados em Portugal decidissem atravessar o Atlântico em direção ao Brasil, onde participavam da organização política e social existente. (ASSIS, 2010, p. 19).
A ameaça sistemática da Inquisição, contra judeus e cristãos-novos, em Portugal e na Colônia, decorria, no aspecto religioso,
a) do apoio prestado pelos muçulmanos aos refugiados judeus no norte da África.
b) da interpretação do judaísmo como ameaça à unidade doutrinária da Igreja Católica.
c) da divulgação do Velho Testamento judeu entre os habitantes católicos do Brasil colonial.
d) da utilização de modelos da arquitetura das igrejas católicas na construção de sinagogas judaicas.
e) da expansão de colônias judaicas no litoral afro-atlântico, fazendo concorrência ao comércio português.


14. (FATEC SP/2011) Segundo o historiador Jacques Le Goff, ao longo dos caminhos que percorre e por onde transporta suas mercadorias, o comerciante encontra muitos obstáculos. Antes de tudo, obstáculos naturais. Depois, a insuficiência dos meios de transporte. Acrescente-se a isso a insegurança, os bandidos... Acrescente-se, muito especialmente, por serem mais frequentes e mais regulares, os impostos e direitos e os pedágios de todos os tipos que os senhores feudais, as cidades ou as comunidades cobravam para se atravessar uma ponte, se cruzar um rio ou para simplesmente transitar através de suas terras, em tempos de extremo parcelamento territorial e descentralização política.
As condições descritas no texto permitem associá-lo
a) ao Egito Faraônico.
b) ao Império Romano, século II.
c) à Europa Cristã, século XIII.
d) à Península Ibérica, século XVI.
e) à França, século XVII.


15. (UEL PR/2011) O rei espanhol Alfonso X, o Sábio, na sua obra “El Libro de Ajedrez”, simula, por meio de uma partida de xadrez, os conflitos entre cristãos e mouros.
Tais conflitos devem ser entendidos no contexto
a) da expansão muçulmana para o Oriente, a qual entrou em choque com os interesses portugueses e espanhóis naquela região.
b) das Guerras Púnicas, quando Ocidente e Oriente disputaram o controle do Mar Vermelho.
c) das Cruzadas, quando cristãos, pela força, retomaram o Estreito de Gibraltar que estava sob domínio mouro.
d) das heresias medievais, quando o poder eclesiástico foi ameaçado pela concentração do poder burguês.
e) da Reconquista, que praticamente varreu das terras ibéricas a presença do elemento não cristão.


16. (PUC RS/2011) Considere o texto abaixo, relato de uma pessoa que testemunhou em vida os fatos descritos.
“Eis que, em outubro do ano 1347 da Encarnação do Senhor (...), muitos genoveses, em doze galeras, fugindo à cólera divina que se abatera sobre eles em razão de sua iniquidade, acostaram no porto da cidade de Messina. Os genoveses transportavam consigo, impregnada em seus ossos, uma doença tal que quem quer que tivesse falado com um deles era atingido por essa enfermidade mortal; essa morte, morte imediata, era absolutamente impossível de se evitar.”
(Michel de Piazza. Historia secula ab anno 1337 ad annum 1361. Apud DUBY, Georges. A Europa na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1988, p.118)
Considerando o contexto europeu do período, é correto afirmar que o surto epidêmico descrito
a) permaneceu restrito às cidades e regiões mencionadas.
b) fortaleceu a ordem sociopolítica clássica do feudalismo.
c) condicionou o abandono das explicações sobrenaturais para doenças e morte.
d) afetou apenas os pobres e a parcela mais velha das populações.
e) causou surtos de perseguição a grupos religiosos minoritários.


17. (UNESP SP/2011) Com o crescimento comercial, na Baixa Idade Média, a Europa atravessou períodos de pânico coletivo, provocados por manifestações endêmicas ou epidêmicas da peste bubônica e de outras doenças, como tifo, varíola, gripe pulmonar e disenteria. A disseminação de várias dessas doenças era facilitada, entre outros motivos, pela
a) condição precária de higiene, enfrentada principalmente pelos habitantes das cidades.
b) crença de que as epidemias não podiam ser combatidas, pois advinham da vontade divina.
c) dificuldade de contato e comunicação entre as populações do continente europeu.
d) proibição religiosa das pesquisas médicas e científicas durante toda a Idade Média.
e) omissão dos poderes políticos, uma vez que as doenças só atingiam as camadas pobres.


18. (FGV/2012) Leia o documento.
Deus criador do universo fixou duas grandes luminárias no firmamento do céu: a luminária maior para dirigir o dia e a luminária menor para dirigir a noite. Da mesma maneira, para o firmamento da Igreja universal, como se se tratasse do Céu, nomeou duas grandes dignidades; a maior para tomar a direção das almas, como se estas fossem dias, a menor para tomar a direção dos corpos, como se estes fossem as noites. Estas dignidades são a autoridade pontifícia e o poder real. Assim como a Lua deriva a sua luz da do Sol e na verdade é inferior ao Sol tanto em quantidade como em qualidade, em posição como em efeito, da mesma maneira o poder real deriva o esplendor da sua dignidade da autoridade pontifícia: e quanto mais intimamente se lhe unir, tanto maior será a luz com que é adornado; quanto mais prolongar [essa união], mais crescerá em esplendor.
(Apud Luiz Koshiba, História: origens, estruturas e processos)
No documento – escrito pelo papa Inocêncio III, em 1198 – é correto identificar
a) a recuperação de um preceito dos primeiros tempos do cristianismo, que defendia a pureza da alma e a pecaminosidade do corpo.
b) uma associação entre a estrutura moral dos monarcas e a aprovação dos seus governos pelas autoridades religiosas.
c) a condenação de todas as teorias que adotavam a cosmologia divina sobre a constituição do poder dos líderes da Igreja Católica.
d) uma determinada visão sobre as relações hierárquicas entre o poder espiritual e o poder temporal no mundo medieval europeu.
e) os resquícios de uma concepção da Antiguidade Oriental que reconhecia a supremacia das religiões monoteístas sobre o paganismo.


19. (FGV/2012) Leia o texto.
Entre 1315 e 1317 sucedem-se pesadas chuvas por todo o norte da Europa Ocidental, de forma tão intensa e ininterrupta que os campos são devastados e as colheitas perdidas, gerando uma situação de calamidade para o mundo camponês e que se soma aos vários anos bons que haviam levado o preço dos cereais a níveis bastante baixos. Sem colheitas e sem poupança, o mau tempo inaugura o grande movimento de crise do século XIV.
(Francisco C. Teixeira da Silva, Sociedade feudal: guerreiros, sacerdotes e trabalhadores)
Pode-se apontar, entre outros elementos, como parte da chamada Crise do Século XIV,
a) o progressivo processo de enfraquecimento das monarquias nacionais, em especial da França, diante da forte resistência liderada pela fração da nobreza voltada aos negócios financeiros.
b) a enorme disparidade entre a frágil produção de alimentos e o crescimento da população europeia, este resultado da ausência de conflitos bélicos e de revoltas populares importantes.
c) o efeito positivo das revoltas camponesas para a maioria dos trabalhadores dos campos e das cidades, especialmente na Europa Oriental, pois houve para estes consideráveis aumentos salariais e a concessão do direito à sindicalização.
d) o descompasso entre uma produção de mercadorias sempre menor do que a entrada de metais amoedáveis na Europa, provocando um inédito processo de hiperinflação, que paralisou a atividade produtiva no final do século.
e) a conversão da prestação do trabalho gratuito – a corveia - ao senhor, pelo pagamento em produto ou em dinheiro por parte do servo, que representou um dos passos em direção à dissolução dos laços servis.


20. (UFG GO/2012) Leia o poema a seguir.
A morte para todos faz capa escura,
E faz da terra uma toalha;
Sem distinção, ela nos serve,
Põe os segredos a descoberto,
A morte libera o escravo,
A morte submete rei e papa
E paga a cada um seu salário,
E devolve ao pobre o que ele perde
E toma do rico o que ele abocanha.
FROIDMONT, Hélinand. Os versos da morte. São Paulo: Ateliê/Imaginário, 1996. p. 50. [Adaptado].
Este poema do século XII refere-se ao impacto das mudanças ocorridas no Ocidente Medieval, relacionadas à expansão urbana e comercial. Tendo em vista esse ambiente, ao transformar a morte em personagem, o poema caracteriza-a com uma atitude
a) moralizadora, que expressa a necessidade de correção dos costumes na vida terrena.
b) racionalista, que manifesta a retomada do pensamento aristotélico.
c) idealista, que constrói uma imagem sublime do homem como criatura de Deus.
d) heroica, que denota o desejo de incentivar a coragem nos homens.
e) indulgente, que promove a convivência tolerante entre cristãos e pagãos.


21. (Mackenzie SP/2012) “Ao lado dos sinos dos conventos e das igrejas, destinados a soar e a impor as horas canônicas dos ofícios religiosos, aparecem os sinos laicos, sobretudo utilizados para a proclamação do tempo do trabalho (início, interrupções e fim). Nas cidades do nordeste da Europa, importante região têxtil, os novos sinos opõem à autoridade dos campanários da igreja a altivez das torres que os desafiam. Em face do tempo da Igreja, afirma-se o tempo do mercador, senhor do processo de trabalho”.
Dicionário temático do Ocidente Medieval, v.II, p.163
O texto aponta
a) os erros de certas análises historiográficas a respeito das concepções medievais de tempo e de trabalho. De forma precipitada, tais análises tendem a considerar a Igreja detentora absoluta de tais concepções, durante toda a Idade Média, demonstrando a falta de análises históricas empíricas.
b) que as estruturas e as mentalidades medievais não sofreram transformações substanciais. De fato, como apontado no texto, as ideias acerca do trabalho e do tempo continuaram as mesmas durante o período, demonstrando que mentalidades não se alteram rapidamente.
c) para as transformações processadas na Idade Média acerca do papel regulador da Igreja e do mercador. Aquela atenta à nova realidade, adaptando-se cada vez mais; este, senhor do comércio e das mercadorias, demonstra o seu poder ao impor o domínio sobre os sinos e os campanários medievais.
d) para as transformações processadas no final da Idade Média em relação ao tempo e ao trabalho. De fato, se antes tais conceitos eram regidos e dominados pela Igreja, a partir daquele momento as concepções valorativas acerca deles passam a predominar na transição feudo-capitalista, sobretudo nos ambientes laicos.
e) que as concepções de tempo e de trabalho se alteraram ao longo do tempo, exceto na Idade Média. De fato, analisado empiricamente, o período é rico em representações a respeito desses conceitos, sempre demonstrando a fragilidade eclesiástica em impor seus conceitos para a população em geral.


22. (UFRN/2012) Leia com atenção a definição abaixo:
Capitalismo: sistema econômico e social predominante na maioria dos países industrializados ou em industrialização. Neles, a economia baseia-se na separação entre trabalhadores juridicamente livres, que dispõem apenas da força de trabalho e a vendem em troca de salário, e capitalistas, os quais são proprietários dos meios de produção e contratam os trabalhadores para produzir mercadorias (bens dirigidos para o mercado) visando à obtenção de lucro.
SANDRONI, Paulo (Org. e sup.). Dicionário de economia. São Paulo: Círculo do Livro, 1992. p. 40.
Considerando as características apresentadas acima, o modelo socioeconômico do feudalismo europeu na Idade Média se diferencia do modelo capitalista, pois, entre outros elementos,
a) as demandas do comércio internacional por produtos agrícolas possibilitaram aos camponeses grandes lucros com a venda de excedentes da produção.
b) as revoltas camponesas do século XV aboliram as taxações feudais e favoreceram a adoção do sistema de colonato no regime feudal.
c) a maioria da mão de obra era empregada no campo, dedicando-se a uma produção de subsistência e ligando-se por laços servis à classe aristocrática.
d) a burguesia urbana enriquecida comprava títulos de nobreza e agravava a exploração da classe camponesa, submetida à servidão.



