1. (FATEC SP/1999) Considere as seguintes afirmações.
I) Com a descoberta do caminho para as Índias, contornando a África, Portugal passou a dominar o comércio de especiarias, beneficiando a burguesia.
II) Enquanto os portugueses exploravam a costa africana e descobriam o caminho para as Índias, os espanhóis, na audaciosa viagem de Colombo, tinham por objetivo atingir a China através do Atlântico.
III) O plano de Cristóvão Colombo para atingir as Índias consistia em chegar a oeste viajando no sentido leste.
IV) Entre 1497 e 1498, Vasco da Gama completou a epopeia marítima portuguesa, aportando em Calicute, nas Índias.
Dessas afirmações,
a) somente uma está correta.
b) somente duas estão corretas.
c) somente três estão corretas.
d) todas estão corretas.
e) nenhuma está correta.


2. (GAMA FILHO RJ/1995) Dentre os fatores que geraram a expansão marítima, nos séculos XV e XVI, destacamos a(o):
a) transformação da sociedade estamental patriarcal em uma sociedade de castas.
b) necessidade de rompimento do monopólio comercial das cidades italianas.
c) progressivo esgotamento dos campos europeus produtores de cereais.
d) abandono do comércio com o oriente, em benefício das rotas da Europa do Norte.
e) fortalecimento da nobreza agrária com sua aliança à burguesia.


3. (PUC RJ/1995) A chegada de Cristóvão Colombo ao continente americano em 1492, tomando posse das terras encontradas para o rei de Espanha, constituiu um momento importante da chamada “era dos descobrimentos”.
Analise as afirmativas abaixo referentes às relações entre a expansão ibérica e a transição de feudalismo para capitalismo:
I) a constituição de um Estado nacional e a centralização do poder político na figura do rei foram fatores decisivos na expansão marítima portuguesa e espanhola.
II) a opção atlântica dos países ibéricos deveu-se à impossibilidade de realizar um projeto expansionista na direção do continente europeu e do Mediterrâneo.
III) a expansão marítima espanhola foi determinada pelas necessidades dos capitais italianos, especialmente os da cidade de Gênova, que buscavam superar o monopólio veneziano no oriente.
IV) o desenvolvimento do comércio e da produção foi uma alavanca para a expansão uma vez que possibilitou o desenvolvimento de técnicas de navegação e o acúmulo de capital nas mãos de comerciantes portugueses.
Assinale a opção que contém as afirmativas corretas:
a) somente I e VI.
b) somente I e II.
c) somente II e III.
d) somente I, II e IV.
e) somente II e IV.


4. (PUC RJ/1995) Em 1994 comemoraram-se os 500 anos da assinatura do Tratado de Tordesilhas, assinado pelos soberanos de Espanha e Portugal. Sobre o Tratado de Tordesilhas é correto afirmar que:
a) assegurou o monopólio português sobre as duas margens do Atlântico sul, na medida em que incorporou ao “Império português” as terras a oeste - o “Brasil”, de que os lusitanos tomariam posse seis anos depois.
b) foi assinado sob protestos generalizados dos reinos europeus, particularmente do Império Germânico, que propôs a intervenção da Igreja Luterana.
c) teve o propósito de pacificar as relações entre Espanha e Portugal, já que a primeira insistia em participar da rota africana - o “périplo africano” - para as Índias.
d) seria modificado no século seguinte quando, a partir da União ibérica (1580-1640), o território brasileiro ganharia os contornos que tem atualmente.
e) alargou a representação do mundo conhecido para o que será o continente americano, embora fosse conservada pelos europeus a concepção de uma Terra plana, delimitada a Oeste pelo novo continente.


5. (UFC CE/2004) Acerca das pretensões iniciais da exploração e conquista do Brasil, assinale a alternativa correta.
a) Interesses antropológicos levaram os portugueses a fazer contato com outros povos, entre eles os índios do Brasil.
b) O rei dom Manuel tinha-se proposto chegar às Índias navegando para o ocidente, antecipando-se, assim, a Cristóvão Colombo.
c) O interesse científico de descobrir e classificar novas espécies motivou cientistas portugueses para lançarem-se à aventura marítima.
d) Os conquistadores estavam interessados em encontrar terras férteis para desenvolver a cultura do trigo e, assim, dar solução às crises agrícolas que sofriam em Portugal.
e) Os portugueses estavam interessados nas riquezas que as novas terras descobertas podiam conter, além de garantir a segurança da rota para as Índias.


6. (ESCS DF/2005) “É um feito dos portugueses estabelecer a comunicação entre a Europa e a África, e depois entre a Europa e a África e a Ásia. É obra conjunta dos ibéricos pôr em relação a Europa com a América (...), e a América com a África, decorrência do início do tráfico de escravos transatlântico. Inconscientemente, Colombo realiza, assim, o ‘desencravamento’ de uma América isolada do resto do mundo há milênios, ao passo que Vasco da Gama faz da África o elo que une Portugal a Ásia.”
(Gruzinski, Serge. A passagem do século: 1480-1520: as origens da globalização. São Paulo, Companhia das Letras, 1999)
Sobre a expansão marítima e comercial ibérica no século XV, NÃO é correto afirmar que:
a) originou uma intensa disputa pela posse das terras descobertas, o que resultou na assinatura de tratados como a Bula Intercoetera (1493) e o Tratado de Tordesilhas (1494);
b) a formação do Estado foi decisiva para alavancar as expedições marítimas portuguesas e espanholas;
c) Espanha e Portugal construíram grandes impérios coloniais na África, o que resultou em intensa disputa diplomática;
d) o interesse em controlar mercados fornecedores de metais preciosos e especiarias resultou no apoio dos setores mercantis ao empreendimento;
e) houve o apoio da Igreja católica com vistas a combater os mouros e evangelizar os pagãos.


7. (ESCS DF/2005) “Porque uma das coisas principalmente requeridas para a prosperidade e felicidade de um reino, é ter em si uma contínua e grande quantidade de moeda, e abundância de ouro e prata, que são em essência todas as riquezas temporais desta vida, ou todas vêm resultar nelas... E o que destrói esta abundância e causa pobreza é a sua saída, quando é permitida.”
(Tomás de Mercado, séc. XVI. Apud Vilar, Pierre. Desenvolvimento econômico e análise histórica. Lisboa, Editorial Presença, 1982).
O documento explicita a seguinte prática econômica mercantilista:
a) monopólio comercial;
b) livre comércio;
c) industrialismo;
d) pacto colonial;
e) metalismo.


8. (PUC SP/2002) "Quem quer passar além do Bojador, Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.
"Fernando Pessoa, "Mar Português" in Obra poética. Ria de Janeiro, Editora José Aguilar, 1960, p 19
O trecho de Fernando Pessoa fala da expansão marítima portuguesa. Para entendê-lo, devemos saber que:
a) "Bojador" é o ponto ao extremo sul da África e que atravessá-lo significava encontrar o caminho para o Oriente.
b) a "dor" representa as doenças, desconhecidas dos europeus, mas existentes nas terras a serem conquistadas pelas expedições.
c) o "abismo" refere-se à crença, então generalizada. de que a Terra era plana e que, num determinado ponto, acabaria, fazendo caírem os navios.
d) menção a "Deus" indica a suposição, à época, e que o Criador era contrário ao desbravamento dos mares e que puniria os navegadores.
e) o "mar" citado é o Oceano Índico, onde estão localizadas as Índias, objetivo principal dos navegadores


9. (UEPA/2001) Em função dos seus efeitos na economia e na produção, um dos assuntos mais debatidos nos últimos anos é a globalização decorrente do processo de evolução do sistema capitalista, sendo correto afirmar que ela teve seu início:
a) no período das Grandes Navegações, quando os europeus fizeram longas viagens pelos oceanos motivados pela expansão do comércio europeu, pondo fim ao isolamento em que viviam determinados povos em relação ao restante do mundo.
b) com a Revolução Industrial, a partir da qual as nações foram se unindo e passaram a depender uma das outras, iniciando-se as grandes importações e exportações que hoje caracterizam o comércio exterior e propiciam o fim das fronteiras políticas dos países.
c) no pós 2ª Guerra Mundial, com a implantação da disputa entre o capitalismo e o socialismo que acirrou a corrida por mercados, intensificando as trocas comerciais através da implantação da livre circulação de mercadorias entre todos os países europeus.
d) no decorrer da Guerra Fria, graças ao progresso dos transportes e dos meios de comunicação, ocasionando a modernização das trocas comerciais marcada pela mundialização da livre circulação de mercadorias entre os países.
e) no pós-Guerra Fria, visto que o fim do socialismo propiciou a integração de países em blocos econômicos que, ao se unificarem, intensificaram as relações comerciais que levaram à quebra das barreiras alfandegárias.


10. (UEPA/2001) Como disse, um dia, o teatrólogo e jornalista Nélson Rodrigues, “toda unanimidade é burra”. Comprovando isso, também, ao exaltar os feitos do povo português em Os Lusíadas, o poeta Camões mostra que houve oposição à viagem de Vasco da Gama às Índias.
Essa oposição foi feita pelo personagem:
a) Dom Manuel, rei de Portugal a época da viagem.
b) Dom Sebastião, a quem o poeta dedica o poema.
c) Inês de Castro, a que foi rainha depois de morta.
d) O Velho Restelo, que condena a cobiça dos portugueses.
e) Paulo da Gama, irmão do capitão, que recebe o governador da região de Malabar.


11. (UERJ/1994) Na expansão marítimo-comercial moderna, o pioneirismo português pode ser explicado como resultado de diversos fatores. Entre eles pode-se destacar os seguintes:
a) Localização geográfica e estabelecimento de relações comerciais via Mediterrâneo com o Oriente.
b) Descoberta das rotas mediterrânicas para o Oriente e concorrência com as cidades italianas.
c) Centralização política e intervenção real em favor da navegação pelo Atlântico.
d) Avanço das artes cartográficas e reivindicações de reformas liberais.
e) Cobiça da burguesia mercantil e liberalismo da Coroa.



12. (UNIRIO RJ/1996) Ao longo dos séculos XV e XVI desenvolveram-se na Europa as Grandes Navegações, que lançaram algumas nações à descoberta de novas terras e continentes.
A expansão ultramarina acarretou o a:
a) fortalecimento do comércio mediterrâneo e das rotas terrestres para o oriente.
b) fim dos monopólios reais na exploração de diversas atividades econômicas, tais como o sal e o diamante.
c) declínio das monarquias nacionais apoiadas por segmentos citadinos burgueses.
d) superação dos entraves medievais com o desenvolvimento da economia mercantil.
e) consolidação política e econômica da nobreza provincial ligada aos senhorios e à propriedade fundiária.


13. (UFC CE/2004) O Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494 e confirmado nos seus termos pelo Papa Júlio II em 1506, representou para o século XVI um marco importante nas dinâmicas europeias de expansão marítima.
O tratado visava:
a) demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos, tendo como elemento propulsor o desenvolvimento da expansão comercial marítima.
b) estimular a consolidação do reino português, por meio da exploração das especiarias africanas e da formação do exército nacional.
c) impor a reserva de mercado metropolitano espanhol, por meio da criação de um sistema de monopólio que atingia todas as riquezas coloniais.
d) reconhecer a transferência do eixo do comércio mundial do Mediterrâneo para o Atlântico, depois das expedições de Vasco da Gama às Índias.
e) reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a exploração colonial, após a destruição da Invencível Armada de Filipe II, da Espanha.


14. (UFF RJ/2000) A Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita em 1500, é considerada como um dos documentos fundadores da Terra Brasilis e reflete, em seu texto, valores gerais da cultura renascentista, dentre os quais destaca-se:
a) a visão do índio como pertencente ao universo não religioso, tendo em conta sua antropofagia;
b) a informação sobre os preconceitos desenvolvidos pelo renascimento no que tange à impossibilidade de se formar nos trópicos uma civilização católica e moderna;
c) a identificação do Novo Mundo como uma área de insucesso devido à elevada temperatura que nada deixaria produzir;
d) a observação da natureza e do homem do Novo Mundo como resultado da experiência da nova visão de homem, característica do século XV;
e) a consideração da natureza e do homem como inferiores ao que foi projetado por Deus na Gênese.


15. (UFF RJ/2002) Durante o Renascimento, o Mundo Ibérico caracterizou-se por sua política de descobrimentos e de colonização do Novo Mundo.
Sobre as relações coloniais na área de expansão espanhola no Novo Mundo, afirma-se:
I) A Casa de Contratación era uma entidade com sede em Sevilha que se encarregava de organizar o comércio na América e cobrar a parte real nas transações com metais preciosos (o quinto).
II) O domínio espanhol sobre Portugal foi parte da política expansionista de Felipe II.
III) A criação dos vice-reinos teve como um dos objetivos manter os colonizadores sob a direção metropolitana.
IV) A enorme extensão dos domínios da Espanha na América e a força dos interesses particulares dos colonos prejudicaram a política descentralizadora de Castela.
As afirmativas que estão corretas são as indicadas por:
a) I, II e III
b) I e III
c) I, III e IV
d) I e IV
e) II, III e IV


16. (UFMA/2000)
Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa
in, Fernando Pessoa: Antologia poética / organizador Álvaro Cardoso Gomes. Sl: Moderna, 1994. Col. Travessias.
No poema acima citado, Fernando Pessoa refere-se à expansão do Império Português, no início da Era Moderna. Se os resultados finais mais conhecidos dessas "Navegações Ultramarinas" foram a abertura de novas rotas comerciais em direção à Índia; a conquista de novas terras e a difusão da cultura europeia, outros elementos também compõem o panorama daquele contexto, como:
a) os relatos de viajantes medievais; a reconquista árabe em Portugal; o anseio de crescimento mercantil.
b) a ânsia de expandir o cristianismo; a demanda de especiarias; a aliança com as cidades italianas.
c) a busca do enriquecimento rápido; o mito do abismo do mar; a desmonetarização da economia.
d) o desenvolvimento da matemática; a busca do ouro para as cruzadas; a descentralização monárquica.
e) o avanço das técnicas de navegação; a busca do mítico paraíso terrestre; a percepção do universo, segundo uma ordem racional.


17. (UFMG/2002) Leia estas estrofes iniciais de Os Lusíadas, poema datado de 1572:
As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
E em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. Porto: Porto Editora, 1975. p.69.
Com base na leitura dessas estrofes, é CORRETO afirmar que a ideia central do poema é:
a) exaltar a religião reformada e os valores puritanos, num contexto em que a Europa se expandia na direção de novos mundos.
b) louvar os modelos antigos até então referenciais para a cultura europeia, como as epopeias homéricas e os feitos de heróis gregos e romanos.
c) narrar a saga marítima portuguesa, ou seja, os feitos relacionados às expedições oceânicas realizadas pelos lusos a partir do século XV.
d) relatar os acontecimentos mais marcantes da conquista e colonização das terras brasileiras, visando a gravá-los na memória dos contemporâneos.


18. (CESJF MG/2001) Leia o texto abaixo:
“A América, mesmo antes de ser descoberta, fazia parte da ficção. A visão de um outro mundo muito distante e difícil de ser alcançado cristalizava-se, com o passar dos anos, em imagens. O oceano era repleto de monstros, e o paraíso, exuberante. As informações trazidas pelos viajantes, cheias de detalhes, despertavam um impulso que ia além dos limites impostos pela realidade.”
In: THEODORO, Janice da Silva. Descobrimentos e Colonização. São Paulo: Ática, 1987. Coleção Série Princípios no. 114.
Durante os séculos XV e XVI, as sociedades europeias do ocidente experimentaram mudanças que atingiram as relações políticas, econômicas, religiosas e culturais. Neste sentido, as Grandes Navegações contribuíram para essas transformações que atingiram as sociedades europeias.
Sobre as Grandes Navegações europeias é INCORRETO afirmar que:
a) Para muitos viajantes europeus, os oceanos e as terras desconhecidas estavam repletos de mistério, mitos e, às vezes, possibilidades de nova vida. Era muito forte na época, por exemplo, a ideia da existência de um paraíso (ou éden) criado por Deus, perdido em terras desconhecidas.
b) Mesmo com o relativo desenvolvimento científico da época proporcionando avanços técnicos (como o melhor uso da bússola e da cartografia), as viagens marítimas continuaram verdadeiras aventuras, cobertas de medos, mitos e lendas.
c) Os primeiros países a se lançarem na expansão marítima em busca de ampliação das atividades e das rotas comerciais foram Inglaterra e França. Diversas razões determinaram o pioneirismo desses países, entre os quais podemos citar a formação dos estados nacionais e o apoio da burguesia comercial.
d) A Espanha começou sua expansão pelo Atlântico com certo atraso em relação a Portugal principalmente devido ao prolongamento da Guerra de Reconquista frente aos árabes muçulmanos (o último reino conquistado foi Granada, em 1492), que acabou atrasando a centralização do Estado Nacional espanhol.
e) Durante o século XVI, o monopólio das navegações esteve nas mãos de Portugal e Espanha. Países como a França e a Inglaterra estavam atrasados porque durante o século XV enfrentaram vários problemas que dificultavam as navegações, entre os quais a Guerra dos Cem Anos.


19. (UFTM MG/2001) Leia o trecho de Thomas Mun, relacionado ao mercantilismo inglês no século XVII.
“O recurso comum, portanto, para aumentar nossa riqueza e tesouro é pelo comércio externo, no qual devemos observar esta regra: vender mais aos estrangeiros, anualmente, do que consumimos de seus artigos (…).”
O princípio mercantilista acima explicado é:
a) o intervencionismo estatal
b) o metalismo
c) o protecionismo alfandegário
d) o monopólio
e) a balança comercial favorável


20. (PUC PR/1999) Como consequência dos descobrimentos marítimos, grandes quantidades de ouro e prata foram levadas para a Europa pelos espanhóis, originárias de obras de arte e minas de povos vencidos, principalmente dos:
a) araucanos e charruas.
b) pueblos e seminoles.
c) incas e astecas.
d) tupis e guaranis.
e) charruas e fueguinos.


21. (PUC PR/2001) Na época dos descobrimentos marítimos ocorridos nos finais do século XV e no século XVI formaram-se os Impérios Coloniais Português e Espanhol.
Assinale a alternativa correta:
a) Das classes sociais ibéricas foi a nobreza que mais lucrou com as atividades marítimas.
b) As principais navegações ibéricas ocorreram, também, devido aos avanços tecnológicos, antes da unificação de Portugal e Espanha.
c) Trigo, centeio e cevada, encontrados em larga escala em solo americano e embarcados para a Europa, permitiram a melhoria alimentar em Portugal e na Espanha.
d) O Império Colonial Português do Oriente foi iniciado por Pedro Álvares Cabral, na Índia, na Costa de Malabar e visava ao comércio de especiarias.
e) A Carta de Caminha, tão mencionada no ano 2000, que marcou o 500º aniversário do Descobrimento, descreve os primeiros atritos e mortes decorrentes das lutas entre portugueses e indígenas.



22. (UEL PR/2001) As Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos compreendem também a busca de rotas para o Oriente que se mostraram impraticáveis ou de imensas dificuldades, nas condições técnicas dos séculos XV/XVII.
Sobre o tema, assinale a alternativa correta.
a) Dentre as rotas impraticáveis, está a “Passagem do Nordeste”, tentada principalmente pelos portugueses, nos gelos do Ártico.
b) De imensas dificuldades, está a rota do Cabo da Boa Esperança, encontro dos oceânos Atlântico e Índico, sendo abandonada.
c) A busca da “Passagem do Nordeste”, nos gelos do Ártico, foi tentada pelos franceses e ingleses.
d) A passagem do Atlântico para o Pacífico, pelo extremo Sul, devido aos obstáculos, não foi realizada, salvo no século XIX.
e) Quando Cristóvão Colombo descobriu a América, navegava pelo Ocidente em latitude pouco variável.


23. (UEPB/2000) A Expansão marítima portuguesa foi favorecida por uma série de fatores. Dentre eles podemos destacar sua posição geográfica privilegiada, além do conhecimento de técnicas de navegação avançadas para a época. Em termos políticos uma aliança possibilitou a unificação do Estado.
Quem se uniu tornando possível a criação do Estado Português?
a) Burguesia Mercantil e Proletários
b) Burguesia Mercantil e Camponeses
c) Burguesia Mercantil e Rei
d) Burguesia Mercantil e Clero
e) Burguesia Mercantil e Senhores Feudais


24. (PAS DF/2005) Com o início da expansão marítima europeia, o centro econômico deslocou-se do Mediterrâneo para o Atlântico. Portugal e Espanha passaram a disputar as terras encontradas por seus navegadores. A solução para tal disputa foi a assinatura do Tratado de Tordesilhas, que estabelecia
a) uma linha demarcatória a 370 léguas a oeste de Cabo Verde, em que as terras localizadas a oeste da linha pertenciam à Espanha e as terras localizadas a leste seriam de Portugal.
b) uma linha demarcatória a 100 léguas a oeste de Cabo Verde, em que as terras localizadas a leste da linha pertenciam a Portugal e as terras localizadas a oeste seriam da Espanha.
c) uma linha demarcatória a 370 léguas a oeste de Cabo Verde, em que as terras a oeste de Cabo Verde pertenciam à Espanha e as terras a leste de Cabo Verde seriam de Portugal.
d) uma linha demarcatória a 100 léguas a oeste de Cabo Verde, em que as terras a oeste de Cabo Verde pertenciam a Portugal e as terras a leste seriam da Espanha.
e) uma linha demarcatória em Cabo Verde, em que as terras a oeste da linha seriam de Portugal e as terras ao leste seriam da Espanha.