23. (Fameca SP/2013) No século XI, os tecelões de Flandres começaram a produzir a preço módico panos de lã que eram muito superiores aos tecidos em casa. Eles tiveram um crescente sucesso, primeiro em escala local, depois no exterior. Os tecelões tiveram que buscar em torno de si novas fontes de abastecimento. Acharam-nas na Inglaterra.
O comércio de genoveses, pisanos e venezianos no Leste transformou as lãs flamengas na mais popular e lucrativa de suas mercadorias, que se tornou um poderoso instrumento da expansão dessas cidades.
(Colin McEvedy. Atlas de história medieval, 2007. Adaptado.)
O texto descreve
a) os contatos comerciais entre cristãos e muçulmanos, graças às relações de suserania e vassalagem.
b) o dinamismo mercantil da Europa Medieval, com destaque para as cidades italianas e flamengas.
c) os motivos da decadência das feiras, devido às novas rotas comerciais entre o Norte e o Sul da Europa.
d) o processo de formação do feudalismo, devido à ruralização provocada pelas invasões à Europa.
e) o papel primordial do movimento cruzadista para o enriquecimento das cidades medievais, como as italianas.


24. (FGV/2013) A partir do século X, mas principalmente do XI, é o grande período de urbanização – prefiro utilizar esse termo mais do que o de renascimento urbano, já que penso que, salvo exceção, não há continuidade entre a Idade Média e a Antiguidade.
LE GOFF, Jacques. Por amor às cidadesConversações com Jean Lebrun. São Paulo: Unesp, 1998, p. 16.
A respeito das cidades medievais, após o ano mil, é CORRETO afirmar:
a) Tornaram-se centros econômicos e financeiros e vinculados às rotas mercantis e à produção agrária das áreas rurais próximas.
b) Eram fundamentalmente sedes episcopais e centros administrativos do Sacro Império Romano Germânico.
c) Tornaram-se núcleos da produção industrial que começou a desenvolver-se sobretudo no norte da Itália, a partir do século XI.
d) Tornaram-se os principais entrepostos do comércio de escravos africanos desde o início das Cruzadas.
e) Apresentaram-se como legado das póleis gregas e das cidades romanas da Antiguidade.


25. (FGV/2013) Chegam a Jerusalém a 7 de junho de 1099. Jejuam e fazem procissões em redor da cidade, esperando que as suas orações deitem abaixo as muralhas, do mesmo que as trombetas de Josué tinham derrubado as de Jericó. A chegada a Jafa de navios genoveses, pisanos e venezianos é para eles de um grande auxílio [...] A cidade tão cobiçada é tomada a 15 de julho de 1099. Assistimos, então, à pilhagem e ao massacre sistemático de toda a população. Depois do regresso dos cruzados ao Ocidente, a posse de Jerusalém torna-se precária.
Tate, G. Dois séculos de confronto entre o Oriente e o Ocidente. In Arneville, M.-B. D’ e outros, As Cruzadas. Trad., Cascais: Pergaminho, 2001, p. 22.
O texto acima refere-se à
a) terceira Cruzada e revela os interesses bizantinos nessa expedição.
b) Reconquista Ibérica e apresenta as motivações religiosas dessa empreitada.
c) sétima Cruzada e demonstra a forte presença da monarquia francesa.
d) primeira Cruzada e revela a forte religiosidade da peregrinação armada.
e) quarta Cruzada e revela a participação exclusiva dos fiéis franceses.



GABARITO

1. (FGV/2013) Entre os séculos XIII e XV, havia um intenso comércio de cerâmicas, produtos agrícolas, de cobre vindo da Zâmbia e de Chaba, de sal, ouro e marfim, enviados até a costa. De fora, chegavam (...) porcelana da China e da Pérsia, peças de vidro da Síria e outras mercadorias de luxo. O Grande Zimbábue (...) tinha o monopólio do comércio de ouro que era levado para Sofala e de lá embarcado para Quíloa.
(Regiane Augusto de Mattos, História e cultura afro-brasileira)
A partir do trecho, é possível considerar que
a) o oceano Índico e a Península Arábica foram importantes “portas de entradas” de ideias e mercadorias da África, mesmo antes da costa atlântica.
b) a economia africana apenas ganhou importância em fins do século XV, quando ocorreu a chegada dos grandes negociantes europeus.
c) o isolamento cultural e político africano não impediu que esporádicas relações comerciais fossem travadas com outros continentes.
d) desde a Antiguidade a África esteve aberta às influências externas, mas o continente só passou a ter história com o contato com a Europa moderna.
e) até meados do século XVI, a costa mediterrânea foi o único espaço africano com contato externo, em função da expansão do Império carolíngio.


2. (FGV/2013) Guerra dos Cem Anos - Denominação dada a uma série de conflitos ocorridos entre a França e a Inglaterra no período 1337-1475. O termo, que vem sendo considerado impróprio, é uma criação moderna dos historiadores do século XIX, introduzido nos manuais escolares. (...) Alguns historiadores têm mesmo proposto que seja utilizada a expressão “cem anos de guerra” e não a tradicional.
(Antônio Carlos do Amaral Azevedo, Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos apud Luiz Koshiba, História: origens, estruturas e processos)
Sobre essa guerra, é correto afirmar que
a) decorreu diretamente da chamada Crise do Século XIV, pois a Inglaterra e a França tinham leituras divergentes da paralisia econômica que atingiu a Europa ocidental desde os primeiros anos desse século.
b) resultou da imediata reação da França, aliada dos reinos de Castela e Aragão, à aliança econômica e militar entre a Inglaterra e Portugal, iniciando o mais sangrento conflito bélico da Europa moderna.
c) desenrolou-se quase toda em território francês, com batalhas entremeadas por tréguas e períodos de paz, e as suas origens se ligam à sucessão do trono francês, também disputado pela Inglaterra.
d) derivou da disputa por territórios recém-descobertos por franceses no norte da África, mas que eram estratégicos para a expansão da economia inglesa, já produtora de manufaturados.
e) desenvolveu-se no contexto das reformas religiosas, obrigando cada nação europeia a se posicionar na defesa ou não do papado, fator principal do conflito bélico entre franceses e ingleses.


3. (IFGO/2012) A partir do século XIII, a sedução é representada pela aparência sensível do mundo na arte do Ocidente. O mundo da vida tornou-se objeto de deleite, é considerado belo e digno de atenção. [...] Com a arte medieval, desenvolve-se um novo olhar sobre o mundo terrestre e o concreto: a expressão do mistério incognoscível e do sobre-humano [...]. O artista gótico substitui os monstros fantásticos pelas criaturas vivas e reais, pelos bosques e pequenos jardins. A arte medieval procura representar o trabalho dos homens, valorizando-o e aproximando-o de Deus, propagando a imagem da Virgem Maria mais feminina e mais maternal, e um Cristo mais humano e mais próximo.
No limiar da contradição, a religião do Deus encarnado em homem e a revalorização da vida terrena favoreceram incontestavelmente o aparecimento da moda. Considerando como a base religiosa a humanidade do filho de Deus, o mundo criado poderá ser louvado por sua beleza; a originalidade e o encanto do parecer poderão ganhar legitimidade; neste sentido, o traje poderá desenhar e expressar as belezas do corpo.
SANTOS, Georgia M. de Castro. A roupa, a moda e a mulher na Europa Ocidental Medieval: reflexo da opressão sofrida pela mulher na Idade Média (século XI-XV), p. 88. Disponível em: . Acesso em: 24 mai. 2012.
Sobre o texto acima, é incorreto afirmar que:
a) O texto analisa as relações entre moda, estética e religiosidade na Idade Média.
b) A autora enfatiza mudanças importantes no plano estético, sugerindo a aproximação do humano com o divino.
c) Existe uma distância intransponível entre a experiência religiosa medieval e a sensualidade das formas humanas no século XIII.
d) A vida terrena revalorizada torna-se cenário a emoldurar as representações de Maria e de Jesus Cristo.
e) Conforme o texto, existe uma relação entre a representação de criaturas e paisagens reais com a modificação da sensibilidade estética e religiosa.


4. (UEG GO/2013) Leia o fragmento abaixo.
E enquanto o fero ecoar na mente
Da estirpe que em perigos sublimados
Plantou a cruz em cada continente.
BANDEIRA, Manuel. A Camões. In: Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. p. 44.
Tem-se, no fragmento, uma referência
a) à expansão do cristianismo, quando o imperador romano Constantino, vendo uma cruz no céu antes de uma batalha que venceu, converteu-se à nova fé.
b) à Reforma Protestante, quando Martinho Lutero rompeu com a Igreja Católica pregando suas teses na porta da Catedral de Notre-Dame, em Paris.
c) às Cruzadas, quando os cristãos invadiram e tomaram Jerusalém, empunhando cruzes e espadas para combater os muçulmanos.
d) às grandes navegações, quando os portugueses marcavam a posse de novos territórios rezando uma missa e erguendo um cruzeiro.


5. (UPE/2013) Sobre a relação entre cultura e cristianismo na Idade Média, analise as seguintes afirmações:
I. A Baixa Idade Média transcorreu alheia às práticas heréticas em solo europeu.
II. Cidades, como Roma e Santiago de Compostela, eram destinos recorrentes no itinerário dos peregrinos.
III. Os mosteiros e as catedrais podem ser considerados as edificações mais significativas da Igreja medieval.
IV. As universidades foram as primeiras instituições a se preocuparem com o legado clássico na Idade Média.
V. A arte do mosaico se desenvolveu nas igrejas medievais de influência bizantina.
Estão CORRETAS
a) I, II e IV.
b) II, III e V.
c) I, IV e V.
d) II, III e IV.
e) I, II e III.


6. (UNESP SP/2013) Nos arredores de Assis, dois leprosários [...] hospedavam os homens e mulheres de visão repugnante escorraçados por todos: considerava-se que os leprosos eram assim por castigo de Deus, por causa dos pecados cometidos, ou porque tinham sido concebidos em pecado. Por isso, ao se movimentarem, eram obrigados a bater certas castanholas, para que os sãos pudessem evitá-los, fugindo a tempo.
(Chiara Frugoni. Vida de um homem: Francisco de Assis, 2011.)
A lepra e as demais doenças recorrentes durante a Idade Média
a) resultavam do descuido das vítimas e os médicos se dedicavam apenas aos doentes graves ou terminais.
b) atingiam basicamente as populações rurais, pois as condições de higiene e saneamento nas cidades eram melhores.
c) atacavam e matavam igualmente nobres e pobres, pois não existiam hospitais ou remédios.
d) eram consideradas contagiosas e, devido a isso, não havia pessoas dispostas a cuidar dos enfermos.
e) eram muitas vezes atribuídas à ação divina e as vítimas eram tratadas como responsáveis pelo mal.


7. (UFRN/2013) O historiador Jacques Le Goff, analisando o Ocidente europeu na Idade Média, comenta:
O conflito entre o tempo da Igreja e o tempo dos mercadores afirma-se pois em plena Idade Média, como um dos acontecimentos maiores da história mental destes séculos, durante os quais se elabora a ideologia do mundo moderno, sob a pressão da alteração das estruturas e das práticas econômicas.
LE GOFF, Jacques. Para um novo conceito de Idade Média: tempo, trabalho e cultura no Ocidente. Lisboa: Estampa, 1979. p. 45.
Esse conflito referido pelo autor diz respeito
a) à tensão entre a moral burguesa, que defendia o "justo preço" e a moderação do lucro, e os valores clericais, que enalteciam o ócio, como expressão da confiança na Providência.
b) à contradição entre a exploração dos servos, a qual sustentava a produção nos domínios feudais, e a concepção de uma sociedade fraterna defendida pela Igreja.
c) às dificuldades de conciliação entre os interesses religiosos das Cruzadas e as ambições das cidades italianas, que lucravam com as novas rotas comerciais abertas pelo movimento cruzadista.
d) à incompatibilidade entre o ponto de vista defendido pela Igreja sobre a economia e as ideias capitalistas da burguesia, a qual gradativamente se consolidava.