25. (UFPB/1997) Sobre a colonização europeia no Novo Mundo, é certo afirmar:
a) A colonização portuguesa foi a mais democrática, pois conseguiu um entendimento menos violento entre colonizador e colonizado.
b) A existência do trabalho escravo demonstra a violência do sistema colonizador, exceto nas áreas de domínio espanhol.
c) As nações europeias conseguiram financiar suas economias e acumular riquezas, com destaque para a Inglaterra.
d) A exploração econômica é um componente que marcou apenas as políticas colonizadoras da Espanha e Portugal.
e) A montagem da exploração das riquezas minerais das colônias é semelhante nas experiências inglesa e espanhola.


GABARITO

1. (UFRN/1999) A colonização da América repercutiu na economia europeia, na Idade Moderna.
Acerca disso, é correto afirmar que o(a):
a) Enriquecimento decorrente dos metais preciosos americanos fez surgir a Arte Renascentista, que se espalhou pela Europa.
b) Produção de ouro e prata americanos criou um lastro para as moedas europeias, pondo fim à inflação.
c) Manutenção da balança comercial favorável às metrópoles propiciou a acumulação de capitais na Europa.
d) Conhecimento de técnicas agrícolas legado pelos Impérios Inca e Asteca possibilitou o desenvolvimento econômico europeu.


2. (UFRN/1996) Os elementos abaixo relacionados foram básicos para a expansão marítimo-comercial europeia dos séculos XV e XVI, exceto:
a) A política econômica do mercantilismo, que visava ao desenvolvimento da economia de mercado.
b) A acumulação e concentração de capitais nas mãos da burguesia industrial europeia.
c) A formação do Estado Moderno, unificado e centralizado, permitindo a mobilização de recursos em escala nacional.
d) A escassez de metais preciosos na Europa e sua necessidade para o prosseguimento das atividades mercantis.
e) A existência de uma burguesia comercial possuidora de capitais, que investia na atividade mercantil.


3. (UFRN/1997) Portugal foi pioneiro na exploração marítima e comercial dos Tempos Modernos. No entanto, o desenvolvimento posterior da economia portuguesa não apresentou índice correspondente a tal pioneirismo.
Essa realidade pode ser explicada pelo(a)
a) incapacidade da monarquia portuguesa, que não soube organizar, com êxito, a exploração do comércio das Índias.
b) fato de a burguesia ter-se afastado de seu programa inicial, não utilizando os lucros mercantis como bens de capital.
c) natureza espoliativa do colonialismo mercantilista português, que não visava atender interesses de suas populações coloniais.
d) mentalidade empreendedora de uma burguesia agressiva, que soube aproveitar-se do fracasso da nobreza, apegada à vida parasitária.
e) fato de os portugueses não terem encontrado, de imediato, nas terras brasileiras, os tesouros de ouro e prata a que os espanhóis tiveram acesso em suas possessões americanas.


4. (UFSE/2001)
I) "Foi preciso um aprimoramento dos conhecimentos geográficos, sobretudo os ligados aos mares e oceanos, e também o desenvolvimento da cartografia, de modo a se ter melhor representação dos lugares, das dimensões das distâncias."
II) "Desenvolveram-se também a elaboração e uso de instrumentos náuticos que auxiliavam a navegação, importantes sobre tudo para as viagens a longa distância, como a bússola e o astrolábio."
III) "A construção de embarcações teve que responder ás necessidades de expansão. Teve três tipos de embarcações capazes de realizar viagens de longa distância: a piroga com balanceio, usada de Madagáscar à Ilha de Páscoa; o junco com fundo chato, utilizado nos mares do Extremo Oriente e o navio com quilha, usado na Europa."
Com base nos textos é correto afirmar que a expansão marítima europeia
a) desacelerou o desenvolvimento dos conhecimentos sobre navegação marítima do homem moderno
b) resultou da utilização de processos de fabricação e orientação náuticos desenvolvidos pelos chineses e polinésios.
c) revelou cientistas náuticos que, eliminaram todas os; problemas práticos enfrentados em cada viagem marítima no Atlântico.
d) demonstrou que os conhecimentos do homem moderno sobre navegação eram considerados extremamente precários.
e) dependeu de progressos náuticos que, para a época, podem ser considerados verdadeiramente revolucionários.


5. (UFSCAR SP/2001) Antes deste nosso descobrimento da Índia, recebiam os mouros de Meca muito grande proveito com o trato da especiaria. E assim, o grande sultão, por mor dos grandes direitos que lhe pagavam. E assim também ganhava muito Veneza com o mesmo trato, que mandava comprar a especiaria a Alexandria, e depois a mandava por toda a Europa.
(Fernão Lopes de Castanheda, História do descobrimento e conquista da Índia pelos portugueses (1552-1561), citado por Inês da Conceição Inácio e Tânia Regina de Luca, Documentos do Brasil Colonial. SP: Ática, 1993, p. 19.)
O texto refere-se:
a) à união política e militar entre venezianos e mouros, contrários às navegações portuguesas.
b) à chegada dos navegantes portugueses à Índia, comprovando empiricamente a esfericidade da Terra.
c) ao enriquecimento do grande sultão muçulmano, às custas do empobrecimento das cidades italianas.
d) ao deslocamento do comércio lucrativo de especiarias da região do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico.
e) ao projeto de expansão marítima da coroa portuguesa, preocupada em difundir a fé cristã.


6. (UFOP MG/1997) A respeito das expansões ultramarinas praticadas a partir dos estados europeus, entre os séculos XV e XVIII, é correto afirmar, exceto:
a) Portugal foi o primeiro Estado europeu a conquistar resultados expressivos, através do domínio das rotas marítimas africanas que propiciaram uma boa posição no comércio de especiarias do Oriente.
b) Com a Guerra da Restauração, a Espanha conquistou a sua independência diante da Coroa portuguesa e pôde, assim, reassumir sua política colonial nas Américas.
c) A partir do século XVI, a “Holanda” (Províncias do Norte Reunidas) tornou-se um poderoso Estado participante do comércio internacional e, portanto, um grande concorrente da Inglaterra.
d) Com a Invencível Armada (1587), Felipe II d Espanha procurou dominar efetivamente o comércio ultramarino europeu.
e) O mercantilismo pode ser considerado como uma das práticas de expansão marítima utilizadas principalmente pela França, Inglaterra, Portugal e Espanha.


7. (UFOP MG/1998) Nos séculos XV e XVI, quais foram, do ponto de vista socioeconômico, os principais objetivos do expansionismo ultramarino português?
a) Fundar indústrias petrolíferas nos principais países do Oriente.
b) Lutar contra o poderio naval da França e da Inglaterra.
c) Identificar rotas marítimas que permitissem o acesso ao ouro africano e às especiarias do Oriente.
d) Colonizar novas áreas que permitissem a formação de fazendas criadoras de gado ou então destinadas à agricultura de subsistência.
e) Controlar as rotas comerciais mediterrâneas sob o domínio milenar das cidades-estado italianas e espanholas.


8. (UNIFICADO RJ/1995) O descobrimento do Brasil foi parte do plano imperial da Coroa Portuguesa, no século XV. Embora não houvesse interesse específico de expansão para o Ocidente, ...
a) a posse de terras no Atlântico ocidental consolidava a hegemonia portuguesa neste Oceano.
b) o Brasil era uma alternativa mercantil ao comércio português no Oriente.
c) o desvio da esquadra de Cabral seguia a mesma inspiração de Colombo para chegar as Índias.
d) a procura de terras no Ocidente foi uma reação de Portugal ao Tratado de Tordesilhas, que o afastava da América.
e) essa descoberta foi mero acaso, provocado pelas intempéries que desviaram a esquadra da rota da Índia.


9. (UNIRIO RJ/1994) Houve uma série de mudanças que assinalaram a transição da economia estática e contrária ao lucro, dos fins da Idade Média para o dinâmico regime capitalista do século XV e seguintes.
A respeito desse processo, podemos afirmar que:
a) A conquista do monopólio comercial do Mediterrâneo pelas cidades turcas desenvolveu o comércio com as cidades mercantis da Liga Hanseática.
b) A introdução de moedas de circulação geral, como o ducado veneziano e o florim toscano, desorganizou a economia monetária da época.
c) A procura de materiais bélicos desestimulava os novos monarcas a desenvolverem o comércio, preocupados com a sua própria segurança.
d) A acumulação de capitais excedentes, oriunda das especulações comerciais, marítimas ou de mineração, trouxe novos horizontes de opulência e poder.
e) O sistema de manufatura desenvolvido pelas corporações de ofícios consolidou-se, afastando-se delas o fantasma da extinção.


10. (UPE/2002) “Creio que por causa dessas obras ímpias, criminosas e ignominiosas, perpetradas de modo tão injusto e bárbaro, Deus derramará sobre a Espanha sua fúria e sua ira, porque toda a Espanha bem ou mal, teve o seu quinhão nas sangrentas riquezas, usurpadas à custa de tanta ruína e extermínio”.
Las Casas citado por Todorov. p. 29.
A citação de Las Casas é uma profecia de que dificilmente os países europeus puderam escapar.
Analise e assinale a alternativa correta.
a) A Espanha foi quem mais lucrou com as expansões marítimas, estando apta a entrar na modernidade
com todos os recursos oriundos da política metalista.
b) Embora a Espanha desempenhasse o papel principal na colonização, não esteve sozinha no processo de destruição, trazendo consigo portugueses, franceses, ingleses, holandeses, belgas, italianos e alemães que chegaram mais tarde.
c) A Espanha não destruiu tanto assim a América, pois em algumas partes deste continente, como no Equador e no Peru, os povos indígenas ainda representam boa parte da população.
d) Todo o ouro conquistado pela Espanha serviu para pagar as dívidas contraídas com as Treze Colônias da América, que estavam necessitando de dinheiro para conquistar sua independência da Inglaterra.
e) A Espanha não lucrou com o ouro extraído porque teve que dividir o território conquistado com a Inglaterra e a França, que reivindicaram a parte norte da América.


11. (UNESP SP/2000) As invasões e dominação de vastas regiões pelos árabes na península Ibérica provocaram transformações importantes para portugueses e espanhóis, que os diferenciaram do restante da Europa medieval.
As influências dos árabes, na região, relacionaram-se a:
a) acordos comerciais entre cristãos e mouros, a fim de favorecer a utilização das rotas de navegação marítima em torno dos continentes africanos e asiáticos, para obter produtos e especiarias.
b) conflitos entre cristãos e muçulmanos, que facilitaram a centralização da Monarquia da Espanha e Portugal, sem necessitar do apoio da burguesia para efetivar as grandes navegações oceânicas.
c) difusão das ideias que ocasionaram a criação da Companhia de Jesus, responsável pela catequese nas terras americanas e africanas conquistadas através das grandes navegações.
d) acordos entre cristãos e muçulmanos, para facilitar a disseminação das idéias e ciências romanas, fundamentais para o crescimento comercial e das artes náuticas.
e) contribuições para a cultura científica, possibilitando ampliação de conhecimentos, principalmente na Matemática e Astronomia, que permitiram criações de técnicas marítimas para o desenvolvimento das navegações oceânicas.


12. (UPE/2000) O êxito de Portugal nas conquistas da Expansão Marítima Europeia não se deu por acaso.
Com relação a este enunciado, pode-se afirmar que:
a) a sua posição geográfica em nada contribuiu para que Portugal conseguisse uma boa frota de barcos;
b) a política real favoreceu a expansão, apesar da descentralização e da existência do feudalismo;
c) o governo português patrocinou viagens de exploração, destacando-se a atuação do infante Dom Henrique;
d) seu longo litoral favorecia as atividades marítimas, mas a sua aristocracia feudal era poderosa e detinha a hegemonia política;
e) Portugal contou com a ajuda da Espanha, grande parceira nas navegações e no comércio.


13. (Mackenzie SP/2005) A fome do ouro e, principalmente, a cobiça de escravos representam, de fato, o grande móvel dos primeiros descobrimentos portugueses...
Sérgio Buarque de Holanda
O “achamento” do Brasil, no contexto da expansão marítima europeia, pode ser considerado um marco, porque:
a) Portugal teve condições de voltar-se para o continente americano, a fim de rivalizar com a Espanha e abandonar suas pretensões territoriais no Oriente.
b) a descoberta das terras brasileiras pelos portugueses abriu um conflito com a Espanha, que só foi resolvido após a assinatura do Tratado de Tordesilhas.
c) Portugal encontrou novas terras para o desenvolvimento da lavoura de produtos tropicais, como a cana-de-açúcar.
d) o mero acaso do encontro das terras brasileiras atrasou a chegada às Índias, postergando por décadas o estabelecimento do monopólio das especiarias orientais.
e) a esquadra comandada por Cabral, com seu desvio para o Ocidente, contribuiu para a consolidação do domínio português no Atlântico Sul.


14. (Fac. Cultura Inglesa SP/2014) O principal objetivo dos países pioneiros na Expansão Marítima foi
a) buscar novas rotas comerciais em direção à Ásia.
b) converter os povos nativos da América ao cristianismo.
c) encontrar metais preciosos no continente asiático.
d) escoar o excedente populacional europeu para a América.
e) ampliar a influência global da nobreza europeia.


15. (UECE/2002) Leia o documento abaixo atentamente:
“(...) Por mandado (...) do Rei Dom Fernando e da Rainha D. Isabel, Rei e Rainha de Castela foram descobertas e achadas novamente algumas ilhas (...) visto, como entre os ditos senhores seus constituintes há uma certa divergência sobre o que a cada uma das ditas partes pertence (...) outorgaram e consentiram que se trace e assinale pelo dito mar uma raia ou linha direta de polo a polo (...) a trezentas e setenta léguas da ilha de Cabo Verde em direção à parte do poente ...”
Fonte: RIBEIRO, Darcy, MOREIRA NETO, Carlos Araújo – Org - A Fundação do Brasil: testemunhos, 1500-1700, petropolis, Vozes, 1992, p.69)
O documento acima refere-se ao (à):
a) Tratado de Madri.
b) Tratado de Tordesilhas.
c) Tratado de Toledo.
d) Bula Intercoetera.


16. (FUVEST SP/1991) No processo de expansão mercantil europeu dos séculos XV e XVI, Portugal teve importante papel, chegando a exercer durante algum tempo a supremacia comercial na Europa. Todavia “em meio da aparente prosperidade, a nação empobrecia. Podiam os empreendimentos da coroa ser de vantagem para alguns particulares (…)”
(Azevedo, J. L. de, Épocas de Portugal Econômico, Livraria Clássica Editora, pág. 180)
Ao analisarmos o processo de expansão mercantil de Portugal concluímos que:
a) a falta de unidade política e territorial em Portugal determinava a fragilidade econômica interna.
b) a expansão do império acarretava crescentes despesas para o Estado, queda da produtividade agrícola, diminuição da mão-de–obra, falta de investimentos industriais, afetando a economia nacional.
c) a luta para expulsar os muçulmanos do reino português, que durou até o final do século XV, empobreceu a economia nacional, que ficou carente de capitais.
d) a liberdade comercial praticada pelo Estado português no século XV levou ao escoamento dos lucros para a Espanha, impedindo seu reinvestimento em Portugal.
e) o empreendimento marítimo português revelou-se tímido, permanecendo Veneza como o principal centro redistribuidor dos produtos asiáticos, durante todo o século XVI.


17. (FUVEST SP/1993) Na última década do século XVI, Walter Raleigh publicou um livro intitulado A Descoberta da Guiana, no qual se referiu aos homens sem cabeça que lá viviam. Embora não os tivesse encontrado, tinha certeza de que existiam, porque “todas as crianças das províncias de Orramaia e Canuri afirmam o mesmo”.
Essa é uma das descrições de monstros do Novo Mundo feita por um europeu do século XVI. Aliás, a grande maioria dos navegadores da época dos descobrimentos relatou a existência de monstros na África, Ásia e América.
A constante presença dessas figuras nos relatos é indicativa:
a) da visão de mundo da sociedade europeia da época, que mantinha a visão medieval sobre a existência das maravilhas do mundo e ainda não havia adotado a observação efetivamente científica da cultura e da natureza.
b) da crença renascentista de que à “humanidade” dos europeus correspondia a bestialidade dos povos do Novo Mundo, que estariam evoluindo de animais para seres humanos.
c) da permanência cultural da mitologia antiga na Europa (principalmente a mitologia nórdica), que retratava os habitantes nativos das terras do Atlântico, Pacífico e Índico como monstros.
d) da convicção generalizada de que todos os não-europeus eram descendentes de Caim e portanto tinham uma anatomia monstruosa.
e) de uma mitologia nova que se formou na Europa Renascentista, resultante das alucinações sofridas por todos os navegadores diante da tensão provocada pelo desconhecido.


18. (ACAFE SC/1998) Sobre o processo dos descobrimentos e exploração do Novo Mundo é FALSO afirmar.
a) O Brasil, durante o período colonial, teve a maioria de suas riquezas canalizadas para Portugal, mas estas acabaram não permanecendo na metrópole, sendo usadas para pagar dívidas e sustentar a corte e o Império colonial.
b) O "Mercantilismo" ou capitalismo comercial caracterizou a economia europeia dos séculos XVI ao XVIII e determinou a exploração das colônias do continente americano.
c) O monopólio comercial português no Brasil tornou o mercado interno da colônia muito forte, pois impedia legalmente relações comerciais do Brasil com outras cidades portuguesas além de Lisboa.
d) Alta rentabilidade das atividades econômicas no Brasil colonial devia-se, em grande parte, à imensa exploração do trabalho dos negros, trazidos ao Brasil como escravos.
e) Expansão comercial e a colonização foi feita numa associação entre Estado e empreendedores privados (burguesia comercial).


19. (ACAFE SC/2002) A alternativa que não corresponde à expansão comercial, a partir do séc. XV, é:
a) As feitorias portuguesas na África foram abandonadas imediatamente após a chegada dos portugueses na América.
b) Somente um estado centralizado teria condições de gerar recursos financeiros e humanos para empreendimentos marítimos.
c) Modificação de técnicas navais, invenção da caravela, aperfeiçoamento da bússola e do astrolábio deram impulso ao processo expansionista.
d) Portugal e Espanha tomaram a dianteira do expansionismo marítimo pela sua consolidação como Estados Nacionais.
e) A carência de metais preciosos na Europa e a necessidade de incorporação de novas áreas produtoras estimulou a conquista de novos territórios.


20. (ACAFE SC/2002) A expansão europeia que caracterizou o início da Idade Moderna (séc. XV e XVI) trouxe grandes transformações à economia, à política e à sociedade da época.
Sobre esse processo, é incorreto afirmar:
a) A burguesia, grupo social influente, organizado e em ascensão, multiplicou suas riquezas e financiou muitos projetos expansionistas dos países europeus.
b) Do ponto de vista político, foi o momento da formação de vários Estados europeus modernos, que adotaram princípios absolutistas de governo.
c) A conquista do continente americano e sua posterior colonização geraram riquezas incalculáveis aos Estados europeus que dela participaram.
d) A indústria, o liberalismo de Adam Smith e a democracia foram fenômenos característicos desse contexto.
e) Espanha e Portugal foram os países que tomaram a dianteira do processo, ocupando as terras americanas, onde as oportunidades de enriquecimento eram mais promissoras.


21. (UNESP SP/1999) "A conquista de Ceuta foi o primeiro passo na execução dum vasto plano, a um tempo religioso, político e econômico. A posição de Ceuta facilitava a repressão da pirataria mourisca nos mares vizinhos; e sua posse, seguida de outras áreas marroquinas, permitiria aos portugueses desafiar os ataques muçulmanos à cristandade da Península Ibérica."
(João Lúcio de Azevedo. Época de Portugal econômico: esboços históricos.)
De acordo com o texto, é correto interpretar que:
a) a expansão marítima portuguesa teve como objetivo expulsar os muçulmanos da Península Ibérica.
b) a influência do poder econômico marroquino foi decisiva para o desenvolvimento das navegações portuguesas.
c) o domínio dos portugueses sobre Ceuta era pane de um vasto plano para expulsar os muçulmanos do comércio africano e indiano.
d) a expansão marítima ibérica visava cristianizar o mundo muçulmano para dominar as rotas comerciais africanas.
e) o domínio de territórios ao norte da África foi uma etapa fundamental para a expansão comercial e religiosa de Portugal.


22. (UNIFOR CE/1999) A evolução econômica que se estendeu do século XI ao XV, na Europa centro-ocidental, sofreu uma interrupção temporária no século XIV, para conhecer no século seguinte, uma expansão extraordinária, estreitamente vinculada à atividade mercantil. Assinale a alternativa que identifica a expansão marítimo-comercial europeia, dos séculos XV e XVI
a) As navegações portuguesas fizeram parte dos objetivos da dinastia de Borgonha.
b) A expansão marítima espanhola resultou na conquista e apropriação de regiões da América, ricas em metais preciosos.
c) A viagem de Vasco da Gama descobriu uma nova rota marítima para as Índias, mas não trouxe lucros para Portugal.
d) Durante as navegações ibéricas não houve nenhuma negociação entre Portugal e Espanha determinando a partilha das terras americanas.
e) As navegações e os descobrimentos europeus acentuaram a importância do Mediterrâneo no contexto econômico europeu.


23. (UNIFOR CE/2000) Em 1532, a expedição do espanhol Francisco Pizarro conquista a capital sul do Império Inca, atual Cuzco. Três anos depois, é fundada a Ciudad de los Reyes, hoje a capital, Lima.
A colônia é elevada a vice-reino do Peru em 1543, graças:
a) à exploração das minas de prata, de ouro e de mercúrio.
b) aos jesuítas que implantam na região cerca de 30 missões que tinham entre outros, o objetivo de catequisar os guaranis.
c) à aceitação dos estrangeiros por parte dos índios cunas, guaymís e chocós que se mesclam aos espanhóis.
d) ao desenvolvimento dos dois primeiros povoados Arequipa e Trujillo que conservaram os idiomas de seus habitantes nativos – o quechua e o aimará e são os berços da civilização peruana.
e) ao desenvolvimento das culturas tropicais tais como: abacaxi, banana e cana-de-açúcar.


24. (UNIFOR CE/2001)
I) Localização geográfica, distante do Mediterrâneo oriental com relativas ligações comerciais com o restante do continente.
II) Presença da fé e o espírito da Cavalaria e das Cruzadas que atribuíam a esse povo a missão de combater os povos "infiéis".
III) Surgimento pioneiro da monarquia absolutista responsável pela formação do Estado Moderno.
Os itens identificam as razões que explicam:
a) o desinteresse português pelas especiarias do Oriente.
b) o controle comercial dos portugueses no Mediterrâneo.
c) a interrupção das invasões árabes na Península Ibérica.
d) a superação da crise econômica do final da Idade Média.
e) a primazia dos portugueses no cenário dos descobrimentos.


25. (Mackenzie SP/2005) O dia 22 de maio de 1498, data da chegada dos navegadores europeus às Índias, marca, de acordo com alguns historiadores, o início da era da dominação europeia na História. Dentre as principais consequências da expansão marítimo-comercial europeia relacionadas com o “descobrimento” do Brasil, podemos destacar:
a) o início da supremacia econômica da Inglaterra nas relações comerciais com o Brasil.
b) o enfraquecimento do absolutismo monárquico na Península Ibérica.
c) a formação do sistema colonial, com o comércio ultramarino e o tráfico de escravos.
d) a transferência do eixo econômico do Oceano Atlântico para o Mar Mediterrâneo.
e) a redução dos níveis de afluxo de metais preciosos para a Europa.


GABARITO

1. (Mackenzie SP/2005) Na expansão marítimo-comercial europeia, o pioneirismo português nas grandes navegações pode ser explicado como resultado de diversos fatores.
Entre eles, podemos assinalar:
a) a precoce centralização política e a intervenção real em favor da navegação pelo oceano Atlântico.
b) o avanço das artes cartográficas e as reivindicações de reformas liberais pela burguesia comercial.
c) a cobiça da burguesia mercantil e a prática do liberalismo político e econômico pela Coroa portuguesa.
d) a descoberta das novas rotas mediterrâneas para Constantinopla e a concorrência com as cidades italianas de Gênova e Roma.
e) a localização geográfica favorável e o estabelecimento de amplas relações comerciais, via Mar Mediterrâneo, com o Oriente.



2. (UEPB/2005) As grandes navegações, empreendidas pelos portugueses, são consideradas como o primeiro processo humano de dimensões planetárias. Sobre essa atividade é correto afirmar:
a) Até o final do século XIV, os portugueses eram simples pescadores e sobre a influência dos Holandeses e Espanhóis partiram para a dominação do novo mundo no século XVI.
b) Em 1487, Bartolomeu Dias atingiu o limite da África, dobrando o Cabo das Tormentas que passou a ser chamado de Cabo da Boa Esperança.
c) O Infante D. Henrique, ao assumir o trono português desmantelou a marinha real diminuindo, com isso, as expedições de conquista.
d) Embora fosse objetivo dos Portugueses chegar ao Oriente, essa meta nunca foi alcançada.
e) Mesmo sendo a capital do País, a cidade de Lisboa nunca conseguiu destaque nacional sendo sempre superada em efervescência e importância pela cidade de Coimbra.


3. (FGV/2001) Entre os momentos definidores da penetração para além do limite do Tratado de Tordesilhas e a consequente expansão territorial do Brasil, no século XVII, estão o/os:
a) Tratados de Utrecht e de Madri;
b) Tratados de Santo Ildefonso e de Utrecht;
c) Tratado de Madri e o ciclo da caça ao índio;
d) Ciclos de caça ao índio e de sertanismo por contrato;
e) Tratado de Madri e o ciclo de sertanismo por contrato.


4. (Mackenzie SP/2006) Ao longo do século XV, Portugal e Espanha, com as viagens marítimas, expandiram extraordinariamente o conhecimento que se possuía dos limites da Terra. É considerada a principal causa do pioneirismo dessas nações nos descobrimentos:
a) a geografia da Península Ibérica, muito favorável às atividades marítimas, particularmente em relação à África, tão próxima e acessível por mar.
b) o fortalecimento precoce do estado monárquico, que, em grande medida, proveu as condições financeiras para as viagens e, depois, para a colonização.
c) a alta densidade demográfica na Península Ibérica, cujo excesso de população urbana pressionava por descoberta de novas terras.
d) o intenso contato com a cultura islâmica, dominante ao sul, cujos conhecimentos geográficos e técnicas de navegação eram então bem avançados.
e) o espírito aventureiro de muitos sábios que, à época, viviam nestes países, como Cristóvão Colombo e Vasco da Gama.


5. (UESPI/2003) “Não devemos tomar como fantasias desprezíveis a verdade representada pelo interesse material, os sonhos associados à aventura marítima. Mas não há dúvida de que o interesse material prevaleceu, sobretudo quando os contornos do mundo foram sendo cada vez mais conhecidos e questões práticas de colonização entraram na ordem do dia”.
(FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp. 1994).
Uma leitura atenta do trecho acima, permite afirmar que nele o autor está tratando do tema:
a) Da expansão marítima e comercial da Europa a partir do século XV;
b) Da expansão do mundo e do comércio mediterrâneos, via Estreito de Gibraltar, a partir da expulsão dos sarracenos da Península Ibérica;
c) Das hipóteses sobre a possibilidade de serem originários da Europa antiga os primitivos habitantes da América;
d) Do expansionismo lusitano para o interior da Península Ibérica visando desestabilizar os reinos espanhóis;
e) Pirataria nos mares, flagelo existente desde tempos imemoriais.


6. (Mackenzie SP/2006) No século XV, as Coroas ibéricas iniciaram o processo de expansão marítima da Europa. Assinale a alternativa que apresenta um motivo que impulsionou essa expansão.
a) A procura do caminho marítimo para se alcançar o Oriente e, assim, ter acesso às valiosas especiarias.
b) A rápida decadência do ciclo de exploração das riquezas provenientes do continente americano.
c) A busca de ouro e outros metais preciosos para financiar as expedições militares de reconquista da Península Ibérica.
d) Os acordos com as cidades italianas, que permitiram um melhor aproveitamento dos recursos financeiros e trocas de informações geográficas.
e) A preocupação em encontrar uma nova rota marítima para a China, após a tomada de Constantinopla pelos exércitos mongóis de Gengis-Khan.


7. (UFC CE/2003) Dispostos a participar do lucrativo comércio de especiarias, realizado pelos portos do levante mediterrâneo e controlado pelos venezianos, os portugueses buscaram um caminho alternativo.
Em 1498, Vasco da Gama conseguiu chegar à Índia:
a) através dos portos do poente mediterrâneo.
b) utilizando as antigas rotas terrestres do Meio Oriente.
c) utilizando o canal do Panamá.
d) através do Estreito de Magalhães.
e) circunavegando a África.



8. (Mackenzie SP/2006) A expedição envolveu nobreza e povo, de Portugal e de Espanha, que eram então governados por uma só Coroa. Era composta de 52 navios, 12.566 homens e 1.1.85 canhões. Tratava-se da maior esquadra até então posta em ação no Atlântico Sul, somente superada em número pela fracassada Invencível Armada de Felipe II. A ela juntaram-se os reforços vindos de outras partes do Brasil. Sua chegada fechou o cerco e isolou os invasores. Graças a ela, os inimigos viram o fim de sua tentativa de conquista, e assinaram a rendição no Convento do Carmo, em 30 de abril de 1625.
Essa esquadra, que ficou conhecida como a Jornada dos Vassalos, ofereceu ajuda decisiva na luta contra:
a) os índios revoltosos no Maranhão.
b) os piratas ingleses, que atacavam Olinda.
c) os franceses, aliados dos tamoios, no Rio de Janeiro.
d) os holandeses da Companhia das Índias Ocidentais, na Bahia.
e) os jesuítas insubordinados, na Colônia do Sacramento.


9. (Mackenzie SP/2006) As grandes mudanças que se verificam na arte náutica durante a segunda metade do século XV levam a crer na possibilidade de chegar-se, contornando o continente africano, às terras do Oriente. Não se pode afirmar, contudo, que a ambição de atingir por via marítima esses países de fábula presidisse as navegações do período henriquino, animada por objetivos estritamente mercantis. (...) Com a expedição de Antão Gonçalves, inicia-se em 1441 o tráfico negreiro para o Reino (...) Da mesma viagem procede o primeiro ouro em pó, ainda que escasso, resgatado naquelas partes. O marfim, cujo comércio se achava até então em mãos de mercadores árabes, começam a transportá-lo os barcos lusitanos, por volta de 1447.
Sérgio Buarque de Holanda,
Etapas dos descobrimentos portugueses
Assinale a alternativa que melhor resume o conteúdo do trecho acima.
a) A descoberta do continente americano por espanhóis, e, depois, por portugueses, revela o grande anseio dos navegadores ibéricos por chegar às riquezas do Oriente através de uma rota pelo Ocidente.
b) Os portugueses logo abandonaram as viagens de descoberta para o Oriente através do Atlântico, visto que lhes bastavam as riquezas alcançadas na África, ou seja, ouro, marfim e escravos.
c) Embora a descoberta de uma rota africana para o Oriente fosse, para os portugueses, algo cada vez mais realizável em razão dos avanços técnicos, foi a exploração comercial da costa africana o que, de fato, impulsionou as viagens do período.
d) As navegações portuguesas, à época de D. Henrique, eram motivadas, acima de tudo, pelo exotismo fabuloso do Oriente; secundariamente, contudo, dedicavam-se os portugueses ao comércio de escravos, ouro e marfim, sobretudo na costa africana.
e) Durante o período henriquino, os grandes aperfeiçoamentos técnicos na arte náutica permitiram aos portugueses chegar ao Oriente contornando o continente africano.


10. (UFPB/2005) “O descobrimento das jazidas de ouro e prata da América, a cruzada de extermínio, escravidão e sepultamento nas minas da população aborígene e o saqueio das Índias Ocidentais, a conversão do continente africano em zona de caça de escravos negros, são todos fatos que assinalam os albores da era de produção capitalista. Estes processos idílicos representam outros tantos fatores fundamentais no movimento de acumulação originária. Atrás deles, pisando em suas pegadas, vem a guerra comercial das nações europeias, cujo cenário foi o planeta inteiro.”
(MARX, Karl. O capital. São Paulo: Abril Cultural, vol. II, 1985, p.285)
O texto refere-se a um processo histórico conhecido como:
a) Crise do Pacto Colonial
b) Guerras religiosas
c) Expansão marítima e colonial
d) Crise do Antigo Regime
e) Revolução industrial


11. (UNIFOR CE/2003) Considere o trecho do famoso poema que segue.
"Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu."
(Fernando Pessoa)
A construção das caravelas pelos portugueses no século XV impulsionou consideravelmente as grandes viagens marítimas para além do Cabo Bojador, localizado na costa da África e considerado durante muitos anos o limite para as navegações. Essas embarcações estiveram presentes em quase todas as grandes expedições empreendidas nessa época, como a realizada por Cristóvão Colombo que, em 1492, conduziu duas caravelas e uma nau rumo às Índias, chegando a um continente até então desconhecido pelos europeus. Aliada à construção das caravelas, as inovações que contribuíram especialmente para o êxito marítimo dos europeus nos séculos XV e XVI foram a:
a) bússola, o astrolábio e a cartografia.
b) máquina a vapor, o quadrante e o telégrafo.
c) vela triangular, as cartas de navegação e o termômetro de mercúrio.
d) luneta, o cilindro a ar e a hélice metálica.
e) navegação de cabotagem, o binóculo e o leme.


12. (UNIMONTES MG/2004) Acerca da expansão portuguesa no século XV, é CORRETO afirmar que
a) os portugueses conseguiram conquistar, de forma integral, as atividades econômicas do território africano e submetê-las ao monopólio real.
b) os portugueses realizaram, em diversas ilhas do Atlântico, produções agrícolas em grande escala, empregando mão-de-obra escrava.
c) os portugueses priorizaram o comércio com a África, estabelecendo, naquele território, um modelo de colonização baseado no sistema de parceria.
d) os espanhóis, mais bem armados e mais experientes, derrotaram os portugueses na disputa pelos territórios da América Central.



13. (UNIMONTES MG/2004) “Descobri que o mundo não era redondo da maneira como é descrito (...) Estou convencido de que aqui é o paraíso terrestre, onde ninguém pode chegar se não for pela vontade divina.” (Cristóvão Colombo. Carta aos reis espanhóis em 31 de agosto de 1498.
In: PESAVENTO, Sandra Jatahy. 500 anos de América: imaginário e utopia. Porto Alegre: UFRGS, 1992, p. 32. Citado por RICARDO, ADHEMAR e FLÁVIO. História& Companhia. 6ª série. Belo Horizonte, 1998, p.65)
O texto acima
a) invalida a tese segundo a qual o Renascimento foi marcado pelo avanço de descobertas científicas e humanistas, como o heliocentrismo e o antropocentrismo.
b) demonstra o caráter intencional e planejado da “descoberta da América” pelos países ibéricos.
c) aponta a hegemonia de preconceitos tipicamente medievais, no processo de colonização da América Latina.
d) revela a presença de valores religiosos na conformação da mentalidade dos navegadores no processo de conquista do novo mundo.



14. (FGV/2000) Leia atentamente as afirmações abaixo, sobre a expansão marítima e comercial moderna, e assinale a alternativa correta.
I) O papel pioneiro na expansão marítima e comercial moderna foi dos Países Ibéricos, tendo Portugal iniciado o feito.
II) O papel pioneiro na expansão marítima e comercial moderna foi dos Países Ibéricos, tendo a Espanha iniciado o feito.
III) As conquistas espanholas em África (Ilhas Canárias), durante o século XIV, demonstraram a força da Invencível Armada às demais nações europeias.
IV) A Revolução de Avis foi um marco antecedente fundamental para essa expansão.
V) Bartolomeu Dias, navegador português, foi o responsável pela passagem pelo sul da África e pela chegada às Índias.
a) Apenas as afirmações I, III e V estão corretas;
b) Apenas as afirmações I e IV estão corretas;
c) Apenas as afirmações II e V estão corretas;
d) Apenas as afirmações I, IV e V estão corretas;
e) Apenas as afirmações III, IV e V estão corretas.


15. (UFTM MG/2004) As Grandes Navegações e as conquistas ultramarinas produziram significativas mudanças no Velho e no Novo Mundo nos séculos XVI e XVII. Dentre essas mudanças, destacam-se:
a) a generalização do trabalho assalariado no Velho Mundo e a exploração dos recursos coloniais americanos por meio de uma política liberal.
b) a dinamização das atividades mercantis, tendo por centro a Europa, e a difusão das culturas pré-colombianas no Velho Mundo.
c) a revolução dos preços na Europa, decorrente do afluxo de metais vindos das colônias, e a utilização do trabalho compulsório na América.
d) o fortalecimento do poder político da burguesia nos países ibéricos e a submissão e escravização das populações nativas da América.
e) a substituição da política mercantilista pela fisiocracia na Europa e o conhecimento de novos alimentos, tais como o milho e a batata da América.


16. (UFTM MG/2004) Ora manifesto é que estes descobrimentos de costas, ilhas e terras firmes não se fizeram indo a acertar, mas partiram os nossos mareantes mui ensinados e providos de instrumentos e regras de astrologia e geometria. Levavam cartas muito particularmente rumadas e não já as que os antigos usavam, que não tinham figurados que doze ventos e navegavam sem agulha.
(Tratado de Defensão da Carta de Marear)
A partir do texto, assinale a afirmativa correta.
a) As navegações marítimas europeias dos séculos XV e XVI foram realizadas com base nas concepções de Hecateu dos continentes e dos mares.
b) A precocidade das navegações espanholas possibilitou o desenvolvimento da navegação astronômica no Atlântico.
c) A expansão geográfica europeia do século XV foi possível graças aos mapas dos antigos egípcios, preservados na Biblioteca de Alexandria.
d) Foram as vivências dos marinheiros europeus, por séculos nos mares, que possibilitaram as viagens pelo Atlântico no século XV.
e) Os portugueses foram os pioneiros da expansão marítima dos séculos XV e XVI, desenvolvendo e aplicando técnicas náuticas.


17. (FUVEST SP/2003) “Antigamente a Lusitânia e a Andaluzia eram o fim do mundo, mas agora, com a descoberta das Índias,
tornaram-se o centro dele”. Essa frase, de Tomás de Mercado, escritor espanhol do século 16, referia-se:
a) ao poderio das monarquias francesa e inglesa, que se tornaram centrais desde então.
b) à alteração do centro de gravidade econômica da Europa e à importância crescente dos novos mercados.
c) ao papel que os portos de Lisboa e Sevilha assumiram no comércio com os marajás indianos.
d) ao fato de a América ter passado a absorver, desde então, todo o comércio europeu.
e) ao desenvolvimento da navegação a vapor, que encurtava distâncias.


18. (UNIMONTES MG/2005) O expansionismo marítimo comercial e colonial da Europa relaciona-se diretamente com o Estado Absolutista. Essa relação pode ser descrita da seguinte maneira:
a) A expansão marítima europeia foi um dos fatores de origem do aparecimento de governos centralizados e, portanto, responsável pela formação das primeiras monarquias nacionais.
b) O Estado centralizado foi um pré-requisito para a expansão marítima europeia e esta, por sua vez, agiu como fator de fortalecimento do poder do Estado.
c) A expansão marítima europeia foi a forma encontrada pela burguesia em crescimento para colocar suas atividades econômicas fora do Estado Absolutista.
d) O Estado Moderno só teve condições de iniciar a expansão marítima, quando a burguesia se tornou a classe hegemônica política e economicamente.


19. (UECE/2004) Na primeira metade do século XVI, vários países europeus interessados em expandir-se comercialmente não admitiram a legitimidade da Bula Papal e do Tratado de Tordesilhas.
Tais documentos visavam:
a) dividir o continente americano em duas partes: metade para Portugal; metade para a Espanha;
b) garantir a legitimidade do espaço inglês no território americano;
c) proceder à povoação do território brasileiro;
d) ampliar ao máximo o processo de expansão comercial e marítima europeu.


20. (UESPI/2004) Não se pode negar a importância dos descobrimentos marítimos para a expansão da dominação europeia pelo mundo. Nesse processo, destacam-se a Espanha e Portugal, que:
a) mantiveram a supremacia política sobre os outros países europeus, durante os séculos XVI e XVII.
b) conseguiram, de imediato, encontrar riquezas nas suas colônias, as quais aumentaram seu poderio econômico.
c) já tinham o controle do comércio no Atlântico, desde o século XIV, com a venda de especiarias orientais.
d) contaram com a ajuda da Inglaterra para seus grandes empreendimentos marítimos.
e) conquistaram territórios na América, firmando impérios coloniais.



21. (UFAC/2002) Barinéis, caravelas, naus, bússola, astrolábio, sextante, entre outros, foram elementos presentes nas novas técnicas de navegação e transformações que conduziram nações europeias à chamada “expansão ultramarina” dos séculos XV e XVI.
De que maneira foi batizado o uso/aperfeiçoamento desses novos elementos e técnicas?
a) Revolução Industrial e Progresso Técnico.
b) Expansão Ultramarina e Progresso Científico.
c) Progresso Filosófico e Revolução Industrial.
d) Progresso Técnico e Científico.
e) Progresso das Cidades e Científico.