8. (UFG GO/2012) A expressão “expansão marítima europeia” é utilizada pela historiografia contemporânea, ao tratar dos séculos XV e XVI, para
a) identificar o processo de aquisição de territórios na Europa por meio da drenagem de regiões próximas ao mar, tal como ocorrido nos Países Baixos.
b) caracterizar o domínio político sobre o Oriente, auxiliado pela invenção da pólvora, da bússola e do astrolábio nas universidades europeias.
c) criticar o belicismo europeu que usou o argumento religioso de “combate ao infiel” para justificar suas conquistas territoriais na Ásia.
d) definir o desenvolvimento econômico europeu bem como o contato e comércio com povos de outros continentes.
e) legitimar a adoção da cultura europeia por parte de outras nações como ação integrante do projeto civilizacional iluminista.


9. (UFTM MG/2012) [...] para satisfazer as faltas e necessidades dos da fortaleza, começaram a afluir diante da porta, junto da saída do castelo, negociantes, [...] mercadores de artigos custosos, em seguida taberneiros, depois hospedeiros para a alimentação e albergue dos que mantinham negócios com o senhor [...]. Os habitantes de tal maneira se agarraram ao local que em breve aí nasceu uma cidade importante.
(Jean Lelong, cronista do século XIII, apud Fernanda Espinosa. Antologia de textos históricos medievais, 1972.)
O texto refere-se
a) às transformações ocorridas na Europa Ocidental a partir do século XI, quando as atividades comerciais intensificaram- se.
b) ao processo de criação das corporações de ofícios, com suas regras e rituais específicos para cada profissão.
c) à crescente insegurança que marcou o período medieval, razão pela qual se procurava viver em torno de fortificações.
d) à baixa produção dos feudos, que dependiam de fornecedores externos para assegurar a sobrevivência de seus moradores.
e) às lutas entre senhores feudais e senhores urbanos pelo controle da produção agrícola, principal fonte de impostos.


10. (UNESP SP/2012) As feiras foram muito difundidas pela Europa a partir do século XI. Entre os motivos que provocaram tal fenômeno, podemos citar
a) a unificação da moeda europeia, que facilitou a atividade dos banqueiros e a aquisição de mercadorias.
b) o aumento da produção agrícola, provocado pelos desmatamentos, que ampliavam a quantidade de terras cultiváveis.
c) a eliminação das práticas feudais, que prendiam os camponeses à terra e reduziam a monetarização da economia.
d) o crescimento urbano, provocado pelas doenças e epidemias que grassavam nas áreas rurais e provocavam êxodo em direção às cidades.
e) a regionalização das economias, que limitou significativamente a obtenção de mercadorias provenientes de terras distantes.


11. (UNISA SP/2012) (…) A população da Cidade Santa foi passada ao fio da espada, e os francos massacraram os muçulmanos durante uma semana. Na mesquita de al-Aqsa, mataram mais de setenta mil pessoas. E Ibn al-Athir, que evita citar cifras não comprováveis, corrige: Mataram muita gente. Aos judeus recolheram na sua sinagoga e lá os queimaram vivos os francos. Destruíram também os monumentos santos, e a tumba de Abraão – a paz esteja com ele.
(Maloouf, Amin. La Invasión. Madrid, 1994)
O texto diz respeito
a) à Hégira.
b) à Jihad Islâmica.
c) às Cruzadas.01
d) à conquista de Roma pelos bárbaros.
e) à conquista de Meca por Maomé.


12. (FMJ SP/2012) A partir do século XI, o aumento da produtividade agrícola na Europa promoveu uma série de transformações que constituíram o longo processo de desestruturação do sistema feudal.
Assinale a alternativa que aponta, corretamente, uma dessas transformações.
a) Devido à pujança econômica do período, a Europa enfrentou uma série de invasões de diferentes povos. Nórdicos (normandos ou vikings), magiares e muçulmanos saquearam diversas regiões do Império Carolíngio.
b) Com o aumento da produção agrícola, os proprietários de terras transformaram seus domínios em unidades economicamente autônomas, autossuficientes. O sistema de trocas restringiu-se aos produtos especiais como sal, ferramentas e armas.
c) Em busca de melhores condições de vida, muitos artesãos, jornaleiros e pequenos comerciantes abandonaram seus ofícios e cidades para integrarem-se à crescente atividade agrícola, provocando intenso êxodo urbano.
d) Mosteiros e abadias, grandes domínios rurais da Igreja, não assimilaram as novas técnicas agrícolas, o que resultou na diminuição das rendas obtidas pelo clero e no enfraquecimento econômico dessa instituição.
e) A venda do excedente agrícola e de matérias-primas originárias do campo aumentou a circulação de moedas e o interesse pelos metais preciosos, contribuindo para a crescente monetarização da economia.


13. (Mackenzie SP/2012) “O ar da cidade torna os homens mais livres”
O provérbio medieval acima denota uma mudança no cenário europeu com o declínio do feudalismo e ressurgimento das cidades. As alterações que ocorreram no final da Idade Média refletiam a nova visão do homem desse tempo perante o mundo. Considerando o provérbio acima e as transformações decorrentes da transição do feudalismo para o capitalismo, é correto afirmar que,
a) graças ao Renascimento Comercial, verificado na Baixa Idade Média, as cidades medievais ficaram livres do pagamento das antigas taxas e tributos feudais, liberando os ocupantes das cidades de tais encargos monetários.
b) em virtude das Cruzadas (1096-1270), aumentou o intercâmbio religioso entre Oriente e o Ocidente, ocasionando uma maior tolerância religiosa nas cidades medievais, que passaram a se espelhar no modelo de Jerusalém.
c) enquanto a vida no campo era marcada por uma estrutura social estratificada, nos novos centros urbanos, o desenvolvimento comercial e artesanal criaram condições para a possibilidade de ascensão social para o homem urbano.
d) por contar com seu próprio conjunto de leis e jurisprudência, livres da influência dos senhores feudais, as cidades medievais proporcionaram liberdade a todos quantos se sentiam oprimidos pelo modelo social feudal da época.
e) enquanto fazia parte da condição servil, trabalhar nas terras do senhor e a ele entregar parte da colheita, nas cidades, já no século XII, as relações de trabalho eram totalmente assalariadas.



14. (PUC RS/2012) Entre os séculos XI e XV, a Europa Ocidental conhece um período de profundas transformações econômicas, sociais e políticas, dentre as quais NÃO se pode apontar
a) o desenvolvimento do capital comercial.
b) a dissolução do trabalho servil clássico.
c) a eclosão dos movimentos urbanos autonomistas.
d) o fim dos grandes surtos epidêmicos.
e) o início da centralização do poder político.


15. (UCS RS/2012) Conhecido durante muito tempo como a Idade das Trevas, o período medieval (século V ao XV) foi responsável por um importante legado ao mundo contemporâneo. Entre as principais contribuições dessa época, pode-se destacar
a) a universidade.
b) o humanismo.
c) o capitalismo.
d) a monarquia.
e) o racionalismo.


16. (FGV/2013) Leia o texto abaixo com atenção e depois considere as afirmações que o seguem.
Durante muito tempo considerou-se que a Idade Média conheceu apenas o antijudaísmo, que se aplicava aos judeus como assassinos do Cristo e cegos à verdadeira fé, diferentemente do antissemitismo moderno, ideologia laica fundada sobre um critério racial. Ao que tudo indica, a Idade Média ignora a noção de raça, tal qual ela é formulada no século XIX, e é antes a constituição da cristandade como totalidade unificada que leva então à rejeição dos judeus, enquanto não cristãos e não como povo julgado inferior. De fato, uma conversão ao cristianismo torna possível sua integração social, mesmo se permanece sempre algo da antiga condição que a conversão não chega jamais a abolir completamente.
BASCHET, J. A civilização feudal. Do ano mil à colonização da América. São Paulo: Globo, 2006, p. 238.
I. As perseguições aos judeus durante a Idade Média têm as mesmas justificativas daquelas estabelecidas pelos nazistas no século XX.
II. A noção de cristandade estabelecida na Idade Média previa a constituição de uma unidade religiosa, política, cultural e racial.
III. Mesmo convertidos ao cristianismo, antigos judeus não estiveram completamente a salvo de perseguições durante a Idade Média.
Está correto apenas o que afirma em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.


17. (PUCCamp SP/2013) Embora a sociedade feudal costuma ser associada a um período histórico marcado pelo retrocesso tecnológico, inovações técnicas importantes vieram tornar mais rentável e menos penoso o trabalho do campesinato medieval. Entre elas está a invenção da charrua, uma espécie de arado mais eficiente, a reestruturação do moinho hidráulico e o desenvolvimento de novas formas de atrelar os animais, o que aumentou o poder de tração.
(Myriam B. Mota e Patrícia R. Braick. História: das cavernas ao Terceiro MilênioSão Paulo: Moderna, 1997. p. 87)
Com base no texto e no conhecimento histórico é correto afirmar que, no início da Baixa Idade Média, apesar de limitadas,
a) as inovações técnicas, acompanhando o crescimento demográfico e gerando excedentes para uma atividade comercial cada vez mais intensa, proporcionaram transformações profundas na vida feudal.
b) as novas tecnologias no meio rural, visando reorganizar a produção de forma mais eficiente, trouxeram mudanças profundas na economia ao formar um contingente de mão de obra disponível para as indústrias.
c) as descobertas científicas, alavancadas pelo desenvolvimento de técnicas de produção agrícola, provocaram transformações nas relações de trabalho feudal, dissociando o trabalhador dos meios de produção.
d) as novas técnicas de produção e instrumentos inovadores na agricultura e o aumento da população, na Europa ocidental, permitiram a integração do trabalho rural ao sistema capitalista em desenvolvimento.
e) as inovações tecnológicas, embora encontrasse obstáculos na própria estrutura estamental, provocaram mudanças qualitativas na economia, abrindo espaço para uma nova ordem política e social no mundo feudal.


18. (UDESC SC/2013) Sobre a Europa no período entre o século V e o século XV, analise as proposições.
I. Durante os séculos VIII e XIV a Península Ibérica foi habitada por povos que professavam o islamismo, catolicismo e judaísmo.
II. A economia era baseada na produção industrial e as pessoas que trabalhavam eram majoritariamente servos, e não tinham a propriedade das terras.
III. Este período é marcado pelo grande poder da Igreja Católica.
IV. Neste período ocorreram inovações tecnológicas tais como: o arado de metal, a rotação de culturas e os moinhos movidos pelo vento ou pela água, o que acarretou em aumento da produtividade agrícola.
V. Um aspecto marcante, deste período, foram as guerras religiosas contra os povos que não eram seguidores do catolicismo.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I, III, IV e V são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.


19. (UECE/2013) A partir do século XII, em muitas cidades europeias, foram criadas associações que faziam parte de um sistema particular para organizar a produção e as profissões, bem como regulamentar e tutelar as atividades de pessoas pertencentes a uma mesma categoria profissional. Esse sistema recebeu o nome de
a) Unidades de Produção Artesanal.
b) Corporações de Ofícios.
c) Mestres, Oficiais e Aprendizes.
d) União de Construtores e Artesãos.