22. (UFES/2005) “A própria localização da península, entre o Mediterrâneo e o Atlântico, e a importância do seu litoral em relação às suas fronteiras terrestres orientaram, porém, a sua política comercial e, por conseguinte, a sua política para o comércio externo e o controle do estreito de que se servia [...], controlando o comércio mediterrânico, o comércio atlântico, as rotas da “Berberia” e, logo depois, a das Canárias antes da do Novo Mundo.”
(RUCQUOI, Adeline. História medieval. Lisboa: Editorial Estampa, 1995, p. 285-287)
A região pioneira na expansão marítima e comercial europeia a que se refere o texto acima é a:
a) Península Itálica.
b) Península Balcânica.
c) Península Ibérica.
d) Península Arábica.
e) Península do Peloponeso.


23. (UNIRIO RJ/2005) O processo de expansão marítima que envolveu diversos países europeus, ao final da idade média, se encontra nas origens do mundo moderno. Ampliou horizontes geográficos e do saber europeu, elevando a Europa a uma posição central de poder, identificada com a própria modernidade.
Sobre a expansão marítima europeia, entre os séculos XIV e XVI, é correto afirmar que:
a) favoreceu o monopólio dos holandeses nas rotas de especiarias das Índias orientais, devido ao controle que exerciam sobre os conhecimentos náuticos e cartográficos.
b) atraiu os navegadores às rotas do mediterrâneo oriental em virtude do rico comércio com o oriente praticado nesta região pelos mercadores italianos.
c) solucionou os problemas gerados pela explosão demográfica ocorrida na Europa ao final da idade média, principalmente, na França.
d) permitiu a Espanha ampliar a reconquista com a incorporação dos territórios árabes do norte da África.
e) possibilitou aos portugueses o controle do Atlântico Sul, a partir da viagem de contorno da África e da descoberta do Brasil.


24. (PAS DF/2005) Com o início da expansão marítima europeia, o centro econômico deslocou-se do Mediterrâneo para o Atlântico. Portugal e Espanha passaram a disputar as terras encontradas por seus navegadores. A solução para tal disputa foi a assinatura do Tratado de Tordesilhas, que estabelecia
a) uma linha demarcatória a 370 léguas a oeste de Cabo Verde, em que as terras localizadas a oeste da linha pertenciam à Espanha e as terras localizadas a leste seriam de Portugal.
b) uma linha demarcatória a 100 léguas a oeste de Cabo Verde, em que as terras localizadas a leste da linha pertenciam a Portugal e as terras localizadas a oeste seriam da Espanha.
c) uma linha demarcatória a 370 léguas a oeste de Cabo Verde, em que as terras a oeste de Cabo Verde pertenciam à Espanha e as terras a leste de Cabo Verde seriam de Portugal.
d) uma linha demarcatória a 100 léguas a oeste de Cabo Verde, em que as terras a oeste de Cabo Verde pertenciam a Portugal e as terras a leste seriam da Espanha.
e) uma linha demarcatória em Cabo Verde, em que as terras a oeste da linha seriam de Portugal e as terras ao leste seriam da Espanha.


25. (UFMG/2006) Sabe-se que Cristóvão Colombo não descobre a América, pois imagina estar chegando à Ásia, à ilha de Cipango [o Japão], perto da costa da China e da corte do Grão-Cã. O que procurava? As Ilhas Douradas, Tarsis e Ofir, de onde saíam as fabulosas riquezas que o rei Salomão explorara [...]. Aliás, o Almirante era um homem obstinado. Convencido de ter chegado ao Continente Asiático quando desembarcou em Cuba, ele obrigou seus partidários a partilharem de sua ideia fixa.
GRUZINSKI, Serge. A passagem do século. 1480-1520: as origens da globalização. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p.21.
Considerando-se as informações desse texto, é CORRETO afirmar que:
a) a obstinação de Colombo o levou a atingir as remotas regiões do Japão e da China, onde estariam as riquezas que dizia-se haviam sido exploradas pelo rei Salomão e pelo Grande Cã.
b) a busca das maravilhas relatadas em livros de viagens, desde os tempos medievais, se constituiu em um dos fatores que incentivaram as grandes navegações no início dos tempos modernos.
c) o desembarque de Colombo em Cuba, na sua segunda viagem, acabou por convencê-lo e a sua frota de que eles haviam chegado a uma terra ainda por descobrir, possivelmente as famosas Ilhas Douradas.
d) a descoberta da América foi feita por Américo Vespúcio, uma vez que Colombo, de acordo com novos estudos, atingiu, na sua primeira viagem, o Continente Asiático, onde foram fundadas feitorias.


GABARITO


1. (UFPE/2006) As viagens que provocaram a expansão marítima europeia mudaram concepções culturais tradicionais e ampliaram as rotas comerciais da época. A viagem feita por Cristóvão Colombo em 1492:
a) foi patrocinada pelos reis de Portugal, e por comerciantes italianos interessados na exploração de metais, abrindo espaços para preparar outras expedições como a de Pedro Álvares Cabral.
b) propiciou a descoberta da ilha de Guanaani, onde Colombo estabeleceu contatos com os nativos da região, sem maiores problemas, o que foi registrado em um diário.
c) abriu caminho para o fortalecimento econômico da Espanha, mas não teve repercussão na vida do navegador, que permaneceu sempre anônimo durante toda a vida.
d) fracassou nas suas intenções econômicas, mas realizou o projeto inicial de fazer a circunavegação da Terra, projeto de grande importância para a época.
e) trouxe prejuízos para a Espanha, pois o navegador não chegou a terras americanas, perdendo-se nas rotas do Oceano Pacífico, devido aos erros cartográficos.



2. (UFRR/2006) A chegada dos europeus ao chamado Mundo Novo no século XV marcou o início de profundas transformações sociais, políticas e econômicas no encontro com as civilizações indígenas. Estes contatos foram decisivos para a formação das colônias e, posteriormente, para a criação dos estados americanos.
Assim sendo, seria correto afirmar que:
a) Vasco da Gama, acidentalmente, chegou à península de Yucatán, México, com sua frota no dia 14 de novembro de 1503.
b) Américo Vespúcio ancorou as naus Maria, Nina, Pinta na ilha caribenha conhecida como Trinidad e Tobago no dia 26 de novembro de 1512.
c) O genovês Cristóvão Colombo, a serviço da coroa espanhola, aportou a sua frota na ilha de Guanahani no dia 12 de outubro de 1492.
d) Ponce de Leon, sob ordens diretas da coroa espanhola, arrasou, em 1587, a nação dos índios
Maia na batalha que ficou conhecida como Guerra das Antilhas.
e) Nenhuma destas afirmações está correta, porque todas dizem respeito a outros eventos históricos.



3. (UFU MG/2005) “Colombo não estava tão longe de certas concepções correntes durante a Idade Média acerca da realidade física do Éden, que descresse de sua existência em algum lugar do globo. E nada o desprendia da ideia (...) de que precisamente as novas Índias, para onde o guiara a mão da Providência, se situavam na orla do Paraíso Terreal. (...) A tópica das ‘visões do paraíso’ impregna todas as suas descrições daqueles sítios de magia e lenda”.
Sérgio Buarque de Holanda, Visão do paraíso.
A partir da interpretação do trecho acima, assinale a alternativa correta.
a) Colombo, conforme a mentalidade própria de sua época, acreditava na existência do Paraíso Terrestre, na sua localização nas novas terras descobertas, e que ele havia sido levado para bem perto desse Paraíso, por vontade de Deus.
b) O paraíso terrestre é mito medieval cuja presença nas novas terras descobertas, na era das grandes
navegações atlânticas do século XV e XVI, é evocada apenas como uma metáfora.
c) Colombo não acreditava no Paraíso Terrestre, mas só pôde compreender a novidade da América
comparando-a ao Paraíso.
d) A América era um território cujas condições naturais e riquezas lembravam metaforicamente um paraíso, porém as colonizações espanhola e portuguesa destruíram seu aspecto paradisíaco.


4. (UNIFOR CE/2006) Em junho de 1494, em Tordesilhas, Portugal e Espanha assinaram um acordo para pôr fim aos conflitos surgidos após a notícia da viagem bem-sucedida de Cristóvão Colombo. Um meridiano traçado a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde dividiria as terras descobertas e a descobrir, entre portugueses e espanhóis. Assim, ficou decidido que:
a) as terras descobertas a oeste do meridiano seriam da Espanha e as do Leste seriam de Portugal.
b) os espanhóis desistiriam das terras porque as viagens de Colombo foram financiadas por Portugal.
c) as terras descobertas a leste do meridiano pertenceriam aos espanhóis e as terras ao oeste
pertenceriam aos portugueses.
d) os espanhóis aceitariam ocupar as terras do leste mediante pagamento de indenização ao rei de
Portugal.
e) as terras americanas poderiam ser ocupadas indistintamente por portugueses e espanhóis.


5. (UFJF MG/2006) Leia, com atenção, a citação:
“Diz-se muitas vezes que os povos da Península Ibérica – e particularmente os portugueses – estavam
especialmente preparados para inaugurar a série de descobertas marítimas e geográficas que mudaram o curso da história mundial, nos séculos XV e XVI.”
BOXER, C.R. O império marítimo português. Lisboa: Edições 70, 1969, p. 20.
Com base na citação e em seus conhecimentos, leia atentamente as afirmativas, que buscam explicar as razões pelas quais os povos ibéricos podem ser considerados “especialmente preparados” para as descobertas marítimas:
I. A frágil diferenciação social interna e as alianças entre aristocracia, burguesia e camponeses atuaram como importante fator de estabilidade social.
II. A ativa participação dos árabes na condução do processo da expansão marítima ibérica possibilitou uma maior troca de experiências e projetos de expansão territorial.
III. A pioneira fundação do Estado Moderno português encontrou na expansão ultramarina uma fonte de prestígio para manutenção da nobreza e uma expectativa de novas fontes de receita.
Após a leitura, pode-se afirmar que:
a) todas estão corretas.
b) todas estão incorretas.
c) somente a afirmativa III está correta.
d) as afirmativas I e III estão corretas.
e) somente a afirmativa II está correta.


6. (UFPA/2006)
“Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre lusitano,
A quem Netuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antígua canta,
Que outro valor mais alto se alevanta “
Nessa passagem de Os Lusíadas, Camões canta, em 1572, a epopeia de Vasco da Gama, marco do absolutismo português, exaltando o (a)(s)
a) memória dos sábios navegadores gregos e troianos, que ajudaram os lusitanos na conquista da África, Ásia e América, nos séculos XV e XVII.
b) antigas conquistas do grego Alexandre Magno e do Imperador romano Trajano, que foram os primeiros a navegar pelos mares do Atlântico, abrindo caminho aos portugueses.
c) povo e os navegadores portugueses, que, com a conquista dos mares do Atlântico, não apenas se compararam aos heróis antigos, mas até mesmo os suplantaram.
d) mitologia romana nas figuras de Netuno e Marte, deuses cristianizados e cultuados pelos portugueses durante o processo de expansão marítima pelo oceano Atlântico.
e) fama conquistadora do povo lusitano, que se deveu ao fato de esses deixarem a Europa e descobrirem o Novo Mundo, com base em relatos dos antigos gregos e romanos.


7. (ETAPA SP/2006) “Qual a crítica que se faz, normalmente, com relação a Cristóvão Colombo, ao Descobrimento da América, essas coisas que todos conhecem? A primeira crítica que se faz é que esta reconstituição exprime uma posição eurocêntrica.
É a visão do conquistador. Evidentemente, não há descobrimento porque ninguém estava encoberto e, se há descobrimento é um descobrimento mútuo e a simples designação “descobrimento” já marca a posição eurocêntrica. Até aí, muito bem. (...) Isso, que é evidentemente muito aceitável, entretanto, pode levar a certos descaminhos, como começar a dizer que nós temos de fazer a contra-história, ou seja, a reconstituição da história do ponto de vista do vencido. Como se pudéssemos nos tornar índios, coisa que evidentemente é absolutamente impossível.”
Fernando Antônio Novais. “América, descoberta, colonização e suas consequências nos sistemas de comunicação”,
in: Luiz Carlos Uchoa Junqueira Filho (org.) – Perturbador mundo novo: história, psicanálise e sociedade
contemporânea, 1492, 1900, 1992. São Paulo: Editora Escuta, 1994. pp. 262-263.
De acordo com o texto:
a) a crítica que se faz a Colombo é que este era um conquistador.
b) a ideia de “descobrimento” é eurocêntrica, pois Colombo era europeu.
c) a verdadeira história da América é aquela contada pelos índios.
d) não é possível uma contra-história da América.
e) assumindo a perspectiva indígena, poderemos compreender a América.


8. (UCS RS/2006) Entre o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna, a Europa passou por profundas transformações em suas estruturas econômicas, sociais e políticas. As grandes navegações e a ocupação portuguesa na América se inserem nessas mudanças.
Sobre esses processos, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Em 1498, Vasco da Gama realizou uma grande façanha na navegação portuguesa: alcançou Calicute, na Índia, contornando a África.
b) Sob o comando de Pedro Álvares Cabral, uma nova expedição, com treze navios e cerca de 1500 homens, partiu de Lisboa, rumo à Índia, em 9 de março de 1500.
c) Em 22 de abril, a esquadra de Cabral acabou aportando em um lugar estranho que foi inicialmente chamado de Ilha de Vera Cruz; depois, de Terra de Santa Cruz e, finalmente, de Terra do Brasil.
d) Após fazer o reconhecimento do novo território, que também foi chamado de Terra dos Papagaios, devido às vistosas e coloridas aves em suas matas, Cabral retornou ao caminho das Índias, o mais importante objetivo de sua viagem.
e) Interessada na exploração das riquezas, descritas na carta de Pero Vaz de Caminha, a metrópole portuguesa enviou imediatamente uma esquadra colonizadora à nova terra, dando início ao primeiro ciclo econômico do Brasil Colônia: o ciclo açucareiro.


9. (UFCG PB/2006) “Natureza edênica, humanidade demonizada e colônia vista como purgatório foram as formulações mentais com que os homens do Velho Mundo vestiram o Brasil nos seus três primeiros séculos de existência. Nelas, fundiram-se mitos, tradições europeias seculares e o universo cultural dos ameríndios e africanos. Monstro, homem selvagem, indígena, escravo negro, degredado, colono que trazia em si as mil faces do desconsiderado homem americano, o habitante do Brasil colonial assustava os europeus, incapazes de captar sua especificidade. Ser híbrido, multifacetado, moderno, não poderia se relacionar com o sobrenatural senão de forma sincrética”.
SOUSA, Laura de Mello. O Diabo e a Terra de Santa Cruz São Paulo: Companhia das Letras, 1986, p. 85.
Do imaginário europeu sobre a colônia brasileira, é CORRETO afirmar que
a) na mentalidade dos colonizadores estava presente a valorização dos cultos dos nativos.
b) a descrição da América Portuguesa se deu de maneira uniforme, persistindo a visão de um paraíso terrestre.
c) a nudez ameríndia foi responsável pela representação dos índios, no imaginário europeu, como indolentes.
d) a obra de Marco Polo, “Livro das Maravilhas”, registrou a mentalidade europeia sobre a América.
e) as representações dos portugueses sobre a América reforçaram as relações de alteridade entre brancos, negros e índios.


10. (UNIFOR CE/2006) Leia o que registrou em seu diário um mercador veneziano em princípios do século XVI.
E aproximava-se o tempo da chegada das notícias de Portugal sobre a vinda das suas caravelas, e esperava-se essa notícia com muito medo e apreensão; e por causa disso não havia transações, nem de um ducado (...) Na feira alemã de Veneza não há muitos negócios. E isto porque os alemães não querem comprar pelos altos preços correntes, e os mercadores venezianos não querem baixar os preços, vista a pequeníssima quantidade de especiarias que se encontram em Veneza.(...) Os alemães não compram imediatamente aquilo que necessitam, pois não sabem o que as caravelas portuguesas podem trazer de especiarias.
(Gustavo de Freitas. 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, s/d. p.106)
Com a descoberta do caminho marítimo para as Índias, em 1498,
a) houve fortalecimento da nobreza feudal portuguesa, a crescente valorização dos salários e a escassez de moedas.
b) a rota para a obtenção das especiarias se alterou substancialmente com a emergência dos venezianos no controle do comércio oriental.
c) o eixo econômico deslocou-se do Mediterrâneo para o Atlântico com o impedimento dos turcos otomanos que defendiam uma economia agrícola.
d) Lisboa tornou-se centro comercial das especiarias em detrimento das cidades italianas que perderam o monopólio do comércio com o Oriente.
e) Portugal tornou-se o centro de convergência dos metais hispano-americanos o que tornou o comércio das especiarias ultrapassado.


11. (FGV/2007) Na primeira viagem de Vasco da Gama à Índia os lucros atingiram a 6.000%! Pouco surpreende que outros navios tenham empreendido a mesma perigosa e lucrativa viagem. O comércio se intensificou aos saltos. Se Veneza comprava 420.000 libras de pimenta por ano ao sultão do Egito, agora, um único navio, em sua viagem de regresso a Portugal, transportava um carregamento de 200.000 libras! Não mais importava que a antiga rota para o Oriente tivesse sido conquistada pelos turcos; não mais importava que os venezianos cobrassem preços exorbitantes; o caminho para o Oriente, via cabo da Boa Esperança, rompeu com o monopólio veneziano.
(Texto adaptado de Leo Huberman. História da Riqueza do Homem.)
A partir da leitura do texto acima, assinale a afirmativa correta quanto aos efeitos e significados do estabelecimento do novo caminho marítimo para as Índias, por Vasco da Gama, em finais do século XV.
a) Houve a gradual transferência do eixo comercial europeu do Mar Mediterrâneo para as águas atlânticas e do oceano Índico, beneficiando, em especial, negociantes a serviço das monarquias ibéricas.
b) Garantiu o enfraquecimento do controle turco sobre regiões do Oriente Próximo, viabilizando a retomada de Constantinopla pelos venezianos e do acesso às rotas comerciais terrestres que partiam dessa cidade.
c) Os lucros auferidos pela primeira viagem de Vasco da Gama não foram alcançados, nos mesmos níveis, pelos que investiram na nova rota, a qual, ao fim, não conseguiu suplantar em importância as transações via Mar Mediterrâneo.
d) O estabelecimento da nova rota para as Índias e os lucros vultosos então conseguidos causaram, por parte de negociantes portugueses, o abandono da exploração comercial de feitorias na costa ocidental africana.
e) A expedição de Cabral, em 1500, originalmente destinada às Índias, ao ter possibilitado a descoberta do Brasil, ocasionou, de imediato, o redirecionamento dos interesses portugueses para a exploração das novas terras americanas.



12. (Mackenzie SP/2007) (...) As vias estão portanto abertas simultaneamente para sudoeste, logo para as Américas, e para sudeste, logo para o oceano Índico e para a Ásia. Os terrores que enchiam a alma dos marinheiros sobre as extremidades da Terra estão ultrapassados. O sistema dos ventos atlânticos está compreendido. A bússola, o astrolábio, as tabelas de navegação permitem localizar mais ou menos a posição do navio na imensidade marítima. A nau ou nave e a caravela substituem vantajosamente a galera e suas derivadas, frente às vagas do oceano. Os europeus estão ávidos de saber o que se passa além-oceano. Os Estados reencontraram uma paz e uma relativa prosperidade. Tudo está no seu lugar para os grandes descobrimentos.
Frédéric Mauro - A expansão europeia
Os “grandes descobrimentos” a que o trecho acima se refere
a) foram possíveis, no caso de Portugal, graças à combinação de vários fatores, destacadamente, a centralização do poder monárquico em 1385, que aproximou o poder real dos interesses dos comerciantes lusos.
b) não despertaram, por todo o século XV, nenhum interesse nos “Reis Católicos” da Espanha, preocupados exclusivamente com as lutas contra os mouros que ainda ocupavam a Península Ibérica.
c) permitiram o estabelecimento de amplas relações comerciais, pacíficas e mutuamente vantajosas, entre os povos europeus e os povos africanos e americanos.
d) provocaram um enfraquecimento imediato das monarquias absolutistas (sobretudo as ibéricas), substituídas por repúblicas governadas daí em diante pelos grupos burgueses.
e) ocorreram numa época de grande obscurantismo cultural e científico, de recusa sistemática a toda inovação técnica, e de desprezo pela herança artística e filosófica do mundo greco-romano.