20. (UEFS BA/2013) Na economia feudal da Baixa Idade Média, um papel importante foi desempenhado por relações internacionais que ligavam o Oriente ao Ocidente, dentre elas03
a) as rotas da seda e das especiarias, que convergiam, respectivamente, para os portos de Constantinopla e de Alexandria, que, por sua vez, eram alcançados por mercadores árabes e venezianos.
b) as grandes feiras, monopolizadas pelos mosteiros, que se mantiveram concentradas entre os países ibéricos e a região de Champagne, na península Itálica.
c) o surgimento das letras de câmbio, utilizadas para evitar o transporte de grandes somas de dinheiro, nas perigosas estradas medievais.
d) a navegação comercial, que ligava os portos do mar do Norte e do mar Báltico ao mar Cáspio, na Turquia.
e) a organização das ligas de mercadores, que articulavam o comércio de embarcações entre a Inglaterra, a Rússia e as cidades gregas.


21. (UEPA/2012) Entre o final do século XIII e o início do século XIV, no sudoeste da França, na região do Rio Ariège, a Igreja Católica investiu fortemente contra a heresia conhecida como albigense ou cátara, por meio do Tribunal do Santo Ofício. Os heréticos baseados, em particular, no povoado de Montaillou, acreditavam que o mundo era uma materialização do mal e um lugar de expiação. Por isso, a salvação seria responsabilidade individual, sem necessidade de intermediários, na forma de prática expiatória marcada pela experiência do êxtase espiritual. Os sacerdotes cátaros, por sua vez, seriam somente os direcionadores desta forma de fé cristã, praticada à revelia da instituição eclesiástica oficial. A forte repressão a heresias como essa, na Baixa Idade Média europeia, por parte da Igreja Católica, se explicava principalmente:
a) pela expansão implacável das denominações heréticas que chegavam a abalar o poder da Igreja Católica em seus centros de decisão.
b) por conta da divisão do papado entre Roma e Avignon, que levava os Papas da igreja dividida a adotarem uma linha dura contra as heresias.
c) pelo interesse na eliminação do protestantismo, que ganhava terreno nos reinos germânicos do Norte da Europa.
d) pelo interesse na manutenção do papel central da Igreja como unificadora da cristandade e base de poder da elite eclesiástica sobre os reinos medievais.
e) pelo temor da expansão islâmica, em franco desenrolar na forma de guerras santas que já se estendiam à Península Ibérica.


22. (UEPA/2013) Os camponeses franceses do século XIV eram conhecidos pelos nobres do reino pelo termo Jacques (que pode ser traduzido em português pelo nome “Tiago”), por ser este considerado como nome comum entre as camadas populares. As revoltas dos Jacques (ou Jacqueries), como ficaram conhecidas, estouraram no norte do Reino da França em 1358. Sua emergência no contexto de crise da Guerra dos Cem Anos (1337-1453) assumiu um sentido de contestação dos privilégios da nobreza rural e foi estimulada pelo/a:
a) pilhagem das vilas camponesas promovidas por líderes militares aristocratas.
b) terror implantado no campo pelos vilões, mobilizados pela conjuntura de guerra.
c) aumento de taxas feudais e pelos saques de soldados espalhados pelos campos.
d) desmonte da ordem social feudal por conta da guerra entre França e Inglaterra.
e) fragilidade das forças militares da nobreza na repressão a levantes populares.



23. (UFG GO/2013) Leia o texto a seguir.
O corpo é considerado perigoso: é o lugar das tentações; nele se manifesta o que depende do mal; sobre ele se aplicam os castigos purificadores que expulsam o pecado. Testemunha, o corpo denuncia as particularidades da alma por seus traços específicos, mas também pela maneira pela qual suporta a prova da água ou do ferro em brasa.
DUBY, Georges. A solidão nos séculos XI a XIIIIn: DUBY, G.; ARIÈS, P. (Orgs.). História da vida privada: da Europa feudal à Renascença. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 515-516. (Adaptado).104
O dualismo entre corpo e alma era uma característica da cultura europeia, nos séculos XII e XIII. Com base no texto, esse dualismo expressava-se
a) no desprezo com a higienização do corpo, que era um recurso para encobrir os pecados da alma.
b) na prática caritativa com os doentes, que se tornavam exemplo em virtude do sofrimento do corpo.
c) no controle do comportamento, que revelava a alma resguardada pelo corpo.
d) na hierarquização entre homens e mulheres, que regulava a moral segundo os preceitos bíblicos.
e) no exercício do ritual de exorcismo, que expulsava o pecado do corpo.


24. (UFTM MG/2013) Jamais a Europa esteve tão unida quanto nos séculos XII e XIII, e essa unidade devia-se ao fato de que os europeus daquele tempo tinham o sentimento de constituir um só povo [...].
(Georges Duby. Ano 1000, ano 2000. Na pista de nossos medos, 1998.)
O sentimento de unidade europeia mencionado no texto derivava, sobretudo,
a) do empenho dos reis e imperadores de estabelecer laços diplomáticos e políticos entre os Estados nacionais.
b) da identificação religiosa proporcionada pelo cristianismo e estimulada pelas cruzadas.
c) da inexistência de conflitos armados no continente, após a derrocada econômica e militar provocada pelas temporadas anteriores de guerras e peste.
d) da unidade entre o poder temporal e o poder espiritual, exercidos em todo o continente pelo Papa.
e) do reconhecimento de que os diversos reinos tinham, nos invasores bárbaros, inimigos comuns e deviam se associar para expulsá-los.


25. (UNESP SP/2013) Podemos afirmar que as obras A divina comédia, escrita por Dante Alighieri no início do século XIV, e Dom Quixote, escrita por Miguel de Cervantes no início do século XVII,
a) parodiaram as novelas de cavalaria e defenderam a hegemonia da Igreja Católica e da aristocracia, respectivamente.
b) derivaram de registros orais e foram apenas organizadas e sistematizadas na escrita de seus autores.
c) contribuíram para a unificação e o estabelecimento da forma moderna dos idiomas italiano e espanhol.
d) assumiram forte conotação anticlerical e intensificaram as críticas renascentistas à conduta e ao poder da Igreja Católica.
e) retrataram o imaginário da burguesia comercial ascendente na Itália e na Espanha do final da Idade Média.


GABARITO

1. (UEFS BA/2013) A crise generalizada, no século XIV, obrigou as várias categorias sociais a buscar uma resposta.
A dos oprimidos do campo e da cidade foram as jacqueries e os levantes urbanos. A da nobreza foram os conflitos dinásticos, que ofereciam a oportunidade de obter novos feudos.
Outra resposta, apoiada pela burguesia comercial, baseava-se no fortalecimento do poder dos reis para restabelecer a ordem e abrir novos mercados. Para algumas nações, isso implicava uma política de expansão marítima.
(BRAICK; MOTA, 2010, p. 187).
A expansão marítima e comercial do século XV, que representou uma das respostas encontradas para o enfrentamento da crise europeia do século XIV, relaciona-se, também, com
a) a necessidade de superar o controle do Império Bizantino sobre a navegação do mar Mediterrâneo, especialmente nos portos do norte da África.
b) a vitória dos reinos cristãos contra os reinos muçulmanos, durante a Guerra dos Cem Anos.
c) as incessantes revoltas de escravos, servos e trabalhadores urbanos, denominadas sob o nome geral de “jaqueries”.
d) a expansão dos árabes em direção do Extremo Oriente e a proibição, por eles estabelecida, ao tráfico de africanos escravizados para o mercado europeu.
e) o descompasso entre os limites da produção de alimentos e de utensílios, gerados pela economia feudal, e as crescentes demandas do aumento populacional do período.


2. (UNIUBE MG/2013) A partir do século XIII, o feudalismo atingiu o apogeu. As cidades cresceram, os burgueses se fortaleceram e o movimento conhecido como Cruzadas chegou ao seu apogeu. Sobre as transformações e descobertas ocorridas nesse período da Idade Média pode-se afirmar que:
I. A conquista da Terra Santa inaugurou uma nova fase na história religiosa e econômica nos polos da Europa Ocidental.
II. A igreja assumiu o novo papel na luta e defesa de seus objetivos, protegendo os cristãos peregrinos e combatendo os infiéis.
III. O surgimento de ordens militares de caráter religioso como a Ordem dos Templários teve papel fundamental no domínio da Terra Santa.
IV. A Ordem dos Templários era composta pelos monarcas e fidalgos da Europa, e, no fim da Idade Média, por motivos econômicos e perseguições pelos turcos, passaram a ser reconhecidos como integrantes da Ordem de Cristo.
As afirmações CORRETAS estão contidas em:
a) I, II e III, apenas
b) I, II, III e IV
c) I, II e IV, apenas
d) III e IV, apenas
e) IV, apenas



3. (Anhembi Morumbi SP/2014) À medida que o riacho irregular do comércio se transformava em corrente caudalosa, todo pequeno broto da vida comercial, agrícola e industrial recebia sustento e florescia. Um dos efeitos mais importantes do aumento do comércio foi o crescimento das cidades.
(Leo Huberman. História da riqueza do homem, 1976.)
O fenômeno descrito no texto refere-se
a) ao nascimento das primeiras civilizações na região do Crescente Fértil.
b) ao processo de agrarização ocorrido na Inglaterra no período moderno.
c) à passagem da sociedade escravista romana para o sistema feudal de produção.
d) ao surgimento da civilização islâmica a partir da unificação das tribos árabes.
e) ao renascimento comercial e urbano ocorrido no período medieval europeu.


4. (ESPM/2014) Seu principal objetivo era demonstrar, por um raciocínio lógico formal, a autenticidade dos dogmas cristãos. A filosofia devia desempenhar um papel auxiliar na realização deste objetivo. Por isso a tese de que a filosofia está a serviço da teologia.
(Antonio Carlos Wolkmer Introdução à História do Pensamento Político)
O texto deve ser relacionado com:
a) a filosofia epicurista;
b) a filosofia escolástica;
c) a filosofia iluminista;
d) o socialismo;
e) o positivismo.



5. (Fac. de Ciências da Saúde de Barretos SP/2014) Desde as últimas décadas do século XIII, assistia-se a uma perda da vitalidade que caracterizara o Feudalismo nos duzentos anos anteriores. A origem disso estava na sua dinâmica, que levara o Feudalismo a atingir então os limites possíveis de funcionamento de sua estrutura. Em outros termos, a crise resultava das características do próprio Feudalismo.
(Hilário Franco Junior. O feudalismo, 1983.)
Entre os acontecimentos que provocaram a crise do feudalismo, é correto incluir
a) a inexistência de práticas comerciais internas e externas nas regiões ocupadas pelas terras senhoriais.
b) a exploração agrícola predatória e extensiva, que pode ter provocado importantes alterações ecológicas.
c) a decadência da influência política da Igreja Católica e o fim de sua hegemonia religiosa no Ocidente.
d) o desinteresse político dos senhores de terra, que abdicavam da autonomia que os reis lhes concediam.
e) o encarecimento da mão de obra, provocado pela substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre e assalariado.


6. (Fac. Direito de Sorocaba SP/2014) Na Europa Ocidental, a partir do ano mil,
a) o sistema feudal, baseado no trabalho servil e na autossuficiência econômica, começou a se estruturar.
b) as rotas comerciais ficaram sob controle dos muçulmanos, fragilizando o monopólio das cidades italianas.
c) o desenvolvimento mercantil e urbano contribuiu para o surgimento de uma nova camada social, a burguesia.
d) os reis perderam, gradativamente, seus poderes para os senhores feudais, que sobrepujaram a autoridade papal.
e) o trabalho foi organizado em associações, tais como as ligas de camponeses e as corporações de artesãos.


7. (Fameca SP/2014) Leia o excerto sobre a medicina islâmica.
De todos os campos em que a civilização muçulmana foi admirável, um dos mais importantes foi a medicina. Antes mesmo do século VII existiam instituições que funcionavam como hospitais-escola, nas quais as pessoas eram tratadas e ao mesmo tempo os jovens aspirantes a médicos recebiam uma sistemática formação sob a orientação de profissionais mais experientes.
A prática da Medicina nesses locais estimulava os estudantes a examinar e registrar as ações dos pacientes, suas excreções, a natureza e a localização de suas dores, os inchaços de seu corpo, a cor e textura de sua pele, se quente ou fria, se seca ou úmida, se flácida, se os pacientes podiam inclinar as costas.
Característica relevante dos hospitais do mundo islâmico era a sua gratuidade. Nessas instituições qualquer pessoa doente, independente de sua crença, recebia o mesmo tratamento. Os médicos e funcionários do hospital eram selecionados por suas habilidades.
(Fausto Nogueira e Marcos Capellari. História: ser protagonista, 2008. Adaptado.)
De acordo com o texto e seus conhecimentos sobre a Europa cristã, é correto afirmar que, na maior parte da Idade Média,
a) as práticas islâmicas desenvolveram a base do diagnóstico médico, enquanto que os cristãos buscavam prioritariamente explicações pela fé.
b) a medicina islâmica era cerceada pelos dogmas religiosos, assim como ocorria entre os cristãos, dificultando a busca da cura das doenças.
c) a formação dos médicos islâmicos e cristãos era puramente teórica, devido às proibições religiosas a todo tipo de experimento e método.
d) os hospitais muçulmanos usavam princípios místicos nos tratamentos, enquanto que os cristãos privilegiavam a ciência e a experimentação.
e) o atendimento médico era oferecido àqueles que professassem fé e obediência à respectiva religião, mas não dependia da condição social.


8. (FATEC SP/2014) Nos séculos finais da Baixa Idade Média europeia, a economia de subsistência e de trocas naturais tendia a ser suplantada pela economia monetária, a influência das cidades passou a prevalecer sobre os campos, e a dinâmica de comércio levou à mudança e à ruptura das corporações de ofício medievais.
(SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Atual, 1988, p.5. Adaptado)
Analisando as transformações citadas, conclui-se, corretamente, que elas
a) evidenciaram o surgimento da nova classe social burguesa e a crise do sistema feudal.
b) fortaleceram a Igreja Católica, que incentivava a prática comercial no período medieval.
c) prejudicaram a burguesia comercial e favoreceram os proprietários das terras feudais.
d) demonstraram a força do sistema feudal e dos mecanismos de subsistência no campo.
e) enfraqueceram os reis absolutistas que dominaram a Europa durante o período medieval.


9. (FUVEST SP/2014) Durante muito tempo, sustentou-se equivocadamente que a utilização de especiarias na Europa da Idade Média era determinada pela necessidade de se alterar o sabor de alimentos apodrecidos, ou pela opinião de que tal uso garantiria a conservação das carnes.
A utilização de especiarias no período medieval
a) permite identificar a existência de circuitos mercantis entre a Europa, a Ásia e o continente africano.
b) demonstra o rigor religioso, caracterizado pela condenação da gastronomia e do requinte à mesa.
c) revela a matriz judaica da gastronomia medieval europeia.
d) oferece a comprovação da crise econômica vivida na Europa a partir do ano mil.
e) explicita o importante papel dos camponeses dedicados a sua produção e comercialização.


10. (FGV/2014) [A crise] do feudalismo deriva não propriamente do renascimento do comércio em si mesmo, mas da maneira pela qual a estrutura feudal reage ao impacto da economia de mercado. O revivescimento do comércio (isto é, a instauração de um setor mercantil na economia e o desenvolvimento de um setor urbano na sociedade) pode promover, de um lado, a lenta dissolução dos laços servis, e de outro lado, o enrijecimento da servidão. (...) Nos dois setores, abre-se, pois, a crise social.
(Fernando A. Novais, Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. p. 63-4)
Segundo o autor,
a) a crise foi provocada pelo impacto do desenvolvimento comercial e urbano na sociedade, pois, na medida em que reforça a servidão, origina as insurreições camponesas e, quando fragiliza os vínculos servis, provoca as insurreições urbanas.
b) a crise do feudalismo nada mais é do que o marasmo econômico provocado pela queda da produção, uma vez que há um número menor de camponeses livres, o que leva à crise social do campo, prejudicando também a nobreza.
c) a crise foi motivada por fatores externos ao feudalismo, isto é, o alargamento do mercado pressiona o aumento da produção no campo e na cidade, o que leva à queda dos preços e às insurreições camponesas e urbanas.
d) o desenvolvimento comercial e urbano em si não leva à crise, pois o que deve ser levado em consideração é a crise social provocada pelo enfraquecimento dos laços servis, tanto no campo como na cidade.
e) as insurreições camponesas e urbanas são as respostas para a crise feudal, pois a servidão foi reforçada tanto no campo como na cidade, garantindo a sobrevivência da nobreza por meio do pagamento de impostos.


11. (FMJ SP/2014) No mês de novembro (de 1095), o Papa reuniu todos os bispos da Gália e da Espanha e realizou um grande concílio em Clermont.
Em seguida, fez uma comovente descrição da desolação da Cristandade no Oriente e expôs os sofrimentos e a opressão atrozes que os sarracenos infligiam aos cristãos. Na sua piedosa alocução, o orador, comovido até às lágrimas, falou igualmente, com insistência, sobre a maneira como eram espezinhados Jerusalém e os Lugares Santos. Nasceu, nos ricos e nos pobres, nas mulheres, nos monges e nos clérigos, nos citadinos e nos camponeses, uma prodigiosa vontade de ir a Jerusalém ou de ajudar os que aí fossem.
(Orderic Vital [1075-1143] apud Gustavo de Freitas. 900 textos e documentos de História, 1975. Adaptado.)
No documento,
a) a Igreja Católica reafirma o dogma da infalibilidade papal.
b) o Papa convoca os cristãos para a Cruzada.
c) o clero propõe a reforma interior do fiel por meio da penitência.
d) os teólogos proíbem o comércio dos cristãos com os muçulmanos.
e) o papado condena as guerras religiosas.


12. (UECE/2014) A peste, a fome e a guerra constituíram os elementos mais visíveis daquela que ficou conhecida como a crise do século XIV, na Europa. Como consequência dessa crise ocorrida na Baixa Idade Média,
a) o movimento de renascimento urbano foi iniciado e depois interrompido por mais de três séculos, reaparecendo somente na Revolução Industrial do século XVIII.
b) os camponeses, que estavam em via de conquistar a liberdade, voltaram a apoiar o sistema feudal por mais alguns séculos, como forma de superar a crise.
c) o processo de centralização e concentração do poder político nas mãos dos reis, com o apoio da burguesia, intensificou-se até se tornar absoluto no início da modernidade.
d) entre as classes sociais, a nobreza foi a menos prejudicada pela crise, ao contrário do que ocorreu com a burguesia.


13. (UECE/2014) Era costume submeter o acusado de cometer um crime a um perigo, para ver se era ou não culpado. Por exemplo, colocar sua mão em água fervendo, ou fazê-lo segurar um ferro em brasa dentre outras atrocidades. Acreditava-se que, se inocente, Deus produziria um milagre, não deixando que algum mal acontecesse ao presumível culpado. A Igreja Católica lutou contra e procurou extinguir esse costume que era
a) herança do Direito Romano, no qual os acusados não tinham direito a uma defesa baseada em fatos fundamentados.
b) uma prática originária dos primeiros cristãos que, apoiados pela Igreja Católica, acreditavam na intervenção divina como única forma de justiça.
c) proveniente da tradição bárbara dos povos germânicos, que tinham uma cultura monoteísta desde antes da chegada do cristianismo na Europa.
d) uma tradição que, mesmo rejeitada pela Igreja Católica, perdurou na Europa e em outras regiões do mundo até mesmo depois da Idade Média.


14. (UEPA/2014) A cidade medieval era dominada por seus campanários: torres e agulhas de igrejas paroquiais, de conventos e, evidentemente, da catedral Romana, depois gótica, a igreja do bispo era objeto de todas as atenções [...] a catedral medieval nunca era uma construção isolada, ela dominava toda uma circunscrição. [...] Eram muitos os carpinteiros, vidreiros e pintores a participar do embelezamento da catedral. Os ourives e os comerciantes vendiam relicários aos eclesiásticos, além de tapeçarias de seda e incenso destinado a enobrecer a liturgia.
(BROUQUET, Sophie Cassagnes - Novas cidades, novos ricos. In História Viva. Ano III, N°34, p.44)
A partir da descrição acima sobre a paisagem da cidade medieval e dos estudos históricos que há sobre este período, afirma-se que a catedral:
a) desarticulava os poderes episcopais e políticos, porque os fiéis utilizavam-se do espaço onde ocorriam os rituais católicos, para fins comerciais, enfraquecendo os vínculos feudovassálicos entre o clero, nobreza e os artesãos.
b) centralizava as atividades de comércio, agrícola e de construção, promovendo a criação de uma rede de trabalhadores de diversas regiões que, organizadas nas corporações de ofícios, depuseram o poder do episcopado romano.
c) projetava o poder exercido pelas corporações de ofício que controlavam o trabalho dos artesãos e dos comerciantes, contratados no período das edificações das catedrais, fortalecendo os mestres-de-obras e os mercadores.
d) enfraqueceu o poder dos senhores feudais, ao promover o enriquecimento dos ourives e dos comerciantes que se tornaram a nova classe social consumidora dos produtos da Igreja e dos serviços dos clérigos.
e) era objeto de grandes atenções na sociedade medieval, pois não só congregava os religiosos e os fiéis que para ela se dirigiam, como também atraía todo tipo de profissionais, constituindo-se em um verdadeiro centro cultural, em que relações de caráter religioso e profissional se inter-relacionavam.


15. (UFPR/2014) O Papa Francisco, eleito em março de 2013, chamou atenção novamente para a figura de Francisco de Assis, considerado o fundador da Ordem dos Franciscanos (ou dos Frades Menores) na Baixa Idade Média. Assinale a alternativa que relaciona o contexto de surgimento dos Franciscanos e sua motivação de ação.
a) Com a retração do renascimento comercial e urbano, aumentaram a pobreza e o abandono de crianças, que eram recolhidas pelas Ordens Mendicantes, dentre elas a dos Franciscanos, para evitar que fossem recrutadas nas Cruzadas.
b) Com o renascimento comercial e urbano, aprofundaram-se a pobreza e as desigualdades sociais, suscitando o aparecimento de várias Ordens Mendicantes, que pretendiam atuar junto aos necessitados, entre elas a Ordem dos Franciscanos.
c) O renascimento comercial e urbano gerou um empobrecimento da Igreja Católica na Baixa Idade Média, suscitando o aparecimento das Ordens Mendicantes, dentre elas a dos Franciscanos.
d) Com o renascimento comercial e urbano, surgem as Ordens Mendicantes, dentre elas a dos Franciscanos, que constituíram uma força de contestação da ordem feudal e do poder econômico da Igreja.
e) Com a crescente ruralização e o aumento da pobreza no espaço europeu, surgiram as Ordens Mendicantes, como a dos Franciscanos, para se tornar a principal instância da Igreja Católica.


16. (UNESP SP/2014) Mais ou menos a partir do século XI, os cristãos organizaram expedições em comum contra os muçulmanos, na Palestina, para reconquistar os “lugares santos” onde Cristo tinha morrido e ressuscitado. São as cruzadas [...]. Os homens e as mulheres da Idade Média tiveram então o sentimento de pertencer a um mesmo grupo de instituições, de crenças e de hábitos: a cristandade.
(Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos, 2007.)
Segundo o texto, as cruzadas
a) contribuíram para a construção da unidade interna do cristianismo, o que reforçou o poder da Igreja Católica Romana e do Papa.
b) resultaram na conquista definitiva da Palestina pelos cristãos e na decorrente derrota e submissão dos muçulmanos.
c) determinaram o aumento do poder dos reis e dos imperadores, uma vez que a derrota dos cristãos debilitou o poder político do Papa.
d) estabeleceram o caráter monoteísta do cristianismo medieval, o que ajudou a reduzir a influência judaica e muçulmana na Palestina.
e) definiram a separação oficial entre Igreja e Estado, estipulando funções e papéis diferentes para os líderes políticos e religiosos.