13. (UEL PR/2007) Leia os trechos a seguir:
“Em 17 de abril de 1492, os monarcas católicos Isabel de Castilha e Fernando de Aragão concederam a Cristóvão Colombo os privilégios de ‘descoberta e conquista’. Um ano depois, em 4 de maio de 1493, o Papa Alexandre VI, por meio de sua ‘Bula de Doação’, concedeu à rainha Isabel e ao rei Fernando todas as ilhas e territórios firmes ‘descobertos e por descobrir, cem léguas a oeste e ao sul dos Açores, em direção à Índia’ e ainda não ocupadas ou controladas por qualquer rei ou príncipe cristão até o Natal de 1492. [...] Cartas de privilégios e patentes transformaram, assim, atos de pirataria em vontade divina.”
Fonte: SHIVA, V. Biopirataria: A pilhagem da natureza e do conhecimento, tradução Laura Cardellini Barbosa de Oliveira, Petrópolis: Vozes, 2001, p. 23.
“A economia brasileira sofre uma sangria que pode ultrapassar a casa dos US$ 2,4 bilhões em decorrência da biopirataria. [...] O mercado mundial de medicamentos, por exemplo, movimenta por ano US$ 300 bilhões. Cerca de 40% desses remédios derivam da biodiversidade e um quinto deles seria extraído do Brasil [...]”
Fonte: http://www.estado.com.br/editorias/2006/08/31/ acessado em 06 de nov 2006.
Baseado nos textos e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a seguir.
I. A rainha inglesa Elisabeth I autorizou piratas, através da ‘Carta de Corso’, a atacarem e roubarem navios inimigos, ficando a Coroa com uma parte do butim.
II. A pirataria no mundo globalizado continua a ser exercida por grandes companhias empresariais e também pela população, com o intuito de fugir do pagamento dos direitos autorais e de patentes.
III. Os medicamentos brasileiros, derivados da biodiversidade, totalizam 40% dos remédios no mercado mundial que são pirateados pelas companhias farmacêuticas multinacionais.
IV. O poder da Igreja, exercido pelo Papa, e o poder político, exercido por monarcas católicos, buscam expressar as suas respectivas legitimidades como se fossem expressão da vontade divina.
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas:
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.


14. (UEPB/2007) “A expansão ocidental caracterizou-se pela bipolaridade: por um lado incorporavam-se novas terras, sujeitando-as ao poder temporal dos monarcas europeus; por outro, ganharam-se novas ovelhas para a religião e para o papa”.
(Laura de Melo e Sousa. O Diabo e a Terra de Santa Cruz).
A autora, no texto citado, trata
a) da ação da pirataria marítima oficializada pela Inglaterra.
b) da expansão marítimo-comercial dos séculos XV e XVI.
c) do trabalho dos tribunais de inquisição.
d) da guerra santa travada pelos cristãos contra os não-cristãos.
e) do reaquecimento da atividade comercial e do crescimento das cidades.


15. (UEPB/2007) Diversas mudanças acontecidas entre os séculos XV e XVI, na Europa, estimularam uma forte expansão marítima e comercial.
Iniciou-se, portanto, a época das grandes navegações. Sobre isto, assinale a única alternativa incorreta:
a) Mesmo suspeitando da existência de terras no Atlântico sul-Ocidental, Portugal insistiu, através da expedição de Pedro Álvares Cabral, em contornar a África rumo ao oriente, pois o comércio das
especiarias era muito atraente para ser negligenciado.
b) À época das grandes navegações, a vida cultural das cidades europeias incrementou-se. O surgimento de universidades e a efervescência intelectual, científica e artística inspirada pela cultura da antiguidade clássica e pelo Renascimento tiveram papel essencial neste processo.
c) Para a burguesia e para boa parte da nobreza, a expansão marítima era antes de tudo uma necessidade econômica. Coube aos espanhóis e portugueses retomar um processo, iniciado timidamente no século XIII, em busca de especiarias e fabulosas riquezas.
d) Além das razões de ordem material, outro grande motivo que contribuiu para que os portugueses e espanhóis se lançassem nas aventuras ultramarinas foi a crença de que era preciso difundir com urgência a fé católica entre os povos não cristianizados.
e) A ascendente burguesia europeia posicionou-se contrária ao processo de expansão marítima e comercial, pois via nele a possibilidade de a nobreza feudal manter e até expandir o seu poder econômico e político sobre toda a Europa.


16. (UFSCAR SP/2007) Nem todos os brancos que chegavam do mar eram portugueses, e os povos que viviam nas cercanias do litoral logo aprenderam a distingui-los. (...) Se os surpreendiam, os portugueses os atacavam, queimavam e punham a pique. Mas às vezes, ocorria o oposto. (...)
Os portugueses insistiam com os reis e notáveis do litoral para que não transacionassem com os outros europeus, por eles qualificados de piratas. E recomendavam que lhes dessem combate. (...)
Por volta de 1560, os portugueses começaram a usar galés para patrulhar as costas próximas ao forte da Mina. (...)
Os entrepostos nas mãos de portugueses fiéis à Coroa eram poucos e quase sempre dependentes da boa vontade dos chefes nativos, até para seus alimentos.
(Alberto da Costa e Silva. A manilha e o libambo, 2002.)
O texto descreve a conquista portuguesa
a) no Brasil.
b) nas Guianas.
c) nas Índias Orientais.
d) no Japão.
e) na África.


17. (FFFCMPA RS/2007) Retratada no filme 1492 - A Conquista do Paraíso, de Riddley Scott (1992), a chegada dos europeus ao continente americano é considerada por muitos o acontecimento mais extraordinário da história.
Sobre este episódio, assinale a alternativa correta.
a) A ideia de chegada ao paraíso era reforçada pela presença dos nativos, que em nada se pareciam com os europeus.
b) O contato com os europeus mostrou-se benéfico para as populações indígenas das Américas, posto que estas se beneficiaram dos avanços tecnológicos trazidos pelos estrangeiros.
c) A chamada “era dos descobrimentos” fez parte dos desdobramentos provocados pela retração comercial da Europa no século XV.
d) A viagem de Cristóvão Colombo foi financiada pela Coroa portuguesa, interessada em estabelecer o comércio direto com a Índia.
e) Um dos motivos das longas e penosas viagens marítimas era a busca do paraíso na Terra, imagem essa reforçada pelo forte espírito científico dos homens do Iluminismo.


18. (UEM PR/2007) Ao longo dos séculos XV e XVI, um processo conhecido como expansão ultramarina conduziu à “era dos descobrimentos”, com a abertura de novos mercados, novas rotas comerciais e o descobrimento da América. Sobre a expansão ultramarina, assinale a alternativa correta.
a) Ao chegar às Índias e descobrir a América, em 1498, Cristóvão Colombo demonstrou o acerto das teorias que afirmavam a esfericidade da terra, pois, navegando em direção ao Ocidente, chegou ao Oriente.
b) Em Portugal e na Espanha, havia um forte ideal missionário. Sendo assim, a preocupação com a expansão da fé e com o combate ao infiel foi um dos motivadores da expansão ibérica.
c) A partir das navegações, as especiarias do Oriente percorriam um longo trajeto que cortava por terra o norte da África e era controlado, no século XV, por mercadores árabes e por comerciantes italianos, holandeses e portugueses até chegar ao mercado europeu.
d) Ao se iniciarem as navegações, o Oceano Atlântico, antigo “Mar Tenebroso”, já era bastante conhecido pelos portugueses e pelos espanhóis. Tal fato possibilitou que as viagens fossem realizadas com segurança.
e) A Escola de Sagres reformou os currículos das escolas fundamentais portuguesas, privilegiou o ensino da Geografia e da Cartografia e formou a primeira turma de pilotos náuticos em 1478, permitindo que os portugueses conquistassem o mar.


19. (UFCG PB/2007)
“As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca dantes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
E em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram”.
(CAMÕES, Luis de. Os Lusíadas)
No poema Os Lusíadas, é CORRETO afirmar que o verso “Por mares nunca dantes navegados” faz referência à viagem de:
a) Vasco da Gama às Índias, em 1498, e às grandes navegações portuguesas.
b) Cristóvão Colombo ao Novo Reino americano, em 1492.
c) Marco Polo e dos “aventureiros dos sete mares” em busca de riquezas orientais, em 1271.
d) Jean de Léry ao Rio de Janeiro, no século XVI, em busca de uma região para a fixação dos protestantes calvinistas.
e) Spix e Martius pelo interior do Brasil, os quais descreveram, em seus diários, os costumes dos senhores de engenho baianos.



20. (UNESP SP/2007) A ideia exposta neste livro é diferente e relativamente simples: a colonização portuguesa, fundada no escravismo, deu lugar a um espaço econômico e social bipolar, englobando uma zona de produção escravista situada no litoral da América do Sul e uma zona de reprodução de escravos centrada em Angola.
(Luis Felipe de Alencastro, O trato dos viventes.)
A partir do texto, pode-se concluir que
a) as duas regiões de colonização no Atlântico Sul eram independentes, unidas somente pela subordinação à metrópole.
b) a presença dos colonizadores portugueses assegurou a produção agroexportadora no continente africano, do século XVI ao XVIII.
c) as duas regiões unidas pelo oceano formaram um só sistema de exploração colonial criado pelos portugueses nos séculos XVI e XVII.
d) a Coroa portuguesa privilegiava a porção africana, isto é, a reprodução de escravos, dentro do império colonial, nos séculos XVI e XVII.
e) nossa história não coincide com o nosso território colonial, isto é, a colônia portuguesa da América do Sul era simples prolongamento da Europa.


21. (UNIMONTES MG/2007) A expansão comercial e marítima, liderada pelos países ibéricos, foi um acontecimento de grande impacto na Europa dos séculos XV e XVI porque
I. favoreceu a paz religiosa entre protestantes e católicos que dividiram as terras descobertas entre si, visando catequizá-las.
II. se utilizou de novas técnicas, aparelhos e teorias, ampliando os conhecimentos náuticos, geográficos e astronômicos.
III. possibilitou a exploração das novas terras, através de atividades econômicas que forneceram gêneros tropicais e metais preciosos para a Europa.
Está(ão) CORRETA(S)
a) II e III, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II, apenas.
d) I, apenas.


22. (FGV/2008) Quando Diogo Cão chegou em 1483, era um reino relativamente forte e estruturado, cuja formação data possivelmente do final do século XIV. Povoado por grupos bantos, abrangia grande extensão da África Centro-Ocidental e compunha-se de diversas províncias.
Algumas delas eram administradas por membros de linhagens que detinham os cargos de chefia há muitas gerações. Outras províncias eram governadas por chefes escolhidos pelo rei dentre a nobreza. Os chefes locais eram os encarregados de coletar os impostos devidos ao rei, além de recolherem para si parte do excedente da produção. A existência de um excedente agrícola era possível graças à apropriação do trabalho escravo.
(Marina de Mello e Souza. Adaptado)
O texto faz referência
a) ao Egito.
b) ao Daomé.
c) ao Congo.
d) à Cabo Verde.
e) à Moçambique.


23. (FUVEST SP/2008) “Os cosmógrafos e navegadores de Portugal e Espanha procuram situar estas costas e ilhas da maneira mais conveniente aos seus propósitos. Os espanhóis situam-nas mais para o Oriente, de forma a parecer que pertencem ao Imperador (Carlos V); os portugueses, por sua vez, situam-nas mais para o Ocidente, pois deste modo entrariam em sua jurisdição.”
Carta de Robert Thorne, comerciante inglês, ao rei Henrique VIII, em 1527.
O texto remete diretamente
a) à competição entre os países europeus retardatários na corrida pelos descobrimentos.
b) aos esforços dos cartógrafos para mapear com precisão as novas descobertas.
c) ao duplo papel da marinha da Inglaterra, ao mesmo tempo mercantil e corsária.
d) às disputas entre países europeus, decorrentes do Tratado de Tordesilhas.
e) à aliança das duas Coroas ibéricas na exploração marítima.


24. (UFG GO/2008) Leia o texto.
Colombo fala dos homens que vê unicamente porque estes, afinal, também fazem parte da paisagem. Suas menções aos habitantes das ilhas aparecem sempre no meio de anotações sobre a Natureza, em algum lugar entre os pássaros e as árvores.
TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martins Fontes, 1993. p. 33.
A passagem acima ressalta que a atitude de Colombo decorre de seu olhar em relação ao outro. Essa posição, expressa nas crônicas da Conquista, pode ser traduzida pela
a) interpretação positiva do outro, associando-a à preservação da Natureza.
b) identificação com o outro, possibilitando uma atitude de reconhecimento e inclusão.
c) universalização dos valores ocidentais, hierarquizando as formas de relação com o outro.
d) compreensão do universo de significações do outro, permitindo suas manifestações religiosas.
e) desnaturalização da cultura do outro, valorizando seu código linguístico.


25. (UFRN/2008) As narrativas das viagens de Marco Polo (1254-1324) pela Ásia se tornaram populares na Europa, no final da Idade Média. Esse navegador descreveu a paisagem observada em uma de suas viagens da seguinte forma: “[Aladino] fez construir, num vale, entre duas montanhas, o mais belo jardim que já se viu. Havia neste vale os melhores frutos da terra. No meio do parque foram edificadas as mais suntuosas moradias e palácios que os homens já viram; eram dourados e pintados com maravilhosas cores.
No centro do jardim havia uma fonte, com muitas bicas, de onde jorravam o vinho, o leite, o mel e ainda a água. Havia nesse jardim as donzelas mais belas do mundo; estas sabiam tocar todos os instrumentos e cantavam como os anjos.”
POLO, Marco. O livro das maravilhas. Porto Alegre: LP&M, 2006. p. 74.
Descrições feitas por Marco Polo, tais como a que o fragmento textual acima apresenta, influenciaram
a) os pensadores dos séculos XVI e XVII, estimulando-os a formular o método científico, que partia da dúvida sobre as verdades estabelecidas.
b) os navegadores europeus dos séculos XV e XVI, estimulando-os a procurar outras terras, onde poderiam encontrar o paraíso terrestre.
c) Nicolau Maquiavel, no século XVI, na definição dos princípios a serem seguidos pelo Príncipe no governo de uma cidade.
d) Thomas Hobbes, no século XVI, na formulação teórica da cidade a ser gerida pelo Leviatã, símbolo do poder real absoluto.

GABARITO

1. (UNIFOR CE/2008) As grandes navegações dos séculos XV e XVI operaram uma verdadeira revolução comercial, trazendo mercado amplamente vantajoso para a burguesia europeia. Em relação aos resultados da expansão ultramarina, pode-se afirmar que os
a) ingleses assumiram a liderança do comércio quando promoveram o deslocamento do eixo econômico do Oceano Índico para o Mar Mediterrâneo.
b) italianos, principalmente os genoveses e os venezianos, assumiram a liderança do comércio europeu, promovendo a acumulação de capitais.
c) espanhóis ficaram isolados comercialmente porque estavam envolvidos em conflitos para expulsar os povos muçulmanos do seu território.
d) europeus, com o objetivo de expandir o comércio e de propagar a fé cristã, destruíram patrimônios culturais em outras regiões do mundo.
e) portugueses realizaram tardiamente a expansão, pois tinham poucos conhecimentos tecnológicos voltados para o setor de construção naval.


2. (UNIMONTES MG/2008)
“Mas, em tanto que cegos e sedentos
Andais de vosso sangue, ó gente insana,
Não faltaram cristãos atrevimentos
Nesta pequena casa lusitana.
De África tem marítimos assentos;
E na Ásia mais que todas soberana;
Na quarta parte nova (América) os campos ara;
E, se mais mundo houvesse, lá chegara.”
(Camões, Os Lusíadas, canto VII, 152. Citado por DOMINGUES, Joelza Éster; FIUSA, Layla Paranhos Leite. História: o Brasil em foco. São Paulo: FTD, 1996, p. 27)
O texto citado
a) registra a expansão marítimo-comercial portuguesa.
b) condena a colonização irracional e predatória no Novo Mundo.
c) registra a expansão do império espanhol no Oriente.
d) condena o desprezo pelos valores cristãos por parte dos colonizadores.


3. (UNIMONTES MG/2008) Sobre o expansionismo marítimo europeu e a chamada Revolução Comercial, marque C (CORRETA) e I (INCORRETA) para cada uma das afirmativas abaixo.
(__) Foi um movimento de impacto unilateral, uma vez que a cultura europeia se manteve completamente inalterada, enquanto os povos de outros continentes tiveram seu modo de vida e cultura afetados.
(__) Os chamados descobrimentos relacionaram-se com as mudanças nos hábitos seculares de produzir riquezas, trabalhar a terra, governar a sociedade e interpretar o mundo.
(__) Os portugueses, neste período (século XV–XVI), conquistaram parte da América e usufruíram do modo de produção nela existente para fazer a exportação de artigos primários.
(__) Em consequência da grande quantidade de metais preciosos recebidos pela Europa, sua população permaneceu imune à inflação.
Você obteve
a) I, C, I e I.
b) C, C, I e I.
c) I, I, C e C.
d) C, I, I e C.


4. (PUC MG/2008) A História e Literatura têm trazido contribuições importantes para compreensão do desenvolvimento das civilizações.
Leia o poema Mar Português, de Fernando Pessoa, e assinale a afirmativa CORRETA de acordo com
o texto.
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lagrimas de Portugal!
Por te cruzarmos quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
a) Refere-se à expansão marítima portuguesa durante os séculos XV e XVI, ampliando a esfera política e geográfica do mundo conhecido.
b) Explica o mito fundador da colonização do novo mundo a partir da imposição da Coroa Portuguesa e de seus aliados espanhóis.
c) Trata-se de uma interpretação idealista da expansão marítima portuguesa, criada a partir das ideias
mercantilistas inglesas e francesas do século XIX.
d) Critica o modelo histórico que explica o processo de colonização portuguesa em função da mudança do eixo Atlântico para o Mediterrâneo.


5. (UFGD MS/2008) Leia o texto.
“Se todos os homens descendem de Noé, e se Noé teve apenas 3 filhos, Cam, Jafet e Sem, de qual desses filhos proviriam os Homens do Novo Mundo? Seriam descendentes daqueles mercadores que ao tempo de rei Salomão singravam o mar para trazerem ouro de Ofir – que poderia ser o Peru – ou das dez tribos perdidas de Israel que, reinando Salmanasar, se afastaram dos assírios para resguardar em sua pureza seus ritos e sua fé? E mais, admitindo tudo isso, restaria descobrir por que meios teriam cruzado os oceanos antes que os descobridores tivessem domesticado os mares. Talvez as terras do Novo e do Antigo Mundo se comunicassem ou tivessem comunicado em tempos passados.”
CUNHA, Manuela Carneiro da. História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 10.
No texto, a autora indica as polêmicas e os dilemas humanísticos suscitados, na Europa, pela chegada de seus navegadores a um novo continente (denominado América em homenagem a Américo Vespúcio, o qual percebeu que as terras encontradas por Colombo não eram as Índias, mas sim um Novo Mundo). A esse respeito, é CORRETO afirmar que
a) o texto comprova a existência de um contato comercial entre as antigas civilizações do Peru e o Velho Mundo, que remonta a séculos antes de Cristo.
b) os europeus projetavam sobre o Novo Mundo um imaginário tipicamente medieval, o qual tendia a buscar, para todos os fenômenos naturais e humanos, explicações baseadas na bíblia ou referendadas por autoridades eclesiásticas, tais como Santo Agostinho e Tomás de Aquino.
c) o imaginário medieval era povoado por seres fantásticos, tais como sereias, amazonas, ciclopes e gigantes. Todavia a chegada de Colombo à América marca a superação desse imaginário, uma vez que o Renascimento cultural e científico, aliado às descobertas ultramarinas, rompeu com a visão de mundo medieval e provou a inexistência desses seres.
d) a convicção de que seres humanos não poderiam ter cruzado o Oceano Atlântico antes dos europeus, pois não possuíam tecnologia náutica para tal, levou os espanhóis a supor que os nativos da América não faziam parte do gênero humano. A própria Igreja Católica declarou que os índios eram criaturas sem parentesco com a humanidade do Velho Mundo e, como tal, não possuíam alma, o que justificou a escravidão dos índios durante o período colonial.
e) embora o texto de Manuela C. da Cunha aponte uma certa perplexidade em relação à descoberta da América, sabe-se que os navegadores europeus, muito antes de Colombo, tinham pleno conhecimento da existência do continente americano.


6. (UESPI/2008) No século XVI, foi expressiva a disputa dos europeus para aumentar suas riquezas e sua influência no mundo da época, inclusive se utilizando da pirataria.
Os piratas mais atuantes levavam ouro e prata para as nações a que pertenciam, ajudando aos seus soberanos. Destacam-se, nessa época, os piratas:
a) franceses.
b) holandeses.
c) ingleses.
d) espanhóis.
e) portugueses.


7. (UFOP MG/2007) A partir da chegada de Colombo à América, em 1492, tem-se o início do processo de conquista e colonização do Novo Mundo, sobre o qual se pode afirmar:
I. As Novas Leis de 1542 introduziram o sistema de encomienda, com o qual impunham o trabalho forçado aos índios, sendo, por isso, apoiadas pelos colonizadores da América Espanhola.
II. Os espanhóis legitimavam a guerra da conquista, utilizando-se do Requerimento documento lido em voz alta, que servia para exortarem os índios a se submeterem ao Rei de Castela e à Igreja, sob pena de extermínio ou escravidão, em caso de resistência.
III. A encomienda era uma instituição ibérica, surgida da Reconquista e transposta para a América durante o processo de conquista. Na península, ela correspondia à dotação de terras ao encomendero.
IV. As Audiências funcionaram, na América, como tribunais, constituindo-se na maior autoridade nas colônias. Estavam acima do poder do Vice-rei, pois a elas cabia o poder de julgar e fiscalizar, e seus magistrados recebiam o título de ouvidores.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e III
b) I e IV
c) II e IV
d) II e III


8. (UNIMONTES MG/2008)
Caminho das Índias
Caminho das Índias, caminho do mar
O vento e a vela, cravo e canela;
O ouro do rei na mesma panela...
Deixa cozinhar que eu fico contente
(Moraes Moreira, 1981)
Na música de Moraes Moreira, Maria Betânia canta
a) a desvalorização das especiarias orientais ante o descobrimento de metais preciosos, tais como ouro e prata no território americano.
b) o comércio português no Oriente, no qual os soberanos se associavam aos burgueses nas expedições comerciais.
c) a celebração dos feitos marítimos ibéricos por ocasião das festividades do quinto centenário do descobrimento do Brasil.
d) a expansão europeia na Índia, fazendo com que as populações asiáticas adotassem costumes europeus, por meio da educação formal.


9. (FGV/2009) Durante a Antiguidade e a Idade Média, a África permaneceu relativamente isolada do resto do mundo. Em 1415, os portugueses conquistaram Ceuta, no norte do continente, dando início à exploração de sua costa ocidental.
(José Jobson de A. Arruda e Nelson Piletti, Toda a História)
Acerca da África, na época da chegada dos portugueses em Ceuta, é correto afirmar que
a) nesse continente havia a presença de alguns Estados organizados, como o reino do Congo, e a exploração de escravos, mas não existia uma sociedade escravista.
b) assim como em parte da Europa, praticava-se a exploração do trabalho servil que, com a presença europeia, transformou-se em trabalho escravo.
c) a população se concentrava no litoral e o continente não conhecia formas mais elaboradas de organização política, daí a denominação de povos primitivos.
d) os poucos Estados, organizados pelos bantos, encontravam-se no Norte e economicamente viviam da exploração dos escravos muçulmanos.
e) a escravidão e outras modalidades de trabalho compulsório eram desconhecidas na África e foram introduzidas apenas no século XVI, pelos portugueses e espanhóis.


10. (UNCISAL AL/2009) No século XV, a burguesia europeia, apoiada por monarquias absolutistas, começou a lançar suas embarcações nos oceanos – Atlântico, Índico e Pacífico – em busca de novos caminhos para o Oriente. A expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI permitiu
a) a formação de domínios coloniais que dinamizaram o comércio europeu.
b) o crescimento do comércio de especiarias pelas rotas do Mediterrâneo.
c) a implantação de colônias na Ásia, para extração de metais preciosos.
d) o fortalecimento do feudalismo e da servidão na Europa Ocidental.
e) a colonização do tipo mercantilista, sem a interferência do Estado e da Igreja.


11. (FMJ SP/2008) O século XV marca a expansão dos países europeus sobre regiões dos continentes africano, asiático e americano até então desconhecidas dos europeus. A respeito desse processo, pode-se afirmar que
a) o pioneirismo português na expansão marítimo-comercial deveu-se, sobretudo, à precoce unificação do Estado e ao apoio da burguesia lusitana a esse projeto.
b) os sacerdotes da Igreja Católica tinham o poder, confirmado pelo monarca de cada país, de impedir a escravização dos nativos convertidos.
c) o principal objetivo das navegações era acomodar o excedente populacional de uma Europa com dificuldades de atender às necessidades básicas da população.
d) o sistema implantado nas colônias foi baseado na pequena propriedade e no trabalho livre para atender aos objetivos mercantilistas das nações em expansão.
e) África e América funcionavam como fornecedoras de mão-de-obra escrava, enquanto a Ásia abastecia o mercado europeu com seus produtos manufaturados.



12. (PUC SP/2009) A expansão marítima dos séculos XV e XVI proporcionou a conquista européia da América e a descoberta de novas rotas de navegação para o Extremo Oriente. A expansão marítima também provocou, ao longo do tempo,
a) o controle europeu sobre os três oceanos, pois as caravelas portuguesas e espanholas passaram a dominar o comércio no Atlântico, no Índico e no Pacífico.
b) a integração de alimentos americanos à dieta europeia, pois o milho, as batatas, o cacau e o tomate, entre outros, passaram a ser consumidos na Europa.
c) o fim das atividades comerciais no Mar Mediterrâneo e no Mar Adriático, pois as especiarias obtidas no oriente só podiam ser transportadas pelos oceanos.
d) a expansão do protestantismo, pois as vítimas das guerras religiosas aproveitaram a tolerância religiosa nas colônias portuguesas e espanholas e se transferiram para elas.
e) o início da hegemonia marítima inglesa, pois a frota britânica oferecia proteção militar aos navegadores contra a ação de corsários e piratas que atuavam na região do Caribe.


13. (UECE/2009) “A chegada dos portugueses no Novo Mundo coincidiu, quase, com a dos franceses, que começaram logo o mesmo comércio de resgate. Na vastidão do litoral podiam ter passado anos sem se encontrar. Mas, o encontro era fatal e não havia de ser amigável”.
FONTE: ABREU, J. Capistrano. Capítulos de História Colonial (1500-1800). Sociedade Capistrano de Abreu, Livraria Briguiet, 1969. p. 67-70.
Em relação aos motivos dos conflitos entre Portugal e Franca no Novo Mundo, pode-se afirmar corretamente que:
a) a Franca considerava as novas terras também como propriedade sua, em virtude das concessões papais.
b) a presença dos franceses no novo território, prejudicava o comércio dos portugueses, pois os franceses ofereciam ao comércio europeu, preços mais vantajosos, posto que não tinham impostos a pagar.
c) Portugal, assim que começou o comércio do resgate, dividia os lucros com a França e, por este motivo, não admitia que enviados de outras nações invadissem terras que considerava suas.
d) Portugal reconhecia o direito da França de explorar as novas terras, desde que esta pagasse ao Rei de Portugal uma porcentagem dos lucros auferidos.


14. (UECE/2009) Leia com atenção e assinale a alternativa correta.
“Agora, pois, que estas partes [Europa, Ásia e África] foram largamente exploradas, e uma quarta parte foi descoberta por Américo Vespúcio (como se verá), não vejo por que não chamar esta outra parte de Amerige, isto é, terra de Américo, ou América, do homem sagaz que a descobriu, já que a Europa e a Ásia receberam seus nomes de mulheres”.
(Introdução à cosmografia, 1507, In: AMADO, J. FIGUEIREDO, L.C. Colombo e a América: quinhentos anos depois. São Paulo: Atual, 1991. p. 53)
a) O continente Americano recebeu seu nome em 1492, dado por Cristóvão Colombo em homenagem ao seu amigo e companheiro, o florentino, de ilustre família, Américo Vespúcio.
b) A América recebeu seu nome no ano de 1507, ao ser reconhecida como Novo Mundo, uma homenagem ao navegador Américo Vespúcio.
c) No século XVI, acreditava-se que o navegador florentino Américo Vespúcio descobrira a América, por isso o continente recebeu esta denominação.
d) Américo Vespúcio acompanhou Colombo em todas as suas viagens em busca do caminho para as Índias e seu nome foi dado ao continente americano.


15. (PUC RS/2009) Considerando o contexto cultural e intelectual europeu do período, é correto afirmar que a “tentação”, bem como a expectativa de encontrar nas novas terras seres “monstruosos”, mencionadas no texto, provinham
a) de uma idiossincrasia pessoal de Colombo, que contrasta radicalmente com o humanismo cientificista então predominante.
b) do ocultismo pagão, dominante na mentalidade das elites ibéricas.
c) da visão mágica negativa em relação a povos e terras não europeias, difundida pela Reforma protestante.
d) da permanência das tradições mitológicas clássicas e cristãs no universo renascentista.
e) da noção de superioridade racial do homem branco, criada pela vulgarização do evolucionismo biológico.


16. (UFCG PB/2009) “Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro: nem lha vimos (...) Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. (...) Quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que vossa Alteza tanto deseja, a saber acrescentamento da nossa santa fé!”
(CAMINHA, Pero Vaz de. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1985.)
O fragmento da carta de Pero Vaz de Caminha faz referências ao:
I. interesse da nobreza e da burguesia lusitanas, desejosas de explorar outras terras, alargar as fronteiras comerciais e encontrar novas fontes de renda.
II. cenário de esperança da salvação eterna “desta gente”, simbolizado no objetivo da Igreja Católica de conquistar novos fiéis e catequizar os “territórios virgens”.
III. “acrescentamento da nossa santa fé”, referindo-se ao projeto de Henrique VIII de expandir a fé anglicana às terras do Novo Mundo.
IV. anseio por um mundo novo que minorasse os flagelos da velha cristandade e a escassez de metais preciosos na Europa.
Estão corretas:
a) I e II.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) III e IV.
e) I, II e IV.


17. (UFOP MG/2009) A expansão ultramarina europeia, iniciada no século XV, gerou grandes transformações na História mundial, entre outras razões, por colocar povos de continentes diversos em um processo de interação econômica, política e cultural.
Sobre esse assunto, assinale a opção correta.
a) O continente africano serviu como base estratégica para o apoio das embarcações que se dirigiam para o continente asiático.
b) As relações entre os Estados europeus e os asiáticos, no século XVI, foram mercantis, com os asiáticos comprando mercadorias feitas pelos europeus.
c) Com o desenvolvimento das técnicas de navegação, Holanda e Inglaterra lideraram, desde os finais do século XV, a expansão marítima europeia.
d) O interesse de franceses e holandeses em colonizarem as Índias Ocidentais explica o sucesso que tiveram em estabelecer colônias no Brasil, no século XVIII.


18. (ESCS DF/2010) Leia o texto abaixo:
”A espada e a cruz marchavam juntas na conquista e na espoliação colonial. Para arrancar a prata da América encontravam-se em Potosí os capitães e ascetas, toureiros e apóstolos, soldados e frades. Convertidas em bolas e lingotes, as vísceras da rica montanha alimentaram substancialmente o desenvolvimento da Europa”.
(GALEANO, Eduardo. As Veias Abertas da América Latina. Rio de Janeiro, Paz e Terra,1991)
O texto descreve o processo de colonização espanhol sobre o continente americano a partir do século XV, com a chegada de Colombo em 1492. A relação de dominação da metrópole espanhola sobre a colônia americana está caracterizada na seguinte alternativa:
a) o Governo espanhol instituiu um governo colonial marcado pela flexibilidade no trato das questões políticas através da nomeação da elite criolla para os cargos mais importantes da administração;
b) os chapetones, espanhóis nomeados para o governo colonial espanhol, não desfrutaram a autonomia administrativa ficando subordinados ao poder político dos Cabildos;
c) a exploração em larga escala da população indígena da América espanhola foi a marca do processo colonial espanhol através da utilização da Mita, da Encomienda e da exploração escrava dos indígenas;
d) a presença da Igreja Católica foi menos sentida no processo colonial espanhol sobre a América do que no processo colonial português, mostrando o distanciamento entre a Espanha e os Estados Pontificiais;
e) a exploração econômica dos espanhóis sobre a América foi possível a partir de um acordo político entre a metrópole e os grupos indígenas locais que participaram ativamente do governo colonial.


19. (UNESP SP/2010) A propósito da expansão marítimo-comercial europeia dos séculos XV e XVI pode-se afirmar que
a) a igreja católica foi contrária à expansão e não participou da colonização das novas terras.
b) os altos custos das navegações empobreceram a burguesia mercantil dos países ibéricos.
c) a centralização política fortaleceu-se com o descobrimento das novas terras.
d) os europeus pretendiam absorver os princípios religiosos dos povos americanos.
e) os descobrimentos intensificaram o comércio de especiarias no mar Mediterrâneo.


20. (Mackenzie SP/2010) “Desde cedo, aprendemos, em casa ou na escola, que o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral, em abril de 1500. Esse fato constitui um dos episódios da expansão marítima portuguesa, iniciada em princípios do século XV. Para entendê-la, devemos começar pelas transformações ocorridas na Europa Ocidental, a partir de uma data situada em torno de 1150.”
Boris Fausto. História do Brasil
Entre as transformações citadas no texto, e que se encontram entre as causas da expansão marítima europeia no século XV, podemos, corretamente, citar
a) o conflito religioso resultante da Reforma na Europa, o que fez com que missionários luteranos desembarcassem na América Ibérica, convertendo milhares de nativos à fé protestante, em detrimento do Catolicismo.
b) o estudo das atividades marítimas e técnicas de navegação desenvolvidas na Espanha medieval, principalmente em relação à exploração do litoral africano, o que fez deste país o pioneiro na navegação do Oceano Atlântico no século XV.
c) a precoce centralização do poder na Inglaterra – garantida pela união da monarquia plantageneta com a rica burguesia comercial –, possibilitando, aos ingleses, investimentos na compra de navios portugueses entre os séculos XIII e XV.
d) a permanência do “espírito cruzadista” na Península Ibérica, o que fez com que Portugal e Espanha estivessem empenhados na luta contra os “infiéis” no Oriente Médio, atrasando em dois séculos (XIV-XVI) a Expansão Marítima Ibérica.
e) a contradição entre o crescimento populacional nesse período e a baixa produção feudal, gerando a necessidade de se procurar novas áreas geográficas para exploração europeia, aumentando, assim, a quantidade de recursos materiais e alimentícios na Europa.


21. (PUC RS/2010) Considere o texto abaixo, de G. F. Oviedo, historiador espanhol, publicado em 1555.
“O almirante Colombo encontrou, quando descobriu esta Ilha Hispaniola, um milhão de índios e índias (…) dos quais (…) não creio que estejam vivos no presente ano de 1535, quinhentos. (…) Alguns fizeram esses índios trabalhar excessivamente. Outros não lhes deram nada para comer (…). Além disso, as pessoas dessa região são naturalmente tão inúteis, corruptas, de pouco trabalho, melancólicas, covardes, sujas, de má condição, mentirosas, sem constância e firmeza (…). Vários índios, por prazer e passatempo, deixam-se morrer por veneno para não trabalhar. (…) eu acreditaria antes que Nosso Senhor permitiu, devido aos grandes, enormes e abomináveis pecados dessas pessoas selvagens, rústicas e animalescas, que fossem eliminadas e banidas da superfície terrestre”
(Apud ROMANO, Ruggiero. Mecanismos da conquista colonial. São Paulo: Perspectiva, 1973, p. 76).
Considerando o contexto histórico, pode-se afirmar que Oviedo expressa uma das visões sobre os povos americanos típicas de sua época, marcadas pelo
a) evolucionismo.
b) experimentalismo.
c) fisiocratismo.
d) europocentrismo.
e) naturalismo.


22. (PUCCamp SP/2009) Durante a expansão marítimo-comercial europeia, navegar foi preciso e muitos se aventuraram movidos por todo tipo de interesse, inclusive a pirataria, atividade que remonta à Antiguidade, mas que contribuiu para o intenso fluxo de navegação nessa época. Pode-se considerar conseqüência da pirataria dessa fase histórica
a) a construção de fortalezas ao longo do litoral Atlântico, no continente americano, uma vez que partiam dos piratas as principais ameaças aos povoamentos emergentes.
b) o estabelecimento do chamado “comércio triangular”, uma vez que o transporte de mercadorias feito no mar do Caribe era executado essencialmente por embarcações piratas, sem bandeira identificando a procedência.
c) o uso recorrente da “carta de corso”, pela qual alguns reinos concediam autorização oficial aos piratas − também chamados de corsários − para atacarem determinados inimigos.
d) a busca, pelos navegantes europeus, de rotas comerciais alternativas para a África, a América e a Ásia, uma vez que os piratas ingleses impediram a navegação de cabotagem e o tráfico negreiro.
e) o reconhecimento do período entre o século XIV e meados do século XV como “a era de ouro” da pirataria, devido ao apogeu da exploração de metais preciosos nas Américas e os frequentes saques ocorridos.


23. (PUCCamp SP/2010) Ao tempo das caravelas, em que as nações se mostravam ávidas por constituir impérios duradouros,
a) missionários religiosos e viajantes davam curso, em nossa terra, às primeiras manifestações literárias de nossa história.
b) o padre Antonio Vieira testemunhava, em seus textos, o desejo de emancipação política do povo brasileiro.
c) Gregório de Matos e outros poetas satíricos barrocos criticavam os maus costumes da sociedade colonial.
d) os poetas árcades, inspirando-se no exemplo revolucionário da França, escreviam poemas contra o poder português.
e) nossos poetas, influenciados por Camões, criticavam os anseios imperialistas das nações ibéricas.


24. (UFJF MG/2009) Os choques constantes entre o rei e o parlamento, entre a religião oficial e as demais, entre os grupos populares e a burguesia, tornaram o século XVII um momento conturbado na história da Inglaterra e ajudam a explicar como se processou a colonização inglesa na costa atlântica da América do Norte.
Acerca desse processo, assinale a alternativa INCORRETA.
a) A monarquia britânica concedeu às companhias de navegação uma parte significativa do empreendimento colonizador, permitindo que elas explorassem determinadas regiões.
b) Os puritanos, grupo religioso perseguido pela monarquia inglesa, atravessaram o Atlântico e se estabeleceram na costa nordeste dos EUA, buscando instituir uma sociedade de acordo com os princípios de sua religião.
c) A Inglaterra adotou uma “Política da Salutar Negligência” em relação às proibições comerciais por ela mesma impostas às treze colônias, o que possibilitou a constituição de triângulos comerciais entre Nova Inglaterra, África e Caribe.
d) A decisão inglesa de copiar o modelo de colonização de seus antecessores no Novo Mundo (espanhóis e portugueses) visava explorar a força de trabalho indígena, utilizando-se da catequese.
e) A fraca presença da autoridade inglesa na costa leste dos atuais Estados Unidos da América nos séculos XVII e XVIII colaborou para a precocidade do processo de independência da América do Norte, a primeira do continente.


25. (PUC SP/2010) “Ao embarcar em um navio rumo ao Novo Mundo, famílias portuguesas, aventureiros de todas espécies, nobres, religiosos, degredados, prostitutas e marinheiros deixavam para trás tudo o que se poderia relacionar com dignidade. Não havia a bordo privacidade nem garantia de integridade física - doenças, estupros, fome e sede eram riscos inerentes à viagem, sem contar o perigo de acidentes.”
RAMOS, Fábio Pestana. Os apuros dos navegantes. História Viva, n 68, p. 60, jun. 2009,
O texto menciona aspectos curiosos e importantes da conquista europeia da América.
Sobre as viagens mencionadas no texto, podemos afirmar que
a) as pessoas que aceitavam embarcar nos navios que partiam em direção ao Novo Mundo eram predominantemente miseráveis, o que explica a pobreza da população nas colônias.
b) escravos eram arregimentados na África para trabalhar nos navios que cruzavam os oceanos e para manter, dessa forma, um mínimo de organização e ordem a bordo.
c) as navegações ultramarinas, apesar de todos os inventos técnicos e da racionalidade que impulsionaram, tinham caráter aventuresco e comportavam inúmeros riscos.
d) nobres e pobres misturavam nos navios, sem que houvesse qualquer distinção social, o que explica a democracia racial e social implantada nas terras conquistadas.
e) as mulheres da nobreza que atravessavam o Atlântico conheciam os perigos da viagem e, por isso, levavam armas para que pudessem se defender de ataques a bordo.

GABARITO

1. (ESCS DF/2011) A expansão marítima e comercial portuguesa foi fruto de um amplo processo de transformações no continente europeu a partir da crise final do sistema feudal entre o século XIV e o século XV. A formação do estado absolutista português através da Revolução de Avis (século XIV) permitiu as condições mínimas para a aventura portuguesa sobre os continentes africano, asiático e americano. Os principais objetivos da expansão marítima e comercial portuguesa foram:
a) a necessidade de conquistar mercado consumidor para os produtos industriais portugueses e pela exportação de mão de obra excedente de Portugal;
b) a grande quantidade de capitais excedentes em Portugal, interessados em novos investimentos, e o avanço dos ideais liberais no país;
c) a necessidade de obter um novo mercado de matérias-primas e a elevada carga tributária cobrada pelos turco-otomanos no comércio do mediterrâneo;
d) o interesse da Igreja Luterana, que se consolidou em Portugal com a Revolução de Avis, e a necessidade de novas rotas de comércio;
e) o interesse dos portugueses em exportar produtos agrícolas para novos mercados fora da Europa e a necessidade de obtenção de mão-de-obra escrava.