17. (Unicastelo/2014) A fome fazia grande quantidade de vítimas. Diferentes epidemias agravavam a situação. Levada pela fome, muita gente vagava em busca do que comer, levando consigo as epidemias e a desordem.
Na verdade, este foi apenas um ensaio da crise demográfica da Baixa Idade Média, que teve seu ponto crucial no ressurgimento da peste, então conhecida por peste negra. Também a peste, de certa forma, resultava da desmedida expansão do período anterior. Sempre presente no Oriente, ela atingiu através dos tártaros uma colônia genovesa da Crimeia (expressão da expansão territorial e comercial do Ocidente). Daí, os navios genoveses levaram-na para Constantinopla, Messina, Gênova e Marselha. Destes portos ela se difundiu pelo restante da Europa. Ela caminhava mais rapidamente pelas principais vias de comunicação e penetrava mais facilmente em regiões de alta densidade demográfica.
(Hilário Franco Júnior. A Idade Média: nascimento do Ocidente, 1988. Adaptado.)
É correto afirmar que essa peste
a) provocou uma retração dos salários diante da oferta abundante de mão de obra.
b) derivou das guerras pelo controle das rotas comerciais no mar Mediterrâneo.
c) originou-se das péssimas condições de trabalho e moradia dos servos feudais.
d) abalou as estruturas demográficas ao minimizar preconceitos e superstições.
e) relacionou-se ao desenvolvimento mercantil e urbano do final da Idade Média.



18. (FATEC SP/2014) O uso da pólvora teve início na China e chegou à Europa em torno do século XIII. Sua utilização, na forma de canhões e outras armas de fogo, contribuiu para a transformação das táticas de guerra e para a diminuição do poder dos cavaleiros medievais, que dominavam o mundo da guerra, no sistema feudal. A partir do emprego dessa importante tecnologia, as guerras passaram a ser mais rápidas e eficientes, e os valores da cavalaria medieval tornaram-se gradativamente obsoletos.
Considerando as informações apresentadas, podemos afirmar corretamente que, durante a Idade Média,
a) a Santa Inquisição, em nome da Igreja, impedia o uso de tecnologias bélicas na Europa.
b) a introdução da pólvora nas batalhas contribuiu para o declínio da cavalaria medieval.
c) os europeus dispensavam os conhecimentos de outros povos no uso de tecnologias.
d) o uso de tecnologias era restrito ao ambiente rural e à produção agrícola nos feudos.
e) os conflitos eram raros e tornavam desnecessários o uso da pólvora para fins bélicos.


19. (UDESC SC/2014) “Ao cair da noite (...) cada família se senta esperando em silêncio em cada uma de suas sinagogas; e então desce por uma corda pendurada no centro um gato negro de proporções assombrosas. A esta visão, apagam as luzes e não cantam ou repetem hinos de modo distinto, mas murmuram-nos entre os dentes cerrados, e encaminham-se para perto do lugar onde viram seu mestre, tateando para encontrá-lo, e, quando o encontram, o beijam. Quanto mais quentes seus sentimentos mais baixos serão seus alvos; alguns preferem seus pés, mas a maioria a cauda e as partes pudentas. Então, como se esse contato daninho libertasse seus apetites, cada um se deita abraçado ao vizinho e se satisfaz dele ou dela com todas as suas forças. Seus anciãos sem dúvida sustentam, e ensinam a cada novato, que o amor perfeito consiste em dar e tomar, consoante possam o irmão ou irmã solicitar ou exigir, cada um saciando o fogo do outro.”
(MAP, Walter. De Nugis Curialium. Apud: RICHARDS, Jeffrey. Sexo, desvio e danação. As minorias na Idade Média. São Paulo: J. Zahar, 1993. p. 70.)
O trecho acima, escrito no final do século XII, apresenta o “beijo obsceno”, um dos elementos constituintes do imaginário do sabá, a reunião secreta de bruxas e bruxos para adorarem o diabo. Analise as proposições em relação à caça às bruxas nos períodos medieval e moderno.
I. Cátaros e valdenses, membros de seitas consideradas heréticas durante a Idade Média, foram importantes perseguidores das bruxas no período, até firmarem um acordo com a Igreja Católica no Concílio de Latrão. A partir deste momento, a Igreja de Roma assume a liderança no combate às práticas mágicas.
II. A formulação do mito em torno da bruxaria pressupõe a existência e ação do diabo por meio dos seres humanos, parte de um mundo pré-racionalista que atribuía ao Mal a razão das catástrofes vividas, de enchentes a epidemias.
III. A Igreja Católica justificava a maioria das mulheres entre os acusados de bruxaria por uma suposta fraqueza natural do gênero, tendo sido criada a partir da costela de Adão e sucumbido à tentação.
IV. A bruxaria consistiu uma realidade entre fim da Idade Média e começo da Idade Moderna, com a revolta de populações pagãs contra a Igreja oficial.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
d) Somente a afirmativa IV é verdadeira.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.


20. (UEA AM/2013) Ocorre que as cidades, no início do século XVI, concentravam 10% da população do Ocidente – 10% apenas. Mas esses 10% dispunham de um poder criador, um poder de dominação, um poder de difusão de riquezas, um poder que não era proporcional aos números da população.
(Jacques Le Goff. Por amor às cidades, 1998. Adaptado.)
O historiador descreve a situação histórica da Europa ocidental, onde as cidades eram
a) sede do poder político e das inovações artísticas, de que é exemplo o Renascimento.
b) governadas por conselhos populares e locais de celebrações antirreligiosas.
c) pacíficas politicamente e contrárias à arte e à cultura cristãs.
d) lugares de resistência às mudanças trazidas pelo absolutismo e pelo Barroco.
e) dominadas pelos senhores feudais e centros de difusão da arte românica.


21. (UERN/2012) Cruzadas – Batalhas da fé?
“Os promotores das Cruzadas haviam se colocado, pelo menos, três objetivos: a conquista da Terra Santa de Jerusalém, a ajuda aos bizantinos e a união da cristandade contra os infiéis. Mas nenhum desses objetivos havia sido alcançado plenamente. Nas palavras de um importante historiador da
Idade Média, ‘Se os cruzados são os grandes perdedores da expansão crista no século XII, os grandes ganhadores foram em definitivo os comerciantes’ [...]”
(Le Goff, Jacques. La Baja Edad Media. Madrid, Siglo XXI, 1985)
Baseado no texto, analise.
I. As cruzadas consistiram em expedições guerreiras estimuladas pelo papado com vistas à conquista da Terra Santa.
II. Os que das Cruzadas participaram, eram chamados de cruzados, receberiam da Igreja de Roma uma indulgência específica, ou seja, o perdão para seus pecados caso partissem para a Terra Santa.
III As cruzadas exerceram pouca influência na evolução da civilização européia.
IV. Os mercadores enriqueceram, pois, aproveitando-se das viagens, criaram novas oportunidades de comércio.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II, IV
b) I, III
c) III, IV
d) I, II


22. (UERN/2013) O florescimento econômico e cultural ocorrido na Europa entre os séculos XI e XIII sofreu sério abalo a partir do século XIV. Nesta época, uma conjunção de fatores levou os europeus a enfrentarem uma profunda crise econômica e social, que transformou o continente em palco de diversas revoltas e lugar de desolação. São fatores que justificam esta grave crise, cuja consequência foi a desagregação feudal:
a) As invasões dos povos germânicos e as lutas que marcaram o final do Império Romano e a ocidentalização da cultura europeia.
b) O grande cisma do Oriente, que gerou a Igreja Ortodoxa e dividiu a Europa em Ocidente e Oriente, enfraquecendo-a economicamente.
c) A fome, a peste negra e a ocorrência de várias guerras que contribuíram para o desequilíbrio demográfico e, consequentemente, social da Europa.
d) O desmantelamento dos ideais cristãos e pagãos, que sustentaram durante bastante tempo a ordem hierárquica e de trabalho à qual a sociedade feudal se submetia.


23. (UERN/2014) “A todos que partirem e morrerem no caminho, em terra ou em mar, ou perderem a vida combatendo os pagãos, será concedida a remissão [...] que sejam doravante cavaleiros de Cristo os que eram senão ladrões [...] A terra que habitam é pequena e miserável para tão grande população, mas no território sagrado do Oriente há extensões de onde jorram leite e mel. Tomai o caminho do santo sepulcro, arrebatai aquela terra da raça perversa e submetei-a a vós mesmos.” (Pronunciamento do Papa Urbano II, em 1095. Vicentino, 2010.)
O discurso proferido pelo Papa Urbano II, no Concílio de Clermont, conclamava
a) os crentes a combaterem as heresias e a reativarem os tribunais de inquisição, numa verdadeira caça às bruxas.
b) os cristãos a impedir a onda de igrejas protestantes que proliferava na Europa, a partir do advento da reforma Luterana.
c) os fiéis a expandirem a fé cristã com a abertura de novas ordens religiosas, tais como a Companhia de Jesus e os franciscanos.
d) as pessoas de fé a participarem do movimento das Cruzadas – expedições religiosas e militares que alteraram o panorama europeu.


24. (UFG GO/2014) Leia o fragmento a seguir.
A cidade contemporânea, apesar de grandes transformações, está mais próxima da cidade medieval do que esta última da cidade antiga.
LE GOFF, Jacques. Por amor às cidades. São Paulo: Editora Unesp,1998. p. 25.
Nessa passagem, o historiador Jacques Le Goff compara a cidade medieval com a contemporânea, estabelecendo uma aproximação entre ambas. A característica da cidade medieval que permite tal relação é a
a) exaltação da vida cívica, associada aos jogos e aos espetáculos promovidos por seus governantes.
b) laicização da cultura, expressa na arquitetura dos edifícios públicos em contraste com o domínio religioso.
c) valorização das atividades de produção e de trocas comerciais, alimentadas por uma economia monetária.
d) afirmação da autonomia política, revelada pela oposição dos citadinos ao poder dos senhores feudais.
e) segregação social, manifestada na criação de bairros periféricos pobres e violentos.


25. (UFU MG/2014) No mundo dos séculos XII e XIII, o setor de produção é essencialmente agrícola e inscreve-se no contexto do modo de produção feudal. Esse modo de produção baseia-se na exploração da terra por camponeses submetidos a um senhor. O senhor vive da renda feudal que os camponeses lhe entregam, seja em produtos, seja em dinheiro. Com o dinheiro dos censos dos camponeses e a venda dos produtos da terra, o senhor adquire os bens de que tem necessidade e que aumentam durante o período em função do custo crescente do equipamento militar e da totalidade das despesas necessárias a “vida nobre”. O camponês, por sua vez, para pagar a parte monetária de censos ao seu senhor e obter o mínimo de bens de que precisa e que ele não produz, compra e vende, também ele, no mercado.
LE GOFF, Jacques. O apogeu da cidade medieval. São Paulo: Martins Fontes, 1992, p.55, (adaptado)
Durante muito tempo, a historiografia considerou que a revolução comercial e burguesa, iniciada já no século XI, constituía, desde logo, um fenômeno radicalmente alheio à lógica do feudalismo e levava à justaposição de dois sistemas econômicos e culturais distintos. Porém, análises como a de Jacques Le Goff indicam que o desenvolvimento urbano e comercial
a) teve origem na profunda crise na produção agrícola do século XI, o que fez com que as áreas rurais se retraíssem e se tornassem dependentes do fornecimento de gêneros alimentícios de subsistência feito pelas cidades.
b) estabeleceu parcerias econômicas com o sistema feudal, mas rompeu, já no século XII, com as hierarquias típicas do mundo senhorial, tornando a cidade um espaço revolucionário no ordenamento da sociedade.
c) estabeleceu um mercado regido, desde os primeiros momentos de sua existência, pela lei da oferta e da procura, ou ainda da livre-concorrência, apesar da estreita proximidade com o mundo rural e feudal.
d) pressupunha que a cidade encontrou o seu lugar no sistema feudal e formou com ele, não como aliada, mas como parte integrante, uma relação de simbiose, que será chamada pelos historiadores de sistema feudo-burguês.