2. (PUC RJ/2011) “Historicamente, a incorporação de novos espaços à economia mundial tem levado à decadência dos eixos econômicos tradicionais e ao surgimento de novos polos econômicos e de poder. Até o século XV o Mediterrâneo era o centro das sociedades ocidentais, em seguida a hegemonia passou para o eixo Atlântico, que atualmente está sob a ameaça de um eixo emergente na bacia do Oceano Pacífico”.
Adaptado de PIRES, M. Cordeiro. O deslocamento do eixo econômico mundial in Revista PUC VIVA, 32, 2008.
Sobre esses processos, NÃO É CORRETO afirmar que:
a) o deslocamento do eixo comercial para o Oceano Atlântico relacionou-se às Grandes Navegações e à Colonização da América, pelos europeus.
b) no século XIX, a abertura do Canal de Suez permitiu um acesso mais rápido ao Pacífico e a emergência de novos países industrializados, como a Coréia do Sul e Cingapura, entre outros.
c) entre os séculos XVI e XIX, a navegação atlântica conectou a África à Europa e à América, permitindo acesso às riquezas do Oriente e a captura de milhões de africanos.
d) o crescimento econômico da Coréia do Sul, da China e Índia colaborou para o incremento de relações comerciais na Bacia do Pacífico.
e) no século XX, a hegemonia econômica norte-americana suplantou a hegemonia europeia, reafirmando o Oceano Atlântico como principal cenário do comércio mundial.


3. (UNICAMP SP/2011) Referindo-se à expansão marítima dos séculos XV e XVI, o poeta português Fernando Pessoa escreveu, em 1922, no poema “Padrão”:
“E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português.”
(Fernando Pessoa, Mensagem – poemas esotéricos. Madri: ALLCA XX, 1997, p. 49.)
Nestes versos identificamos uma comparação entre dois processos históricos. É válido afirmar que o poema compara
a) o sistema de colonização da Idade Moderna aos sistemas de colonização da Antiguidade Clássica: a navegação oceânica tornou possível aos portugueses o tráfico de escravos para suas colônias, enquanto gregos e romanos utilizavam servos presos à terra.
b) o alcance da expansão marítima portuguesa da Idade Moderna aos processos de colonização da Antiguidade Clássica: enquanto o domínio grego e romano se limitava ao mar Mediterrâneo, o domínio português expandiu-se pelos oceanos Atlântico e Índico.
c) a localização geográfica das possessões coloniais dos impérios antigos e modernos: as cidades-estado gregas e depois o Império Romano se limitaram a expandir seus domínios pela Europa, ao passo que Portugal fundou colônias na costa do norte da África.
d) a duração dos impérios antigos e modernos: enquanto o domínio de gregos e romanos sobre os mares teve um fim com as guerras do Peloponeso e Púnicas, respectivamente, Portugal figurou como a maior potência marítima até a independência de suas colônias.


4. (UPE/2011) A conquista e a colonização da América não estavam unicamente ligadas ao processo de expansão mercantilista da Europa moderna. Faziam parte, também, da ação da igreja tridentina no combate ao protestantismo e na luta em prol da ampliação do número de fieis católicos. Nessa perspectiva,
a) a catequese dos povos americanos não teve destaque na ação das coroas portuguesa e hispânica no Novo Mundo.
b) a instituição do padroado régio na Espanha e em Portugal assim como em suas possessões no além-mar comprova o caráter religioso da conquista da América.
c) a ação dos jesuítas na catequese dos ameríndios e na colonização ibérica na América se restringiu aos territórios hispânicos.
d) a presença massiva de protestantes na América colonial sob a tutela das monarquias ibéricas ressalta a pequena atuação da igreja católica na colonização do Novo Mundo.
e) na América Portuguesa, os jesuítas não tiveram espaço para a atuação catequética, cabendo essa ação, nos territórios lusos da América, a outras ordens, como os franciscanos e beneditinos.


5. (UCS RS/2010) Ao longo dos séculos XV e XVI, os europeus, representados principalmente pelos portugueses e espanhóis, deram início à Era das Grandes Navegações, quando se lançaram aos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico. A partir das Grandes Navegações, teve início a colonização da América por espanhóis e portugueses.
Assinale a alternativa que apresenta corretamente as características do período conhecido como Era das Grandes Navegações.
a) As conquistas ultramarinas deslocaram o eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico, livrando a Europa da dependência dos mercadores e intermediários muçulmanos.
b) No plano das relações econômicas, deu-se início à política mercantilista, que procurava alcançar uma balança mais ou menos equilibrada, tratando de pagar com metais preciosos os produtos importados.
c) O tráfico e a escravidão indígena atendiam às exigências do sistema colonial português e espanhol, no Novo Mundo, e do mercantilismo, pois proporcionavam acúmulo de capitais para a metrópole.
d) O pacto colonial caracterizava-se pela policultura, em que a unidade de produção era a pequena propriedade da terra; o esforço e a acumulação passaram a ser as normas de conduta social solicitada pelas metrópoles.
e) A assinatura do Tratado de Tordesilhas (1494) representou a união entre a Igreja e a expansão marítima liderada por Inglaterra, Portugal, França e Espanha, o acesso ao monopólio dos metais preciosos e às especiarias orientais e a criação das ordens missionárias do Oriente.


6. (PUC SP/2011) “Enquanto as caravelas cruzavam os mares obedecendo a cálculos precisos, multidões se deliciavam, na Corte, com os espetáculos de Gil Vicente, onde se abria espaço às práticas cotidianas do povo comum, eivadas de magismo e de maravilhoso. Os processos quinhentistas da Inquisição atestam como era corriqueiro o recurso a filtros e poções mágicas, e difundida a crença nos poderes extraordinários do Demônio.”
Laura de Mello e Souza. Inferno atlântico. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 21-22
O texto caracteriza a época da expansão marítima europeia (séculos XV e XVI) e destaca
a) a vitória definitiva do pensamento racional sobre os valores religiosos e obscurantistas que caracterizavam a Idade Média.
b) uma cruzada religiosa contra os infiéis e a tentativa cristã de libertar Jerusalém do domínio islâmico.
c) a convivência entre pensamento racionalista e diversas formas de crenças no caráter maravilhoso do mundo.
d) um esforço europeu para impor sua hegemonia militar, política e comercial sobre a América e o litoral atlântico da África.
e) a ampliação do poder da Igreja, que passava a controlar as manifestações artísticas populares e perseguia os hereges.


7. (UFT TO/2011) Vendo do mar, o sertão nos pareceu muito grande, porque, ao estender os olhos, não podíamos ver senão terras com arvoredos a perder de vista. Até agora não pudemos saber que haja aqui ouro, prata, ou alguma coisa de metal ou ferro, nem o vimos. Porém, a terra em si tem um ótimo clima, frio e temperado (...) As águas são muitas, infindas. E esta terra é tão graciosa, que, querendo aproveitá-la, tudo dará, em razão das águas que tem. Porém, o melhor fruto que se pode tirar desta terra me parece ser salvar essa gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza deve lançar nesta terra.
AUSTURIANO, P. e MATIAS, R. A Carta de Pero Vaz de Caminha. Versão ilustrada em linguagem atual. São Paulo: FTD, 2000, p. 75-77.
Sobre as Grandes Navegações, considere as alternativas abaixo:
I. As viagens de Colombo provocaram desavenças entre os reis de Portugal e da Espanha. Ambos afirmavam ter direitos sobre as terras que fossem descobertas. A questão foi solucionada com a assinatura do Tratado de Madri, em 07 de junho de 1494, que dividia o mundo entre os dois países.
II. Em 1498, o português Vasco da Gama chegou à Calicute, na Índia. Estava descoberto o caminho para o Oriente e suas riquezas. Em 1500, a esquadra de Pedro Álvares Cabral partiu com a missão de chegar novamente à Índia, comprar grande quantidade de especiarias e firmar acordos com os comerciantes indianos.
III. Os descobrimentos iniciados pelos portugueses provocaram profundas mudanças na visão de mundo dos europeus. Ampliou-se o conhecimento da Geografia Física. O contato direto com diversas civilizações, algumas muito antigas e complexas, como as da China e da Índia, e com culturas tão diferentes, como as da América, da África e da Oceania, abriu caminho para o nascimento de uma ideia mais ampla de humanidade.
IV. A chegada dos portugueses à América não provocou o mesmo entusiasmo da Viagem de Vasco da Gama às Índias. Durante as três primeiras décadas do século XVI, o Brasil, praticamente, serviu ao reino português apenas como local para abastecimento dos navios em viagem para as Índias.
V. Após a chegada de Colombo à América, os reis da Espanha apressaram-se em garantir seus direitos de posse sobre as novas terras. Para isso pediram a intervenção do Papa Alexandre VI, que por meio de um documento, conhecido pelo nome de Tratado de Tordesilhas, assinado em 04 de maio de 1493, estabeleceu que as novas terras descobertas seriam divididas entre as coroas de Portugal e Espanha.
Assinale a alternativa que contém apenas as informações CORRETAS em relação às Grandes Navegações:
a) II, III e IV
b) II, III, e V
c) I, III e V
d) I, II, e V
e) I, II, e IV


8. (UFV MG/2011) É INCORRETO afirmar que o processo de conquista e formação dos impérios coloniais na América no século XVI:
a) foi favorecido pela expansão comercial e marítima, pelo fortalecimento das monarquias absolutistas e pela política mercantilista.
b) dizimou populações indígenas e destruiu as estruturas sociais existentes anteriormente.
c) colocou em contato civilizações que se confrontaram pelo choque de culturas e pelo reconhecimento do Outro.
d) deslocou o eixo econômico do mar Mediterrâneo para o oceano Atlântico, passando o comércio a ter proporções de empreendimento regional.



9. (UNIMONTES MG/2011) A organização política da Europa em Estados Nacionais, a partir do século XV, pode ser considerada
a) o resultado da união das várias dinastias reinantes após as dificuldades políticas da época medieval.
b) a expansão do individualismo no campo econômico, tendo por base o poder temporal da igreja.
c) uma forma de articulação das forças sociais em conflito e do progresso econômico decorrente das novas condições de vida.
d) decorrente da expansão das fronteiras territoriais turco-otomanas, após a tomada de Constantinopla em 1453.


10. (UNIMONTES MG/2011) Em relação à expansão marítima e comercial europeia, nos séculos XV e XVI, leia as seguintes afirmativas:
I. O papel de protagonistas da expansão marítima e comercial moderna foi dos países ibéricos, cabendo o pioneirismo a Portugal.
II. As conquistas espanholas, durante o século XV, ameaçaram os avanços náuticos portugueses na costa da África.
III. A Revolução de Avis foi o marco inicial da expansão francesa pelo Ocidente.
IV. A grande importância dada por Portugal à Índia deveu-se à produção e ao comércio de especiarias.
Estão CORRETAS as afirmativas
a) II e III, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I e II, apenas.


11. (FUVEST SP/2012) Deve-se notar que a ênfase dada à faceta cruzadística da expansão portuguesa não implica, de modo algum, que os interesses comerciais estivessem dela ausentes – como tampouco o haviam estado das cruzadas do Levante, em boa parte manejadas e financiadas pela burguesia das repúblicas marítimas da Itália. Tão mesclados andavam os desejos de dilatar o território cristão com as aspirações por lucro mercantil que, na sua oração de obediência ao pontífice romano, D. João II não hesitava em mencionar entre os serviços prestados por Portugal à cristandade o trato do ouro da Mina, “comércio tão santo, tão seguro e tão ativo” que o nome do Salvador, “nunca antes nem de ouvir dizer conhecido”, ressoava agora nas plagas africanas…
Luiz Felipe Thomaz, “D. Manuel, a Índia e o Brasil”. Revista de História (USP), 161, 2º Semestre de 2009, p.16-17. Adaptado.
Com base na afirmação do autor, pode-se dizer que a expansão portuguesa dos séculos XV e XVI foi um empreendimento
a) puramente religioso, bem diferente das cruzadas dos séculos anteriores, já que essas eram, na realidade, grandes empresas comerciais financiadas pela burguesia italiana.
b) ao mesmo tempo religioso e comercial, já que era comum, à época, a concepção de que a expansão da cristandade servia à expansão econômica e vice-versa.
c) por meio do qual os desejos por expansão territorial portuguesa, dilatação da fé cristã e conquista de novos mercados para a economia europeia mostrar-se-iam incompatíveis.
d) militar, assim como as cruzadas dos séculos anteriores, e no qual objetivos econômicos e religiosos surgiriam como complemento apenas ocasional.
e) que visava, exclusivamente, lucrar com o comércio intercontinental, a despeito de, oficialmente, autoridades políticas e religiosas afirmarem que seu único objetivo era a expansão da fé cristã.



12. (UDESC SC/2012) Leia as proposições abaixo sobre as revoluções na Europa entre os séculos XVII e XVIII e assinale (V) para verdadeira ou (F) para falso.
(__) Movidos pela riqueza adquirida durante as grandes navegações, os Países Ibéricos tiveram condições de iniciar a Revolução Industrial no século XVII.
(__) Os ingleses mantiveram livres as plantações em áreas comunais e atrasaram a inserção das indústrias na Inglaterra.
(__) A partir do final do século XVIII, os franceses realizaram uma revolução que influenciaria o mundo inteiro.
(__) Os ingleses fizeram a primeira Revolução burguesa.
(__) A Revolução Industrial se iniciou em Portugal, país que teve os primeiros grandes parques industriais na Europa.
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo.
a) V – F – V – F – F
b) F – F – V – V – F
c) V – V – F – F – V
d) F – V – V – V – F
e) F – F – V – F – V


13. (UEL PR/2012) O ser humano, historicamente, tem procurado medir e controlar o tempo. Para isso, criou instrumentos utilizando-se de elementos naturais.
Sobre as diferentes formas de os homens medirem o tempo, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) para as afirmativas a seguir.
(__) O astrolábio, ou relógio de estrelas, foi utilizado pelos povos Maia e Asteca.
(__) A ampulheta, ou relógio de areia, foi utilizada pelos gregos e romanos.
(__) O relógio atômico utiliza a meia vida de um elemento radiativo e regula atualmente a hora internacional.
(__) A clepsidra, ou relógio de água, foi utilizado pelos povos da antiguidade.
(__) O sextante, ou relógio naval, marcava o tempo da viagem na época das Grandes Navegações.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
a) V, V, F, V, F.
b) V, V, F, F, V.
c) V, F, V, F, V.
d) F, V, V, V, F.
e) F, F, V, F, V.


14. (UPE/2012) O processo da Expansão Ultramarina acabou por redefinir o mapa mundial nos séculos XV-XVI. Com a descoberta da América e a possibilidade de um melhor conhecimento da África e Ásia, por parte dos europeus, ocorreram várias mudanças na mentalidade europeia. Sobre essa realidade, é CORRETO afirmar que
a) várias narrativas sobre as terras distantes e exóticas e seus habitantes foram publicadas na Europa, como os escritos de Hans Staden.
b) os espanhóis, logo de início, caracterizaram as descobertas de Colombo, como a chegada a um novo continente até então desconhecido.
c) os portugueses optaram por colonizar a África central, evitando fixarem-se na América.
d) a França e a Inglaterra colheram os lucros pela antecipação às nações ibéricas no processo das descobertas ultramarinas.
e) a Espanha acabou por ocupar boa parte do território africano, dominando assim o tráfico negreiro até fins do século XVIII.


15. (ESPCEX/2011) As grandes navegações produziram o expansionismo do século XV e contribuíram para acelerara transição do feudalismo/capitalismo.
Provocaram mudanças no comércio europeu, tais como:
a) deslocamento do eixo econômico do Atlântico para o Pacífico; ascensão econômica das repúblicas italianas paralelamente ao declínio das potências mercantis atlânticas; acúmulo de capitais nas mãos da realeza.
b) perda do monopólio do comércio de especiarias por parte dos italianos; declínio econômico das potências mercantis atlânticas; intenso afluxo de metais preciosos da América para a Europa.
c) empobrecimento da burguesia europeia; deslocamento do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico; ascensão econômica das repúblicas italianas, paralelamente ao declínio das potências mercantis atlânticas.
d) intenso afluxo de metais preciosos da América para a Europa, o que determinou a chamada “revolução dos preços do Século XVI”; deslocamento do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico; acúmulo de capitais nas mãos da burguesia europeia, em consequência da abundância de metais que afluiu para a Europa.
e) ascensão econômica das repúblicas italianas, paralelamente ao declínio econômico de países como Portugal, Espanha, Inglaterra e Holanda; incorporação das áreas do continente americano e do litoral africano às rotas já tradicionais de comércio Europa – Ásia; acumulação de capitais nas mãos da nobreza e realeza europeias.


16. (FATEC SP/2013) As caravelas foram um grande avanço tecnológico no final do século XV. Graças a elas, foi possível realizar viagens de longa distância de forma eficiente. Centenas de homens embarcaram nas caravelas dos descobrimentos. Alguns buscavam enriquecimento rápido, outros, oportunidade de difundir a fé em Cristo. Estes homens eram atraídos pela aventura, porém as surpresas nem sempre eram agradáveis. Nas embarcações, proliferavam doenças e a alimentação era precária.
(Revista de História da Biblioteca Nacional, setembro de 2012, p.22-25. Adaptado)
Sobre a época descrita no texto e considerando as informações apresentadas, é correto afirmar que as viagens nas caravelas
a) foram realizadas no contexto da expansão do mercantilismo europeu, visando também à ampliação do catolicismo.
b) não pretendiam descobrir novos territórios, apenas estabelecer rotas para aventureiros e marginalizados da sociedade.
c) tinham como principal objetivo retirar as populações muçulmanas da Península Ibérica, após as Guerras de Reconquista.
d) eram feitas em condições precárias, pois eram clandestinas, ou seja, eram realizadas sem o consentimento das Coroas europeias.
e) não ocorriam em condições apropriadas, embora a maior parte dos tripulantes das caravelas pertencesse à nobreza feudal.


17. (UPE/2013) Segundo Alexandre de Freitas, “A globalização caracteriza-se, portanto, pela expansão dos fluxos de informações — que atingem todos os países, afetando empresas, indivíduos e movimentos sociais —, pela aceleração das transações econômicas — envolvendo mercadorias, capitais e aplicações financeiras que ultrapassam as fronteiras nacionais — e pela crescente difusão de valores políticos e morais em escala universal.”
BARBOSA, Alexandre de Freitas. O mundo globalizado: política, sociedade e economia. São Paulo: Contexto, 2010, p. 12-13.
Com base na definição acima e nos estudos sobre globalização, é CORRETO afirmar que
a) o autor não leva em consideração a internet e a tecnologia para a construção de computadores no processo de globalização.
b) segundo a definição de Freitas, a globalização se restringe aos eventos em escala internacional.
c) a globalização, por sua natureza planetária, é um duro golpe contra a expansão religiosa.
d) há autores que consideram a Expansão Marítima do século XVI como primeiro ato na história do processo de globalização.
e) por suas carências políticas, sociais e financeiras, os países pobres não participam do processo de globalização.


18. (UECE/2012) “A expansão marítima dos países da Europa após o século XV representou não só um novo sistema de relações internas naquele continente, como “revolucionou” a expansão europeia ultramarina.”
PRADO JUNIOR, Caio. História Econômica do Brasil. São Paulo, Brasiliense, 1982. p.13-17.
Analise as seguintes afirmações acerca da expansão marítima acima mencionada.
I. Foi realizada por empresas comerciais levadas a prática pelos navegadores dos países que participaram dessa expansão, como Portugal e Espanha entre outros. Tais empresas foram fundamentais no desenvolvimento do comércio europeu que era, até o século XIV, em grande proporção, terrestre.
II. A expansão marítima do século XV propiciou o deslocamento da primazia comercial dos países dos territórios centrais do continente europeu, para outra rota que a substituiria e colocaria os países ibéricos no papel de pioneiros dessa grande transformação.
Sobre as afirmações acima, é correto dizer-se que
a) ambas são falsas.
b) apenas I é verdadeira.
c) ambas são verdadeiras.
d) apenas II é verdadeira.


19. (Unicastelo/2013) Pero Vaz de Caminha, escrivão da esquadra de Pedro Álvares Cabral, que aportou nas costas brasileiras em 1500, descreve um episódio ocorrido em 24 de abril, em que dois nativos de terra foram recebidos na nau capitânia.
O capitão, quando eles vieram, estava assentado em uma cadeira e bem vestido, com um colar d´ouro muito grande no pescoço. Um deles pôs olho no colar do capitão e começou d´acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como que nos dizia que havia em terra ouro. Isso tomávamos nós assim por o desejarmos.
(Carta a el-rei dom Manuel sobre o achamento do Brasil, 1974. Adaptado.)
Esse trecho da carta tem um conteúdo irônico e revelador de um dos objetivos das expansões marítimas do século XV, o de
a) solucionar a crise da falta de moedas na Europa.
b) organizar a produção de açúcar no Brasil.
c) encontrar terras disponíveis para os nobres europeus.
d) escravizar a população indígena da América.
e) cristianizar os habitantes daqueles novos mundos.