GABARITO


1. (PUC RJ/2014) Considere as afirmativas abaixo sobre o renascimento comercial, ocorrido na Europa Ocidental durante a Baixa Idade Média.
I. A explosão demográfica que se verifica na Europa a partir do século X, devido à queda na mortalidade e à elevação da natalidade, foi um dos fatores que favoreceram o aumento das atividades mercantis no período.
II. O movimento religioso das Cruzadas, a partir do século XI, contribuiu para a consolidação do renascimento comercial europeu, afastando do Mar Mediterrâneo os árabes e as cidades autônomas do norte da Itália.
III. As feiras ocorriam na confluência das principais rotas de comércio na Europa, e nelas os senhores feudais, em troca de proteção militar e judicial, costumavam cobrar a capitação – imposto por cabeça – de todos os participantes.
Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s)
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.


2. (UFAL/2014) O Estado Moderno é fruto da própria fragmentação do mundo feudal. Os poderes dos senhores feudais sobre as terras proporcionavam uma força fragmentada sem um núcleo, cada feudo possuía sua autonomia política o que dificultava o poder centralizado do rei.
Disponível em: http://www.primeiroconceito.com.br. Acesso em: 9 dez. 2013 (adaptado).
A emergência do estado moderno foi o fruto de vários aspectos da Baixa Idade Média, que possibilitaram o crescente poder do rei com o apoio da burguesia comercial. Para centralizar maior poder, o Estado monárquico buscou
a) atender as reivindicações dos senhores feudais, que formavam a base de sustentação da nobreza, sem a qual o poder do rei desapareceria.
b) alianças com os servos para se contrapor a crescente força da nobreza feudal, que ameaçava o controle real sobre as terras dos feudos.
c) o controle sobre questões de ordem fiscal, jurídica e militar. Em outros termos, o rei deveria ter autoridade e legitimidade suficientes para criar leis, formar exércitos e decretar impostos.
d) conquistar novas terras, incorporando territórios vizinhos as suas posses e redistribuindo as novas terras com os senhores feudais.
e) se afastar dos interesses dos senhores feudais, centralizando sua atenção no atendimento das necessidades do povo, uma forma de ganhar o apoio popular.


3. (Unievangélica GO/2014) Leia o texto a seguir.
Atenuada por alguns intervalos, a peste dominou a Europa do século XIV e adentrou o século XV. A intensidade com que a epidemia afetou os centros urbanos europeus era bastante variada. Estudiosos calculam que cerca de um terço de toda a população europeia teria sucumbido ao terror da peste.
Sobre a peste negra pela Europa, verifica-se que
a) a igreja na época encorajava as pessoas e disseminava os saberes médicos, contribuindo assim para conter a propagação da doença.
b) a epidemia colaborou com o fortalecimento do feudalismo, já que, por causa da doença, os servos se refugiaram nas terras dos senhores feudais, em busca de ajuda e proteção.
c) a epidemia colaborou para a recuperação econômica da Europa, devido à retração dos índices demográficos.
d) a peste se propagou porque os conhecimentos médicos da época eram insuficientes para combater a epidemia e as tentativas para salvar os doentes misturavam procedimentos médicos e misticismo.



4. (UEFS BA/2014) Mal magnífico, prazer funesto, venenosa e enganadora, a mulher foi acusada pelo outro sexo de ter introduzido na Terra o pecado, a desgraça e a morte. Pandora grega ou Eva judaica, ela cometeu a falta original ao abrir a urna que continha todos os males ou a comer o fruto proibido. O homem procurou um responsável para o sofrimento, para o malogro, para o desaparecimento do paraíso terrestre, e encontrou a mulher.
(DELUMEAU, 1989, p. 314).
DELUMEAU, J. Tradução de Maria Lúcia Machado. O medo no Ocidente: 1300-1800, uma cidade sitiada. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
A visão medieval judaico-cristã sobre a mulher, descrita no texto, encontra, na contemporaneidade, ressonância em atitudes autoritárias contra o gênero feminino, praticadas
a) por grupos islâmicos radicais que, através de interdições quanto à indumentária e à educação feminina, dentre outras, reproduzem aquelas crenças.
b) entre comunidades indígenas amazônicas, firmemente estratificadas, a partir da valorização da força física do homem.
c) a partir de textos legais que, nos países latino-americanos, oficializam a desigualdade do tratamento judicial entre homens e mulheres.
d) nas grandes empresas capitalistas, que proíbem a presença de mulheres nos seus quadros executivos.
e) nas igrejas protestantes e evangélicas que, à semelhança da Igreja Católica, proíbem o sacerdócio feminino.


5. (ENEM/2011) Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade medieval nascido talvez de um profundo sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural, estava do mesmo modo no meio urbano, pois que uma das características da cidade era de ser limitada por portas e por uma muralha.
DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P.; DUBY, G. História da vida privada da Europa Feudal à RenascençaSão Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).
As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da Idade Média, quando elas assumiram a função de pontos de passagem ou pórticos. Este processo está diretamente relacionado com
a) o crescimento das atividades comerciais e urbanas.
b) a migração de camponeses e artesãos.
c) a expansão dos parques industriais e fabris.
d) o aumento do número de castelos e feudos.
e) a contenção das epidemias e doenças.


6. (FUVEST SP/2015) A cidade é [desde o ano 1000] o principal lugar das trocas econômicas que recorrem sempre mais a um meio de troca essencial: a moeda. [...] Centro econômico, a cidade é também um centro de poder. Ao lado do e, às vezes, contra o poder tradicional do bispo e do senhor, frequentemente confundidos numa única pessoa, um grupo de homens novos, os cidadãos ou burgueses, conquista “liberdades”, privilégios cada vez mais amplos.
Jacques Le Goff. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro: Record, 2010. Adaptado.
O texto trata de um período em que
a) os fundamentos do sistema feudal coexistiam com novas formas de organização política e econômica, que produziam alterações na hierarquia social e nas relações de poder.
b) o excesso de metais nobres na Europa provocava abundância de moedas, que circulavam apenas pelas mãos dos grandes banqueiros e dos comerciantes internacionais.
c) o anseio popular por liberdade e igualdade social mobilizava e unificava os trabalhadores urbanos e rurais e envolvia ativa participação de membros do baixo clero.
d) a Igreja romana, que se opunha ao acúmulo de bens materiais, enfrentava forte oposição da burguesia ascendente e dos grandes proprietários de terras.
e) as principais características do feudalismo, sobretudo a valorização da terra, haviam sido completamente superadas e substituídas pela busca incessante do lucro e pela valorização do livre comércio.



7. (IFGO/2015)
Que nenhuma condição, destino ou idade
Seja recusada: que todos os que vierem sejam admitidos,
Sem discriminação, o bom e o mau, o alto e o baixo,
O rústico e o cavalheiro, o não-nobre e o nobre,
O clérigo e o leigo, o rude e o distinto, o miserável
E o rico, o servo e o livre, o sadio e o doente.
Francisco recebe a todos com afeição piedosa
Henrique de Avranches, século XIII. Jaques Le Goff, São Francisco de Assis, Editora Record, São Paulo, 1998, p. 152.
Além de um aspecto da vida particular, a religiosidade foi um importante elemento na estruturação de práticas sociais e valores que marcaram a Idade Média. A esse respeito, assinale a alternativa correta.
a) As chamadas ordens mendicantes apareceram no contexto de ressurgimento das cidades medievais.
b) Todas as ordens religiosas criadas na Idade Média viviam isoladas em mosteiros.
c) A histórica perseguição às ordens mendicantes só teve seu fim quando os europeus chegaram ao continente americano.
d) A rígida estrutura da sociedade medieval, assinalada no documento, serve de justificativa para se compreender o medievo como a “Idade das Trevas”.
e) A piedade católica foi uma das práticas criticadas pelos movimentos que originaram a Reforma Protestante.


8. (IFSP/2015) Sobre o surgimento da burguesia na Idade Moderna, marque V para verdadeiro ou F para falso e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
(__) O crescimento populacional nos feudos estava dificultando a divisão interna de terras entre os servos, gerando um excedente populacional que se deslocou para as encruzilhadas de estradas e beiras de rios para praticar o comércio.
(__) O burgo era uma torre de vigilância erguida para proteger os comerciantes dos assaltantes, vindo daí o nome “burguês”.
(__) A chegada da peste negra na Europa gerou todo um temor pelos produtos da terra, que acabou por levar ao surgimento de uma nova classe social que passa a abastecer os feudos e cidades com alimentos e outros produtos importados.
a) V/ V/ V
b) F/ V/ V
c) V/ V/ F
d) F/ V/ F
e) V/ F/ F



9. (UFGD MS/2014) Sobre o “Tempo da Igreja” e o “Tempo do mercador”, o historiador Jérôme Baschet assim se referiu:
“O tempo das cidades introduz distanciamentos marcantes em relação aos tempos da Igreja, dos senhores e da terra. Mesmo se muitos citadinos permanecem em contato estreito com a vida dos campos, as atividades artesanais e comerciais não são diretamente submetidas ao ritmo das estações. É na cidade, e para a cidade, que o relógio mecânico público, cuja técnica aparece por volta de 1270-80, se difunde através da Europa ao longo do século XIV, por exemplo, em Paris, em 1300, em Florença e Gand, em 1325”.
(BASCHET, Jérôme. A civilização feudal: do ano mil à colonização da América. São Paulo: Globo, 2006, p. 310).
A partir do texto entende-se que:
a) A Igreja Católica, antes detentora do conhecimento medieval, monopolizava a medida do tempo e, diante da Reforma Protestante do século XVI, perdeu o controle sobre o ritmo do trabalho dos homens.
b) Na transição da Idade Média para a Idade Moderna, o renascimento comercial e a ascensão econômica dos mercadores fez a medida do tempo da Igreja Católica, marcada pelo ritmo natural do sol, das estações e simbolizada pelos sinos de paróquias e catedrais, concorrer com a medida do relógio mecânico, que dava melhores condições de organização do espaço urbano.
c) Os mercadores medievais eram dependentes econômicos da Igreja Católica e, diante do renascimento comercial e urbano, se sujeitaram às crenças do pecado da usura e não se submeteram às medições do tempo por meio do relógio mecânico, mesmo diante do crescimento das cidades.
d) O tempo usado pelos senhores e servos feudais era baseado nas estações do ano devido às necessidades da produção agrícola, o que tornava os mercadores dependentes do tempo natural a ponto de não deixarem a medida mecânica do tempo predominar nas transações comerciais.
e) Para não serem enquadrados no pecado da usura, os comerciantes se baseavam na medição do tempo natural, acreditando na salvação pelo trabalho e na organização de cidades com fortes vínculos com os costumes medievais.