20. (PUCCamp SP/2013) Quem lida com redes simbólicas, como são poemas, sermões e romances, acaba descobrindo na malha das frases imagens trazidas pela memória social (“o que lembro, tenho”, diz Guimarães Rosa). Na história da colonização ouço o diálogo não raro abafado entre a escrita da mente e os impulsos da paixão; e vejo a osmose que o imaginário do escritor entretém com a tradição. Recordem-se os mitos nas vozes contraditórias de Os Lusíadas, os pecados e as penas medievais na Bahia barroca de Gregório de Matos, a cruz do negro de engenho em Vieira, o apocalipse nativo em Gonçalves Dias, a imolação voluntária do guarani em Alencar (...)
(Alfredo Bosi. Dialética da Colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 382)
A obra Os Lusíadas celebra os feitos portugueses no período de expansão marítimo-comercial. O destacado desempenho português nas Grandes Navegações é atribuído a fatores como:
a) posição geográfica privilegiada no Mediterrâneo e inexistência de terras férteis em seu território, tornando o país dependente do comércio marítimo.
b) domínio de conhecimentos técnicos pela universidade conhecida como Escola de Sagres e tradição no tráfico negreiro entre África e Europa.
c) poder econômico decorrente da aliança com a Espanha (União Ibérica) e do monopólio do comércio de especiarias no Mediterrâneo.
d) fortalecimento da burguesia mercantil e presença de estímulo estatal às navegações após o processo de formação do Estado nacional.
e) pioneirismo no comércio com o Oriente e grande influência árabe resultante da longa ocupação muçulmana do sul do país.


GABARITO

1. (FGV/2014) Sobre as relações entre os reinos ibéricos e a expansão ultramarina, é correto afirmar que a
a) centralização do poder no reino português só ocorreu após a vitória contra os muçulmanos na guerra de Reconquista, o que garantiu o
estabelecimento de alianças diplomáticas com os demais reinos ibéricos, condição para sanar a crise do feudalismo por meio da expansão ultramarina.
b) guerra de Reconquista teve papel importante na organização do Estado português, uma vez que reforçou o poder do rei como chefe político e militar, garantindo a centralização do poder, requisito para mobilizar recursos a fim de bancar a expansão marítima e comercial.
c) canalização de recursos, organizada pelo Estado português para a expansão ultramarina, só foi possível com a preciosa ajuda do capital dos demais reinos da península Ibérica na guerra de Reconquista, interessados em expulsar o invasor muçulmano que havia fechado o rentável comércio no Mediterrâneo.
d) expansão marítima e comercial precisou de recursos promovidos pelo reino português, ainda não unificado, que usou a guerra de Reconquista para garantir a sua unificação política contra os demais reinos ibéricos, que lutavam ao lado dos muçulmanos como forma de impedir o fortalecimento do futuro Estado luso.
e) vitória do reino de Portugal contra os muçulmanos foi garantida pela ajuda militar e financeira do Estado espanhol, já unificado, o que permitiu também a expansão marítima e comercial, condição essencial para o fim da crise do feudalismo na Europa Ocidental.


2. (UEA AM/2014)
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
(Fernando Pessoa. Mar português. Mensagem, 1970.)
Mensagem foi o único livro que o poeta português Fernando Pessoa publicou em vida. Ele pensou, a princípio, dar-lhe o título de Portugal, considerando que os poemas tratavam da história do esplendor e da decadência do antigo reino. A estrofe transcrita exprime com lirismo e tristeza
a) o orgulho do poeta em ser descendente de ilustres navegadores e a consciência portuguesa de ter criado o mundo moderno.
b) os motivos da decadência abrupta de Portugal, devido aos gastos com a fabricação de caravelas e à perda de homens nos naufrágios.
c) a resignação cristã que caracterizou a expansão marítima portuguesa, carente de qualquer interesse comercial ou político.
d) as dificuldades inerentes às navegações marítimas da Idade Moderna e as suas consequências para a população portuguesa.
e) a perda do domínio dos mares pelo governo português e a redução do número de habitantes do reino com as conquistas no além-mar.


3. (UECE/2014) A chegada dos europeus à América no final do século XV ‒ como parte de sua expansão marítima e comercial ‒ marcou de forma profunda as alterações que esta região do planeta sofreria nos séculos seguintes; povos foram dizimados e culturas ancestrais foram obscurecidas. Sobre este processo, analise os itens seguintes:
I. Colombo possuía a exata noção de sua ação, pois sabia da existência deste ‘novo mundo’ e de suas variadas sociedades desde quando zarpou do porto de Palos em 03 de agosto de 1492.
II. Até 1492, somente a Espanha tinha-se lançado à busca por novos caminhos para as riquezas do Oriente, daí o seu pioneirismo neste processo.
III. Somente quando se corrigiu o equívoco inicial de Colombo, que pensava ter chegado às Índias, é que a Europa se deu conta da ‘descoberta’ de um novo território até então não registrado nos mapas.
IV. Mesmo antes de Colombo chegar à América, os navegantes portugueses já haviam iniciado a busca por um caminho marítimo para as Índias.
Está correto o que se afirma apenas em
a) I, III e IV.
b) II e III.
c) I e II.
d) III e IV.


4. (UEPA/2014) As crenças de navegadores portugueses e espanhóis dos séculos XV e XVI, inspiradas na teologia medieval, de que o Paraíso estava ao alcance dos homens, embora em lugar ainda desconhecido, estimularam as viagens de “descobertas” que incorporaram o Novo Mundo ao espaço geográfico das terras conhecidas pelos europeus. As pistas desta mentalidade estão em obras filosóficas e literárias da Antiguidade Greco-Romana e de autores humanistas, além de novelas de cavalaria. O conteúdo destas obras fazia parte do patrimônio intelectual europeu de fins da Idade Média e forneceu o quadro mental a partir do qual foram escritas as obras de viajantes europeus que vieram à América no século XVI. A busca do paraíso terrestre, quando da expansão marítima europeia voltada para a descoberta de novas rotas de comércio com o Oriente, significou:
a) a ruptura entre a mentalidade medieval e aquela do Renascimento.
b) a permanência de elementos da mentalidade medieval no período inicial do Renascimento.
c) a confirmação dos relatos bíblicos, que podiam ser constatados com as navegações.
d) a correspondência entre as crenças europeias e os mitos indígenas do Novo Mundo.
e) o uso da justificativa religiosa para o financiamento das navegações pelas Coroas Ibéricas.


5. (UNESP SP/2014)
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
(Fernando Pessoa. Mar Português. Obra poética, 1960. Adaptado.)
Entre outros aspectos da expansão marítima portuguesa a partir do século XV, o poema menciona
a) o sucesso da empreitada, que transformou Portugal na principal potência europeia por quatro séculos.
b) o reconhecimento do papel determinante da Coroa no estímulo às navegações e no apoio financeiro aos familiares dos navegadores.
c) a crença religiosa como principal motor das navegações, o que justifica o reconhecimento da grandeza da alma dos portugueses.
d) a percepção das perdas e dos ganhos individuais e coletivos provocados pelas navegações e pelos riscos que elas comportavam.
e) a dificuldade dos navegadores de reconhecer as diferenças entre os oceanos, que os levou a confundir a América com as Índias.


6. (UEA AM/2013)
Cristóforo Colombo
Chamou de índios
Uns homens nus
Olha o que ele pensava
Dos hindus.
(Millôr Fernandes. A Bíblia do caos, 1994.)
Millôr Fernandes confere uma forma poética e irônica ao ciclo de viagens de Cristóvão Colombo que
a) viu os hindus como pagãos e aptos a receber os ensinamentos cristãos.
b) julgou ter chegado às fontes das especiarias navegando para oeste.
c) pensou ter chegado a terras pertencentes a Portugal.
d) considerou a cultura dos nativos da América superior à dos europeus.
e) procurou uma passagem para o Oriente navegando pelas costas africanas.



7. (UNESP SP/2014) Inserido em um empreendimento mercantil, financiado com o objetivo de exploração econômica para o fortalecimento do absolutismo espanhol, o navegante genovês [Cristóvão Colombo] encontra uma realidade na América que não permite a identificação das imaginadas riquezas orientais, dando origem a uma dupla narrativa: a do esperado e a do experimentado, em que o discurso é pressionado pela necessidade de obter informações e um projeto colonizador.
(Wilton Carlos Lima da Silva. As terras inventadas, 2003. Adaptado.)
Segundo o texto, o relato de Colombo
a) revela a convicção do navegador de que as novas terras oferecem riquezas imediatas e poder planetário aos reis da Espanha.
b) expõe o esforço do navegador de conciliar o reconhecimento da especificidade americana com as expectativas europeias ante a viagem.
c) confirma o caráter casual da descoberta da América e o desconsolo do navegador diante das pressões comerciais da metrópole.
d) demonstra a superioridade religiosa e tecnológica dos navegadores europeus em relação aos nativos americanos.
e) mostra a decepção do navegador com o que encontrou na América, pois não havia riquezas que justificassem a longa viagem.



8. (UECE/2014) A viagem feita por Cristóvão Colombo em 1492 tem a sua relevância, porque abriu inúmeras possibilidades, dentre as quais, o intercâmbio entre povos de diversos continentes, a implementação de um sistema comercial por meio da navegação pelos oceanos e a colonização de novas terras. Significou, para a população nativa, a escravização e a conversão ao cristianismo.
A colonização europeia do continente americano só foi possível graças à(s)
a) colaboração mútua e à troca de experiências entre mundos diferentes.
b) operações de exploração, conquista e destruição cultural sistemática.
c) implementação do vigor e do avanço civilizatório.
d) conversão dos nativos para a religião católica.


9. (UFJF MG) Leia as afirmativas abaixo que se referem às grandes navegações e ao processo de expansão ultramarina e numere a segunda coluna de acordo com a primeira.
I. Portugal
II. Inglaterra
III. Espanha
IV. Holanda
(__) A centralização do poder monárquico e o grande desenvolvimento dos estudos náuticos, no que ficou conhecido como a Escola de Sagres, favoreceram o pioneirismo desse país na empreitada das grandes navegações.
(__) Sua expansão ultramarina começou ainda no século XV pela exploração do Atlântico e desempenhou destacado papel na descoberta das terras do continente americano, que teve grande parte de seu território colonizado por esse país. Tal colonização foi responsável pela desestruturação dos grandes impérios aí existentes.
(__) Sua atuação na expansão ultramarina foi muito mais de caráter indireto, por exemplo, financiando a instalação da indústria manufatureira do açúcar no Brasil e seu refinamento e comercialização na Europa.
(__) Depois de tentativas fracassadas de abrir uma passagem para a Ásia pelo extremo norte do continente americano e pelo Mar do Norte, na segunda metade do século XVI, seu processo de expansão marítima se concentrou nas ações de pirataria, principalmente, contra embarcações de um país inimigo, política essa oficializada pelo Estado.
Agora, marque a alternativa CORRETA.
a) III, IV, I, II
b) I, III, IV, II
c) IV, I, II, III
d) III, I, II, IV
e) I, IV, II, III


10. (UFT TO/2014) Avalie o texto descrito a seguir.
“Para se compreender o caráter da colonização brasileira é preciso recuar no tempo para antes do seu início, e indagar das circunstâncias que a determinaram”.
FONTE: PRADO JR, Caio. História Econômica do Brasil. São Paulo: Círculo do Livro, s/d, p. 11.
A colonização do Brasil pelos portugueses, a partir do século XVI, foi consequência de um amplo processo histórico denominado:
a) fragmentação total do sistema feudal do Ocidente europeu.
b) expansão marítima e comercial dos países da Europa.
c) cristalização das monarquias nacionais europeias.
d) ascensão social e econômica da burguesia.
e) adoção do protestantismo luterano.


11. (PUCCamp SP/2014) A corrida expansionista de Portugal e Espanha gerou, na segunda metade do século XV, conflitos e inúmeras controvérsias acerca do direito de posse sobre as terras descobertas ou a descobrir. Com o objetivo de definir os direitos de cada país, formularam-se diversos tratados, dos quais o primeiro foi o Tratado de Toledo, assinado em 1480. Esse tratado
a) foi contestado pela Espanha por ter levado em consideração apenas os interesses de Portugal, excluindo os espanhóis e os demais países europeus da partilha dos territórios ultramarinos.
b) reformulou a divisão das terras descobertas, ou a descobrir, entre portugueses e espanhóis e determinou que constituíam ato de posse e domínio, somente as terras habitadas e defendidas.
c) garantiu à Coroa lusa as terras a descobrir ao sul das ilhas Canárias e constituiu uma importante vitória da diplomacia lusitana, pois assegurava a Portugal a rota das Índias pelo sul da África.
d) tornou mais ampla para Portugal a possibilidade de conquistar os territórios a serem descobertos no Atlântico ocidental, cuja existência já era do conhecimento dos navegantes portugueses.
e) promoveu a partilha do mundo entre Portugal e Espanha, por meio de um meridiano situado a 100 léguas de Cabo Verde: terras situadas a leste seriam dos portugueses e as do oeste seriam dos espanhóis.


12. (ENEM/2014) Todo homem de bom juízo, depois que tiver realizado sua viagem, reconhecerá que é um milagre manifesto ter podido escapar de todos os perigos que se apresentam em sua peregrinação; tanto mais que há tantos outros acidentes que diariamente podem aí ocorrer que seria coisa pavorosa àqueles que aí navegam querer pô-los todos diante dos olhos quando querem empreender suas viagens.
J. P. T. Histoire de plusieurs voyages aventureux. 1600. In: DELUMEAU, J. História do medo no Ocidente: 1300-1800. São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).
Esse relato, associado ao imaginário das viagens marítimas da época moderna, expressa um sentimento de
a) gosto pela aventura.
b) fascínio pelo fantástico.
c) temor do desconhecido.
d) interesse pela natureza.
e) purgação dos pecados.


13. (Mackenzie SP/2015) Durante o século XV, a Europa experimentou o início de uma expansão marítima, que é um marco no início da europeização do mundo. Entre os motivos que levaram os portugueses a buscarem a Expansão Marítima, podemos apontar
a) a queda de Constantinopla para o império turco otomano, em 1453, levando os países católicos a buscarem um novo caminho que os conduzissem à Terra Santa.
b) o crescimento da circulação monetária e a consequente estabilização dos preços, na época, permitindo o acúmulo de que passou a ser investido nas empreitadas marítimas.
c) o fortalecimento do poder dos monarcas europeus, que passaram a governar em caráter absolutista e centralizaram todas as decisões do Estado em suas mãos.
d) a consolidação do sistema de manufaturas controladas pelas grandes corporações de ofício, que passaram a financiar a Expansão Marítima em busca de novos mercados consumidores.
e) a necessidade da expansão comercial, que aumentaria os poderes do rei, manteria os privilégios da nobreza e elevaria os lucros da burguesia, pois o controle comercial do Mediterrâneo pertencia aos italianos.


14. (UECE/2015) Acerca do projeto de expansão marítima dos portugueses, que resultou na chegada às terras americanas no século XVI, é INCORRETO afirmar que
a) atendia aos interesses de diversos grupos sociais e instituições, visto que era oferecida uma saída para a retração econômica que Portugal vivenciava.
b) recebeu o apoio financeiro da nobreza e da burguesia, interessadas na exploração de outras terras e na expansão do comércio.
c) conquistou o apoio dos segmentos médios da sociedade portuguesa que, desejosos de encontrar novas fontes de renda, pretendiam mudar-se para as novas terras.
d) recebeu o apoio da Igreja que sonhava em conquistar novos fiéis e empreender seu trabalho de catequese em territórios virgens.


15. (UECE/2015) A compreensão cristã do encontro dos portugueses com os primeiros habitantes da América teve forte conotação maniqueísta: de um lado estava o bem, simbolizado pelos europeus na sua suposta busca pelo paraíso; de outro, o mal, representado pelos indígenas e suas práticas diabólicas.
Analise as afirmações abaixo acerca dessa compreensão.
I. Tal compreensão foi alimentada por considerações imprecisas de alguns viajantes que classificavam de “demoníacas” certas práticas culturais dos povos americanos.
II. A leitura das práticas dos povos americanos pelos europeus aliou a ideia da conquista de novas terras com o desejo de levar a palavra de Deus àquelas criaturas “demonizadas”.
III. O pensamento cristão português dissociava-se das ideias e políticas expansionistas; desse modo, a propagação da fé era desvinculada da empresa marítima.
É correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) II e III apenas.
c) I e III apenas.
d) I e II apenas.


16. (UFPEL RS/2014) Das afirmativas abaixo sobre os motivos do expansionismo ibérico e da primazia portuguesa nas grandes navegações:
I. Centralização do poder e consolidação do regime monárquico.
II. Escassez de recursos naturais.
III. Estrutura social que não apoiava as atividades comerciais.
IV. Liderança em tecnologia náutica.
V. Apoio da Igreja na revisão das suas crenças e teses sobre o mundo.
Estão corretas
a) apenas a I e a IV.
b) apenas a I, a II e a III.
c) apenas a I, a II e a IV.
d) apenas a II e a V.
e) apenas a II, a IV e a V.


17. (UFPEL RS/2014) Concorreu para a expansão marítima e comercial portuguesa dos séculos XV e XVI
a) a fragmentação do poder político.
b) o desenvolvimento da agricultura.
c) a revolução industrial e a busca por mercados para os capitais excedentes.
d) a existência de um excedente populacional.
e) a centralização administrativa.


18. (UNCISAL AL/2015) A contestação francesa ao Tratado de Tordesilhas teve no monarca Francisco I o mais veemente representante. Em 1540 chegou a dizer que “‘o sol brilhava tanto para ele como para os outros’ e que ‘gostaria de ver o testamento de Adão para saber de que forma este dividira o mundo...’ Declarou também que só a ocupação criava o direito, que descobrir um país, isto é, vê-lo ou atravessá-lo, não constituía um ato de posse e que considerava como domínio estrangeiro unicamente ‘os lugares habitados e defendidos’. São essas as bases da colonização moderna”.
MOUSNIER, Roland. História Geral das Civilizações. Tomo IV Os Séculos XVI e XVII. Tomo IV. 2 Volumes. São Paulo: Diofel, 1958.
A crítica feita por Francisco I ao Tratado de Tordesilhas baseia-se
a) no uso da força, previsto no Tratado, como forma de efetivar a ocupação das novas terras a serem descobertas.
b) na existência de documento papal, nunca trazido a público, que determinava em testamento a divisão do mundo.
c) no fato de apenas países europeus terem direito às terras, deixando de fora os países árabes do norte da África.
d) na divisão das terras ocidentais entre Portugal e Espanha, sem levar em consideração as demais nações europeias.
e) na possibilidade de qualquer país ocupar novas terras, desde que as ocupasse de fato segundo as regras do Tratado.


19. (UNESP SP/2015) Que significa o advento do século XVI? [...] Se essa passagem de século tem hoje um sentido para nós, um sentido que talvez não tinha nos séculos anteriores, é porque vemos que aí é que surgem as primícias da globalização. E essa globalização é mais que um processo de expansão de origem ibérica, mesmo se o papel da península foi dominante. [...] Em 1500, ainda estamos bem longe de uma economia mundial. No limiar do século XVI, a globalização corresponde ao fato de setores do mundo que se ignoravam ou não se frequentavam diretamente serem postos em contato uns com os outros.
(Serge Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520, 1999.)
O texto
a) defende a ideia de que a expansão marítima dos séculos XV e XVI tenha provocado a globalização, pois tal expansão eliminou as fronteiras nacionais.
b) rejeita a ideia de que a expansão marítima dos séculos XV e XVI tenha provocado a globalização, pois muitos povos do mundo se desconheciam.
c) identifica a expansão marítima dos séculos XV e XVI com o atual contexto de globalização, destacando, em ambos, a completa internacionalização da economia.
d) compara a expansão marítima dos séculos XV e XVI com o atual contexto de globalização, demonstrando o papel central, em ambos, dos países ibéricos.
e) relaciona a expansão marítima dos séculos XV e XVI com o atual contexto de globalização, ressalvando, porém, que são processos históricos distintos.


20. (USP/2015) O período histórico conhecido como “Era das Grandes Navegações” traria forte impacto na história europeia: por exemplo, com a inclusão do continente americano nos novos mapas-múndi, com o estabelecimento de contatos com populações e culturas até então ignoradas pelos europeus e com o conhecimento de novos elementos de fauna e flora. No entanto, as atitudes dos europeus, perante o mundo, permaneceriam as mesmas em muitos outros aspectos, como, por exemplo, com
a) o poder absoluto da burguesia, os saques e a apropriação de terras na própria Europa e a prevalência de um catolicismo reformado a romper com suas matrizes judaicas.
b) o desinteresse por quaisquer sociedades consideradas bárbaras, o forte corporativismo político a unir diferentes Estados europeus contra ameaças externas ao continente e a crença na capacidade de liderança espiritual da Igreja Romana.
c) o atraso tecnológico de seu continente em relação aos povos árabes e ao extremo-oriente, o poder onipresente da Igreja de origem medieval e a pluralidade religiosa a harmonizar católicos e protestantes.
d) a concepção de superioridade da Europa em relação às demais culturas, o interesse em explorar comercialmente outras partes do mundo e a intolerância diante de quaisquer formas de religiosidade não cristãs.
e) a manutenção de ambientes culturais refratários à democratização da educação, o poder absoluto da Igreja e os conflitos internos regionalistas e nacionalistas.


GABARITO