10. (UNIOESTE PR/2013) Durante o século XIV, a sociedade europeia lidou com os impactos da intitulada Peste Negra, sendo INCORRETO afirmar que
a) a fome e as péssimas condições de higiene contribuíram para o avanço de epidemias e doenças na Europa, dentre elas a proliferação da Peste Negra.
b) as pulgas de roedores, que disseminavam a doença, levaram pobres e ricos à morte, causando desespero, fuga e isolamento no intuito de evitar o contágio.
c) a chamada Peste Negra dizimou mais de um terço da população urbana europeia. Muitas cidades desapareceram completamente, caracterizando a peste como uma epidemia urbana.
d) Giovanni Bocaccio, ao vivenciar esse período, destacou em sua obra “Decameron”, o terror da epidemia em Florença e o questionamento dos preceitos religiosos.
e) a indagação sobre a razão da doença apontava, para alguns, o castigo divino como possível causa da epidemia, levando muitas pessoas a se autoflagelarem e promover retiros de oração.



11. (Unievangélica GO/2014) Leia o texto a seguir.
Esses animais (os carneiros) são, habitualmente, bem mansos e pouco comem. Mas disseram-me que, no entanto, mostram-se tão intratáveis e ferozes que devoram até homens, devastam os campos, casas e cidades.
MORUS, Thomas. A Utopia. Tradução Anali. Melo Franco. 2. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1982. [Coleção pensamento político, 23]. p. 15.
O texto do século XVI refere-se:
a) ao cercamento nos campos da Inglaterra, que causou a expulsão dos camponeses, pois o objetivo econômico era a criação de ovelhas cuja lã era vendida às manufaturas.
b) à produção de carne de ovelha pelos franceses, que priorizaram as práticas mercantilistas e as atividades manufatureiras, em particular a gastronomia de luxo.
c) à mudança das atividades econômicas, na Europa, da agricultura para criação de ovelhas, que determinou a permanência do camponês no campo na condição de pastor de ovelhas.
d) à transição de uma agricultura feudal para uma agricultura moderna, que garantiu a permanência do camponês no campo.


12. (UFRR/2015) Sobre as feiras na Idade Média é possível afirmar que:
a) o crescimento das feiras, apesar de ser um negócio lucrativo, não evoluiu, ficando os mercadores sem oportunidades na nova configuração econômica que estava surgindo;
b) essas atividades somente foram possíveis graças à unificação da moeda europeia, que facilitou a atividade dos banqueiros e a compra de mercadorias pelos servos;
c) eram consideradas eventos econômicos e culturais. Alguns exemplos de feiras são as de Provins e de Troyes, na região de Champagne e as feiras de Bruges e de Antuérpia, na região de Flandres;
d) eram referenciadas como comércio local das cidades para o abastecimento diário dos seus habitantes;
e) foram impulsionadas pelo fenômeno de regionalização, que desestabilizou a obtenção de mercadorias vindas de lugares mais distantes.


13. (UFRR/2015) As cruzadas, ocorridas durante a Idade Média, são analisadas por muitos historiadores como um evento “pouco glorioso e condenável”, como ilustra a citação abaixo:
“O cristianismo, tal como era ensinado por Jesus e o Novo Testamento (o Evangelho), era uma religião pacífica. Entre os primeiros cristãos, muitos foram perseguidos pelos romanos porque não queriam ir à guerra. Mas à medida que se tornavam cristãos, os bárbaros introduziram seus costumes guerreiros no cristianismo” (LE GOFF, Jacques. A Idade Média explicada aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2007).
Com base nessas informações, assinale a alternativa INCORRETA:
a) as Cruzadas foram grandes batalhas contra os povos não cristãos que habitavam o norte da Europa, numa tentativa de convertê-los ao cristianismo através da força, contradizendo todo o ensinamento bíblico que se pautava numa religião pacífica;
b) o movimento das Cruzadas teve como principal objetivo a conquista de Jerusalém e do Santo Sepulcro, onde Jesus teria sido sepultado;
c) as Cruzadas iniciaram-se no Concílio de Clermont, quando o papa Urbano II convocou os cristãos para partirem rumo a Terra Santa, em um período da Idade Média que durou quase dois séculos;
d) entre os séculos XI e XIII partiram da Europa oito Cruzadas que envolveram milhares de pessoas, desde a nobreza até os mendigos;
e) além do objetivo religioso, de tomar lugares sagrados para os cristãos, as Cruzadas serviram a outros interesses, como a conquista de novas terras pela nobreza feudal e a ampliação das atividades mercantis.


14. (UniCESUMAR SP/2015)
"Tão ciosamente guardadas quanto as outras, essas fortalezas que são as cidades se distinguem pelo fato de estarem abertas para o tráfico. Vivem dele. Guerreiros e padres residem ali, mas são os homens de negócios que lhes garantem a prosperidade e por vezes governam sozinhos. Para suas portas convergem todos os itinerários, estradas de terra e vias fluviais. Mas os instrumentos da circulação servem para a defesa: a ponte é também uma muralha."
Georges Duby. A Europa na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1988, p. 60.
O texto trata das cidades europeias nos séculos XII e XIII e mostra
a) o planejamento de sua construção, com a separação funcional dos espaços de comércio e circulação.
b) a ambiguidade de seu funcionamento como local de refúgio e proteção e centro de atividades comerciais.
c) a importância da religião no cotidiano dos burgueses e aristocratas que controlavam o poder político.
d) o caos na circulação urbana, que envolvia negociantes, produtores rurais e militares.
e) a descentralização de seu comando político, dividido entre a Igreja e os grandes senhores de terras.


15. (UEPA/2015) Na região separada do resto da França pelos Pirineus, como Albi, Toulouse e Carcassonne, na Baixa Idade Média, encontravam-se cristãos praticantes de doutrinas e de ensinamentos que foram considerados heréticos e por esta razão foram perseguidos e combatidos pela Igreja. Tratava-se neste caso da heresia dos:
a) Luteranos
b) Cátaros
c) Lombardos
d) Marranos
e) Hussitas


16. (UEPA/2015) Então algumas gentes das vilas camponesas, sem chefes, se juntaram em grupos que mal chegavam a cem homens e cada um deles dizia: “Dize bem! Dize bem! Abominado seja aquele por quem venha a retardar-se a destruição de todos os fidalgos!” Depois se foram sem outro desígnio e sem qualquer armamento, afora bastões ferrados e cutelos, rumo à casa do nobre que perto dali morava. Então quebraram a casa e mataram o cavaleiro, a dama e os filhos, pequenos e grandes e ataram fogo nos aposentos. Em seguida foram para outro forte castelo onde fizeram coisa pior, violando mulheres e crianças”.
(FROISSART, Jean. Crônicas. In Duby, Georges. A Europa na Idade Média. SP: Martins Fontes, 1988, p. 134-135)
O estado de ânimo dos camponeses, conforme a descrição feita no Texto III, referente ao Século XIV:
a) demonstrava o protesto dos moradores das vilas camponesas, que estavam denunciando a falta de chefes e de fidalgos responsáveis pela guarda e segurança das casas e castelos feudais.
b) indicava o grau de revolta contra a ordem social feudal que assegurava à nobreza o direito de explorar o trabalho servil, garantindo a produção e o trabalho compulsório mesmo que em situações de crise.
c) expressava a intolerância em relação ao modelo de organização social que garantia aos clientes acesso irrestrito às reservas senhoriais onde se localizavam os castelos e as casas dos camponeses.
d) representava o desenvolvimento moral dos habitantes das vilas feudais, onde as revoltas foram mais violentas, pois eram controladas pelos camponeses que se negavam a trabalhar nas reservas senhoriais.
e) identifica-se com o caráter primitivo dos trabalhadores afastados dos eixos de produção da economia feudal que, no momento de falência das relações de senhorio e vassalagem, invadiram os castelos em busca de proteção.


17. (UFAM/2015) A crise econômica dos séculos XIV-XV produziu uma profunda inquietação intelectual, que se traduziu, nos campos filosófico, artístico e literário, pela ideia de renovação cultural. Este fenômeno, parte integrante de um processo histórico mais amplo – o início da transição feudalismo/capitalismo – iniciou-se nas Repúblicas Italianas, por volta de 1350, estendendo-se mais tarde, a outras áreas da Europa Ocidental. A expressão Renascimento é comumente utilizada para designar esta ideia de renovação, profundamente comprometida com a ressurreição das letras e das artes da Antiguidade Clássica, e que, segundo os humanistas da época renascentista, teria representado uma ruptura com a ‘ignorância bárbara’, que prevalecera durante a Idade Média. São características do movimento renascentista, EXCETO:
a) A utilização das novas línguas nacionais, derivadas do latim, como o espanhol, o português, o francês e o italiano.
b) A renovação do romance de cavalaria, valorizando o amor cortês.
c) A valorização do hedonismo em detrimento do ascetismo e misticismo medievais.
d) A grande preocupação com a figura humana, valorizando-se o nu, além do realismo, da harmonia, do senso de equilíbrio e proporção na arte.
e) A busca de uma interpretação do mundo através de novas teorias como o racionalismo, fugindo às explicações religiosas do período anterior.



18. (Unievangélica GO/2015) Leia o trecho a seguir.
Nas faculdades de medicina, tínhamos outro exemplo importante das transformações culturais da época. Vista nos séculos como uma arte mecânica, quer dizer manual, ela tinha sido socialmente desvalorizada. Vista como conjunto de práticas mágicas, ela tinha sido muitas vezes rejeitada pela Igreja: até fins do século XVIII não se praticava a dissecação de cadáveres, pois sendo o homem feito à imagem e semelhança de Deus, abrir seu corpo seria de alguma forma uma violência para com a Divindade. No entanto, a visão naturalista do mundo que se desenvolvia desde o século XII alterava aquela postura.
FRANCO JÚNIOR, Hilário. A idade Média e o Nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense,1986. p.143-144.
O texto é uma referência às transformações características do período da
a) Baixa Idade Média, com o renascimento comercial e o aparecimento das universidades.
b) Baixa Idade Média, com a multiplicação das escolas junto às catedrais europeias.
c) Alta Idade Média, com o crescimento urbano acelerado e a expansão demográfica.
d) Alta Idade Média, com o desenvolvimento das feiras e a generalização do uso de moedas.


19. (Fac. Cultura Inglesa SP/2015) A catedral é uma igreja urbana. Ela domina a cidade e observa tudo o que se produz e se troca em uma aglomeração que fora dela é só emaranhado de ruelas, de cloacas e de imundícies. A cidade é concentrada, estreita. A catedral é toda aberta. Ela é uma demonstração de autoridade. Ela fala da soberania do Cristo-Rei por meio de suas fachadas que têm a aparência de fortalezas e por meio de suas torres que prolongam as fachadas. A catedral é a afirmação que a salvação é alcançada na ordem e na disciplina, sob o controle do poder do bispo.
(Georges Duby. A Europa na Idade Média, 1984. Adaptado.)
O excerto refere-se ao renascimento das cidades na Idade Média europeia e à emergência
a) da construção de igrejas e do surgimento de novas religiões cristãs.
b) da arte gótica e do fortalecimento do poder da hierarquia eclesiástica.
c) da igreja românica e da confirmação do poder dos senhores feudais.
d) da arquitetura barroca e da catequização cristã dos povos pagãos.
e) da basílica neoclássica e do retorno do cristianismo às suas origens.



20. (EFOA MG/2000) Na transição do feudalismo ao capitalismo, algumas pré-condições históricas e um conjunto de fatores se fizeram necessários. Das alternativas abaixo, assinale a que expressa o fator que NÃO esteve presente na desagregação do sistema feudal e na consequente constituição do sistema capitalista:
a) O símbolo de riqueza passou a ser o dinheiro e não mais a posse da terra.
b) A centralização do poder feudal foi substituída pela descentralização com a formação das monarquias absolutas.
c) A passagem somente foi decisiva quando as revoluções políticas sancionaram juridicamente as mudanças.
d) A evolução não se deu sem graves conflitos, muita violência no campo e nas cidades, na luta pela tomada do poder.
e) Ao mesmo tempo em que surgiam características do novo regime, persistiam aspectos do regime anterior.

GABARITO